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#TezukaDay – Apollo's Song – O amor e a verdadeira essência do ser

OBS: Pelo tamanho do texto, esse post será dividido em três páginas que podem ser acessadas onde indicadas ou no final da página. Para experiência completa do evento, recomendo a leitura das três.

OBS2: Não possuo o direito de nenhuma das imagens referentes ao manga em questão, todos os direitos pertencem aos respectivos donos e estão neste artigo para propósitos de análise e crítica literária. I don’t hold any rights of the images of the manga in here, all rights belongs to the respective owners and are here for the only purpose of literary criticism.

Introdução

A imagem que o ocidente constrói do Japão moderno normalmente perpassa dois lados: ou o bizarro, o inédito, incluindo aí toda a tecnologia “fantástica” que é propagandeada vinda daquele lado do globo; ou um país conservador, onde seus cidadãos demonstram um incrível senso de comunidade e buscam incessantemente uma vida melhor através do trabalho disciplinado. O que nos resta como opção de outro Japão é aquele de cultura secular vendida para o exterior.

É óbvio afirmar que país nenhum poderia ser dividido em poucas cores. As características mais marcantes que nos remetem a determinado grupo social são fruto da filtragem pela qual passa as informações dentro dos meios de comunicação. Apenas os que ignoram ou são ignorantes por falta de escolha poderiam pensar de forma diferente. Por isso mesmo é difícil imaginar o Japão dos anos sessenta e setenta, época da publicação de Apollo’s Song, pois existe uma espécie de vão na percepção que formamos desse país.

Em um olhar vemos os templos budistas, xintoístas e a era feudal. Ao piscar rápido temos Tóquio com suas luzes coloridas, sua tecnologia fascinante e seus comportamentos bizarros. Entre essa piscada, apenas uma escuridão que marca o ataque à Hiroshima e Nagasaki.

Fica a questão: Onde está o elo entre esses três momentos?

Osamu Tezuka, tão profícuo desenhista e contador de histórias, não pode ser reduzido a um evento histórico, a um fato do passado. Não, Tezuka pode e deve ser visto como alguém que esteve verdadeiramente presente no seu tempo, refletindo essa necessidade de estar no mundo pelas suas obras.

É assim que em 1970 a publicação de Apollo’s Song vem remeter-se não somente às inovações científicas presentes e imaginadas, como muitas outras ficções científicas fizeram e fazem, mas também às necessidades de um tempo em ser expresso pela arte.

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