Como eu faço as minhas análises?

Estava pensando hoje sobre as diferentes abordagens que eu faço nas análises e reviews do Video Quest de acordo com o formato, e isso me levou a outro pensamento: Como eu penso? Como eu faço as minhas reviews?

Eu tenho algumas regrinhas toda vez que vou analisar um anime ou mangá. E a primeira coisa que faço é evitar que o meu gosto pessoal acabe me confundindo. Dizer que um anime ou mangá é bom porque “tem lutas muito foda e tal!” ou “adoro quele personagem” não ajuda, nem justifica a qualidade de uma obra. Gostos pessoais ajudam sim a aumentar a afinidade com que o expectador tem com a obra, mas eu procuro pensar sempre nos “porquês” das coisas. Essa cena foi boa por qual motivo? Por que o protagonista agiu assim? Qual a razão dessa fala?

Eu acredito que tudo que foi mostrado no anime ou mangá tem um motivo estrutural (ou deveria ter, fan service quebra essa regra), então, quando tento avaliar uma obra eu procuro entender sua estrutura e os motivos de cada cena, fala, sequência de imagens, etc. Se isso se encaixa com o meu gosto pessoal, ótimo, se não, tudo bem também, pois, apesar de eu não ser fã de terror, por exemplo, a obra em si me provou suas qualidades.

Eu evito ao máximo descrever o que acontece, pois qual o motivo de você assistir o anime depois que eu contei tudo? Uma coisa é avaliar um fato importante onde é necessário dar alguns spoilers, outra é descrever as cenas, fala por fala, sem objetivo algum.

Sdunk

Eu gosto muito de avaliar personagens. Assisto os animes pelos personagens e quero entendê-los, então, minhas análises se prendem muito aos motivos de cada um, aos sonhos, objetivos e toda a sua personalidade mostrada na obra. Gosto de avaliar o desenvolvimento dos personagens e o avanço com que eles conseguiram no decorrer da história. Isso acaba me tornando um chato, pois quando vejo personagens estereótipos ou personagens sem desenvolvimento, acabo perdendo fácil o interesse.

Só para concluir, dar a minha opinião e justificar meu ponto de vista pode ser complicado, pois cada pessoa assiste um anime por motivos diferentes e avaliam de formas diferentes. Pensando nisso, gostaria de saber o que vocês avaliam em um anime, o que os motiva a continuar assistindo?

Estava pensando hoje sobre as diferentes abordagens que eu faço […]

11 thoughts on “Como eu faço as minhas análises?”

  1. Ótimo Post, vai render boas discussões. Primeiramente eu busco avaliar a diversão inicial que o anime passa, claro que existem várias exceções quanto a essa diversão inicial, pois muito animes passam a ser realmente divertidos depois de uma certa quantidade de episódios, outros não.

    Desse modo, eu acho que para um anime ser realmente interessante de ser assistido ele tem que ter uma boa ideia por trás, personagens carismáticos e alguma coisa que realmente prenda quem está assistindo. Um exemplo de um anime que intriga, é divertido, tem uma boa ideia por trás e batalhas alucinantes desde o começo é Tengen Toppa Gurren Lagann. Na minha opinião, pra um anime ser bom ele tem que ter também uma certa dose de originalidade e criatividade, sem esquecer alguns clichês que se tornam inclusive fator essencial para o sucesso em alguns casos(Naruto, YYH, DBZ) acho interessante, apesar de parecer muito básico quando se abrange temas diferentes. Uma boa trilha sonora também é importante.

  2. Hummm, acho que existem vários métodos de se fazer uma review.

    Eu pessoalmente gosto de expor muito minha opinião, mesmo que ela seja “fanboy”. Misturo muito meu gosto pessoal, mas no meu caso acho que isso faz parte. Na minha opinião o gosto é meu mas outros podem ter o mesmo gosto, então eu nunca me preocupei com isso.

    Apesar do que eu disse, tento não ser cego, se há defeitos gosto de alertar. Normalmente quando vejo um anime, por melhor que ele seja, há coisas que eu não gosto, e eu sempre aponto elas.

