Chega ao fim Variante, o manga que trouxe ideias de Ataque dos Titãs, Parasyte e Evangelion, mas será que essa “mistureba” deu certo?
Variante conta a história de Aiko, uma menina de 15 anos que ressuscita alguns dias após ter sido assassinada com seu braço esquerdo totalmente diferente e por causa disso começa a ser estudada como uma possível arma contra as quimeras, os monstros que assassinaram sua família.
Esse título surgiu como uma aposta da Editora Nova Sampa para o mercado brasileiro de mangas, aposta que foi muito bem sucedida segundo Douglas Souza, editor responsável após a saída de Marcelo Del Greco, em sua palestra no Anime Friends. Este sucesso pode ser devido a alguns fatores presentes no manga; além de ser curto – completo em 4 volumes -, o roteiro aborda temas interessante como os sentimentos da garota ao ser utilizada como uma arma e sua consequente objetificação, o modo com que os outros a veem – um misto de esperança e medo -, o limite entre contar a verdade e guardar um segredo para manter a ordem pública e o preço dessas decisões.
Porém, o fato dele ser curto acabou por minimizar as qualidades da obra. Isso acontece porque o manga aborda esses diversos temas, mas acaba não se aprofundando em nenhum deles. A série demonstra como os demais personagens visualizam Aiko como uma ameaça e uma esperança, porém isso é feito somente em três diálogos. Para quem busca cenas mais explícitas visualmente, há somente duas. Já as consequências de se esconder a verdade da população só é discutida uma vez.
O exemplo mais escrachado disso é quando o presidente da instituição que mantinha Aiko em cárcere comenta que o seu objetivo era “transformar as quimeras em deuses”. Isso parece ser um fato importante, mas no desenvolvimento da história não foi. Essa informação não fez diferença nenhuma no que havia ocorrido e nem no que se passou a seguir, assim como a maioria das outras boas ideias jogadas no roteiro.
Em suma, Variante, mesmo com seus defeitos, é um manga legal, justamente por abordar aspectos que geralmente não são encontrados nos tipos de séries mais comercializadas aqui no Brasil. Se alguém buscava algo diferente do battle shonen provavelmente se agradou… Porém fica aquela sensação de que poderia ter sido melhor.
