O caso Minami Minegishi do grupo AKB48: Quando um contrato vale mais que a dignidade humana

Eu sou Minegishi Minami do time B da Umeda (Ayaka) do AKB48.

Eu sinto muito por ter causado uma enorme preocupação para os membros, fãs, staffs, meus familiares e outras tantas pessoas com o artigo publicado hoje (30/01/2012) na revista semanal (Shukan Bunshun).

(Longa reverência)

Como um membro da primeira geração do AKB48, grupo formado em 2005, é minha responsabilidade sempre me comportar como um bom modelo para as mais novas. Eu me arrependo profundamente pelo que fiz dessa vez. Foi um ato impensado onde me faltou completamente noção da minha posição enquanto membro veterana.

Meu cérebro apagou e eu ainda não consigo descobrir o que fazer, o que eu posso fazer. Mas depois de ter visto a revista ainda há pouco eu não consegui evitar fazer algo. Então eu decidi raspar minha cabeça sem consultar nenhum membro ou staff da minha agência.

Apesar de que não pensar que seria perdoada por fazer isso, a primeira coisa que veio na minha cabeça foi que “Eu não quero sair do AKB48”.

Esse é um espaço onde meus queridos membros, com quem eu passei o desabrochar da minha juventude junto, estão. E é inimaginável até pensar sair do grupo onde eu estou com tantos fãs maravilhosos e doces.

Eu entendo que é fora da realidade, mas se for possível, gostaria de poder continuar como a Minegishi Minami do AKB48.

Isso é tudo minha culpa. Estou sinceramente arrependida. Deixarei meu destino nas mãos do Sr.Akimoto.

Embora eu não tenha sido capaz de arrumar minha mente, eu só queria passar meus sentimentos atuais para vocês.

Muito obrigado por ter me ouvido.

(Longa reverência)

Traduzido e adaptado por mim de acordo com a transcrição, tradução e adaptação para o inglês do site AKB48 Wrup Up.

Eu sei que até este ponto praticamente todo mundo já ouviu falar desse caso e muitos blogs, sites, jornais e pessoas em geral deram seus comentários. No entanto, depois de ter lido muita coisa por aí sinto que preciso deixar a minha opinião sobre o caso da idol Minegishi Minami que foi rebaixada dentro do grupo AKB48 e gravou um vídeo de desculpas após raspar a cabeça por ter passado a noite na casa de um homem, o membro da boy-band japonesa Generation, Alan Shirahama.

Foto de Minami que causou todo o "escândalo"

Foto de Minami que causou todo o “escândalo”

Para aqueles que não conhecem, AKB48 é a girl-band de maior sucesso atual do Japão, um verdadeiro fenômeno midiático ao formar dezenas de idols (num total de 91 garotas hoje) que aparecem em todos os lugares: cantam, dançam, atuam, fazem propagandas, servem como modelo e tudo que é exigido de uma idol japonesa.

“Escândalos” como esse (e eu me recuso a chamar uma garota de 20 anos sexualmente ativa como um real escândalo) não são novos no mundo do entretenimento japonês. É público e conhecido por todos que essas garotas (variando desde pré-adolescentes até jovens adultas) – e possivelmente em especial as do AKB48 pelo seu enorme sucesso – são obrigadas por contrato a não terem nenhum tipo de relacionamento amoroso/sexual.

Leia também: Por que não simpatizo com a maioria dos animes ecchi?

Por que isso? Por mais doente que a resposta possa ser, ela é bem simples. O AKB48 – e idols em geral – fazem parte de um modelo de vendas e lucro baseado nos conhecidos otakus – no sentido japonês da palavra, podendo ser conceituado como alguém patologicamente entusiasta de alguma coisa, qualquer coisa, nesse caso, as garotas em questão -, grupo conhecido por sua falta de bom senso na hora de consumir algo relacionado àquilo que adoram.

Minami em 2012

Minami em 2012

No entanto, este grupo de consumidores (e percebam minha diferenciação entre AKB fãs e otakus de idols) não estão na maioria das vezes interessados nas habilidades artísticas dessas garotas, mas sim em alimentar e serem alimentados pela fantasia de possuírem para si uma mulher bonita, fofa, adorável, pura e, principalmente, virgem. Assim, falando meramente de negócios, o relacionamento de uma delas com um homem tira o seu grande apelo e destrói toda uma base de fãs que estariam gastando seu dinheiro em todo tipo de produtos relacionados aos seus membros favoritos. Uma garota que transgride o que foi acertado em contrato não está indo contra somente à sua agência, ela está traindo seus fãs.

Mas como eu disse, essa lógica funciona perfeitamente se olharmos para tudo isso de uma perspectiva meramente mercadológica. Só que assim como tudo que envolve humanos, a questão não pode ser reduzida a isso.

Durante minhas leituras do caso pela internet, desde a Folha de São Paulo, o Twitter, o Sankaku Complex (NSFW. Conteúdo +18), o Shoujo Café, o Mais de Oito Mil, até o Anikenkai, pude perceber basicamente duas formas de entender a situação.

  • Malditos otakus sem vida social que fazem com que pobres garotas passem por esse tipo de coisa!;
  • Ela não pode falar muito depois de ganhar dinheiro em cima dos fãs sabendo a vida que iria enfrentar sendo uma idol;

Apesar de achar a primeira visão um tanto quanto limitada como forma de entender o fenômeno, a segunda visão, ressaltado para mim no texto do colunista Fred do blog Anikenkai me soa quase como uma afronta e um deboche frente a tudo que aconteceu. Ainda que eu concorde com ele quando afirma que não há santos nessa história, acho incabível nesse caso uma tentativa de equiparar a culpa dos fãs/indústria com a “culpa” de Minami. 

Apesar de usar o texto do Fred como exemplo, parte de seus argumentos ressoam claramente questões com as quais não consigo concordar e que li pela internet durante esses dias.

 Mas e quando você percebe que a banda explora o fã de forma pornográfica? O buraco fica mais embaixo…

(do Anikenkai)

É verdade que a banda e seu produtor, Yasushi Akimoto, vendem uma fantasia para os fãs, em um modelo de negócio que procura fazê-los gastar o máximo possível para que possam ter contato com suas figuras de admiração. Assim, singles vem com um cupom que você pode usar para votar e ajudar a sua garota favorita, além de participar de eventos onde pode encontra-la. Isso gera um fenômeno muito peculiar onde os CDs vendem feito água, entrando nos diversos rankings, para a maior parte deles irem para o lixo posteriormente. O fã faz tudo pelo seu ídolo. Mas culpar a engrenagem pela máquina é complicado.

