Review: Jogo do Rei – Editora JBC

O alucinante ritmo de Jogo do Rei vai te tragar para uma trama inimaginável. Cuidado, pois o inimigo mora ao lado!

Quando foi anunciado o mangá Jogo do Rei pela primeira vez, eu já me apaixonei pela capa, mas devo admitir que ao ler a sinopse, não me interessei o bastante e durante os meses de lançamento eu resisti em comprar aquelas capas cada uma mais linda do que a outra. Porém um belo dia, passando por uma banca de jornal, vi o primeiro volume e decidi me arriscar: “Vou ler só pra satisfazer a curiosidade, mas provavelmente não vou comprar o resto”, foi o que pensei, mas como sempre a querida editora JBC me surpreendeu! Ao terminar o primeiro volume eu não só fiquei empolgada com o enredo como eu queria desesperadamente ler a continuação.

Para a minha sorte aquele era o mês de lançamento do último volume, então comprei o resto e fui feliz!

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Jogo do Rei é simplesmente espetacular! Esse mangá veio ao Brasil sem que eu nunca tivesse ouvido falar dele e é justamente esse um dos pontos que me cativa na editora JBC, a ousadia ao trazer algo diferente. Infelizmente eu vi muitas críticas negativas com relação ao desenrolar da obra e, principalmente, ao seu final, mas se você ainda não leu, não se deixe levar por esses comentários, leia e tire suas conclusões, você pode se surpreender!

Jogo do Rei gira em torno da Turma B do 1º Ano do Colégio Provincial Tamaoka formada por 32 alunos. Todos são jovens e despreocupados com a vida, até que um dia cada um deles recebe uma mensagem no celular com o seguinte texto:

Este é o Jogo do Rei a ser realizado com todos os integrantes da sua classe. As ordens do Rei são absolutas e devem ser cumpridas dentro de 24 horas. Obs.: Não é admitida a desistência durante o Jogo. Ordem 01…

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A primeira ordem é simples, ordenando que dois estudantes da classe se beijem, fazendo com que a grande maioria incentive a brincadeira, no dia seguinte os alunos continuam incentivando, no terceiro dia é dada uma ordem mais ousada, porém esta ordem não é comprida e é aí que começa o pesadelo, pois quem não cumpre com a Ordem do Rei é punido com a morte. Quando a punição do Rei se mostra efetiva, a classe entra em pânico. As ordens seguem cada vez mais cruéis, obrigando cada um a escolher um lado. O desespero para sobreviver faz as pessoas enlouquecerem.

Quando a semente da desconfiança é plantada em um núcleo de pessoas, elas tratam de se autodestruir e ao invés de se unirem para combater um mal maior, passam a desconfiar umas das outras, a se acusarem e fazer de tudo para garantir sua própria sobrevivência. Afinal, quem é o Rei? O seu amigo da carteira do lado ou um completo desconhecido? Quem está dando as ordens? Há uma maneira de pará-lo?

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Eu gostei muito da carga psicológica usada nesse mangá, porque ele te faz pensar em diversas hipóteses e mudar de opinião em vários momentos. Aos poucos você como leitor, se vê conhecendo cada personagem e se envolvendo, sendo obrigado a se despedir tão rapidamente de personagens cativantes e em tantos momentos desejando que outros extremamente irritantes morram logo. O drama em geral foi bem realista, sabemos que assim como em tantos outros filmes de destruição apocalíptica que vemos, existem aqueles que se desesperam e pioram a situação e tem aqueles que mantem a cabeça no lugar o máximo que podem e tentam solucionar o problema.

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Nosso protagonista Nobuaki Kanazawa é aquele que tenta resolver a situação da melhor forma possível, mas vê que tudo ao seu redor está ruindo, enquanto ele é um dos únicos a tentar manter a sensatez. Em geral a trama é muito bem construída, com alguns momentos entediantes, sim, mas nada é perfeito. Em um todo, tanto o decorrer do enredo, como o final foram foram bastante satisfatórios.

Quem é o Rei? Eu jamais poderia imaginar quem é o Rei, mas eu já supunha o método que ele utilizava e a explicação disso foi muito interessante. Agora, quer saber como essa história termina? Leia!

Sobre Karina Herbsthofer

Artesã, fotógrafa, escritora, otaku, comilona, amante de gatos e dança. Viciada em cheirar livros! Mora no estado de São Paulo. Escreve no blog do Gyabbo! desde 2014.

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8 thoughts on “Review: Jogo do Rei – Editora JBC”

  1. Belo texto, Karina! Eu também fiquei na dúvida se ia gostar de Jogo do Rei por causa das críticas negativas, mas depois dessa vou comprar assim que puder =D

    1. Fico feliz que tenha gostado Livia, compre sim, vale a pena, mas leia sem preconceito, o final não agrada á todo mundo, mas eu achei bem realista!

  2. Eu também me senti bem assim tanto quando anunciaram a publicação, quanto no momento em que comprei o volume 1… Infelizmente não pude comprar o resto por já colecionar bastante coisa, mas está na minha lista de coleções que vou completar, sem dúvida. Parabéns pelo texto!

  3. Achava que era o único a gostar de O Jogo do Rei, essa é a primeira review positiva que vi da obra, todas outras que vi faziam questão de esculachar o título. Bom saber que não fui o único ^^. Muito bom o texto, parabéns.

    1. Compartilho de sua emoção Speed, até agora você é a segunda pessoas que vejo falar que gostou desse mangá, muito raro mesmo! Fico feliz que tenha alguém que também tenha gostado, obrigada! *-*

  4. [contémSPOILER]

    Eu achei as explicações do final fracas!
    Tudo bem em dizer que eles eram controlados por sugestão e hipnose e que isso faz com que a própria pessoa ‘crie’ sua morte, mas isso deveria somente afetar o psicológico da pessoa e não criar algo de verdade. Por exemplo – não deveria ter aquele fogo que teve naquela menina de cabelo branco!
    e quem não viu a mensagem no celular não deveria morrer pois não foi afetado pela hipnose/sugestão.
    Penso eu que o autor se propos a fazer mortes de show e isso acabou prejudicando a explicação final.

    Mesmo assim ainda mantenho minha coleçao em casa o

    (obs: é um bom título pra novatos no mundo dos mangás)

    1. [SPOILER]

      Eu entendo o seu ponto de vista, mas existem muitas formas de induzir uma pessoa á hipnose profunda, inclusive se uma pessoa for manipulada de forma a responder ao comando de uma única palavra que ela ouça ou leia.
      Eu poderia procurar diversas ramificações de meios de hipnose, mas não vou me perder de mais nesse assunto, eu achei que o autor soube empregar muito bem esse tema no contexto, formando uma finalização muito criativa, por que se fosse uma pessoa cometendo aqueles crimes não seria tão interessante!
      Para quem entende de hipnose, eu acredito que dá pra entender bem por que a menina pega fogo no final, mesmo ela tendo um forte autocontrole mental, mas como a própria explicação dizia, era um poder de indução mental potencializado, então dificilmente alguém escaparia.
      Embora eu não esteja dizendo que eu concorde com a morte dela, podia ter sido diferente, por que se no final os dois conseguiram, por que ela não? Mas esse foi o final que o autor escolheu e eu não repudio todo o mangá, só por que o final não foi perfeito!
      A minha maior questão é por que os dois primeiros morrem, se o pânico ainda não havia se propagado, essa parte realmente não ficou convincente pra mim!

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