Amar e ser Amado – NewPOP Editora

Asuka Nogi é uma típica japonesa de classe média quadrinística, trabalhando em um escritório qualquer e procurando resolver sua vida amorosa. Vida essa bastante complicada por ser completamente apaixonada pelo seu amigo de infância, Taihei. Mesmo estando nessa paixão platônica há mais de 15 anos sem nunca ter sido levemente correspondida, a garota não desiste e procura sempre manter contato com o amigo, chegando a ser sua confidente para todos os assuntos, o que inclui ouvir seu grande amor comentar sobre seus próprios problemas amorosos com outras mulheres.

Apesar de não se portar com muita “feminilidade”, Asuka acaba atraindo a atenção de um colega de trabalho, Sengaku. Com 26 anos, alto, bonito, popular entre as mulheres do trabalho e bastante confiante, ele começa a dar em cima da garota de forma bem objetiva, deixando claro suas segundas intenções. Mesmo cultivando uma imagem de “galinha”, Sengaku se mostra paciente e verdadeiramente interessado em Asuka, o que começa a balançar o coração da protagonista.

Lançado em Junho de 2011 pela Editora NewPop, temos em Amar e ser Amado um shoujo sem grandes reviravoltas. Até por ser uma história de volume único, existem dois caminhos claros demais: Ou Asuka ficará com seu amigo de infância, Taihei, ou com o carismático colega de trabalho Sengaku.

Isso é algo extremamente comum em shoujos medianos, mas o problema aqui começa no fato de ser uma história rápida demais. No meu gosto, uma das coisas que mais sustentam um shoujo de romance é a possibilidade de torcermos para que a protagonista fique com um ou outro pretendente. Porém, em Amar e ser Amado isso é bem complicado pois não há tempo de conhecermos de fato os personagens. Além disso, o pouco espaço permite uma atenção maior apenas para Sengaku, *SPOILER* o que torna o final do manga um tanto quanto óbvio.

Apesar da obviedade do enredo e da impossibilidade de realmente nos envolvermos com os personagens, Amar e ser Amado vale uma leitura rápida para passar o tempo. Um dos seus principais pontos altos está no bonito, mas dinâmico, traço da autora Yukari Yashiki. Isso aliado ao papel sulfite usado pela NewPop deixam a leitura bem mais agradável, algo que certamente se perderia em um papel jornal das outras editoras.

Mas se Yukari Yashiki acerta bem nos desenhos, nem sempre é possível afirmar o mesmo da sua estrutura narrativa. A verdade é que em momentos cruciais a narrativa apresenta-se bastante confusa (a cena de maior intimidade entre Teihei e Asuka é muito mal feita, perdendo todo o impacto que era necessário).

Por fim, mas não menos importante, o tratamento gráfico da editora. No meu último post sobre um manga, comentei aqui sobre outro trabalho da NewPop, o brasileiro Zucker. Lá eu comentei sobre a necessidade uma revisão mais minuciosa, o que infelizmente também é o caso aqui. Infelizmente esse é um defeito recorrente da editora e eu realmente espero que depois do hiatus que a editora vem passando desde Julho, esse seja um problema resolvido. Não dá para continuar pagando R$14.00 e ler coisas como “Vai me escutaS”, “adimiti” ou mesmo errar na grafia do nome do protagonista (“Sangaku” ao invés de “Sengaku”). Esse tipo de coisa eu relevo se estou lendo por scans, mas se estou pagando pelo volume oficial, faz parte do mínimo a ser oferecido.

Apesar do off-set ser mais bonito e valorizar a impressão em preto, seria interessante uma gramatura maior para evitar o efeito de transparência que é facilmente perceptível em um manga com poucos backgrounds como é o caso. Para fechar, preciso comentar que a edição dos textos poderia ser melhor, não fluindo tão bem como deveria, principalmente por se tratar de uma obra ambientada no mundo atual.

Amar e ser Amado não é uma indicação obrigatória e certamente não fará falta na sua coleção. Mas caso você tenha um dinheiro sobrando e quer quebrar o tédio, chega a ser uma leitura suficiente. Além disso, serve como aperitivo para o próximo lançamento da editora com a mesma ilustradora, o manga Made in Heaven.

Quer ler outra opinião sobre esse manga? Passe lá no parceiro Yon-Koma que comentou bem antes de mim.

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Asuka Nogi é uma típica japonesa de classe média quadrinística, […]

10 thoughts on “Amar e ser Amado – NewPOP Editora”

  1. Saudações

    Histórias do gênero shoujo possuem seus diferenciais visíveis.

    Não li este mangá em específico mas, utilizando de seu texto como fonte de avaliação, acho difícil o enredo da obra me agradar completamente, Denys.

    Entretanto, irei procurar por [Amar e ser Amado] aqui em Curitiba, para poder ter uma opinião mais assertiva sobre a obra. Não quero, de repente, ser injusto com a mesma (não que você tenha sido, não é isso, ok?).

    Ótimo texto.

    Até mais!

    1. @Carlírio
      Se o enredo em si não parece que será do seu agrado, acho melhor nem comprar, existe melhores opções nesse caso.

      @Roberta
      Quais reviravoltas? Sinto tudo muito linear.

      @Kauê
      Eu até concordo, por R$14,00 dá pra comprar um bom livro pocket, mas estava limitando apenas aos mangas. Vi no post do Yon-Koma que você ia ler, pela opinião apresentada deve ter lido, o que achou com mais detalhes?

      Gyabbo!

  2. Tem todos os clichês do gênero, Amar e ser Amado, porém até que foi uma boa leitura. As reviravoltas são boas, apesar de que a forma como ela usou muitos dos clichês, me incomodou bastante. Mas é como você disse, se tiver dinheiro sobrando…. (apesar que há opções melhores em 1 ou 2 volumes apenas, lançados pela Panini).

  3. Olha, sou da opinião de que se a pessoa está com dinheiro e tempo sobrando, compre um livro, vá ao cinema. Essa porcaria não acrescenta nada, nem é bom como diversão, não deve ser lido apenas por ser mangá.

  4. Atualmente andam saindo muitas boas obras curtas no genêro shoujo, como “Amar e ser Amado”, “Eensy, Weensy Monster” “Contos de Amor para Você” e “Spicy Pinck”, apesar de eu achar que está é a primeira da New Pop. De qualquer forma é um filão viavel e vem para suprir uma demanda de pessoas que querem uma história boa e curta, sem tempo e paciência para os Kimi no Todoke da vida.

    É verdade que a qualidade gráfica anda por desejar e certo erros são grotescos, pois denotam desleicho e não contenção de custos, mas ainda é passivel de ser lida e por que não, adornar uma coleção.

  5. Pois é. Eu comprei, não me arrependo, mas confesso que esperava mais, tanto do roteiro e narrativa (os desenhos estão bons para mim) quanto da edição (os erros chegam a doer os olhos). Gosto desse terreno dos joseis curtos, de uma ou duas edições (curti o Spicy Pink, por exemplo), e fico feliz pela iniciativa da NewPOP. Mas não gostei muito da escolha do título e da autora (li o próximo, Made in Heaven, via scan e vi os mesmos problemas que este) e acho que a editora precisa urgentemente melhorar a revisão e a adaptação do texto.

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