Dentro desse argumento normalmente se encontra outro mais interessante de se observar: as garotas que entram para o AKB48 tem plena consciência do que estão fazendo e de como esperam que se comportem. Se elas querem ter uma vida amorosa/sexual ativa que saiam do grupo, mas respeitem a cláusula contratual! Isso é interessante pois quem defende esses dois argumentos não percebe a imensa contradição em que caem. Afinal, se prega-se o livre arbítrio para as garotas, porque os fãs não recebem o mesmo tratamento? Adaptando uma frase que li algumas vezes sobre isso, ninguém está obrigando eles a gastarem seu dinheiro com esses produtos apontando uma arma para suas cabeças.

akb48-crazy-voter-5

Fã compra milhares de singles para votar em sua idol favorita e encontra-la

Se existem pessoas doentes que gastam tudo e vivem em prol de uma fantasia, não deveríamos cobrar da outra parte uma condição de vida tão ou mais absurda.

Pior, nesse caso específico da Minami, poucos parecem lembrar que ela é da primeira geração do grupo, tendo entrado em 2005 quando tinha acabado de fazer 13 anos! Prometa uma mundo de fantasias, luxo, riqueza, fama e idolatria para 100 crianças de 13 anos com a ressalva de que eles não podem namorar, chuto dizer que a maioria dessas crianças aceitariam na hora.

No entanto, se naquela fase as questões sexuais não tinham uma relevância tão grande em suas vidas, aos 20 anos a coisa muda completamente de figura. Não somente é um absurdo querermos cobrar de uma mulher que ela se mantenha virgem porque existem milhares de pessoas pagando para que ela se mantenha assim como é ainda pior que essas mulheres seja recrutadas ainda na pré-adolescência.

…é natural você se sentir mal ao saber que a menina estava mentindo pra você esse tempo todo sobre o produto que ela queria vender

(do Anikenkai)

Muito mais do que as pessoas que não estão tão ligadas aos aspectos culturais e do entretenimento japonês, quem é fã de animes e mangas já deve ter percebido como a exploração da imagem da menina jovem, pura, virgem é espalhada. É um grande absurdo quando fãs reagem assim ao saberem (ou suporem) que suas adorações do papel não são virgens, como no famoso caso de Kannagi (Conteúdo +18), mas quando isso chega a causar a humilhação pública e mundial de um ser humano, a questão se encontra em outro patamar.

Não estamos aqui falando de uma relação entre consumidores e produtos consumidos. Não! Estamos falando sobre desejos naturais humanos como amar e ser amado, fazer sexo, ter a companhia mais íntima de outra pessoa e nada disso pode ser regulado pela ganância e loucura de outras pessoas senão a própria pessoa em questão.

Ao perdemos de vista o ser humano que é Minami Minegishi, perdemos toda e qualquer discussão.

fl20130122lpa-870x489Apesar do meu principal argumento e o motivo da minha revolta durante todo esse caso ter sido a humilhação causada, permitida e encorajada por uma empresa e por parte do público (japonês e internacional), esquecendo que estamos falando de uma mulher de verdade, também é bom salientar que uma cláusula de castidade simplesmente não encontra apoio no direito japonês:

Labor contracts, like all contracts, are predicated on the assumption of agreement between two parties. But that does not mean that anything goes when it comes to their provisions. Four conditions must all be met to legitimize each and every term of a contract: kakuteisei (determinacy), jitsugen kanōsei (achievability), tekihōsei (legality) and shakaiteki datōsei (social justification).

It is the fourth, shakaiteki datōsei , that concerns us in the AKB48 case. This concept entails general ideals of morality and justice, specifically kōjo ryōzoku (public order and morality), a crucial and broadly ranging legal principle enshrined in Article 90 of the Civil Code.

Contract terms that violate kōjo ryōzoku are invalid.

Japan Times – Aconselho a leitura desse artigo por completo.

Exigir castidade de uma funcionária não encontra embasamento legal e justificativa social, é justamente na brecha que permite que garotas sejam culpabilizadas por algo natural do ser humano é que se encontra o problema. Trata-se mulheres como mercadorias onde seus consumidores parecem ter mais direitos sobre elas do que elas próprias.

Ainda que eu não acredite que a Minami tenha raspado os cabelos por livre e espontânea vontade – até por ela viver pela sua imagem -, esse lado da cultura japonesa, que é sim machista, patriarcal e sexista como tratamos no artigo “Esse cara sou eu! Comparações com Sukitte Ii na yo.“, é formador também de pessoas, incluindo mulheres, que acreditam nisso como algo correto, normal e necessário.

Mas mesmo que partamos do relativismo cultural, complicando uma visão macro da questão quando estamos fora do contexto sócio-cultural japonês, para mim a situação é bem clara. Adoro o Japão e passo muito do meu tempo em contato com aquilo que vem do arquipélago, mas muitas coisas não podem ser toleradas.

A humilhação, o desespero e o sofrimento de uma mulher em escala mundial é uma delas.

Agora quero ouvir de você nos comentários a sua opinião desse caso. Essa é uma discussão que precisa acontecer e aguardo vocês com novos olhares para entendermos melhor a situação.

Fontes e recomendações de leituras:

  • Shoujo Café – Algumas palavras sobre a garota do AKB48 que raspou a cabeça para se desculpar com seu público.
  • Folha de São Paulo – Cantora japonesa raspa a cabeça como castigo por passar a noite com rapaz.
  • AKB48 Wrap Up – AKB48 announced punishment on Minegishi Minami, demotion to Kenkyusei (KKS).
  • Mais de oito mil – Algumas palavras sobre o caso Minami Minegishi.
  • JPop Asia – AKB48’s Minami Minegishi Spends The Night At GENERATIONS’ Alan Shirahama’s Home.
  • Japan Times – AKB48: Unionize and take back your lost love lives
  • Sankaku Complex – AKB48 Otaku Casts 1770 Votes – “Why Do They Do This!?” (NSFW. Conteúdo +18)
  • Anikenkai – Coluna do Fred: AKB48. Até que ponto é demais?

