Review: Pokémon BW Episode N (07-08)

Dizem que a alegria da infância jamais volta. Pura mentira.

07 – Emergência! A equipe de resgate Pokémon da costa do golfo!

É, conseguiram enfiar mais um filler nessa temporada que nem é tão grande. Neste episódio, Ash passa novamente pela cidade Virbank, onde já enfrentou Roxie, líder do ginásio do tipo venenoso (minha líder preferida, já que tem uma banda de rock!). Mas desta vez, eles conhecem uma equipe de resgate da cidade, especializada em combater incêndios. Esse tipo de equipe de resgate é bem comum no universo de Pokémon. Caso se lembrem, o Squirtle de Ash entrou para uma equipe semelhante na região de Kanto, o “Esquadrão Squirtle”.

Usar as habilidades dos pokémons nesses e em outros tipos de tarefas é bem prático, como dá pra notar neste episódio: enquanto alguns usam o ataque Hidro Bomba para apagar as chamas, outros podem retirar as pessoas dos prédios pelas janelas usando ataques psíquicos, ou cavar túneis para atingir lugares difíceis. Tanta praticidade acaba até tornando o mundo de pokémon tecnologicamente “atrasado”, afinal, pra quê binóculos com visão infravermelha ou radares se um Watchog tem a habilidade nata de sentir as coisas sem precisar enxergá-las, não é? E de fato, é raro ver bombeiros com caminhões pipa nos incêndios em Pokémon. Basta 1 Oshawott, que tem mais água em seu corpo do que um caminhão inteiro, hehe (não vamos falar que isso é um defeito do anime, ok? Já é algo natural no universo de Pokémon. Se fosse para ser realista, o máximo que pokémons aquáticos poderiam fazer era cuspir).

O foco do episódio é justamente o Watchog da equipe de resgate, que não quer apenas trabalhar impedindo que outros cheguem em áreas de risco, mas também quer usar as habilidades dele diretamente nos resgates. Ah, o N também participa do episódio, mas… ele num primeiro diz não gostar da idéia de ver pokémons sendo usados em situações perigosas para salvar humanos. Hiroto, o líder da equipe, se defende dizendo que, invertendo os papéis, é a mesma coisa que um humano se arriscar para salvar um pokémon. Tenho que confessar, achei o raciocínio do Hiroto mais convincente que o do N. Tanto é que N muda de idéia depois, e acaba usando a sua habilidade nata (de entender o que os pokémons falam) pra fazer uma dupla com Watchog, durante um incidente na segunda metade do episódio. Não entendi o N aqui… colocaram uma questão boba pra ele defender, e por causa disso ele acabou ficando como o “errado” nisso tudo.

Outro ponto negativo do episódio: A teimosia do Ash, num episódio onde o assunto envolvia segurança. Ele ignorou algumas ordens de Hiroto. Num país como o Japão, onde terremotos são comuns, e provavelmente crianças no ensino fundamental aprendem bem cedo como seguir orientações de segurança, o Ash deu um mau exemplo, ainda que tudo tenha acabado bem no final, por sorte (mas e se a estação de energia tivesse explodido? Ainda mais com pokémons jogando água num equipamento elétrico. Perigosíssimo).

08 – Queime Charizard! VS Dragonite!!

Preparem seus lenços de papel. Agora nossos heróis chegam em um festival onde o tema é a região de Kanto. Muitos bonecos de pokémons que não são nativos de Unova estão nas barracas, há comida típica da região disponível… Todo um aroma nostálgico está presente no ar, tanto para o Ash, quanto para os fãs antigos que estão assistindo (eu incluso!). E olha, já adianto que nos episódios futuros esse clima nostálgico vai aumentar mais ainda…

Fiquei esperando o N dizer “Pokémons não devem ser vendidos como produtos porque isso é errado“, mas felizmente ele não fez isso (ainda bem, quase quis dar um tiro nele no episódio passado, haha). E é óbvio que o N não diria algo assim no anime. Mesmo que talvez a Game Freak queira modificar radicalmente a franquia no futuro (pode acontecer, mais cedo ou mais tarde), o objetivo sempre será vender jogos, pelúcias, cards e tudo quanto é quinquilharia, não é?

Olha quem está junto com o professor =)

Logo no início há uma referência que só fãs antigos perceberiam. Lembra do vendedor de “Magicarpas”, que enganou o James no SS Anne e deu uma Magikarp inútil pra ele, dizendo que ele poderia ficar milionário? Ele já reapareceu outras vezes (em outras temporadas), e faz uma aparição sutil aqui também! Vemos também o Professor Carvalho apresentando os pokémons iniciais de Kanto em um telão (com outro protagonista antigo bem atrás dele), e pouco depois um dos iniciais é apresentado ao vivo para as crianças. Ash então começa a contar para seus companheiros de viagem algumas lembranças, e olha só que presente pros fãs: MUITAS cenas antigas, das primeiras temporadas, são refeitas com a animação atual (mas com muita fidelidade), sendo narrados com detalhes, contando a história de Charizard. Haja coração com tanto saudosismo tentando fazer você dar gritinhos de alegria.

Caras, não tenho nem muita coisa pra comentar sobre a primeira metade. Simplesmente eu molhei os olhos, de verdade. Foi uma homenagem emocionante para os fãs. E na segunda metade, Ash faz uma troca no Centro Pokémon para chamar Charizard pro time e apresentá-lo para Íris, Cilan, N e seus respectivos pokémons. E o N solta a reflexão do dia, ao sentir que a amizade de ambos (Ash e Charizard) não mudou nada, mesmo que o tempo tenha passado, a distância os separado, e Charmander tenha evoluído duas vezes (é como se cada evolução representasse uma fase da vida: infância, adolescência e idade adulta… será que é por isso que Charmeleon era desobediente?). Sim, amizade verdadeira é aquela que resiste ao tempo, idade e distância. Você já leu essa frase umas quinhentas vezes no Facebook com certeza, mas o exemplo de Ash e Charizard é tocante e convincente de verdade (acho que até mais que a amizade Ash/Pikachu, porque o Pikachu não “cresceu” e nunca ficou muito tempo longe do seu treinador).

Refizeram essa cena de um dos episódios mais chorosos da primeira temporada, sacanagem viu

Mas o que seria um episódio de Pokémon sem uma batalha, não é verdade? O Dragonite da Íris e o Charizard logo se desafiam só pelo olhar, e é claro que ambos fazem um duelo. É isso que os pokémons fazem para provar sua força e serem reconhecidos e respeitados um pelo outro.

Lá no início dos reviews eu disse que é ruim o Charizard aparecer somente como Deus Ex Machina para derrotar lendários. Mas nesse caso do Episode N eu vou acabar perdoando, primeiro porque a homenagem foi linda, e também porque ele voltou para a equipe antes da treta com Reshiram começar pra valer, sem chegar de surpresa.

Alguém mais deixou escorrer lágrimas com esse episódio? Não deixe de comentar! =’)