Ele está de volta ao Brasil, trazendo consigo quilos e mais quilos de nostalgia! Bem vindo de volta, Ultraman!
O ano de 2015 foi repleto de surpresas e títulos novos entre as editoras. Dentre tantos lançamentos, tivemos mangás que todos estavam esperando há tempos, títulos que ninguém estava esperando, mangás que venderão aos montes e também aqueles fracassos que provavelmente estarão lotando as prateleiras das sebos em breve, mas dentre tudo que foi lançado, uma das inesperadas e agradáveis surpresas foi um velho conhecido nosso que chega com um design moderno e cheio de nostalgia para contar: Ultraman!
A surpresa maior ainda foi que a história não trata daquele Ultraman, o nosso bom e velho Hayata, mas sim de um sucessor. Após a última batalha da primeira série do tokusatsu lançada em 1966, muitos anos se passaram sem que ninguém tivesse notícias do herói e com o tempo ele se tornou uma lenda. Décadas se passaram e Shin Hayata se casou, teve um filho e se tornou Ministro da Defesa do Japão. Desde pequeno seu filho Shinjiro Hayata apresenta falta de memória de sua infância e uma força um pouco fora do comum. Quando jovem, ele acaba por descobrir que a Patrulha Científica que era responsável por auxiliar o Ultraman antigamente ainda está agindo por debaixo dos panos e convoca ele para vestir uma nova aparência do antigo herói e herdar seu legado.
O mangá é bastante recente, apesar do herói dos tokusatus ter mais de 50 anos. A série começou em 2011 numa revista seinen mensal da Shogakukan, exclusiva do gênero, a Monthly Hero’s e até o momento totalizou seis volumes encadernados. O roteiro, que é continuação direta do primeiro tokusatsu, foi escrito por Eiichi Shimizu e a arte é de Tomohiro Shimoguchi. Aqui no Brasil, quem trouxe essa belezura até nós foi a Editora JBC em meio a suas dezenas de anúncios em 2015.
Muitos dirão, como já disseram de fato, que esse Ultraman está estranho e que parece o Homem de Ferro da Marvel, ou que ele perdeu a identidade e não traz nostalgia, mas essas pessoas ainda não leram a história e pode-se garantir que ao lerem, mudarão de opinião. A história pode ser um pouco clichê e padrão, mas apresenta um cenário envolto em investigações do novo protagonista da franquia. As cenas de ação são bem empolgantes e os ataques usados são praticamente os mesmos do Ultraman clássico! Como não se sentir nostálgico ao ver um Raio Spacium ser lançado pelos ares? O traço de Shimoguchi é bastante limpo e claro, até nas lutas com mais fumaça e ação.
Sobre a versão nacional apresentada pela editora JBC, ela chega em um tamanho menor do que o habitual com 12 x 18 cm, uma capa linda e uma frase um pouco sem sentido abaixo do título (Que faz parte da capa original japonesa também), mas sem prejudicar a composição geral. Ao abrir a edição, vemos uma bela sequência de dezesseis páginas coloridas com cenas e mais cenas de luta do Ultraman com sua nova armadura e isso empolga até aqueles que não são fãs da série! Mas ao acabar essa sequência, voltamos às páginas em preto, branco e transparência. Sim, ela também está presente aqui em Ultraman para a nossa tristeza. O problema não é tão gritante quanto em outras publicações da editora, como Gangsta e Orange, mas sim, ele existe e muitos já reclamaram. A essa altura o volume #2 também já saiu no mercado e o papel foi melhorado, apesar de ainda apresentar transparência e um forte cheiro de tinta nas páginas.
Apesar desses problemas apresentados, a experiência de leitura é bastante empolgante tanto pra fãs da franquia que verão velhos personagens em ação e também inimigos das antigas, como também para quem não assistia na época ou ainda não era nascido. O Ultraman todo estiloso com sua nova armadura também empolga pela sua narrativa dinâmica e visual do traço no geral. E como o problema foi semi-corrigido no volume seguinte, é uma boa pedida para quem procura uma nova história de ação para ler. Com periodicidade bimestral, poucos volumes até o momento e um preço de R$14.90, Ultraman está de volta ao Brasil e os alienígenas tremerão nas bases!