PS: O blog Anikenkai é um grande parceiro do Gyabbo! e é certo que tanto seu dono, Diogo Prado, quanto o blog em si não endossam condições de humilhação em nenhum caso. O texto foi utilizado como exemplo para contra-argumentação, algo saudável e comum entre sites de opiniões, pedindo aos leitores uma leitura crítica de ambos os textos.

Eu sou Minegishi Minami do time B da Umeda (Ayaka) […]

45 thoughts on “O caso Minami Minegishi do grupo AKB48: Quando um contrato vale mais que a dignidade humana”

  1. Saudações

    Nunca estive efetivamente por dentro do mundo das idols, nobre Denys. O pouco que sei é graças às conversas com o Thiago 3T aqui em Curitiba, ou quando encontro o Leo Kusanagi em São Paulo. Mediante à isto, talvez a minha opinião não conte em nada e nem tenha o mínimo de representatividade (por tal razão é que não falei sobre o assunto no meu blog).

    Acho que a moral da Minami, como ser humana, foi abalada de forma quase irretocável discriminativa. Após ler todos os textos possíveis sobre o assunto (muitos destes por ti linkados) pude constatar isto, o que defino como até imoral para a garota.

    Mas Denys, acredito que independente da idade com a qual ela entrou no grupo, de todas as circunstâncias imagináveis, ela acabou assinando um contrato que classifico como [de risco], pois ela (querendo ou não) sabia o que a esperava, o que poderia acontecer a pessoa dela no caso da quebra de alguma cláusula contratual e assim seguindo-se.

    Não consegui localizar isto de forma eficiente, mas ela assinou sozinha o documento sem nenhum responsável por ela ao lado? Digo isto pois se trata de uma jovem com apenas treze anos de idade, e para mim isto conta demais, tendo em vista que os pais (ou responsáveis) por ela possuem [culpa no cartório] como um tipo de iniciantes no caso, não!? Talvez eu possa até estar sendo muito radical, um tanto quanto desumano, mas vejo a bola de neve ter sido criada muito antes de tal fato ter vindo à tona.

    No mais é bem possível que ela tenha raspado o próprio cabelo por vontade, sem alguém a mandando fazer isto, por algum tipo de “arrependimento”. As aspas se fazem valer aqui pois ela é um ser humano, uma pessoa com as suas necessidades, sonhos e sentimentos que qualquer outro habitante deste planeta possui. Ela ficou privada do direito de poder viver como uma [garota normal] em razão do contrato assinado (vide longa data) e, quando surgiu alguém que despertou um interesse natural nela, a mesma não viu outra maneira de fazer valer os próprios sentimentos. Acho isto triste, cruel…

    Mas não consigo tirar (um pouco) da culpa nela e nos responsáveis (pensando em utilizar outro termo para tais pessoas) por ela, pois o destino já estava selado. E maior parte da culpa vai para o empresário e coligados, que conseguiram encontrar uma brecha feroz nas leis japonesas para fazer com que todas as garotas candidatas à idols vivam, tão somente, para isso os seus dias. Só posso aqui lamentar o fato…

    Esta é a opinião de alguém que não tem [aquele] contato com tal universo (o das idols), mas que quis deixar registrada algumas palavras sobre o caso aqui.

    Até mais, jovem Denys.

  2. Adorei o seu texto, e eu tinha lido o do Anikenkai antes, não tinha visto ele como uma crítica à cantora. Só achei q ele não deixou de lado os argumentos que tiram a total inocência dela. Eu concordo q ela o contrato dela é abusivo e q ela não tinha noção disso tudo quando assinou o contrato, mas de todo modo ela rompeu com um contrato (abusivo) e nesse caso ela não pode ser totalmente inocentada no caso. Mas tbm acho q ela seja “a vítima” da situação e acho esse mercado de idols extremamente absurdo, aliás, vim morar no Japão há 5 meses e o único ponto q me decepcionou bastante foi ver como é forte o mercado do moe por aqui. Eu sabia q isso existia e q era muito presente, mas é impossível ir numa loja de produtos “otaku” e não se constranger com alguns produtos que extrapolam os limites do imaginável da imagem do moe.
    (e desde sempre achei a musicalidade AKB ruim – e o texto do anikenkai q conta alguns detalhes desse universo das idols respondeu minha pergunta do “por que esse grupo com msks chatas e repetitivas e coreografias risíveis faz tanto sucesso, superando os grandes artistas do jpop?”)

  3. Nossa que pecado MORTAL o dessa menina não? Ter um namorado e UAU fazer sexo com ele!!11
    Mundo de merda mesmo em que uma coisa tão esdruxúla vira motivo pra humilhar outro ser humano…E engraçado que do rapaz não falam nada né? Lógico ele é homem e NUNCA vai sentir o peso da misoginia de uma sociedade patriarcal igual o Japão.
    Lamentável e nojento o que estão fazendo com essa garota,nessas horas queria ter teletransporte pra poder ir até lá,abraçá-la e dizer que ela não FEZ NADA DE ERRADO.

    1. Então Aaghie, nesse caso não falam do menino porque ele não era idol. Porque também acontecem barbaridades com os ídolos masculinos por lá. Eles não podem ter vida própria, nem namorar, muito menos casar.

      1. Não sei se ele era um idol, mas ele faz parte de uma boy band. A questão nesse caso é um pouco de gênero, a agência dele soltou um release dizendo que não iria se meter na vida pessoal do seu membro… tratamento bem diferente ao dado à Minami ou qualquer outra garota do AKB48 (claro que aí também temos que levar em consideração o fato do AKB ser muito maior).

        Gyabbo!

        1. Verdade, vi isso agora! Não sabia que o menino era famoso também. Mas quando eu disse isso estava pensando naqueles meninos do Arashi, por exemplo, que são submetido à loucuras também. Esse moço deve ser de uma boy band liberal, fora do padrão de “idols”

    2. Bem, o Japão é um país extremamente sexista, mas no caso o problema é mesmo a política de Idols, não só mulheres como homens. Recomendo que leia o post do Shoujo Café para entender melhor essa questão.

  4. Realmente, coisa de doente… O Japão tem esse problema, a cultura é machista ao extremo. Pessoalmente acho que a menina pode realmente ter raspado o cabelo por iniciativa própria, afinal estamos falando de um país onde jovens se matam por não ter passado no vestibular. É por conta dessa visão machista que eu evito assistir animes românticos ou que tenham garotas como protagonistas, pois me irrita muito a forma como as mulheres são representadas. Há exceções, claro (Magi é uma maravilha, personagens femininos excelentes, a Morgiana é fantástica!).

