Naruto – Um manga, uma lenda

Chega ao fim um dos maiores mangás da história. Ninjas, amizade, paz e muitas batalhas deixarão saudades em Naruto.

Eu não poderia começar esse review de outra maneira senão dizendo que Naruto foi o meu oxigênio dentro do mundo dos mangás até hoje. Não poderia deixar de falar que marcou época, que foi assunto nas rodinhas de otakus durante 15 anos. Não poderia deixar de falar que muitos fãs respiram Naruto, mas que também existe uma massa que odeia pelos mais diversos motivos. Não poderia começar esse review sem lamentar profundamente que Naruto… acabou.

Acho difícil alguém não saber do que Naruto se trata, é a mesma coisa que você falar sobre Dragon Ball para qualquer pessoa. Todo mundo já ouviu falar, mesmo que nunca tenha acompanhado, sendo fã de manga ou não. Naruto Uzumaki é um garoto rejeitado pelas outras pessoas da vila onde mora, a Vila Oculta da Folha, um lugar tradicional onde diversos ninjas de elite vivem realizando missões em busca da paz. Naruto é rejeitado porque, quando era bebê, teve um demônio-raposa selado em seu corpo pelo líder na vila na época, que buscava livrá-la dessa ameaça. Por conta disso, o garoto sofre preconceito e é chamado de monstro por todos a sua volta, mas mesmo assim vive seu dia a dia tentando convencer as pessoas a reconhecê-lo, tendo o sonho de se tornar o próximo líder da vila – o Hokage.

Naruto 2

Buscando aceitação, Naruto entra na Academia Ninja e conhece Sasuke e Sakura, seus companheiros de equipe. Liderados pelo professor Kakashi Hatake, eles participam de diversas missões e quanto mais missões realizam, mais status eles ganham. No entanto, Naruto precisou percorrer uma longa estrada para ser visto como ninja e não como uma aberração.

Naruto é serializado pela Weekly Shounen Jump desde novembro de 1999 e, coincidentemente, foi concluído no começo desse mês de novembro de 2014, totalizando cerca de 72 volumes. Com roteiro e arte de Masashi Kishimoto, Naruto tem segurado um dos pilares mais pesados na elite dos mangás da Shueisha. Juntamente com Bleach e One Piece, compôs a tríade de sucesso da Shounen Jump durante um bom tempo, até a queda de popularidade dos shinigamis. Tido por muitos como um dos “mangás infinitos”, finalmente vimos a conclusão da saga de Naruto em busca do reconhecimento e, sem dúvidas, temos mais uma obra épica em mãos.

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É até clichê dizer que Naruto é uma história clichê, afinal é um battle shounen de porrada dos mais clássicos que já vimos, mas várias mensagens são passadas em diversos pontos da história e o isso torna-o até mais divertido. Querer se tornar o melhor, fazer amigos, ser aceito e reconhecido pelos outros, trabalhar em equipe, são só alguns dos pontos trabalhados por Kishimoto e que ao longo dessa década e meia fez milhões de pessoas identificarem-se com o ninja das roupas laranjas.

A trama principal da obra passa-se na relação entre Naruto Uzumaki e Sasuke Uchiha. Membros da mesma equipe, por ironia do destino ambos foram garotos muito sozinhos na infância, mas cada um encarou a sua solidão de uma maneira diferente. Os pais de Naruto morreram quando ele ainda era um bebê e ele viveu sozinho até os 12 anos como alguém a ser execrado, o bode expiatório de todo um povo. Ninguém aproximava-se dele por medo de ser atacado ou de libertar o monstro sem querer, mas ainda assim o garoto tentava sempre chegar mais perto das pessoas e encarar a vida como uma oportunidade nova de chamar a atenção de todos e, assim, relacionar-se verdadeiramente com eles a cada novo dia.

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Sasuke Uchiha vivia uma vida normal no bairro destinado ao seu clã e era um garoto prodígio com um futuro brilhante pela frente – talvez até pudesse ser um hokage algum dia. Mas em uma noite seu irmão mais velho dizimou todos o clã Uchiha e sumiu no mundo, deixando Sasuke todo ensanguentado em meio aos corpos de seus familiares, restando para ele apenas a vingança em seus olhos. O garoto cresceu sozinho e com um único objetivo, assassinar seu irmão e vingar sua família, até que conheceu Naruto, o garoto que tinha um passado tão cruel e solitário quanto ele próprio, iniciando aí uma amizade que iria muito além da rivalidade pueril. Para Naruto a amizade era uma ponte para deixar todos os problemas para trás. Para Sasuke, a amizade era um obstáculo que deixava seus objetivos para trás.

