Que tal viajar pelo espaço e pelas mazelas da vida humana com Planetes?
Planetes se passa no ano de 2075 e acompanha a vida de três astronautas Fee, Yuri e Hachi, que trabalham como lixeiros espaciais, o que consiste em retirar detritos que estejam em orbita que podem causar acidentes ao se chocarem com naves ou satélites.
A pesar de ser escrito pelo mesmo autor de Vinland Saga (Makoto Yukimura) esta história não tem um clima violento, mas sim voltado para comédia e o drama. Tudo que é contado no manga tem como base a relação das pessoas com o espaço, sendo que este não é mais um sonho, mas algo que através de esforço qualquer um pode alcançar.
Porém mesmo que essa história seja pautada em algo que (ainda) não aconteceu, os temas que ela aborda são comuns na vida atual. O mangá debate coisas como relacionamento familiar, perda de um ente querido, relação entre alguém e o seu lar e a própria busca por um lugar para chamar de casa.
Como comédia, Planetes também cumpre o seu papel. Esse primeiro volume consegue ter apelo cômico sem a necessidade de criar situações muito escrachadas ao mesmo tempo que não apresenta um humor “sério” demais, em que seja preciso um conhecimento sociopolítico e filosófico para esboçar alguns risos.
O desenho é muito bonito, mesmo o design dos personagens sendo um pouco mais simples do que em Vinland Saga o autor consegue representar de uma forma muito bela o espaço como paisagem.
Em relação à sua edição física pode se dizer que a Panini está de parabéns, a capa apresenta detalhes envernizados e tem orelhas. O papel utilizado no miolo é o off-set inclusive nas 16 páginas coloridas (isso mesmo 16 páginas coloridas), o que mesmo não sendo o usual não traz nenhuma estranheza. A única ressalva é que a gramatura parece ser um pouco menor do que a utilizada na republicação de Berserk, com isso em algumas páginas fica uma sombra do desenho do outro lado, mas isso não chega a incomodar.
Planetes com certeza é uma boa pedida para aqueles que gostam de comédia, um drama que traga uma certa reflexão ou que simplesmente fogem do “shonen básico”. Além disso, é indispensável para todos aqueles que buscam um mangá com boa qualidade física.
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