Nisekoi – Mangá

Duas gangues estão prestes a destruir a cidade com sua guerra particular e a única coisa que pode impedi-los é o mais belo, puro e improvável amor… Falso! Bem vindos à Nisekoi!

Prestes a se tornar o maior, mais famoso e mais longo mangá de comédia romântica da história da Weekly Shounen Jump, Nisekoi tem conseguido uma fama um pouco controversa nos últimos meses e vamos falar um pouco disso hoje aqui no Gyabbo!

O mangá começa com uma premissa um pouco shakespeariana invertida, se é que podemos dizer assim. O jovem Raku Ichijou seria um cara normal, vivendo sua juventude ao máximo, gostando de uma garota popular na sua escola e tendo um amigo mais idiota que ele… Isso se não fosse por um simples detalhe: Ele é o herdeiro de uma gangue da Yakuza! Filho do grande chefe, ele tem uma imensa responsabilidade de aprender o serviço para comandar a organização após a aposentadoria de seu pai e isso quebra totalmente o clichê das histórias desse gênero! Mas aí entra outro ponto, Raku não quer esse destino, ele quer ser apenas um cara normal que faz coisas normais, mas todos nós sabemos que protagonistas de comédia romântica vivem de tudo, menos vidas normais!

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A Yakuza está passando por maus bocados e por isso o chefe quer tanto que seu filho se dedique ao grupo, mas ele só quer saber de ficar longe de todo o luxo de sua família criminosa e de seu conflito com a Gangue Bee Hive que acaba de chegar na cidade. Indo para a escola, Raku se depara com uma linda garota loira que acaba de se transferir chamada Chitoge Kirisaki e logo de cara eles se estranham já que ela é muito bruta com o garoto e o faz perder um pingente que o lembrava de sua infância. Somos apresentados então à história desse pingente. Quando criança, Raku fez uma promessa com uma garota de que se casariam quando ficassem mais velhos, e ficando com um pingente em forma de coração com uma fechadura, deixou a chave do pingente com sua amada, mas acabaram separando-se e o pobre rapaz não se lembra do nome e nem do rosto da garotinha.

Pois bem, achando que seria apenas mais um dia normal, Raku descobre que seu pai acaba de arranjar um casamento forçado para ele com a filha do líder da Gangue Bee Hive, pois unindo os dois grupos eles ficariam em paz e não destruiriam a cidade com sua guerra desnecessária. Mas o que ele não esperava era que a herdeira da Bee Hive fosse a própria garota gorila que ele conheceu e, para completar, ela possui uma chave misteriosa que é muito parecida com a que ele procura para abrir seu pingente. Então os dois começam a fingir que estão namorando para o bem de suas famílias, mas completamente a contragosto.

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Confuso? Muito! Mas qual comédia romântica não é? Nisekoi foge e muito do clichê no seu começo, tirando é claro, a parte da promessa que vemos em muitas outras histórias. Publicado pela Weekly Shounen Jump desde novembro de 2011, o mangá de Naoshi Komi possui atualmente 16 volumes encadernados e está prestes a superar a marca do mais longo mangá de comédia romântica da revista. O recorde atual é de Ichigo 100% com 19 volumes, mas Nisekoi não dá nem sinal de seu fim então provavelmente teremos a quebra desse recorde.

Nisekoi tem sido alvo de uma publicidade bastante controversa e, para começar a debater isso, precisamos falar um pouco sobre cada um dos personagens envolvidos nesse rolo e também sobre a tal da promessa.

Raku Ichijou é o típido protagonista de comédia romântica harém, ou seja, ele é inseguro, desligado, é odiado por todos na sua classe, tem um melhor amigo popular e idiota e atrai uma penca de garotas mesmo não tendo atrativo nenhum e aparentemente sendo um tarado involuntário. Vimos isso em outros mangás, mas no início de Nisekoi, ele tem um diferencial: É descendente da Yakuza e isso nos deixa com a esperança de ver algumas lutas e confusões mais sérias de vez em quando, coisa que posteriormente não acontece. O outro lado deste romance fica por conta de Chitoge Kirisaki, a herdeira da gangue americana Bee Hive, uma típica garota tsundere (para quem não conhece o termo, é aquele tipo de garota durona por fora, mas frágil e delicada por dentro). Mesmo sendo uma personagem sumariamente clichê, ela também tem um diferencial de outras garotas de mangá harém: Ela se esforça de todas as maneiras para fazer amizades pois se sente muito sozinha após vir morar no Japão. Esse lado da Kirisaki é bastante trabalhado nos primeiros volumes sendo até uma das primeiras conexões sentimentais entre o casal principal.

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Aos poucos somos apresentados a outros personagens que se envolvem direta ou indiretamente no harém de Raku Ichijou: Kosaki Onodera, é a garota de quem o rapaz sempre gostou e é a típica garota tímida que acha que trocar olhares é motivo para se esconder do rapaz por uma semana. Seishiro Tsugumi, é a protetora de Kirisaki e desconfia o tempo todo desse falso namoro. Marika Tachibana é filha do delegado de policia e é uma stalker de primeira mão, amando Raku incondicionalmente por algum motivo. Todas essas garotas parecem ter alguma ligação com a promessa de sua infância.