    Entretanto, se prestar atenção, coisa de doente tem no mundo inteiro.. Nos Estados Unidos há a febre das “pequenas misses”, garotas de cinco, seis anos que são ensinadas a fazer poses sexy, usam maquilagem pesada, são submetidas a horas intermináveis de tratamento estético, provas de roupa, desfiles (uma rotina difícil até para mulheres adultas, imagina meninas que mal largaram as fraldas!)… e pior, mães, AVÓS se comportando como hooligans enlouquecidos durante as competições! No Brasil, meninas de dez, onze anos já são mães, se prostituem… a maioria da sociedade condena, é verdade, a lei não permite (da mesma forma que a lei japonesa não permite o tipo de contrato que as idols assinam) mas navegue um pouco pela internet, veja os comentários sobre qualquer notícia de gravidez ou prostituição infantil e você encontrará gente dizendo que o homem não tem culpa de pensar bobagem ou querer “passar a mão” se a menina tem o corpo desenvolvido para sua idade, ou algo do gênero.

  5. Eu não conheço muito sobre esta cultura das idol, mas por causa deste caso eu comecei a dar uma olhada. E acho o que fizeram com a moça é muita crueldade, mesmo ela tendo um contrato.
    Sem contar que acho meio doentio, uns caras idealizando um moça virgem, mas comprando um monte de produtos com forte apelo sexual. Elas tem books de biquíni, roupas sexy e outras coisas do tipo. Parece um cultura da negação, eu gosto mas não posso.
    Agora queria saber se elas, as meninas do grupo, tem alguma expectativa de fazerem alguma outra coisas da vida? Porque parece que elas só sabem ser idols. Como o caso de modelos que deixam de estudar para fazer fama no mundo da moda, mas depois não conseguem fazer mais nada e se ferram.

  6. Estas pessoas são aquelas que fazem como no filme perfect blue , perseguem uma imagen ate a morte de castidade e pureza e quando as idols fazem algo mas picante eles ficam lokos querem matar quem a levou por este caminho, e se presciso fazer o mesmo com ela , esse tipo de caso me deixa estremamente preucupado com as idols e com oque se passara em suas pobres cabeças de jovens adultas e com os otakus que acham que tem um direito sobre a vida delas por completo.

  7. Eu acredito que a questão é muito maior do que o grupo AKB48. Nós temos que lembrar também que o Japão tem o maior complexo de lolita do mundo. “Explorar pornograficamente” os consumidores, como o Fred do Anikenkai afirmou, é uma constante na música pop desde… sempre! Elvis arrebatava corações pelo mundo, Madonna sempre foi provocante, Michael Jackson dançava de forma insinuante. Só que numa mentalidade ocidental, NINGUÉM ESPERAVA QUE NENHUM DELES FOSSE CASTO OU PURO.
    O problema do Japão é essa obsessão com a virgindade e com a pureza, que CLARAMENTE faz alusão à pedofilia. Porque enquanto a mulher está infantilizada, vestida em mil lacinhos e sendo Kawaii ela é desejável sexualmente. A partir do momento que ela já fez sexo, ou seja, demonstrou um comportamento maduro ou adulto, ela passa a ser descartável. Reflitam sobre isso. A mera demonstração de maturidade sexual já faz com que a menina passe a ser desinteressante sexualmente, o que só faz sentido em uma lógica doente e pedófila.

    Concordo com o Denys quando ele diz que a idade com que as meninas entraram no grupo INFLUENCIA SIM na capacidade de decisão delas. Uma menina de 13 anos quer ter dinheiro para comprar as coisinhas dela, talvez ela nunca nem tenha se apaixonado. Ela não é de forma alguma capaz de definir a importância que o sexo terá na sua vida adulta, porque ela ainda é uma criança! .Pergunte à uma criança o que ela deseja ser quando crescer: modelo, bombeiro, astronauta. Agora perguntem à uma pessoa mais madura. É tão simples quebrar a lógica que responsabiliza a menina por ter assinado um contrato desses…

    Me assusta também no Japão, um país supostamente desenvolvido, que os próprios pais das crianças consintam em vender a imagem de suas filhas à uma indústria veladamente pornográfica que estimula a imaginação e fantasias de gente doente. Pedofilia é doença, é parafilia. E graças a Deus ainda é crime. Mas porque o “lolismo” do Japão é tolerado?

    Voltando à menina do AKB48. O que aconteceu com ela foi um crime. O que esses otakus fazem com essas meninas é um crime (por exemplo se masturbar e passar a mão nas meninas é NO MÍNIMO atentado ao pudor). Duvido que ela tenha raspado a cabeça por vontade própria, raspar a cabeça sempre foi uma forma de humilhar mulheres consideradas “infratoras ou desonradas”.

    E agora que já foi provado que esse tipo de cláusula contratual que invade a vida privada da pessoa é crime, porque essa prática é tolerada?

    O Japão tem que se lembrar que os idols (meninos e meninas) são seres humanos, e desejam viver vidas normais apesar de suas profissões. Os ídolos pop do ocidente também são produtos midiáticos, mas até hoje eu não me lembro de ninguém ter esquecido que eles também eram pessoas. Talvez o Japão precise evoluir um pouco e copiar o nosso sistema…

    E gente otaku nesse nível precisa de acompanhamento psiquiátrico.

    1. Olha, eu acho que ela raspou a cabeça por vontade própria, no sentido de que a quase lavagem cerebral que fazem com as idols dever ter feito com que acreditasse que era a coisa certa a fazer.

      No ocidente o que se faz é o contrário, tentam fazer menininhas parecer adultas… mas concordo que a coisa (ainda) não é tão radical quanto no Japão.

      1. Nossa, muito bem lebrada por você a questão das pequenas misses! Aquilo lá é horrível! Mas a meu ver fica em um círculo muito restrito, sabe? Não é como se elas fossem um fenômeno nacional da magnitude do AKB no Japão… pelo menos eu acredito que não.
        Eu estava me referindo aos artistas pop mesmo, sabe? E como eu disse, é tudo uma questão de lolismo. Uma artista ocidental não deixa de ser desejável quando ela perde a virgindade,por exemplo.

