Bakuman 123 e 124

Desculpem o atraso; foi o carnaval que distorceu minha noção de tempo e espaço, e quando vi, fiz merda. Podem criticar.

Mas vamos ao que importa: no capítulo 123, para minha tristeza, Nanamine não contratou um troll ou um Uruk-hai como um bom vilão faria; apenas ressuscitou o glutão do Nakai para ser seu assistente; óbvio. Mas aqui também vemos que, enquanto Nanamine é um “mal absoluto”, um “yin sem yang”, o Nakai, por mais que seja glutão, tarado, interesseiro, papa anjo, e não saiba separar o trabalho da vida pessoal, ele ainda consegue ver o mal nos atos do vilão; ele ainda é humano.
Mas por que Nanamine é tão caricato? Todos sabemos, desde o início, que ele vai perder; a questão sempre foi “como”. Ele precisa ser caricato para que a revista Shonen Jump nos mostre que aquela é uma prática errada: se no caminho ele fosse angariando fãs e se tornasse popular, ao invés de um Hitler teríamos um Jesus; ao invés de um monstro derrotado, um mártir. E a Jump nunca poderia aceitar um mártir.
Quanto ao Hiramaru, eu gosto das cenas de romance protagonizadas por ele. Sério, eu gosto do romance de Bakuman, que muitas vezes corre como um rio tranqüilo e relaxante, de uma forma tão idealizada mas ao mesmo tempo tão real, tão crível, sem tanto grito, sem porrada em direção a lua. Devia ler mais shoujo.
No capitulo 124 ouvimos os tambores ressoarem, as bandeiras serem hasteadas ao horizonte: a derradeira batalha começa entre os Jump Boys e a entidade do caos e da anarquia, Nanamine, o Super Bishonen!
Com sinceridade, eu não esperava essa primeira vitória, mas após a vitória, eu esperava alguns arcos de “luta” entre os dois lados da disputa, mas a forma como logo após a vitória no segundo capítulo temos uma série de derrotas nos capítulos seguintes, de uma forma tão forte, tão humilhante e tão colossal, me faz pensar que alguém na Jump deve ter enfrentado problemas de mangakás rebeldes e quis crucificar esse para servir de exemplo.

Tal como nos hieróglifos, onde os derrotados pelos deuses são  retratados como seres pequenos e  fracos,  Nanamine aparece acuado e desesperado,  perdendo todo o seu já escasso crédito ao mostrar essa sua fraqueza; talvez o único sinal de humanidade demonstrado por ele.

Desculpem o atraso; foi o carnaval que distorceu minha noção […]

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