Finalmente chegamos ao ponto chave (literalmente) de toda a controvérsia em Nisekoi, a promessa do pingente! Tentando entregar o mínimo de spoilers possível, Raku tem uma promessa de sua infância para cumprir com uma garota da qual ele nem mesmo se lembra. Esse plot tem sido muito usado por comédias de harém de uns tempos para cá. Tivemos Love Hina como o principal e mais famoso harém com essa ideia e o primeiro burburinho nefasto que rondou Nisekoi foi que ele seria “o novo Love Hina”. Não tem como negar que as características são bem parecidas, mas é óbvio que não existe harém de comédia que poderia chegar aos pés do sucesso de Love Hina. Após Nisekoi mostrar suas garras e apresentar sua cara de vez ao público, o lance da promessa foi se resolvendo lentamente, cada vez mais perto de se achar a garota que possui a chave do pingente de Raku. O que tem no pingente? Só Deus sabe, pois nem o próprio garoto se lembra. É interessante perceber que se foi algo tão importante na vida dele, à ponto de se criar um vínculo tão grande e simbólico, como o dito cujo não se lembra de absolutamente nada sobre aquilo?

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Mas quanto a isso, tudo bem, as controvérsias em Nisekoi começaram quando essa comédia de harém se tornou uma verdadeira… Comédia de harém. Como assim? O plot da promessa é clichê, sem dúvidas, mas ainda assim é interessante ir desvendando o mistério capítulo a capítulo. O cenário da briga de gangues é sensacional mesmo tendo a comédia como base principal, mas a partir do momento em que o autor Naoshi Komi começou a esticar a obra e inserir capítulos super clichês em comédias de harém românticas, o bonde começou a desandar. É que nem quando a nossa tia está fazendo bala de coco, sabe? É necessário esticar a massa o máximo possível sem quebrá-la e talvez o autor tenha derrubado sua massa no chão. É inegável que Nisekoi vende muito no Japão, mas o número alto de capítulos considerados desnecessários chega a ser maçante.

Quando os leitores começam a falar sobre capítulos “filler”, nos vem a mente os típicos arcos do gênero escolar como festivais, viagens escolares, encontros para se comprar presentes, loja de doces, capítulos que parecem que vão mudar o rumo da história, mas na verdade no final tudo volta a ser a mesma coisa. E todos esses capítulos tem sido considerados um problema exatamente porque os leitores estão imensamente curiosos para descobrir quem é a bendita garota da promessa! O plot da promessa estava um longo tempo estacionado e quando tinha algo relacionado, era uma ou duas páginas. Esse é o lado negativo de se prolongar uma obra, alguns leitores simplesmente perdem a paciência. E a situação piora quando se cria uma expectativa tão grande sobre um mistério e do nada se coloca toda a solução na geladeira.

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Por outro lado, o traço de Naoshi Komi é bastante bonito e agradável de se ver. Ele trabalha cenários de uma maneira incrível e o seu traço é tão leve que parece dançar ao longo dos capítulos, sendo também um mestre em expressões, tanto cômicas quanto sérias – cada uma das expressões desenhadas transmite claramente as sensações que aquele personagem está sentindo e num mangá sentimental isso é um ponto positivo que pesa bastante.

Apesar de toda essa fama controversa, Nisekoi é sim uma ótima obra e consegue divertir bastante mesmo nos capítulos “fillers” e podem ter certeza que provavelmente em breve pode aparecer nas editoras brasileiras.

Já leu Nisekoi? Tá esperando o que para dizer nos comentários qual é a sua aposta? Quem é a garota da promessa?

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6 thoughts on “Nisekoi – Mangá”

  1. Eu comecei a ler Nisekoi por causa do fator “yakuza”, achando que isso poderia criar situações mais interessantes do que os romances escolares comuns.

    E no começo isso realmente acontece. É hilário quando Raku e Chitoge estão brigando e no instante seguinte eles fingem ser dois pombinhos para que as gangues não comecem uma guerra.

    A arte do autor é ótima, ele consegue deixar as personagens femininas extremamente fofas e lindas, o mangá tem piadas muito boas, com o timing certo, etc.

    Mas, infelizmente, com o tempo os fillers ficaram insuportáveis. Depois de algum tempo os capítulos do mangá se resumem a: Raku mais uma garota em uma situação que vai fazer ela gostar ainda mais dele.

    A parte das gangues é deixada de lado, junto com o mistério do pingente. Ambos só aparecem esporadicamente. Claude, um membro da Bee Hive que nunca acreditou no namoro dos dois e que representava uma ameaça à farsa, simplesmente some da história.

    Na minha opinião, o anime foi melhor do que o mangá. Na primeira temporada (que adaptou a melhor parte do original) o anime fez uma ótima adaptação, cortando partes que eram totalmente desnecessárias e focando mais no desenvolvimento dos personagens (e adaptando essas partes em OVAs posteriormente). Espero que a segunda temporada siga esse padrão, já que daqui em diante existe muito mais que pode ser cortado, o que permitiria chegar mais perto da resolução do mistério do pingente.

    Se você se interessou por Nisekoi, recomendo que assista o anime, ao invés de ler o mangá.

    1. Concordo, Magno! O anime foi um pouco superior exatamente por passar rápido as partes desnecessárias. Acho que todo mangá de harém com cenas fillers e clichês fica melhor em anime, incluindo Love Hina.

  2. Realmente os ”fillers” deixam a história bem cansativa, e eles estão em maior número. Acho que já leio Nisekoi a mais de um ano, a história realmente é boa e nessa altura do campeonato já foi revelado quem é realmente a garota da promessa, espero que o autor faça algumas mudanças em certas partes, #TeamChitoge fora isso gostaria de saber a que capítulo pertence a última imagem dessa resenha crítica.

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