        E de raspar a cabeça… hmmm sim faz sentido se pensarmos que os jovens lá tem outra cultura e etc etc. Mas é que a simbologia do cabelo é muito forte, sabe? A Valéria fez um parágrafo muito bom no texto dela sobre isso, e eu mesma já tinha comentado antes com o Denys sobre o caso das mulheres na segunda guerra que tiveram seus cabelos raspados…

        1. O ato de raspar o cabelo de uma mulher tem um peso grande, com certeza. Li o texto da Valéria também e achei muito pertinente. Justamente por isso acho que a Minegishi fez isso, no desespero, tentando demonstrar o tamanho do seu arrependimento.

          E realmente, os ídolos pop do ocidente tem mais liberdade. São perseguidos, têm sua intimidade devassada mas a grande maioria do público só fica curioso, não julga com tanta severidade.

  8. Já vi quase que o mesmo post no anikenkai, que falta de criatividade falar sobre esse assunto também, Gyabbo… Tudo bem defender um ponto de vista diferente, mas precisa de um novo post pra isso? Isso que é ter falta de criatividade, hein tsc tsc

    1. Você leu o post? A ideia foi justamente contra-argumentar coisas que vi na internet sobre o caso e especificamente que li no Anikenkai. Minha posição é bem diferente da posição do Fred, claro que se justifica um post novo.

      Gyabbo!

  9. Muito bom o texto.
    Eu, assim como vários, vim acompanhando esse caso por várias mídias: blogs, sites de notícias, twitter, facebook etc.
    E, na minha opinião, ninguém (que eu tenha lido) abordou esse tema tão bem quanto você, nobre Gyabbo. Porque demonstrou no texto quem são os principais culpados nessa brincadeira: os otakus. Ou melhor, como é o termo comum no Sankaku Complex, os “creepy otakus”.

    Meu primeiro “contato” com os “idol otakus” foi através do livro “Otaku: os filhos do virtual”. Lá o autor descreve vários desses caras que tem uma atração doentia por suas idols. E sério, não tem como ler essa parte do livro sem se sentir desconfortável: grande parte (se não todos) muito provavelmente tem problemas psicológicos, porque não quero acreditar que é possível que uma pessoa em plena sanidade mental aja dessa forma. Esses caras exigem dessas garotas coisas que nenhum ser humano poderia exigir de outro – esse “relacionamento” existente entre os fãs e as idols deve ser uma das formas de relacionamento mais abusivas existentes.

    Porém, embora o principal culpado dessa história sejam sim os creepy otakus, isso não quer dizer que eles sejam os ÚNICOS culpados. Muito pelo contrário, já que culpados, nesse caso, temos aos montes. O segundo culpado é justamente o modelo de negócios que surgiu ao redor dessa obsessão patológica dos otakus: a indústria de idols. Porque?

    Simples: existe uma demanda (os creepy otakus querem “idols para chamar de suas”) que é altamente lucrativa. Surgiram então pessoas (e empresas) especializadas em suprir essa demanda: as “fábricas de idol”. E isso é, de certa forma, mais perverso que a obsessão otaku.

    No final das contas, portanto, cria-se uma relação comercial que eu gosto de chamar de “prostituição reversa”: os creepy otakus pagam a essas garotas pelo favor sexual de MANTEREM-SE VIRGENS. A grande verdade, que todo mundo que acompanha minimamente o mundo das idols sabe, é que somente uma quantidade pequena dos fãs realmente se importa com a performance musical das idols. Os outros (que, ao que tudo indica, são quem efetivamente sustenta a carreira delas) só querem uma coisa delas: que elas personifiquem sua “mulher ideal”. E isso inclui não manter qualquer forma de relacionamento afetivo/sexual.

    Isso é doentio? Com certeza. O problema é que, por causa disso, acabam ocorrendo situações como essa: garotas saudáveis, com desejos afetivos/sexuais como qualquer pessoa normal, acabam “escorregando” e, quando os fãs descobrem, elas caem em desgraça. O problema, me parece, é muito mais que uma simples “quebra contratual” no sentido jurídico (afinal, é muito provável que se uma dessas garotas argumentasse na justiça que uma cláusula de castidade em um contrato é ilegal, elas conseguiriam a anulação desse contrato), mas sim no sentido social: havia um “contrato social” de que essas garotas seriam puras para seus fãs. Ao quebrarem esse contrato social, elas perdem imediatamente o apoio destes (e muitas vezes ainda ganham desprezo e/ou ódio de brinde).

    E é aí que tudo piora: naturalmente, as idols não querem perder o apoio dos fãs (leia-se: o dinheiro e fama proporcionado por eles). Não só por motivos “egoístas”, mas também porque muitas, por estarem no show business desde crianças, não devem conseguir conceber suas vidas como “não-idols”! E é por isso que elas se humilham dessa forma. Não é por razões estritamente contratuais (embora, é claro, essas razões existam), mas também não é “por vontade própria” (sinceramente, com as pressões sociais que essa garota sofreu, duvido que qualquer ato de “redenção” que ela tomasse pudesse ser chamado de “vontade própria”).

    E ainda temos mais um culpado: a sociedade japonesa que faz vista grossa para essa situação – afinal, é mais interessante, tanto economicamente quanto socialmente, deixar que esses pequenos escândalos ocorram de vez em quando do que tentar entender e consertar a verdadeira fonte do problema, os creepy otakus.

    E, por fim, temos uma quarta parte que divide essa culpa: essas garotas e seus familiares. Primeiro, como o Carlírio já disse, é um absurdo que pais concordem que suas filhas sejam submetidas a isso (embora, como a Livia lembrou, esse tipo de “sacrifício filial” não seja algo exclusivamente japonês). Segundo, é ainda pior que essas garotas se disponham a passar por isso. Utilizando de novo a analogia de um relacionamento, eu imagino que todos conheçam a famosa expressão “mulher de bandido”: uma mulher que, mesmo estando em um relacionamento abusivo (às vezes até em que apanha de seu companheiro), acaba sempre reatando o relacionamento. Eu infelizmente conheço algumas garotas que sofrem desse problema (e alguns rapazes, por sinal – isso não é um problema exclusivamente feminino), e é incrivelmente triste ver esse tipo de comportamento auto-destrutivo. Mas o pior é que, depois de ver esse ciclo se repetir tantas vezes, você acaba se irritando com a “mulher de bandido”, porque ela simplesmente se recusa a fazer o que todas as outras pessoas julgam ser melhor para ela (largar o relacionamento).

