Devilman Crybaby é o animê que precisávamos (Review)

Kitsune comenta a versão de Masaaki Yuasa de um de seus mangás favoritos! Devilman Crybaby é uma experiência intensa, pesada e emocionante como só Yuasa, Nagai e Devilman podem proporcionar, e talvez um importante marco na indústria dos animês!

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3 thoughts on “Devilman Crybaby é o animê que precisávamos (Review)”

  1. Devilman seria o quê Nelson Rodrigues fazia nas peças de teatro: Mostrar as bases primais da humanidade, que todo mundo finge não ter,se comporta como já tivesse nascido vestido,não há genitálias,desejos ou instinto. O Yusa fez um Devilman do Go Nagai em versão lapidada de conceitos que são mais fortalecidos pela animação que mistura subjetividade e dinamismo, que faz com que a porrada não seja de uma beleza estética,mas brutal e direta na representação que uma briga mortal,que não é bonita,é feia,brutal e suja. A compaixão faz frente ao medo,é pelo medo descontrolado pelo outro que se abre os portões para as atrocidades,o medo faz você considerar aceitável cometer ações abomináveis em nome da sobrevivência e isso é potencializado quando deixamos nos levar pela coletividade,apagando os indivíduos e se formando uma massa violenta disposta a matar quem for por apenas temer,sem se preocupar em entender o quê está acontecendo,só reagir como um animal com raiva que ataca tudo que esteja a sua frente. A Miki é a bondade que há no mundo,e como bondade é desprezada por aqueles que temem,pois para eles reconhecer que ela tem razão,é admitir para si mesmos que são vis e que foram tão cruéis quanto os demônios, mas é ela que faz com que os devilmen se unam,mesmo não valendo a pena salvar a humanidade por ter ultrapassado a linha do Rubicão. No primeiro episódio,Lúcifer acredita que não há amor,logo não há tristeza, mas no fim do Ragnarock,Lúcifer vence,tem o planeta todo pra ele,mas toda aquela matança e crueldade não serviram para nada, e ali ele sentiu tristeza, porque pela primeira vez em sua longa existência sentiu o amor e matou aquilo que amava, que foi a quebra da racionalização fria pela qual ele sempre foi guiado,o que fez me lembrar muito do Paulo Honório de São Bernardo. A nova Terra no final,é o reinício da roda,pode ser que tudo se repita novamente,mas pra mim me soou como uma tímida esperança de nessa nova chance poder quebrar essa roda de medo e incomunicação e caminhar por um caminho novo e estranho.

  2. E é engraçado como o Ryo/Lúcifer sendo a racionalização,cometia ações ilógicas em relação ao Akira,que o Zenon não compreendia,como dá o demônio mais poderoso para o Akira,poupar a vida dele constantemente alguém que tinha potencial de destruir os demônios,como aconteceu no final, e só depois de matá-lo,o anjo caído descobriu que o amor existia,e se o amor existe,existe tristeza ao perdê-lo.

  3. Agora lembrei dessa coincidência: Lá na peça do Nelson Rodrigues,Sete Gatinhos,havia uma adolescente chamada Silene,que era pura por todos da família,mas Silene nunca foi pura. Baita coincidência a Silene do Go Nagai e a Silene do Nelson ROdrigues.

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