Wake Up, Girls! - Primeiras Impressões

Cada temporada possui um anime que de forma surpreendente atiça as discussões e toma o lugar de muitos favoritos. Na temporada de inverno 2014 esse anime é Wake Up, Girls!

Antes, no entanto, precisamos falar um pouco da figura de Yutaka Yamamoto, criador do conceito da história: Polêmico diretor que foi demitido após os quatros primeiros episódios de Lucky Star, era o responsável pela série The Melancholy of Haruhi Suzumiya na época do tão odiado (mas amado por mim) arco Endless Eight da segunda temporada. Após sair em conflito do estúdio Kyoto Animation resolveu criar seu próprio estúdio, o Ordet, que viria fazer tanto o OVA quanto a série de Black Rock Shooter. Já em parceria com com o estúdio A-1 Productions dirigiu a série Fractale o para conceituado bloco noitaminA – que não obteve o sucesso esperado, resultando em um anúncio de aposentadoria por parte de Yamamoto em seu blog após uma briga online com um usuário anônimo. Obviamente ele acabou posteriormente cancelando tudo.

Sim, ele é polêmico. Yutaka “Polêmico” Yamamoto seria um nome mais apropriado.

“Mas no que importa a fama do diretor da série na análise das primeiras impressões de Wake Up, Girls!?” você poderia perguntar e eu diria “Calma, pequeno gafanhoto, chegaremos lá”.

A série, pensada pelo próprio diretor, trata da criação de um grupo de idols por parte de uma pequena agência sediada em Sendai, a Green Leaves Entertainment, após a mesma ir praticamente à falência e sua presidente ver no sucesso de um grupo idol de Tóquio, o I-1 Club, uma forma fácil de ganhar muito dinheiro para salvar a empresa.

Assim, a presidente Junko Tange e o iniciante empresário, Kouhei Matsuda, conseguem juntar sete garotas para formar o grupo que dá nome à série, as Wake Up, Girls!

Até aqui você deve estar ainda bastante confuso do porquê de eu colocar esse anime como a surpresa da temporada, afinal, apesar da onda de animes sobre grupos de garotas idols ser mais ou menos recente, muitos outros já foram feito com maior ou menor qualidade, mas é justamente aqui que eu vou retomar o lado polêmico do diretor Yamamoto.

A série começa como tudo aquilo que poderíamos esperar de algo desse estilo, com várias garotas moe, o empresário iniciante atrapalhado, mas apaixonado e cuidador, a presidente mandona com seus cigarros na boca, tudo bem clichê. No entanto, aos poucos o que era pra ser apenas uma sucessão de fofices por parte das personagens, incluindo um fanservice aqui e ali, começa a ter alguns tons críticos inesperados e que inicialmente faz você até acreditar estar vendo coisas onde não tem.

Só que com o passar do tempo o que parecia exceção torna-se o ditame da série e os tons ficam bastante acinzentados. Não quero dar spoilers aqui sobre esses acontecimentos já que estamos apenas em um post de primeiras impressões, mas é impossível não comentar por cima de uma cena das mais desagradáveis que eu já vi em um anime – sendo mais específico, a primeira metade do segundo episódio.

Se os pequenos detalhes que desviavam o anime de ser um clichê ambulante já nos faziam levantar o pescoço, esse segundo episódio tratou de dar um verdadeiro tapa na cara de quem está assistindo, principalmente naqueles que resolveram ver a série pelo fanservice. Existe nessa cena uma crítica retumbante ao mercado de idols no Japão e ao próprio “mundo lolicon” do qual Yamamoto faz parte.

É como se você pudesse ouvir Yamamoto dizer: “Não é isso que você queria?! Não é isso?! Aqui está! Consuma isso!”. É triste, é desagradável, é crítico, é reflexivo. Até gostaria de perguntar a quem assistiu se de alguma forma foi possível aproveitar o “fanservice” daquelas cenas.

No entanto, e isso certamente merece um post a parte, parece haver no diretor uma clara divisão maniqueísta em quem seriam fãs verdadeiros de idols/animes. Nesse momento – de certa maneira uma boia salva-vidas para os espectadores se segurarem, o anime suaviza algumas questões, deixando dúvidas sobre sua linha de raciocínio. Não acredito, porém, que depois de tudo isso (Wake Up, Girls! começa com um filme prólogo à série) voltaremos à estaca zero.