    E é isso que acaba acontecendo com as idols. Sempre que elas reclamam (com razão) de não poder ter uma vida amorosa saudável (por exemplo [NSFW]: http://www.sankakucomplex.com/2013/01/31/akb48s-minami-takahashi-why-cant-we-have-lovers/) ou se envolvem nesses “escândalos” (que são uma forma de demonstrar que elas QUEREM ter uma vida amorosa), a resposta mais comum é: “então muda de profissão!” “ninguém está te obrigando a isso!”, etc. E eu concordo plenamente com essa posição: se você está desconfortável com a vida de idol, deixe de ser idol. Tente virar uma cantora/atriz/seyuu/whatever “normal” (um caminho que, me parece, é muito mais difícil que a já difícil carreira de idol), ou mesmo seguir uma vida sem ser celebridade, como a maioria da humanidade faz.

    Para mim (e eu entendo que a comparação pode chocar) uma idol reclamar de não poder ter um relacionamento é a mesma coisa que uma prostituta reclamar de ter que fazer sexo com os clientes. É simplesmente uma característica tão inerente à profissão que essa reclamação não faz sentido! E, assim como com a prostituição, as garotas que estão desconfortáveis com sua posição (ainda mais caso estejam nessa posição sem seu consentimento) NÃO devem se calar e/ou se desculpar e/ou se redimir pelas “escorregadelas”. Elas devem sim sair dessa situação, e denunciar para o mundo todo o que elas estão passando! Caso contrário, lembrem-se que o dinheiro e fama dessa profissão é devido à sua insalubridade – se elas tivessem relacionamentos, não teriam “fãs”.

    Até onde eu vejo, portanto, é impossível (ao menos por enquanto) haver uma situação em que essas garotas tenham legiões de fãs e ao mesmo tempo possam ter uma vida amorosa saudável. Quem sabe esse caso sirva para fazer com que a indústria das idols e seus creepy otakus finalmente possa ser vista como o absurdo que é. E, já que estamos sonhando, que essa onda de “vamos arrumar essa bagunça” atinja também o mundo dos animes, que também está indo ralo abaixo. Não custa sonhar…

  10. Acredito que a partir do momento em que há um contrato, tudo que se segue é apenas uma consequências previsíveis. Vi discussão sobre a ilegalidade do contrato. Não sou especialista, mas pelo que vi estavam usado como parâmetro as leis trabalhistas comuns, em que na maioria dos países do mundo (inclusive no Brasil) não são aplicadas à indústria cultural, abrindo precedentes pra cláusulas que não seriam possíveis caso estivessem sujeitas a uma CLT, por exemplo.

    Minha opinião sobre o assunto: esse caso é um scapegoat de um problema muito mais amplo. Temos de lembrar que a indústria de idols nada mais é que um mercado, e um mercado nada mais faz que atender a demanda de seus consumidores. Independente da legalidade ou não, a empresa que gerencia o grupo tem o poder de desligar os membros a qualquer momento, e acabaria por o fazer em um momento ou outro por causa das consequências (desvalorização da marca perante os fãs, implicando perdas financeiras) do fato.

    O que temos que considerar são as construções sociais envolvidas no caso. Por que há esse ideal de “pureza” na mulher japonesa, e porque os fãs são tão obsessivos quanto a ele? Se não houvesse um apoio da sociedade japonesa, esse tipo de cláusula absurda certamente seria abominada e rejeitada.

  11. Só achei que entre um texto argumentativo imparcial (qualidade esta presente em quem pratica jornalismo) querendo expor apenas os fatos coluna do Fred foi perfeita. Ela explicou o mundo Idol, explicou como funciona a industria dentro da banda todos os lados e deixou os leitores do blog a tirarem suas conclusões.

    Um dos melhores textos que foram escritos no portal Genkidama.

    Aqui só foi um texto com a opinião do blog…. é um opinião louvável, mas pareceu desmerecer a coluna do Anilenkai.

    1. Definitivamente a ideia aqui não foi desmerecer a coluna do Anikenkai. Devo dizer primeiro, no entanto, que a coluna do Fred não foi meramente expositiva, mas fez também julgamento de valores das várias partes envolvidas no caso, o que não significa que houve imparcialidade. Também é complicado dizer que ele explicou como funciona a indústria dentro da banda, algumas informações foram exageradas enquanto muita coisa (obviamente) ficou de fora.

      Você tem todo direito de achar o texto do Fred um dos melhores textos escritos no Portal. No entanto, tanto aqui quanto lá foram dois textos de opinião, embasadas e buscando apoiar seus próprios argumentos.

      Gyabbo!

  12. ja comentei em varios lugares sobre isso, com 1° eu acho que ele fez por vontade propria, como vcs memso disse : “não são novos no mundo do entretenimento japonês”

    http://www.jpopasia.com/news/akb48s-yuka-masuda-to-leave-the-group-due-to-potential-sex-scandal::12615.html

    varias dessas idols ja sairam do grupo, foi uam escolha delas, a minami por sua vez escolheu querer ficar no grupo, mais o estrado ja tava feito.

    assim como o fred disse no anikenkai, elas vendem uma imagem, não uma musica oque elas fazem é o de menos vendem os otakus que comprar tudo que tiver relacionado com as garotas tao pouco se fudendo pro resto eles querem ELA, nem que somente em 1 monte de traqueiras com foto dela estampada.

    Eu concordo com isso ? não !! ela tem parte da culpa ? Sim, ela sabia onde estava oque representava vc pode dizer que ela mesma jogou uma pedra no espelho que representava a imagem dela, a carreira dela.

    Um caso recente foi com a Aya Hirano, ela escolheu jogar tudo pro alto e viver a vida dela… foi condeda ? FOI ! perdemu muitos membros do fanclub e tudo tinha quase 1 milhao se não me engano seguindo no twiter e depois do escandalu ficou so ums 100mil…

    repetindo ela ESCOLHEU FAZER ISSO, LIGAR O FODA-SE PROS OTAKUS VIRGEMS TETUDOS !!!.

    todas as menians do akb48 podem fazer isso + não fazem por que não querem… todos tem liberdade de escolha, cabe a cada um decidir oque quer fazer e viver com as consequencias de suas escolhas.

