Yankee-kun to Megane-chan – Clichê sim, ruim não.

O que é clichê?” Já pararam para pensar nisso? O que é necessariamente um clichê quer dizer automaticamente que é ruim? Nem sempre. “Yankee-kun to Megane-chan“, é uma obra despretensiosa, divertida, um pouco previsível e totalmente clichê. Mas porque eu gostei tanto da série? Bom, vou tentar explicar o motivo a seguir.

O que eu vou dizer de Yankee-kun to Megane-chan?” Essa é uma pergunta que não me saiu da cabeça, uma vez que o desafio aqui é não contar spoilers. “Essa série não possui nada de excepcional, é verdade, mas mesmo assim funciona…” Com isso em mente (e com a grande ajuda do Kitsune), percebi um bom tema para lidar: o clichê. Por definição, podemos dizer que algo é clichê, quando se repete com tanta frequência que já se tornou previsível dentro do seu contexto (Obrigado Wikipédia!).

Virou um senso comum dizer: “Isso é clichê! Não vou ver porque deve ser ruim“. Não existe um clichê ruim e sim um mal utilizado. Se isso fosse tão ruim, porque existiriam tantas obras assim? Seja livros, séries e filmes? A resposta esta na mente humana: Nós temos a tendência de gostar mais do que conhecemos do que algo novo. Podemos controlar o que conhecemos e sentimos segurança em avançar até certo ponto, pois sabemos onde vai dar. Agora, quando lidamos com a novidade, há a hesitação, o receio. O clichê atinge em cheio essa questão!

Yankee-kun to Megane-chan” é uma série curta de comédia, que estreou em abril de 2010  na TBS do japão. É baseado no mangá de mesmo nome da autora Miki Yoshikawa (que foi assistente de Hiro Mashima, autor de Fairy Tail), lançado em outubro de 2006 na Kodansha’s Weekly Shõnen Magazine com 211 capítulos finalizados.

Não tive o privilégio de ler o mangá, mas depois de assistir a série, com certeza vou gostar. A obra tem tudo que você pode querer, como personagens carismáticos, um pouco de comédia, drama e romance (como sempre), e todos os clichês possíveis e imagináveis: Protagonista busca o seu melhor durante a série, alguns personagens lidam com os seus medos e os superam, brigas na escola e na rua, triângulo amoroso, vilão que vira amigo do protagonista, escola cheia de personagens estereotipados (o CDF, a Aluna Má, O Medroso, etc), festival da escola, acampamento de estudos e outros.

Mesmo com todos os clichês acima, a série não decepciona, porque existem 2 qualidades que são muito bem ressaltadas: Primeiro: os personagens são desenvolvidos o mínimo possível durante o tempo de exibição (são 10 episódios de 45min,  pouco tempo, mas muito bem utilizado). Apesar de cada um ter as suas características iniciais, até o último episódio eles crescem como pessoas e aprendem a lidar com os seus problemas. Segundo: Cada capítulo possui um tema central, seja evidenciar o triângulo amoroso, seja destacar um personagem para mostrar um pouco da sua personalidade e de seus conflitou ou até mesmo nos emocionar (com o melhor episódio para mim, onde o professor leva a turma da escola para o acampamento).

O plot é simples: Daichi Shinagawa é um estudante deliquente, que não procura estudar e não sabe o que fazer ao terminar os estudos. Ele é conhecido (por engano) como Furacão Ada e por conta disso arranja muitas brigas por onde passa. Ele conhece Hana Adashi, a representante de sala animada que tenta colocar um pouco de juízo na cabeça dele. Spoiler leve: Ela é uma ex-delinquente (tratada na série como yankee) e é a verdadeira Furacão Ada.

O tema principal é exatamente esse: Até onde vale a pena você fugir de quem realmente é para agradar a todos? Se por um lado temos um protagonista encrenqueiro mas que por dentro é um cara gente fina que gosta de ajudar, por outro temos a aluna que procura ser normal, mas contêm  toda a sua personalidade na tentativa de se enturmar com a classe. Nesse ponto há algumas questões interessantes, como o protagonista Shinagawa que possui a “fama” de encrenqueiro e qualquer boa ação dele é interpretada de forma errada pela turma. Ele, como uma fuga de seus problemas familiares (gostei do desenvolvimento desse lado, pois explica a sua personalidade) aceita essa fama e passa a agir assim. Também tem o caso da representante Adashi que desistiu da vida de encrenqueira (claramente por causa do seu avô) e tenta “ser normal” (Reparem que a cada momento de frustração da personagem ela leva a mão aos óculos, numa clara demonstração de conter seu lado explosivo).