    Não descrevo muito cenas, apesar de que eu gosto de soltar um ou outro spoiler para que o leitor da review se sinta interessado. Claro, eu nunca revelaria os grandes plot-twists.

  3. Eu praticamente uso dos mesmos métodos que você citou para avaliar um anime/mangá… Observar se a história é bem estruturada e segue um bom ritmo é necessário para o desenvolvimento da mesma.

    Tentar entender os personagens e seus motivos, colaboram também para você entender a história de uma maneira melhor, mais o principal mesmo é prestar bastante atenção e se divertir com a obra, caso contrário não tem sentido assistir ou ler algo que não te agrade.

    Se obra te diverte e te motiva, assista/leia porque só tem coisas boas a te acrescentar, isso se você realmente gostar e prestar atenção no objetivo que aquela história quer passar ao leitor

  4. Ok, talvez isso fique um pouco longo, portanto vou entender se não tiver paciência para ler. Mas vamos assim mesmo.

    Também não curto a ideia de misturar gosto com qualidade. Parece simples? Não é. Praticamente tenho que fazer um esforço diário para não embolar esses dois conceitos.

    Estudantes de psicologia (e afins) por favor me corrijam se estiver falando besteira, mas parece que temos uma condição natural humana de pensar “eu gosto porque é bom” e depois internalizar essa praga de sentimento como se fosse praticamente parte de seu caráter.

    No entanto poderíamos citar (bom, eu pelo menos posso) vários exemplos de obras que considero tecnicamente ruins, mas adoro assistir e outras que sei que são de ótima qualidade, seja técnica e/ou artística, mas se bobear durmo no meio. Já não basta como evidência de que gosto e qualidade são conceitos independentes?

    Agora, quer saber onde eu acho que embola o meu “meio-de-campo”? Eu vivo me perguntando se qualidade, assim como gosto, não é um conceito subjetivo. E nesse ponto eu sou obrigado a ser humilde e confessar que já me enganei diversas vezes, ao achar algo era excepcional, quando na verdade eu que tinha me deslumbrado.

    Quanto à sua opção por analisar obras pelos personagens, eu entendo o seu ponto de vista. Inclusive faz sentido quando você diz que “Uma boa história se faz com bons personagens”, porque realmente são elementos que normalmente fazem a diferença. Principalmente se for uma obra literária (quadrinhos também? não vejo o porque não). Só que eu acho que, quando se trata de vídeo, ela só se aplica como “regra” para o público, ou críticos, que dão mais peso para esse elemento.

    Concluindo para finalmente finalizar o post, não acho que esse lance de personagens seja tão importante para mim quanto vejo que é relevante para você, mas respeito. Percebo que um filme/anime com “personagens medianos”, por exemplo, me incomoda muito menos do que a você. Contanto que desenvolva outras coisas de forma interessante, pra mim tá ok.

    Chega, né? Ia ser mais específico, mas está ficando grande demais isso aqui. Continue com os posts em texto, estão muito interessantes. Você e o Sakuda (XIL) escrevem coisas bem legais.

    Um abraço.

  5. O que eu mais me pergunto nisso tudo é: Existe pontos objetivos quando se avalia qualquer aspecto de uma obra? A resposta que eu cheguei é “mais ou menos”.

    Por exemplo: Quando vemos uma direção de arte ruim, conhecendo ou não de direção, sabemos que é ruim. Isso porque os aspectos visuais que mais causam impacto no ser humano já foram estudados e são aplicados em quase tudo que vemos ao nosso redor (ACHO que o nome disso é ergonomia cognitiva) logo nosso parâmetro é mais alto do que o que foi nos apresentado, fazendo-nos achar “ruim”. Então alguém pensa “se eu consigo distinguir que isso é ruim então isso tem valor objetivo!”. Ééé…nem tanto porque se perguntarmos pra distinguir o que é bom ou mediano a coisa complica. Variando de pessoa pra pessoa um é outro e outro é um, seja por alguém se lembrar só dos sakugas e avaliar a partir daí, seja por alguém achar que teve muito enquadramento centralizado que não deram dinâmica, ou seja até porque não ousou sair do comodismo da regra dos terços. Enfim, claro que aí no meio tem critérios objetivos mas nada impede de quem avalia de, em sua cabeça, relacioná-los com vários valores pessoais. Nota: Em filmes é mais fácil de distinguir o bom do mediano na minha opinião, uma vez que tem o recurso do Travelling (câmera se mexendo no cenário) mais fácil, no anime, como é 2d, fica muito caro fazer então se limita a só algumas cenas.