Com uma animação mediana, mas na medida certa ao que se propõe, personagens que cada vez mais vão se desenvolvendo, diversos subtextos possíveis de serem explorados por quem assiste e todo um potencial reflexivo que gera devo dizer que estou muito animado com o futuro da série e recomendo a todos darem uma olhada pelo menos até o segundo episódio.

Você pode acompanhar Wake Up, Girls! de forma legal pelo Crunchyroll. Clicando AQUI você irá para o filme – e é recomendado iniciar por ele – e AQUI para a série.

Confira outras opiniões sobre o anime em:

– Anikenkai

– Elfen Lied Brasil

Relacionado

14 thoughts on “Wake Up, Girls! – Primeiras Impressões”

Duvido que esse anime seja de fato bom, mas é bastante animador ver que certas pauladas ao mercado atual estão se tornando mais comuns.

Responder

Igor Mendonça disse:
21 de janeiro de 2014 às 17:24
O filme não é bom, o filme é muito bom! Talvez até mais que isso.
A série ainda é muito nova para ser julgada.
Responder

Nunca tinha pego um anime que abordasse esse assunto, até porquê não conheço muito sobre Idols, porém ele me surpreendeu. Gostei do ritmo, é divertido, e sobre o “Fanservice” acabei ficando com pena das personagens no segundo episódio por terem sido enganadas(Já no segundo ep conseguiu me fazer se importar com o grupo, potencial? talvez).

Tem tudo para ter um desenvolvimento muito bom das personagens, não estou esperando muito mas enquanto estiver me divertindo vou continuar assistindo.

Espero que não se torne um anime sobre a trajetória de um grupo que fará sucesso no futuro. Exato, não torço para que o grupo faça sucesso, prefiro que explorem os personagens.

Responder

Gyabbo! disse:
31 de janeiro de 2014 às 18:48
Elas não conseguirem fazer sucesso seria algo bem interessante, até para desenvolver melhor as personagens. Olha, gostei da ideia, vamos ver como vão levar a história.
Gyabbo!
Responder

Não consigo entender o que Yamamoto Yutaka está querendo com essa série, até posso concordar que existem alfinetadas a indústria e cultura das idols, mas ao final do segundo episódio é aquele mesmo idealismo fantasioso que vemos em qualquer animação que aborde idols, me pareceu que Yutaka é um daqueles otakus do Maid Café e sua animação é uma pregação da forma “correta” de realizar o culto as idols.

Responder

Gyabbo! disse:
31 de janeiro de 2014 às 18:44
Tive a mesma sensação quando assisti a parte do Maid Café, pareceu como se o problema não estivessem nos fãs exagerados, mas sim naqueles que não sabem ser fãs. Se seguir por essa lado pode ser uma pena.
Gyabbo!
Responder

Estou com o Aurélio Dantas. Eu assisti ao filme e achei-o completo e redondo em muitos sentidos. Boa animação, boa paleta de cores, muito boa direção, bom ritmo e enredo e personagens surpreendentes. O primeiro episódio da série eu achei comum e justificável. Eles tinham que fazer um recap do que havia acontecido no filme para quem não o assistira e adicionar apoucas coisas nova a trama. O segundo episódio começou muito bem! Muito bem, mesmo! Mas de repente (minor spoiler) o conflito é resolvido de forma muito covarde e conveniente (o que seriam até sinônimos, nesse caso), a ponto de abandonar uma parte da carga dramática até então. Mas vamos ver como a história vai proceder a partir do terceiro episódio.

P.S.: acho quase obrigatório começar WUG pelo filme.
P.S.2.: voltei a conseguir comentar! AW YEAH!

Responder

Gyabbo! disse:
31 de janeiro de 2014 às 18:47
É, acho que acaba sendo um consenso que depois da primeira metade do segundo episódio as coisas não caminharam tão bem quanto poderíamos esperar depois daquele início, mas acredito que será mais ou menos assim, com uma busca pelo equilíbrio entre a crítica e o moe.
E obrigado por voltar a comentar!
Gyabbo!
Responder

Saudações

Hum…
A série me pegou desprevenido, devo admitir…

Vi o filme e depois o primeiro episódio, por recomendação de uma pessoa no Twitter.