Com dois personagens principais fortes como esses, os secundários ficaram de fora? Não, há um destaque para os outros três membros do conselho estudantil: Seiya Chiba, um garoto com medo de enfrentar os problemas da vida que prefere o lado fácil da reclusão. Com a ajuda de Shinigawa e Adashi acaba descobrindo como lidar com isso. Rinka Himeji, a discípula encrenqueira da Adashi que jurou lealdade à sua mestra, Gaku Izumi, o CDF da turma, sempre com notas altas. Totalmente mal humarado e ácido em suas frases, mas por algum motivo faz sucesso com as alunas da escola.  Ele possui um segredo (que é tão óbvio mas eu não peguei. Mais 1 ponto para a série).

Os conflitos familiares dos personagens são destaque, principalmente a família de Shinigawa. Não porque ele é o protagonista mas é pelo fato de ser a melhor trama, com 2 questões chave: o futuro profissional dele e o seu relacionamento com a irmã. No caso da Adashi é mais simples, mas nem por isso irrelevante. Seu avô é a única família que ela possui portanto há uma forte presença dele nos episódios.

Yankee-kun to Megane-Chan vai te contagiar sim, mesmo com os clichês óbvios das comédias/românticas japonesas. Não é engraçado, mas contagiante. É diferente. Se você quer relaxar alguns minutos do dia, assista. Você não vai se arrepender.

Agora eu vou me preparar para o próximo texto.

Abraço e aguardo comentários!

“O que é clichê?” Já pararam para pensar nisso? O […]

13 thoughts on “Yankee-kun to Megane-chan – Clichê sim, ruim não.”

  1. Opa, gostei do texto. Eu acompanho o mangá de Yankee-kun to Megane-chan até os capítulos onde já foram traduzidos para o inglês, e recomendo… é muito bom ^^ E quando descobri que existe um Dorama tive que sair correndo pra ver, pena que só tinha conseguido achar ele pra ver online… mas o Dorama não deve em nada em relação ao mangá. Os personagens no Dorama foram bem retratados em relação ao que existe no mangá, com seus trejeitos e paranóias praticamente iguais aos do mangá. O protagonista Shinagawa, com suas caretas, expressões faciais e comportamento está identico ao mangá… ponto positivo pro ator ^^ .. e eu gostei tb dos outros atores q fizeram os outros personagens. E a história é essa mesma, da garota que foi uma Yankee famosa, e que quer fugir disso e que arrasta o outro protagonista, o Shinagawa para o mesmo caminho, e outros acabam se juntando ao grupo ^^ A série tem um humor leve, nada escroto, a discussão é boa e a interação entre os personagens é legal… e para mim é uma história muito boa para ser adaptada direta para um Dorama.

    Enfim, gostei do texto e o tema me surpreendeu, não creio q exista muita gente por aí q poste algo sobre Yankee-kun to Megane-chan ^^ Continue assim, e parabéns XD

  2. Excelente texto, como sempre. Porém, como disse anteriormente, não espere muitos comentários quando raramente alguém discorda do quê você escreveu.
    Isso não significa que as pessoas não gostaram, muito pelo contrário, ficou muito bom para reclamar de alguma coisa. Sei que você entende a problemática das pessoas gostarem mais de comentar diretamente sobre o quê não gostaram enquanto possuem expectativas, porém comentam em outros lugares sobre coisas que gostaram e não querem acrescentar mais nada (uma boa propaganda “boca a boca”).

  3. Bem, o que posso dizer desse dorama?
    Simplesmente cativante…
    Fiquei realmente contente por você (Kaneda) por mostrar a forma clara do drama, sem rodeios (ou spoiller). Mas o que me cativou mesmo é a forma de como cada episodio é abordado um tema diferente foi isso o que me prendeu até o fim (pra mim esse é o diferencial). E um ponto a mais para o drama é a musica “Loose Leaf” do Hilcrhyme essa musica se encaixou muito bem na serie.
    Bjus.

