Alice no País das Maravilhas – Editora NewPop

Olá a todos, como estão? Eu estou bem, principalmente agora que terminaram os posts sobre as minhas primeiras impressões dos novos animes. Não me entendam mal, mas é que foram muitos, mais do que eu estava acostumado, não me arrependo de ter escrito nenhum, mas que foi algo cansativo não posso negar. Agora vou tentar me focar em alguns outros aspectos do blog como filmes, doramas e principalmente, mangas. Por isso, hoje trago para vocês minhas referências sobre a releitura de um clássico, Alice no País das Maravilhas.

Falar sobre Alice no País das Maravilhas é praticamente secar gelo em se tratando de uma obra literária ocidental e nos seus infinitos desdobramentos. Difícil conhecer alguém que não ouviu pelo menos falar das aventuras da pequena Alice após cair na toca do coelho. Mas assim como a autora dessa releitura em forma da manga, Sakura Kinoshita (mesma autora de Matantei Loki Ragnarok, que teve sua versão em anime lançada pelo Animax),   comenta em seu Free Talk, ainda existem muitas pessoas que não tiveram um contato com essa grandiosa obra, seja no livro original ou por suas outras versões.

Aproveitando oportunamente o lançamento de mais uma dessas versões em um filme estrelado por Johnny Depp e dirigido pelo excêntrico diretor Tim Burton, a editora NewPop não perdeu tempo e trouxe para o mercado brasileiro essa versão em manga. Posso dizer que felizmente isso não aconteceu pelas mãos de outra editora, pois duvido que o trabalho gráfico ficasse tão bom quanto o que se obteve. Apesar de fino e um pouco mais caro que o preço médio de um manga, R$12.00, Alice no País das Maravilhas vale cada centavo em termos técnicos.

Primeiro é importante salientar que a história é totalmente colorida, e bem colorida, em uma impressão caprichada. Disse que fico feliz por esse manga ter vindo pela NewPop por ter minhas dúvidas se outra editora teria lançado-o à cores também, o que tiraria boa parte do seu charme. Além disso, o manga possui uma capa mais grossa e brilhante, contando com orelhas, dando um ar de livro. Sua tradução e adaptação está muito bem feita, não me deixando recordar nenhuma falha. Por fim, ainda conta com um chamado “Picture books” onde vários rascunhos da autora são apresentados com rápidos comentários e um espaço onde a autora conversa um pouco com os leitores, algo bem agradável após terminar a leitura da história. Se tivesse que apontar um erro técnico, seria a falta de referências ao livro original, um resumo que introduzisse aos leitores casuais à obra original.

Lembro bem do dia que li o livro. Saí do colégio e fui a um Shopping que ficava próximo. Sempre passava pela livraria e como ela permitia ler os livros sem problemas, resolvi passar uma tarde ali lendo algo. Queria algo pequeno pois não gostaria de ter que voltar para ler. Passei os olhos pelas prateleiras do segundo andar onde ficavam os livros de bolso e me deparei com Alice, um clássico do non sense que eu nunca havia lido. Sim, pois se hoje temos coisas como Arakawa Under the Bridge ou The Tatami Galaxy, mesmo que em pequena parte, isso se deu pelo non sense que Lewis Carrol colocou na sua famosa obra de 1865. Logo nas primeiras páginas fiquei apaixonado pela história, pelo enredo, pela narrativa, pelos personagens, pelo mundo e terminei rapidamente.

Ler uma versão de Alice em formato de manga é algo muito interessante para mim então, principalmente com esse ótimo ressurgimento que o filme de Burton deu para o clássico (apesar de tomar muitas liberdades, o filme é bom, só não é fiel). Sakura Kinoshita tem um traço belíssimo e consegue transitar pelo mundo das maravilhas de forma bem eficiente, inclusive mudando as roupas, cabelos e cor dos olhos da protagonista à cada capítulo, uma tarefa certamente nada fácil para uma mangaka. Tudo é muito bem colorido, lembrando lápis aquarela, o que dá uma ênfase maior nas mudanças e bizarrices do lugar.