Será que os ninjas, pessoas que fazem do assassinato uma profissão, podem ter sentimentos como amizade? Será possível criar paz em um mundo onde as guerras acontecem pelo simples fato de gerar dinheiro? O mundo de Naruto é algo bastante complexo se pegarmos para pensar a respeito. Além do relacionamento entre os dois protagonistas, muitas outras tramas correm paralelamente durante a história, algumas mais simples e outras mais densas.

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O mérito de toda essa complexidade é de um rapaz chamado Masashi Kishimoto. É claro que Naruto não é uma obra perfeita, afinal ninguém é Deus para criar um universo sem falhas, mas o mundo criado por Kishimoto não deixa de ser algo impressionante. E tudo isso com um traço simples, mas carregado de sutilezas únicas! A arte de Kishimoto é bem característica sendo facilmente reconhecida em qualquer canto. Expressões, anatomia, cenários limpos e mesmo com as cenas de batalha mais recentes parecendo um pouco confusas, se você ler dinamicamente, tudo se torna mais claro. Naruto tem uma leitura rápida e dinâmica daquelas que só batendo o olho nos quadros rapidamente já da a impressão de estar assistindo a cenas impressionantes.

Quando a obra chegou no Brasil com o mangá sendo publicado pela Editora Panini em 2007 e o anime sendo exibido pelo SBT, um “boom” de popularidade rapidamente eclodiu e uma nova febre expandiu-se pelo Brasil. Talvez tenha sido a última “febre” de um anime no nosso país, que foi lentamente fechando as portas das emissoras abertas às produções japonesas. Assim como a febre aumentou os fãs da obra, também começou a causar uma saturação dela em muitas pessoas que começaram a reclamar da “modinha”. Existem ainda aquelas pessoas que odeiam simplesmente por odiar, mas acho que apenas não deram uma chance para conhecer o universo do Naruto com todas suas qualidades que fizeram dele a obra consagrada que é hoje.

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Eu poderia me estender nesse review por dezenas de parágrafos, mas ficaria bastante cansativo de ler. Existe muita coisa a se tratar quando se fala de Naruto, mas apesar disso vou apenas recomenda-lo. São 72 volumes de uma leitura divertida, rápida e com certeza você vai se familiarizar com algum dos personagens e seus dilemas pessoais. Vai torcer por um ou dois ninjas, se empolgar durante alguma das batalhas, rir com as piadas mais bestas, ficar bravo com as atitudes mais idiotas, emocionar-se com pelo menos alguma das frases marcantes e sentir até aquele arrepio na espinha durante os acontecimentos mais tristes. Eu tenho certeza que você vai encontrar essas coisas na leitura porque esse é o tipo de mangá que Naruto é.

É o tipo de mangá que vira uma lenda e será lembrado para sempre!

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6 thoughts on “Naruto – Um manga, uma lenda”

  1. quando me iniciei no mundo de anime/manga naruto era de longe minha obra preferida, porem eu acho que o autor se perdeu na sua proposta ao longo dos anos e tornou a segunda fase do manga (shipuuden) extremamente enfadonha e cansativa, acho que o primeiro erro dele foi a criação da akatsuki com ninjas que eram monstros, alguns deles sem explicação alguma, como deidara, kisame, hidan e konan. na fase classica o autor fazia lutas altamente estrategicas, como as do shikamaru x kin, shikamru x temari, shikamaru x tayuya, neji x kidoumaru, e lutas muito emocionantes. pra mim a queda começou na luta do gaara x deidara e o caixao final na luta contra o kakuzo onde um ninja centenario que ja lutou contra o shodaime cai num truque idiota de uma criança de 15 anos. acompanhei naruto ate o final porem achei que um manga que facilmente teria se tornado epico caiu para status de uma boa obra. e eu nunca tinha visto em uma obra (talvez so ousama game) um final tal chato e ridiculo como foi a guerra ninja. tanto que nao lembro nem 1/3 do nomes dos inimigos nada carismaticos que apareceram, vide a mae do rikudou e os dois uzumakis.

    1. No geral foi bom, o maior erro do Kishimoto foi ignorar o Orochimaru, de longe o mais carismático, o único que fez frente foi o Nagato, o resto nem vale citar.

      1. tirando a media ele ate passa, a fase classica é epica e o restante muito abaixo da media. o fundo do poço da falta de ideia do kishimoto foi quandpo o naruto bateu de frente com o nagato e disse que nao sabia a resposta e mesmo assim o infeliz do inimigo que tinha uma determinação de ferro cede feito uma mocinha e ressuscita todo mundo. T_T

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