    Sobre os personagens eu também acho mais ou menos subjetivo (mesma regra do mediano-bom), a tal “coerência” que nós cobramos deles não passa de simplificações de pessoas que achamos que entendemos. Talvez dê de avaliar melhor em narrativas mais expositivas como PunPun, por exemplo, mostrando o que realmente se passa na cabeça do personagem, mas ainda tem um resquício de dúvida em mim, afinal se o personagem agisse totalmente de acordo com um menino real não ficaria muito inconveniente pra fazer um roteiro interessante? Ou será que ele já age e eu que to pirando? Resumindo, tem muita história real que se fizesse um filme iriam dizer que foi mal escrito e os personagens estariam incoerentes em suas ações, os filmes e desenhos tentam justificar seus personagens deixando-os mais complexos e ao mesmo tempo, ahm…mais rasos…?…ok acho que depois dessa ta na hora de encerrar meu comentário, já fui longe demais haha

    O ESSENCIAL pra mim em uma avaliação de uma obra é ter CRITÉRIOS EXPLÍCITOS DE AVALIAÇÃO, para assim os leitores poderem entender os valores nos quais a obra foi avaliada.

    Não sei se falei besteira, são só pensamentos aleatórios haha

    Adiós

    1. A esqueci “o que vocês avaliam em um anime, o que os motiva a continuar assistindo?”

      Eu vou junto contigo kaneda, os personagens são de longe o que eu mais olho na obra, porém mesmo gostando de ver eles serem complexos e bem trabalhados tem um fator que se sobrepõe a isso, são os diálogos. Caara, pode ser esteriótipo, mas se tiver um diálogo que me prenda eu não dou a mínima haha. Trabalho com arte então também sou bem chato com designs, iluminação, direção etc. Se os outros pontos forem medianos (ou um ou outro ruim vai lá) vai ser o suficiente pra que eu não drope. É isso ai, falou

  6. Muito bem, vamos lá, não vou usar walltexts.. pois tenho One Piece para ler (já é demais, né?)
    Também não gosto de misturar meu gosto com qualidade, na verdade isso não é o certo. Existem muitos animes por aí que eu realmente não vejo nenhuma graça, definitivamente não gosto.
    Ex: Cowboy Bebop, Gurren Lagann. — Mas eu vi uns episódios de ambos, a direção é muito boa, animação, roteiro, tudo isso, impecáveis! Eu sem duvida faria uma review, os elogiando muito bem. Considero a qualidade de um anime algo meio relativo, pois tem o fato de você ir com a cara do personagem, gostar do mundo que se passa a estória, e tudo mais, as cores, etc. Por outro lado, tem o que ngm tem como dizer “isso é bom”, isso vai ser “bom” se estiver em harmonia com todos os outros pontos anteriores, ou pelo menos a maioria deles.
    A prova disso? AKU NO HANA. (;
    Talvez eu tenha falado algumas baboseiras aqui, mas preciso ler OP, só uns pensamentos rápidos sobre seu texto. Muito bom! Gostei bastante, apareça mais por aqui, Kaneda (:

  7. Dizer o que me motiva à continuar assistindo é meio difícil pois é o conjunto da obra o que me motiva, e não um ou outro fator isolado. Mas vamos lá.
    Primeiramente a diversão: eu não quero ver algo que seja chato. Para um anime ser divertido ele não precisa ser agitado, ter ação, aventura, explosões e etc. Ele só precisa me deixar com vontade de ver a próxima cena, seja pela história, pela ação, pela comédia ou qualquer outro elemento que me faça querer ver o que vai acontecer depois.
    Em segundo lugar vem o que a obra quer: se eu estou vendo um anime de comédia por exemplo, eu só quero rir, não vou me importar muito com outras coisas pois o anime é feito pra provocar risadas e se eu estiver rindo, estou satisfeito. Mas se o anime quer contar uma história séria, então eu quero ver uma boa história sendo contada.
    E por ultimo vem o fator “gosto”: é meio óbvio que se eu não gosto de determinado gênero eu vou evitar animes deste gênero. Esse último fator não vale para fins de análise, mas me influencia na hora de escolher o que vou ou não assistir.