O filme se saiu bem. O primeiro episódio da série televisiva foi uma grata surpresa. Assisti o segundo episódio recentemente e, tirando algumas lições passadas no mesmo, o anime me parece bem digno de ser assistido.

Porém, é uma investida arriscada a projetada por esta obra.
Não acho que a obra seja tudo isso que andaram dizendo dela, nobre Denys.
Prefiro assistir este anime com mais cautela quanto à isto.

Até mais!

Responder

O meu grande medo é a segunda metade pra frente do episódio 2. A volta da Presidente pra resolver os problemas do manager “incompetente” e o aparente arco de “briga de grupos de idols” tira, IMO, todo o tom mais acinzentado e pesado que ele tinha mostrado até agora e apresenta um futuro bem padrãozão pra série.

Espero que isso seja só uma impressão ou, quem sabe, uma trollada do Yamamoto e que ele volte ao cenário mais pesado da série que é, pra mim, a única razão de asistir, porque anime de Idol fofinho e feliz tem aos montes por aí :(

Responder

Gyabbo! disse:
31 de janeiro de 2014 às 18:45
Acho que vão seguir um meio-termo, da mesma forma como vem sendo. Tem lá suas críticas e pontadas, mas também tem seus momentos felizes e mais fofinhos. Apesar de ser algo diferente é difícil mudar completamente por questões mercadológicas também.
Gyabbo!
Responder

parece ser aquele tipo de anime pra gente deixar passar pelo menos uns 5 episódios e ver a opinião geral antes de baixar.
pergunta: vc vai fazer post de primeiras impressões pra Inari, Konkon, Koi Iroha? :)

Responder

Gyabbo! disse:
31 de janeiro de 2014 às 18:46
Pra ser sincero eu acabei não indo atrás desse anime. Acho que primeiras impressões não, mas devo falar dele no post de entre-temporada.
Gyabbo!
Responder
1. Betto Mendes disse:
  31 de janeiro de 2014 às 21:37
  acabei de assistir o terceiro episódio e mantém o alto nível dos anteriores, recomendo demais.
  Responder

