Desculpe, vacilamos essa semana, e quando arranjamos tempo para escrever sobre a Jump da semana passada, a dessa semana já estava disponível (e pelo jeito nem o Kishimoto tinha tempo… é impressão minha, ou ele entregou páginas em rascunho?). Então leiam aqui as análises dos últimos dois capítulos de Naruto.
A decisão do Kishimoto de fazer uma guerra de larga escala, trazer todos os mortos de volta e mostrar luta por luta o que está acontecendo finalmente mostrou-se equivocada. Nestes dois últimos capítulos tivemos tantas reviravoltas ao mesmo tempo que elas acabam se anulando, e todo o arco perde força.
No capítulo 528 tivemos a conclusão da batalha pessoal de Darui contra Kinkaku e Ginkaku, dois lendários guerreiros que possuem o chakra da Raposa de Nove Caudas, e um dia derrotaram o 2º Hokage; ou seja, eles são absurdamente fortes, poderiam facilmente ser usados como vilões num arco dedicado a eles, e dificilmente seriam vencidos. Mas um deles é derrotado neste capítulo por uma tecnicalidade, que na verdade é um grande furo: se o vaso captura a alma do inimigo quando ele DIZ a palavra que ele mais disse durante toda a sua vida, por que então PENSAR em outra palavra muda a contagem?
Mesmo assim, ele é vencido, e o que poderia ser um clímax acaba ficando bastante sem graça.
No capítulo 529 o irmão restante entra em berserk e transforma-se numa espécie de réplica da Kyuubi. Temos um monstro lendário surgindo no campo de batalha! Vamos ter grandes esforços e várias tentativas frustradas pelos próximos 5 ou 10 capítulos, culminando numa batalha épica, certo?
Infelizmente, não. Kishimoto desperdiça uma grande oportunidade de criar grandes momentos, e soluciona os problemas da trama assim que eles surgem (“Ah, nós já sabíamos que isso ia acontecer, então deixamos preparado o item mágico necessário para vencê-lo. E esta personagem sem importância tem a técnica perfeita para transportá-lo para o campo de batalha. Deixa o pessoal lutando aí, e vamos tomar um chá.”). E tudo porque ele tem hordas de personagens que precisam ter o seu momento e glória em algum ponto do mangá.
No seu grande final, Naruto vem falhando em criar tensão e expectativa, e transforma-se num festival de fanservice (não estou falando de calcinhas, estou falando de fazer o que o fã quer ver), e chega se arrastando até a luta que realmente nos interessa.
Não dá pra acabar logo, não?