2 thoughts on “Death Note da Netflix, adaptações e a “essência” da obra”

  1. Foda-se a essência.

    E agora que as pessoas que dizem “parei de ler no…” foram embora, posso dizer a minha opinião de verdade.

    Na verdade é foda-se a essência mesmo, BUUUUT, o porque disso o Kitsune até disse no video. As pessoas confundem o que é importante de verdade numa obra de origem e querem que tudo seja transposto, ignorando que são midias diferentes e, as vezes, aquilo não ficaria bom ali, ou não faria sentido, ou é mesmo irrelevante, porque esse detalhe foi considerado para a midia original. Tem o fato de que mangá é quase um combo com anime, e eles já produzem aquela bagaça de um jeito que seja fácil de transpor, ao menos pra essa mídia, quem sabe talvez seja o caso de doramas também, mas não conheço essa área, então vou me abster.

    Eu vi essa história toda no post do Cassius sobre o filme e tals, e digo que o que eu conheço do teaser foi o que eu vi de relance no video, eu assisto como podcast, desculpa (?).Death Note não é minha obra preferida, nem de longe (aliás, dropei antes mesmo do L morrer), mas esse preciosismo todo pra mim é só isso mesmo, preciosismo. Nem a essência do negócio precisa ser mantida, na real. O que eu acho (para os “parei de ler no…” que resolveram ficar, tudo aqui é minha opinião. Vejam só, que coisa!) é que basta a premissa, e todo o resto pode ser diferente, inclusive a essência. O Kitsune mesmo disse, tem um artista lá, um diretor, um roteirista, os atores, que querem dar a visão deles praquela obra. Mostra os pontos de vistas e ideologias deles, que podem ir de encontro com várias coisas no material base. Muda então, po. A obra original tá lá.

    Não existe isso de macula à essência. Uma obra publicada é eterna para ser lida, re-lida, translida, deslida e lida de novo. É besteira isso! Só pra manter a discussão numa coisa que eu entendo mais, a série de Preacher é bem diferente da hq. Chega num ponto que eu acho que mesmo a essência da série foi trocada. Eu gosto da hq… E eu gosto da série também. Eu gostei muito da hq e nem por isso eu me prendi nisso, e agora eu tenho duas obras, que mesmo tendo origem de um ponto só, são boas por si só (apesar de realmente a hq ser melhor que a série, até aqui.). E se você não achou foda a cena do quarto de hotel com um buraco na parede, você só tá hateando a parada gratuitamente.

    No final das contas, só falta a gente abrir um pouco a cabeça pra adaptações, porque elas podem sim serem diferentes de seu material base. E, gosto pessoal falando, quanto mais diferente melhor.São duas obras pra acompanhar. Mas eu já to me repetindo. xD

  2. Muito bom, o Liam Burke defende que nós já temos um gênero, o comic book movie (o “filme de adaptação de quadrinhos”) com alguns padrões que repetem os padrões do Wester (herói-na linha limite da moralidade – abusa da lei para efetuá-la realmente a favor da comunidade – a mesma que o exclui, mas precisa dele para defende-la – ele procura evitar a missão que ela lhe confere, mas uma questão pessoal o leva a aceitá-la – e no fim, deve abrir mão do amor para continuar lutando pelo ideal de justiça).
    Mas, enquanto os quadrinhos já foram adiante no vigilantismo e na narrativa de vingança, com relativização desses valores e tramas mais psicológicas, as adaptações dos quadrinhos reescrevem essas histórias emulando justamente os valores contestados pelos textos fontes. Daí essas “traições” às essências das histórias adaptadas.

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