    Vc pode muito bem pegar 1 arma e amtar alguem, escolha SUA, vc sabe as consequencias disso.

    elas escolheram ser idols, sabiam oque esperar.

    1. Existe uma parte do texto que fala sobre esse argumento de “Elas sabiam o que esperar por serem idols”. Peço que leia novamente.

      Como se pessoas que passaram a sua pré/adolescência/início da fase adultas voltadas para uma única coisa pudessem facilmente desistir de tudo para fazer… o que? Como se não existisse uma pressão social enorme em cima do papel feminino, da ideia de que ela, sim, estava errada e precisava se manter virgem. Como se a fama e o dinheiro não tivessem interferência nenhuma nas escolhas. Ela fez uma escolha, escolheu passar a noite com o cara lá, isso não dá o direito a ninguém de exigir que ela seja humilhada em escala mundial.

      Gyabbo!

      1. eu li perfeitamente essa parte, umas pessoas passaram sua pré/adolescência/início da fase adultas fazemdo varias coisas, robando matando se prostituindo, usando drogas, estudando, trabalhando existe varias coisas, não quer dizer que a pessoa tem que ficar na mesma coisa pro resto da vida, veja meu exemplo da Aya Hirano ele resolveu mudar de vida e seguiu oque achava certo. TODAS NO AKB48 PODEM FAZER O MESMO !

        Existe uma pressão social enorme ? OBVIAMENTE ! e ela viveu sobre essa presão toda sua carreira, ela sabia oque significava ser uma idol.
        FAMA E DINHEIRO não vem facil… se ela gosta do glamour é escolha dela continuar nessa industria do entretenimento( ou seria do sexo mesmo?)

        Ela fez uma escolha, passou a noite com o cara, como VARIAS, REPITO VARIAS OUTRAS GAROTAS FIZERAM ANTES !!!!

        Isso da direito pra ela ser humilhada mundialmente ? não

        a Yuka Masuda ( exemplo dado no seu post) resolveu sair da carreira de idol pronto acabo ali o problema. ela teve 1 escandalo global ? mandaram ela raspar a cabeça ? NÃO.

        Essa minami raspou por que quiz !!! ela tento apagar o fogo ( a ira dos fans) para tentar se mantar sendo uma idol ( ela esta bebada com a fama talvez ?) elas podem sair da carreira de idols QUANDO quizerem, muitas começam assim e viram atrizes, dubladoras, dançarinas OU quem sabe USA O DINHEIRO QUE GANHOU na epoca de idol e faz uma faculdade !

        como Vlad Schüler disse no seu post, tem coisas que sao ligadas a uma profissão.

        uma prostituta não pode reclamar de ter que transar.

        Um bombeiro não pode ter medo de fog ou de altura.

        Um Padre não pode reclamar de não poder fazer sexo

        Um Juiz tem de ter uma imagem de Justiça

        uma Idol tem que ter uma imagem pura.

        no momento que se quebra essa regra base de uma profissão, a pessoa ja não é apta a continuar fazendo mais isso.

        como dizem a imagem de 1 pessoa/empresa é = um espelho uma vez quebrada/ maculada/ suja é dificil, praticamente impossivel recuperar.

  13. Usando um exemplo mais próximo, isso me lembrou a cantira Sandy em uma entrevista no Fantástico. Ela confessou que se sentia frustada com seus antigos fãs por acharem que ela “mudou”, sendo que ela já passou dos 20 e é casada. Essas coisas em escala maior ou menor acontecem em todo mundo.

    1. um otimo exemplo no contesto do brasil, ouvi dizer( não seis e é vdd n conheço sobre ele) que tavam quereno afinar a voz do justin BIBA pra que ele continuasse a fazer sucesso nas fas adolescentes dele.

  14. Bem, de todos os posts que li, decidi comentar o seu, Denys, que é mais ponderado, menos tendencioso, na medida do possível.

    Tudo que pude concluir é que a política de Idols é uma faceta de exploração humana como muitas outra em outras culturas (re-citando a objetificação das brasileira na valorização de mulher-fruta, as pequenas misses, etc, etc). Claro que em muitas isso se dirige as mulheres, mas não vejo como uma questão sexual. Afinal, a exploração do trabalho masculino (tanto aqui quanto lá) também não é um abuso?

    Minha opinião quanto a menina, se ela está certa em raspar o cabelo, se ela está querendo chamar atenção, se ela é uma vítima da agência e dos fãs… Primeiramente, não a conheço, não posso dizer o que a faz continuar no mundo das Idols. Então não posso julgar sua decisão. Mas não acho também que seja culpa dos fãs, e sim de um sistema onde “Money makes the world go around” e todos são vítimas e abusadores ao mesmo tempo.

  15. Eu não conheço tanto do mundo idol japonês quanto eu conheço os coreanos, são muito diferentes mas nessas coisas de contrato até que não tanto. Mas olha… Eu até concordo com a Lola (Do escreva Lola, escreva) na parte em que ela disse que não é tão diferente do pop ocidental, até pq esses artistas da disney por exemplo, também tem essa coisa de ser virgens (até o momento em que eles saem da disney e ficam loucos do koo) mas acho que são casos extremamente diferentes e não podem nem ser comparados, pq o da disney acho que é mais voltado pra as crianças mesmo e tem essa coisa de serem virgens e pagarem de puros pq os pais não deixariam seus filhos ouvirem música de alguém que falasse de sexo e talz. Já o caso da Miichan é totalmente diferente, AKB NÃO É pra crianças, por mais que tenha uma criança ou outra que goste, o público é totalmente diferente. São adultos, que dedicam a vida a ser fãs e a nada mais, e como compram as coisas e dão muito dinheiro pra a empresa que agencia, acham que tem o direito de mandar nelas e todo esse blablabla dos fetiches que os japoneses tem com as mulheres e talz (tem uma amiga minha que diz que japonês é tudo pedófilo pq eles curtem uma novinha mesmo LOL )

    Agora o ponto é: ela NUNCA iria brigar, bater de frente e dizer “sim, transei mesmo e aí, vocês não tem nada a ver com isso”. Eu posso estar errada mas tenho uma impressão de que os japoneses não vivem pra viver a própria vida como a gente aqui no ocidente (ou como achamos que vivemos) eles tem uma ideia de sociedade muito forte e tipo, eles não podem fazer as coisas que não agradam a sociedade. Não que isso não seja imposto a eles, mas é diferente da gente no sentido de que é uma coisa que cresce com eles e pouquíssimos questionam, a maioria cresce sabendo que tem que ser como a sociedade quer que ele seja e faz isso. Aí eles se obrigam a fazer coisas extremas, como isso e muitas outras coisas.. Pra ela não deve ter sido um choque só pra os fãs, foi também pra família, pros amigos, pra as outras meninas do AKB. Eu acho que isso que ela fez foi mínimo pq ela poderia mtu bem se matar… Eles levam MUITO a sério MESMO esse negócio de honra!