  4. Achei muito interessante este dorama !
    Principalmente pelo seu texto ter exposto um ponto que sempre pensei sobre
    que é o clichê , eu sempre pensei comigo mesmo ” se o clichê é algo considerado ruim por que os autores teimam em utiliza-los ?”.
    Pois é muito verdade o que você escreveu que a diferença na hora de utilizar um
    clichê é o modo de utiliza-lo !
    Eu considero que o melhor modo de se utilizar o clichê é tentar inovar dentro do mais do mesmo !
    Usar e abusar das situações mais inimaginaveis !
    Em fim o que me interessou pela série são os dois personagens principais por serem o
    exato contrário do outro e as situações que podem surgir através dos mesmos !

  5. Eu já tinha visto esse dorama por aí e tem até um ator que eu conheço (o que faz o Gaku Isumi), mas quando fui ver a sinopse realmente achei clichê demais e não baixei. Mas depois do seu post agora vou dar uma chance, parece o meu tipo de dorama ^^.
    Não sei porque mas os meus comentários na sua coluna não tem aparecido, (vocês me deletaram?? oO), toda vez posto e quando vou olhar depois ele não está mais lá.

    Obs: não sou a mesma karol é de cima.

    1. Nós não costumamos deletar ou moderar os comentários não. Só se tiver alguma ofensa ou muito palavrão no meio, mas não foi o caso, né?! XD Será que não deu erro no navegador?!

      Uma dica: Copie o texto no bloco de notas antes de enviar. Caso não apareça a mensagem ou dê algum erro, copie e tente de novo. ( eu tenho que fazer muito isso quanto estou no trabalho )

  6. É uma observação boba, mas a atuação do elenco é boa, exceto pelas expressões faciais. Izumi torce a boca para falar coisas rudes e Shinagawa parece um pato às vezes, não sei dizer se ele está bravo ou rindo. BTW, o cara do IMPOSSIBRU está presente no drama.

  7. Olá, estou tentando entrar em contato com vocês, mas infelizmente não consegui, então usei a tatica de comentar no post que vocês tem menos comentarios.

    Eu espero sinceramente que vocês leiam. Caso não funcione apelarei para o twitter.

    Sou Fernando e pertenço ao blog de tirinhas de anime Midori no Kaze (recentemente lançado) e sou editor da revista Chapters (1 ano de existência) e acompanho os videos de vocês a um certo tempo e gostaria de fazer uma parceria, entre o midori no kaze e vocês.

    Existe o interesse? como podemos trabalhar? fico no aguardo de contato. Grande Abraço.

  8. Eu traduzo e edito o mangá pela OMG Scans, e achei bem legal o fato de você falar do Dorama. Eu já sabia de sua existência, mas ainda não assisti, e confesso que fiquei decepcionado por ser esse formato, e não um anime, mas darei uma chance e conferirei. xD

  9. “Ter clichê não quer dizer que é ruim” THIS! Odeio quando mostro as coisas para as minhas amigas e elas só falam ‘saco, isso é tão clichê’, sem nem dar uma chance! ç_ç anyway, excelente o seu texto! O/ conseguiu retratar bem o que se passa no dorama sem dar um spoiler (e, cara, para mim isso é quase impossível; como falo de mais – e acredito que, sem querer, sou meio fofoqueira -, sempre acabo falando o que não deveria… cof).
    Adorei o dorama; assisti porque gosto dos atores protagonista (Naka Riisa e Narimiya Hiroki), por isso, já sabia que seria legal. Todas as personagens foram do meu gosto (isso porque dificilmente gosto de personagens femininas), cada um com seus problemas e personalidades… clichê, mas legal.
    Apesar de clichê, recomendo também. Sem dúvidas, o clichê irá te surpreender =)

  10. Cara adorei sério vou começar a assistir a série, e talvez se for possível ler o mangá, me atraio o fato da mangaka ter sido ajudante do Hiro.. bobo não?
    mas eu sempre olhava pra esse dorama me parecia ”engraçado” mas pensava nossa só se eu não tiver tempo mesmo.. e nada mais para ler.. haushoiuas mas você mudou minha opinião ^^ obrigada adorei a leitura!

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