  8. O que me motiva a continuar assistindo o anime é a diversão e a qualidade. No entanto é difícil diferenciar séries que são boas e séries que só divertem ou que você gosta, mas não necessariamente são boas. Normalmente as que acabam me prendendo são as que divertem.

    (Ainda tem a categoria dos filmes/séries/animes que são bons e não divertem, mas acho que isso é só comigo)

    De qualquer jeito, cada um pode interpretar um anime/filme/série de tv/etc de forma diferente. Não acho certo ditar o que é bom e o que é ruim, pois para você um anime X, que os críticos dizem que é ruim, é uma bosta, agora pra outra pessoa esse anime X é muito bom, porque essa pessoa achou algum significado, alguma coisa boa nele. Mesmo assim, na maior parte das vezes, essa pessoa que gosta do anime X na verdade não para pra analisar o que ta assistindo, só assiste por diversão ou só acha aquela série boa por causa de memoria afetiva, nostalgia, etc.

    Ainda assim, o trabalho de um crítico é julgar a série, analisá-la, dizer se ela é boa ou ruim e recomenda-la ou não, mas essa é só a opinião desse critico. No final, o que vale para mim é se eu gostei ou não da série, não procuro dizer se ela é realmente boa, só aponto o que, na minha opinião, é ruim ou boa nela(personagens, arte, musicas, enredo, etc).

  9. Posso dizer que aquilo que avalio em um anime são os seguintes pontos: enredo geral, história das personagens, desenvolvimento das personagens, animação, trilha sonora, relações das personagens… Esses são os principais pontos… O que me faz continuar assistindo é o objetivo da história & de suas personagens…

  10. Umas das coisas que o VQ introduziu na minha vida foi a análise dos naimes. Antes de conhecer o VQ eu assistia anime por assistir, contudo após o VQ da Madoka comecei a avaliar todos os animes que passei a assistir e depois de algum tempo eu deixava de assistir alguns animes. O primeiro foi Naruto, pois os rodutores começaram a misturar os fillers com a hsitoria original. Depois disso o meu modo de assistir anime mudou, os animes ficaram mais refinados. Juntando essa historia com a quantidade de animes absurda que assisti nesses ultimos 7 anos, uma das coisas que mais odeio nos animes é a mesmice, não o clichê, pois o clichê é algumas vezes válido, ou referências, que é a melhor de todas (quando vi a Ismália de Alphonsus Guimarães em The World God Only Knows quase piro).

    A mesmice se torna algo reougnante pois mostra a falta de criatividade do autor que não se dedicou pelo menos algum tempo pra fazer algo bom e pegou modelos prontos de outras obras pra colocar na sua. Exemplos de mesmices existem aos montes, contudo já vi obras que à primeira vista seria mais uma mesmice de anime mas depois se tornou algo muito bom, como Hentai Ouji to Warawanai Neko.
    Depois disso outra coisa que gosto muito em animes são as surpresas, algo que eu nunca esperava ver no anime acaba acontecendo, desde mortes, traições ou até mudanças de personalidades, se for algo bem feito pode transformar o anime de algo bom para uma obra prima (passei a gostar de Madoka depois do episódio 3, entendedores entenderão). Existem outras coisas que percebo no anime (mundo, personagens, desenvolvimento, etc), mas esses são os principais, podendo decidir pra mim quais os animes que continuarei assistindo na temporada X ou que passou no ano Y, ou o fato da obra estar entre os melhores que assisti na vida (Madoka e Berserk em primeiro com Code Geass em segundo, podem me odiar muhuhuahahahah). Desculpe se ficou grande. Se eu estiver errado, corrijam-me.

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