Henshin+ 2014 – Impressões da correspondente Gabriela N.

Disclaimer: esse post é destinado a pilotos de Tardis, usuários de DeLorean e outras categorias de viajantes no tempo.

Olá pessoal! Sabem aquele evento, o Henshin+ (sim, aquele lá que rolou há muito tempo)? Eu estava lá, mais uma vez, como correspondente do Gyabbo! passando as informações para que o Denys fizesse o live-blogging. Mas sempre é legal analisar os eventos depois com calma e dar uma nova perspectiva, então se você for outsider, saudosista ou simplesmente não se incomodar com notícia velha, vem comigo lembrar como foi esse dia!

Disclaimer (de verdade agora): esse é um post de impressões, portanto é um relato subjetivo condicionado a minha percepção dos eventos que presenciei.

É notável o quanto que o evento evoluiu. Muito maior e melhor organizado, o novo Henshin+ serviu para provar a força da JBC, uma das mais tradicionais editoras de mangás do país que se mostra bastante preocupada com o aprimoramento do serviço que oferece. Ficaram para trás os tempos difíceis dos volumes que se desfaziam nas mãos. A nova JBC quer proximidade com o seu leitor enquanto oferece produtos de qualidade tanto em termos de acabamento como de variedade.

O evento desse ano ocorreu no dia 29/03 no auditório da Livraria Saraiva, do Shopping Center Norte em São Paulo (local melhor que o anterior) e foi dividido em três partes.  O ouvinte deveria retirar senhas no local para poder entrar no auditório, que seria evacuado e posteriormente cheio a cada intervalo. Como eu estava com passe de imprensa, não estou apta para comentar sobre como se deu esse processo. Você, leitor que estava no Henshin+, foi tranquilo para pegar as senhas?

Se esvaziar o auditório após a primeira palestra (de Sailor Moon) era uma necessidade óbvia, repetir esse processo na transição da segunda para a terceira, no entanto, me pareceu bastante desnecessário. Posso estar muito enganada, mas o público me passou a impressão de ser o mesmo (ou seja, as pessoas apenas saíram da sala para retornar a mesma em nome do cumprimento de normas).

Ah a burocracia… Sempre presente, raramente coerente.

Mas vamos ao que interessa (a nova iogurteira Top Therm) 

DSCF2340A primeira palestra, destinada ao lançamento de Sailor Moon, começou pontualmente e estava LOTADA. Lotada. O local estava entupido de gente. Para todo lado que se olhasse era possível ver perucas coloridas e saias de colegial. É evidente o quanto esse lançamento foi importante e o tanto que o público das guerreiras lunares é cativo. Não faz a menor diferença se eu gosto ou não do título, a questão é que uma massa imensa de pessoas estava louca por ele (não preciso entrar no mérito de ser shoujo, né?). Lançamento mais do que acertado da JBC e executado com a pompa que merece: edições lindas, com um acabamento super bonito e até com direito a concurso de cosplay no evento!

Cassius Medauar, gerente de conteúdo da editora, não exita em afirmar: Sailor Moon é o mangá mais importante da história da JBC. Alguém duvida? Disse até que Sailor Moon vai desbancar Naruto. Ainda bem que shoujo agora vende!

Enfim.

Na incapacidade de se manter neutro diante da questão comercial do shoujo, esse post entretanto não entrará na polêmica que surgiu durante o evento: honoríficos, ter ou não ter? Eis a questão (Mas vocês sabem que isso é só uma alegoria usada pelo público pra ilustrar a rivalidade Panini x JBC né? Vocês sabem, né?).

IMG_1154A segunda parte do evento foi a já tradicional mesa redonda sobre quadrinhos no Brasil. O sempre adorável Guilherme Kroll da Balão Editorial mais uma vez derramou todo o amor que ele sente pelo seu trabalho e dissertou sobre o quanto é satisfatório trabalhar com quadrinhos, apesar de todas as dificuldades. Marcelo Cassaro polemizou ao levantar o velho debate que questiona se mangá é quadrinho japonês ou um estilo e colocou todas as recalcadas pra dormir na BR quando afirmou que Holy Avenger recebeu um selo japonês afirmando que a obra brasileira é mangá SIM.  Como se não bastasse, pra mostrar que se bater de frente é só tiro, porrada e bomba, Cassaro afirmou:

Bakuman veio para o Brasil e criou uma legião de imbecis que acham que sabem tudo do mercado de mangás.

E quem discorda?

Foi nessa parte do programa que aconteceu o grande destaque do evento: o anúncio dos vencedores do concurso nacional de mangás, que contará com uma segunda edição e possivelmente evoluirá para se tornar um evento anual! Desnecessário dizer o quanto essa ação é importante para estimular a produção nacional de quadrinhos e dar a oportunidade de visibilidade para autores que, de outra forma, continuariam anônimos. Necessário porém pontuar o quão prescindíveis foram as críticas acerca do material recebido. Foi gasto mais tempo na infrutífera discussão acerca do quanto o “brasileiro não lê e escreve mal” do que na apreciação das qualidades dos selecionados. A situação da educação no Brasil é ridícula e todos nós vivenciamos as consequências disso de forma bastante direta e prática. Dissertar durante minutos sobre o analfabetismo funcional do brasileiro médio e a sua incapacidade de escrever roteiros me parece mera redundância.

Mas a moderação nas palavras não foi exatamente o forte de Cassius esse ano. Se no Henshin+ anterior ele se mostrou um anfitrião carismático, dizer que ele se excedeu em alguns momentos durante o evento desse ano e ultrapassou a linha tênue entre o humor e a impropriedade não me parece exagero. Houve algumas piadas impróprias e um momento quando um rapaz fez uma pergunta e Cassius aproveitou a oportunidade para dizer que conhecia ele, que ele sempre falava mal da JBC etc. Eu entendo a frustração com relação a esse tipo de coisa, mas talvez ali não fosse o momento adequado para “lavar a roupa suja”.

A última parte do evento foi destinada aos planos e novidades da editora. Com o anúncio de ProphecyHoshi no Samidare – Luficer and the Biscuit Hammer e do relançamento Yuyu Hakusho não restam dúvidas: a editora está consolidando um catálogo variado e de peso. E obviamente a platéia foi ao delírio com os anúncios (o menos esperado talvez seja o Prophecy, efusivamente comemorado pelos meninos do Mangá², o que certamente significa que acompanhar a série é uma boa ideia).

E o Henshin+ definitivamente se estabelece como um evento que justifica todo o hype que gera. Mal posso esperar pelo ano que vem!

Entretanto, uma decepção:

Cantaram, cantaram… Mas a música da Eliana, a Lady Gaga brasileira, não rolou.

Gabriela N.

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