A nova safra de mangas da Shonen Jump é magrinha e inusitada.
Bem-vindos às sextas-feiras do Gyabbo! onde os novatos são virginais!
Na última safra da Shonen Jump tivemos uma única fruta nova no pé: Best Blue, manga de natação do qual comentamos AQUI e que, pelo que temos acompanhados nos rankings da revista, não anda muito bem.
Agora uma nova safra estréia, com apenas dois novos lançamentos bastante arriscados. Por quê? Por que eles não tiveram one-shots lançados anteriormente para teste de público, seja na própria Jump, ou na Jump Next (como o próprio Best Blue). Claro que alguns autores de renome podem se dar ao luxo de lançar séries sem ter uma prévia servindo de “termômetro” de popularidade – às vezes dá certo, como Sesuji wo pin! de Yokota Takuma (que você pode conferir a matéria AQUI) e às vezes dá errado, como Ilegal Rare, de Shiibashi Hiroshi.
Por isto, lançar um one-shot antes para testar o público é sempre bom. No caso, estes dois novos mangas não tiveram e não são exatamente de artistas de renome. Mas antes de falar das novidades, vamos falar dos títulos que se despedem e comentar um pouco a situação dos mangas que se safaram desta vez, mas que estão na corda-bamba:
Para dois títulos entrarem, dois precisam sair. E quem sai é Lady Justice, obra de Ken Ogino, que ninguém ficou surpreso com o fracasso – ecchi na Jump parece não funcionar mais, uma vez que existem outras revistas que sabem tratar este estilo de forma BEM melhor e mais ousada. E Devilyman, série de Kentarou Fukuda, parece confirmar a “maldição da Golden Future Cup”, onde as obras vencedoras deste prêmio sempre naufragam. Uma pena, pois a premissa era interessante apesar de ter se enfraquecido com o tempo – a série ganhou até análise própria AQUI.
Sobre as séries que escaparam, mas estão com a faca no pescoço, são elas:
Kagamigami, do criador de Psyren, Toshiaki Iwashiro. Esta série tem conseguido rankings rasteiros de dar dó na revista, sem falar que suas vendas não são boas. Porém o autor é muito respeitado pelo editorial da Jump e por isto ele sempre recebe mais e mais chances. Desconfio até que a estréia de apenas duas séries nesta safra foi justamente para poupá-lo por mais algum tempo. Mas na próxima leva, que provavelmente vai estrear em novembro, é bem provável que ele seja limado.
Outra série que ganha rankings baixos, mas esta se salva pelas boas vendas é Bleach do nosso Tite Kubo. Porém, não se enganem, apesar de ainda vender bem, o fato do editorial da revista não dar mais páginas coloridas à obra ou maior publicidade é um claro sinal de que eles não estão mais nem aí para a série. Ela pode ser cancelada antes do tempo? Talvez não, mas ainda pode ser transferida para outra revista. Acredito, porém, que a série encontre o seu encerramento “natural” na próxima leva ou no início de 2016 – Bleach não tem fôlego para durar mais um ano.
Hinomaru Zumou, de Kawada, é o contrário: uma série que tem sempre rankings muito bons (até hoje jamais ficou abaixo da oitava colocação), mas cujas vendas são de dar pena. Já falamos bastante desta série AQUI e discutimos um pouco os motivos do porquê da série não vender mais AQUI. Seu volume mais recente, em três dias nas lojas, vendeu 21 mil cópias. Isto é muito pouco para os padrões da Jump! Por isto, apesar da sua inegável qualidade, pode ser que num futuro próximo a nossa série de sumô favorita de todos os tempos seja transferida ou mesmo cancelada… muita dó!
O já citado Best Blue, que acabou de ser lançado, também não está a salvo, ele tem “mergulhado fundo” no ranking da Shonen Jump e as chances de ser cancelado na próxima são altas. Esperemos que a série melhore, pois se fracassar, seria a segunda série de Masahiro Hirakata a ser cancelada precocemente e isto é péssimo para a carreira de qualquer autor – não que seja o fim do mundo, pois o autor de Boku no Hero também teve dois fracassos precoces seguidos, para depois finalmente estourar.
Agora vamos, enfim, falar das novidades!
O primeiro é Mononofu de Ikezawa Haruto. Ele não é novato na Shonen Jump, mas sua série anterior, Kurogane Kendo, não teve grande destaque, sendo cancelada em 2013 (mais informações AQUI). Dessa vez o tema será Shogi, um jogo de tabuleiro oriental equivalente ao xadrez no ocidente – vejamos se ele consegue ser um novo Hikaru no Go!
A segunda série a estrear é Samon-kun wa Summoner, de Numa Shun. O seu plot guarda pequenas semelhanças com o cadáver ainda quente de Devilyman. Trata-se da história sobre um aluno do colegial chamado Samon que seria uma espécia de invocador de criaturas sombrias. Outra comédia sobrenatural.
O que podemos esperar desta nova leva? Bem, a Jump não é conhecida por pegar leve com novatos, então as chances dessas séries, se não estourarem de cara, serem limadas são grandes – afinal eles preferem preservar suas séries “mais ou menos”, mas com autores respeitados, como Kagamigami, do que dar muitas chances para um Best Blue da vida. Pelo histórico da revista, esses dois títulos vão ter que ralar muito para não serem cancelados no começo de 2016.
Meu palpite para a nova safra da Jump, que irá estrear em novembro/dezembro, é que ela trará quatro novas séries – limando Best Blue, Kagamigami (paciência tem limite… assim como com Ilegal Rare) e encerrando Bleach (ou com o cancelamento precoce de um destes dois novatos). E para finalizar, mais que provavelmente teremos o encerramento natural do arrasa-quarteirões Assassination Classroom – outra série que não tem como esticar muito mais. Maluquice? Quem sabe… vamos ver para crer.
Bacana seu texto, Jussara! Eu era muito fã de Kurogane, foi um choque quando foi cancelado por mais que eu soubesse que não tinha popularidade. Espero que essa nova série do Ikezawa estoure ou dure no mínimo, um pouco mais do que seu mangá anterior. Já esse Samon wa Summoner parece ser o tédio em pessoal. Odiei o design dos protagonistas e a ideia geral de criaturas sobrenaturais com comédia. Será que os autores não precebem o quanto esse gênero está saturado? Minha aposta é que ele não passará dos 16 capítulos de direito…