André Alves disse:
21 de janeiro de 2014 às 16:10
Duvido que esse anime seja de fato bom, mas é bastante animador ver que certas pauladas ao mercado atual estão se tornando mais comuns.
Responder
1. Igor Mendonça disse:
  21 de janeiro de 2014 às 17:24
  O filme não é bom, o filme é muito bom! Talvez até mais que isso.
  A série ainda é muito nova para ser julgada.
  Responder
Will disse:
21 de janeiro de 2014 às 16:35
Nunca tinha pego um anime que abordasse esse assunto, até porquê não conheço muito sobre Idols, porém ele me surpreendeu. Gostei do ritmo, é divertido, e sobre o “Fanservice” acabei ficando com pena das personagens no segundo episódio por terem sido enganadas(Já no segundo ep conseguiu me fazer se importar com o grupo, potencial? talvez).
Tem tudo para ter um desenvolvimento muito bom das personagens, não estou esperando muito mas enquanto estiver me divertindo vou continuar assistindo.
Espero que não se torne um anime sobre a trajetória de um grupo que fará sucesso no futuro. Exato, não torço para que o grupo faça sucesso, prefiro que explorem os personagens.
Responder
1. Gyabbo! disse:
  31 de janeiro de 2014 às 18:48
  Elas não conseguirem fazer sucesso seria algo bem interessante, até para desenvolver melhor as personagens. Olha, gostei da ideia, vamos ver como vão levar a história.
  Gyabbo!
  Responder
Aurélio Dantas disse:
21 de janeiro de 2014 às 16:48
Não consigo entender o que Yamamoto Yutaka está querendo com essa série, até posso concordar que existem alfinetadas a indústria e cultura das idols, mas ao final do segundo episódio é aquele mesmo idealismo fantasioso que vemos em qualquer animação que aborde idols, me pareceu que Yutaka é um daqueles otakus do Maid Café e sua animação é uma pregação da forma “correta” de realizar o culto as idols.
Responder
1. Gyabbo! disse:
  31 de janeiro de 2014 às 18:44
  Tive a mesma sensação quando assisti a parte do Maid Café, pareceu como se o problema não estivessem nos fãs exagerados, mas sim naqueles que não sabem ser fãs. Se seguir por essa lado pode ser uma pena.
  Gyabbo!
  Responder
Igor Mendonça disse:
21 de janeiro de 2014 às 17:23
Estou com o Aurélio Dantas. Eu assisti ao filme e achei-o completo e redondo em muitos sentidos. Boa animação, boa paleta de cores, muito boa direção, bom ritmo e enredo e personagens surpreendentes. O primeiro episódio da série eu achei comum e justificável. Eles tinham que fazer um recap do que havia acontecido no filme para quem não o assistira e adicionar apoucas coisas nova a trama. O segundo episódio começou muito bem! Muito bem, mesmo! Mas de repente (minor spoiler) o conflito é resolvido de forma muito covarde e conveniente (o que seriam até sinônimos, nesse caso), a ponto de abandonar uma parte da carga dramática até então. Mas vamos ver como a história vai proceder a partir do terceiro episódio.
P.S.: acho quase obrigatório começar WUG pelo filme.
P.S.2.: voltei a conseguir comentar! AW YEAH!
Responder
1. Gyabbo! disse:
  31 de janeiro de 2014 às 18:47
  É, acho que acaba sendo um consenso que depois da primeira metade do segundo episódio as coisas não caminharam tão bem quanto poderíamos esperar depois daquele início, mas acredito que será mais ou menos assim, com uma busca pelo equilíbrio entre a crítica e o moe.
  E obrigado por voltar a comentar!
  Gyabbo!
  Responder
Carlirio Neto disse:
21 de janeiro de 2014 às 18:09
Saudações
Hum…
A série me pegou desprevenido, devo admitir…
Vi o filme e depois o primeiro episódio, por recomendação de uma pessoa no Twitter.
O filme se saiu bem. O primeiro episódio da série televisiva foi uma grata surpresa. Assisti o segundo episódio recentemente e, tirando algumas lições passadas no mesmo, o anime me parece bem digno de ser assistido.
Porém, é uma investida arriscada a projetada por esta obra.
Não acho que a obra seja tudo isso que andaram dizendo dela, nobre Denys.
Prefiro assistir este anime com mais cautela quanto à isto.
Até mais!
Responder
Luke Blackwood disse:
21 de janeiro de 2014 às 20:47
O meu grande medo é a segunda metade pra frente do episódio 2. A volta da Presidente pra resolver os problemas do manager “incompetente” e o aparente arco de “briga de grupos de idols” tira, IMO, todo o tom mais acinzentado e pesado que ele tinha mostrado até agora e apresenta um futuro bem padrãozão pra série.
Espero que isso seja só uma impressão ou, quem sabe, uma trollada do Yamamoto e que ele volte ao cenário mais pesado da série que é, pra mim, a única razão de asistir, porque anime de Idol fofinho e feliz tem aos montes por aí :(
Responder
1. Gyabbo! disse:
  31 de janeiro de 2014 às 18:45
  Acho que vão seguir um meio-termo, da mesma forma como vem sendo. Tem lá suas críticas e pontadas, mas também tem seus momentos felizes e mais fofinhos. Apesar de ser algo diferente é difícil mudar completamente por questões mercadológicas também.
  Gyabbo!
  Responder
Betto Mendes disse:
23 de janeiro de 2014 às 17:36
parece ser aquele tipo de anime pra gente deixar passar pelo menos uns 5 episódios e ver a opinião geral antes de baixar.
pergunta: vc vai fazer post de primeiras impressões pra Inari, Konkon, Koi Iroha? :)
Responder
1. Gyabbo! disse:
  31 de janeiro de 2014 às 18:46
  Pra ser sincero eu acabei não indo atrás desse anime. Acho que primeiras impressões não, mas devo falar dele no post de entre-temporada.
  Gyabbo!
  Responder
  1. Betto Mendes disse:
    31 de janeiro de 2014 às 21:37
    acabei de assistir o terceiro episódio e mantém o alto nível dos anteriores, recomendo demais.
    Responder