5 thoughts on “Kotonoha no Niwa (review)”

  1. Bom vídeo, Kitsune. Acho interessante quando alguém fala sobre os diretores dos filmes de animações japoneses, isso porque ou só se focam na Ghibli/Miyazaki ou se concentram mais nas séries animadas, por ser algo mais popular, sendo que ao meu ver todo o talento da mídia está mais expressa em tais longas do que nos animes, num geral. Do Shinkai, só assisti 5 cm per Second e The Garden of Words, e ambos são muito bons, apesar de preferir este último. Recomendo também tudo do Mamoru Hosoda, conhecido principalmente por Summer Wars e Digimon: Bokura no War Game, porém, recomendo MESMO The Girl Who Leapt Through Time e Wolf Children Ame and Yuki, ambos filmes excelentes em praticamente todos os aspectos, especialmente Wolf Children. Enfim, fica aí as recomendações.

    Sobre Kotonoha no Niwa em específico, acho ótimo. Seja pelo aspecto técnico, com uma animação extremamente detalhada e fluida, ou pela direção, sempre muito sutil (comentarei mais sobre o final depois) e utilizando os mais diversos elementos para expressar o que os personagens estão sentido ou pelo próprio roteiro, que ao meu ver é bem redondo e desenvolve a relação dos dois personagens principais de um forma gradual e sem muita pressa, sendo tudo bem crível e natural.

    *A PARTIR DAQUI, PODE TER ALGUNS SPOILERS*

    Sobre os personagens, acho que faltou falar um pouco em como a professora é uma personagem bem mais humana (no mal sentido) do que parece. Desde que se encontraram (ou pelo menos quando começaram a se conhecer melhor), a professora percebe que o garoto tem uma “queda” por ela: até porque isso era relativamente “comum”, visto que outros garotos já sentiram o mesmo pela personagem. E mesmo assim, ela ainda o usa como espécie de “apoio” (um tema bem recorrente no filme, representado pelos sapatos junto ao andar descalço na última cena, assim como a questão da distância entre as idades e deles se isolarem num “jardim secreto”) durante todo o filme por ser, de certa forma, inútil (ela foi demitida, tem conflitos com escola e alunos, etc). Me parece que ela o faz para evitar tal sentimento, e “explora” (num bom sentido) o garoto para isso, tanto que quando este se declara ela trata isso de uma maneira até que fria e natural. Isso está muito expresso no story board num geral, tanto no cenário como na movimentação das pessoas, ou seja, uma ótima direção num geral. Um pensamento interessante, que talvez não esteja bem no filme, mas essa questão delicadeza e intimidade ao tocar o pé da professora possa ter alguma relação (ou referência, ou TALVEZ seja um arquétipo) com Cinderela e aquele papo do salto de cristal, em que os personagens (especialmente o garoto) estavam fazendo basicamente o mesmo se compararmos com o clássico da Disney, obviamente num contexto mais atual e melancólico, rs.

    Quanto ao final, concordo e discordo. Concordo porque a cena tem um ritmo muito frenético e é meio dramalhona, e isso quebra um pouco de como o conflito era abordado (de forma sutil, tranquila e etc). Mas olhando da perspectiva dos personagens, acho justo. Primeiro, porque é natural que o garoto fique puto daquele jeito, principalmente depois de perceber que a professora estava “usando” ele, como comentei anteriormente. Segundo: ele é um adolescente. Seria até meio incoerente ele ser tão “maduro” do jeito que estava no filme, e essa cena final humanizou mais o personagem ao meu ver, mostrando que ele não é compreensível o tempo todo e possui seus momentos de fúria. E terceiro (algo que não é da cena em si, mas sim quanto aos detalhes dela), acho que esse fim encerra muito bem o tema relacionado à apoio, visto que a professora desce toda a escada descalça e determinada (há um foco muito grande nos pés dela nessa hora, uma boa mise-en-scène), representando que ela amadureceu e não precisa mais de um apoio, e isso contrasta como o garoto se sentia naquele momento, uma das poucas vezes em que ele fica instável emocionalmente, e portanto precisa de um apoio, e a professora faz essa tarefa ao ir atrás dele. Em suma, sim, concordo que essa cena quebra um pouco o ritmo do filme, mas faz sentido se observarmos sob a ótica dos personagens, além dela possuir detalhes interessantíssimos quanto ao conflito de ambos e fechando este muito bem.

    *FIM DOS SPOILERS*

    Enfim, o vídeo foi legal. Gostaria que abordasse mais esse campo da animação japonesa, que é cheio de diversos talentos, e não somente o estúdio Ghibli.

  2. Também adorei o filme,mas acho que aquele momento ´´dramalhão“ que você comentou foi necessário para a conclusão dos personagens.A Yukino disse que estava treinando como andar descalça,e quando o garoto vai embora da vida dela ela corre descalça atrás dele,além dela ser sempre fria com outros e com ela mesma,mas ali ela admite seus sentimentos,dizendo que estava com medo até o Akizuki ajudá-la.O Akizuki que se mostrava sempre confiante com o seu sonho diz que ela deveria ter dito para ele que ela achava impossível e que ele também odiava ela,mas na verdade não era nada disso.Acho que toda essa cena foi importante pra quebrar todo o excesso de calmaria que estava até o momento,tanto que nesse momento o céu que estava nublado se ilumina com aluz do sol,uma cena muito bonita aliás,mas essa é minha opinião.
    Muito bom o video.

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