    A minha Sensei dizia que lá no Japão se você fizer algo errado e só pedir desculpas, não adianta pq NINGUÉM vai te desculpar. Só te desculpam se você se curvar, e a forma de fazer isso é justamente uma forma de “se humilhar pra pedir desculpas”. Em alguns erros do dia a dia mesmo se você não se ajoelhar suas desculpas não serão aceitas. Então basicamente, ela tinha um contrato que dizia que ela não podia fazer sexo, ela fez então quebrou o contrato e por isso se humilhou pra pedir desculpas. O fato é que o erro maior não é dela mas sim das pessoas que idealizaram esse contrato e das que apoiam isso, cara não tem como alguém dizer que isso não é machista, nem aqui e nem na china (por mais que os níveis de machismo lá sejam mtu maiores). Então tipo, o ato dela nem foi um grande problema a padrões japoneses, mas serviu pra mostrar pro mundo o tanto que esse tipo de coisa é realmente machista, e o tanto que as pessoas que compram são exacerbadamente machistas… sei lá

    Só que eu realmente acho que lá não tem a opção de escolha, não pra esse lado. Até pq elas tem contratos e se eles forem quebrados elas tem que pagar com o dinheiro delas, e elas já ganham mal pra caralho, não teria como pagar! Teria que entrar na justiça pra quebrar o contrato e seria um rolo, e são contratos milionários, se ela fosse considerada culpada por quebra de contrato como que essa menina pagaria, pelo amor de deus?… Aconteceu uma coisa parecida com um menino do SUJU e ele conseguiu quebrar o contrato apenas pq como ele era chines e tava indo contra uma empresa coreana, as leis que valiam não eram só as da Coreia, mas as leis internacionais de contrato… Enfim… É treta mesmo… Eu conheço muito mais o mundo dos idols coreanos do que os japoneses, o único grupo “idol” japonês que eu já gostei foi o Kat-Tun e mesmo assim seria diferente pq eles são homens (e sim, neste caso o machismo também opera, quando o Jin Akanishi casou ninguém xingou ele mas todas queriam matar a Meisa). Mas acho que na Coreia eles ainda teriam mais liberdade pra questionar um contrato do que no Japão, não por causa das leis, mas por causa da pressão social que isso causaria. Pode parecer bobo pra a gente que é brasileiro mas eles levam essas coisas muito a sério, muito a sério mesmo.. Sei lá.. Eu entendo pq ela fez mas não acho que está certo, acho que é desumano e sim, pra mim a culpa é da agência e não dela, mas a agência só faz isso pq realmente existe uma sociedade que permite!! Enfim… (escrevi pra carai socorr LOL)

  16. Mimimimi machismo mimimi coitada mimimi sexismo. Foda-se!
    Só digo uma coisa: Bem feito para ela!
    É o mesmo que reclamar por ser Paniquete e ser tratada como puta/objeto de humilhação. Trabalha na indústria de idols porque quer, minha filha. Agora aguenta o tranco.

    1. Esqueci de dizer: Mulher real não é pura, os fãs que veneram ela são tão retardados quanto a própria. Idol Otaku é retardado. Querem pureza de verdade? Que assistam K-ON, pois lá as fêmeas são melhores do que qualquer mulher de carne e osso.

  17. O problema do Japão pra mim,Dennys,é que os japonesas não podem
    ser eles próprios,não podem expressar suas idiossincrasias,tem que serem unilaterais.
    Tem que ser aquele modelo fabricado:o mãe,o trabalhador,
    a idol etc.
    Me lembro de uma cena de um filme(acho que foi Confissões,Tetsuya Nakashima)
    em que o aluno briga com a professora,falando que ela não é uma boa professora
    porque tem um filha,sendo assim ela se importa mais com a filha do que com os alunos(era mais ou menos isso).
    Fiquei pensando que discurso absurdo,é como se ela não pudesse ser humana,ela é vive em função do trabalho.E teve uma reportagem sobre a dificuldade das mulheres japonesas de encontrem trabalho quando já tem família,muitos não acreditam que elas se “dedicariam” 100 por cento ao emprego e a família ocuparia o “primeiro lugar”.
    Não é a toa que o mundo da Fantasia(animes,mangás,video games,idol,etc) fazem tanto sucesso e só crescem por
    lá.Eles precisam criar algo,nem que seja um mundinho particular,pra fugir do peso de ser um japonês.
    E sempre tem alguém que vai lucrar em cima disso!No fim vende-se essa Fantasia e que o dinheiro vale mais que a dignidade de alguém.
    Ela é um ser humano,tem livre arbítrio e faz da vida dela o que ela quiser,isso é algo que devia estar acima de tudo,inclusive do dinheiro.
    Espero que os japoneses reflitam sobre essa história triste e absurda.

  18. Ent…Sou novo aqui no “Genkidama” e gostei do seu comentario a esse assunto,realmente como o “Urso” falo (Sim,o urso do video quest,afinal so vim conheser o genkidama por causa deles xD)
    “Pensar que existe uma massa de “japoneisinhos” suado que ficaram revoltados com uma “cantora” que teve relações sexuais,pq na cabeça desses cara,ela era namorada deles….”,é realmente triste isso,ainda mais que eles alimentan muito esse tipo de “massa”,enfim…
    So dizer que gostei muito do seu texto,e dizer que tbm sou de Manaus! (cheguei ouvir o kitsune falando num video quest,que vc era manauara!!!Pode confirma isso para min? xD)e sobre o fato dela ter raspado a cabeça,eu acho que ela foi vitima da agência dela.Ela sendo “idol” ou não ela continua sendo um “ser humana”.

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