O problema que essa versão apresenta, como na verdade muitas outras apresentaram também, é entender Alice no País das Maravilhas como uma obra exclusivamente infantil e ingênua. Quem leu o livro sabe que a obra passa longe disso. Não estou aqui afirmando que deveríamos ter uma versão Seinen ou Josei, apenas que essa versão só aponta para o lado mais infantil da obra original. Isso não chega a ser algo ruim, a leitura continua a ser agradável, mas na minha opinião ficou faltando algo a mais.

Alice no País das Maravilhas, lançado pela NewPop certamente é outro acerto da editora, especialmente por dois fatores:

  • Chama para o mundo dos mangas um público mais abrangente que certamente conhece o mundo Alice (ou passou a conhecer com o novo filme), o que é sempre bem-vindo para renovar e dar ar novo ao mercado. Sendo uma única edição, as chances de faturamento muito alto para a editora é grande, o que pode custear outras obras;
  • Se os fãs de Alice podem vir ao mundo dos mangas, o contrário também pode ser dito, aqueles que vão ler esse manga com certeza ficarão querendo mais e esse mais estará em uma das mais fabulosas obras de ficção já escritas, renovando não somente os leitores de mangas, mas de livros em geral.

Com um tratamento gráfico de primeira, um traço belo, uma história cativante e um contexto certo, Alice é uma das compras mais certas de 2010, e mal começamos o ano!

PS: O bom de trabalhar com mangas comprados por mim é que eu mesmo faço as fotos. Não saem tão profissionais, com uns brilhos que eu ainda quero aprender a evitar, mas é bem mais gostoso!

Olá a todos, como estão? Eu estou bem, principalmente agora […]

8 thoughts on “Alice no País das Maravilhas – Editora NewPop”

  1. Li o mangá recentemente, e a sua resenha resume exatamente o que eu pensei ao ler a obra: esteticamente falando, é uma experiência maravilhosa. O traço, e principalmente a arte final, são bonitos mesmo, gostosos demais de se ver. Mas no quesito história tudo ficou um pouco infantilizado demais. A autora, não sei se por escolha própria ou da editora, se restringiu a apenas narrar os fatos: Alice encontrou fulano, fez isso ou aquilo, etc. Com isso a obra perdeu o que, para mim, é o grande charme de Alice: os diálogos inteligentes de Carrol. Por fim, acho que é uma boa porta de entrada pra quem ainda não conhece os livros de Alice, mas está longe de ser tão bom quanto o original. Talvez se o mangá tivesse o tamanho padrão de um tanko (umas 200 páginas), os diálogos pudessem ter sido mais desenvolvidos. Ah, e aproveitando a deixa do post: Parabéns pelo blog! Acompanho sempre seus posts pelo feed, só que geralmente não comento por pura preguiça mesmo, ^^’. Na minha opinião, o Gyabbo! é um dos melhores blogs brasileiros sobre animes, mangás e cia., ^^

  2. Não sei dizer se esse título trará mais fãs aos mangás. O traço infantil deve agradar mais às crianças, que vão ler tal quadrinho sem a noção de que estão lendo um produto japonês.

  3. Mesmo sendo simples acho que é um ótimo primeiro contato com mangás paras as crianças =3
    Outra coisa que adorei foi a mangaká. Já acompanhava obras dela faz uns anos mas não esperava que lançassem tão cedo algum mangá dela no Brasil. Como sou fã de Matantei Loki Ragnarok, esse lançamento fez com que minhas esperanças aumentassem….
    Interessante é que no final uma receita no final… Hahah, vou fazer! XD

  4. AH não me arrependi de ter comprado,maaaaas realmente ficou faltando ali como ja disseram ai em cima. Os dialogos fantasticos,as traquinagens da pequena Alice, foi tudo muito didatico. Mas é um item raro para a coleção hehehe.

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