Esse post conterá spoilers da série até o seu décimo episódio. Da mesma forma, a discussão nos comentários deve se limitar a esse episódio.
Sim, você já ouviu essa música ou pelo menos seu verso mais famoso: “Esse cara sou eu“, música tema da atual novela das oito da Rede Globo, Salve Jorge.
E como hoje em dia o divertido é compartilhar pela milésima vez imagens engraçadas pelo Facebook (ainda que todo mundo já tenha visto) muito provavelmente você também já conheceu a “análise psicológica” dessa música.
Senão, clique AQUI (OBS: Não levem a sério a parte ‘psicológica”, é pra ser uma piada, ok?).
Mas afinal, o que isso tem a ver com o blog Gyabbo!, um site voltado para o entretenimento pop japonês, especialmente animes e mangas, e esse post?
Talvez nada, mas talvez tudo.
Apesar da brincadeira rasa feita com a análise da música do cantor Roberto Carlos, gostaria de aproveitar a deixa para comentar sobre algo que andei percebendo recentemente enquanto assistia alguns episódios do anime Sukitte Ii na yo. no aplicativo do Crunchyroll para celular (um dos meus novos vícios e que futuramente irei comentar por aqui a respeito).
Se você não conhece a obra, trata-se de um anime shoujo da temporada de outono de 2012 até o momento mediano (faltam três episódios para eu terminar) onde acompanhamos o redescobrimento das emoções afetivas com outras pessoas da protagonista Mei Tachibana quando essa vira alvo do garoto mais popular da escola, Yamato Kurosawa.
É simples, clichê, mediano, mas um bom entretenimento, principalmente pela escassez de um maior número de animes shoujo por aí.
Vale um aviso que esse post contará com spoilers até o décimo episódio, pretendendo-se comentar principalmente os acontecimentos que abarcam os episódios sete à dez. Continuando, já depois da metade da série, quando o casal principal já é efetivamente um casal, com direito a beijos e quase amassos na cama da garota – algo raro no puritanismo que costuma assolar as obras shoujo que saem da tinta e do papel para o acetato -, dois acontecimentos colocam em prova o amor deles.
Yamato, sendo tão bonito e carismático como é, acaba aceitando trabalhar como modelo por um tempo junto da garota mais popular da escola e também modelo, a rival Magumi Kitagawa. Apesar do ciúme natural que Mei sente ao ver seu namorado em cenas românticas nos ensaios fotográficos, ela prefere não interferir na escolha do rapaz, afinal, é ele quem deve escolher com que trabalhar e não é o namoro de ambos que irá modificar isso.
No entanto, Yamato, que além de bonito e carismático também é muito prestativo – quiça um pouco inocente -, aceita o convite de Kitagawa para jantar em sua casa (onde ela mora sozinha) todas as noites após o término da sessão do dia, omitindo essa informação de sua namorada e mentindo sobre o horário que sai realmente do trabalho.
É claro que tudo começa a circular na escola como boato – alguém sempre tem que ver o protagonista da história fazendo algo aparentemente errado para divulgar para todo mundo -, deixando Mei extremamente em dúvida da lealdade do seu amado. No entanto, ela resolve conflita-lo, terminando na cena mais fantástica do anime até o momento quando ela puxa-o pelo colarinho, dando um senhor beijo no meio do corredor da escola em um desespero para mostrar não só os sentimentos fortes que sente, mas para que ele acordasse para a dor que estava infligindo nela.
É claro que “O cara” não percebe, continuando seus atos egoístas, ignorando os sentimentos da garota, levando sua vida da forma mais tranquila possível. Apenas após levar uma “tapa na cara” de uma amiga de Mei é que ele realmente percebe a burrada que está fazendo.
Após a resolução desse conflito – onde Yamato desiste de continuar como modelo, algo que ele nem queria fazer realmente desde o começo – um antigo amigo dele volta e por ocasiões que não cabem aqui discutir, ele acaba se apaixonando (ou pelo menos acredita nisso) por Mei.
E foi justamente aqui que algumas coisas começaram a me incomodar a ponto de escrever esse post. Se Yamato é o namorado perfeito para todas as garotas do colégio, ficou perceptível durante o “arco” contado anteriormente que “O cara” não é tão perfeito assim, mais do que isso, simplesmente ama-la do jeito que ela é não é o suficiente para fazer uma relação dar certo. Ser o namorado de Mei, uma garota que até pouco tempo atrás não tinha nenhum amigo, não poderia ser encarado como caridade onde só o simples fato de amá-la resolveria tudo.
More than words to show you feel.
É então que o simples boato de que Mei está andando com o amigo de infância de Yamato, Kai, faz com que os papéis se invertam. Ignorando novamente toda a tristeza que a garota vinha sentindo pela solidão que sente por acreditar estar perdendo amizades importantes – e únicas -, Yamato se diferencia de Mei, que procura entender e pesar o que seu amado poderia estar fazendo, ainda que com motivos concretos para se sentir pelo menos triste com ele, e surge de forma agressiva questionando os dois sobre um possível passeio no parque que ele ouviu falar, chegando a tentar esmurrar Kai.
Possessivo, ciumento, insensível, violento e apaixonado. Esse cara é o Yamato?
E mesmo depois de todo esse papel macho-alfa, quem termina pedindo as desculpas finais é a Mei!
Não terminei o anime como falei anteriormente, mas esse tipo de reflexão me faz pensar que tipo de relação se estabelece entre esses dois personagens, mesmo que esteja esperando um “final feliz”. Não é de hoje que sabemos que existe um grande abismo na questão de igualdade de gêneros no mundo, sendo até mais crítico no Japão, é conhecimento comum entre os fãs do país, uma das suas facetas menos admiráveis. São nesses pequenos detalhes – mas eu admito que estou fazendo muito mais um exercício de reflexão do que algo realmente objetivo e concreto aqui – que percebemos que mesmo nas histórias de amor, as raízes culturais estão presentes, ainda que de maneira suavizada.
Vou assistir aos episódios finais para fazer um texto conclusivo desse anime, mas gostaria de saber sua opinião (e cuidado com spoilers além do episódio 10) sobre esse tema.
Afinal, é esse o cara que toda mulher gostaria de ter? Esse O cara?
Muito interessante seu comentario ! O que eu posso acrecentar e que eu sinto que esse anime fala muito sobre imperfeições (aonde até uma garota com os seios muito grande foi considerado um problema), e o personagem principal é o mais interessantes deles, pois o seu defeito é parecer ser perfeito, isso ficou bem claro no episodio onde ele conta o passado dele para a Mei atras daquele barraco, as pessoas esperam que ele seja perfeito, de certa forma ele tenta atender a essa expectativa, mais ele é humano, cheio de imperfeições e defeitos. Com relação ao seu comentario sobre a serie ser machista por causa dessas cenas que voce descreveu, eu não nego que voce pode esta parcialmente certo, porem eu prefiro ver de uma outra forma, a Mei não é submissa, ela é compreensivel, compreensão que ela demonstra para todos, amigos e inimigos, compreensão consequente de uma vida sofrida (por sofre por muitos anos ela não que ver ninguem sofre igual ela) e essa caracteristica dela somada com todos os seus sentimentos confusos de paixão fazem que ela aja dessa forma: tentando sempre ver e sentir as dores e angustias de todos os outros em sua volta, o que piora muito mais quando esse outro é seu namorado, aquele que ela se importa mais do que qualquer outro.
Só digo uma coisa: Tinha que ter acabado no episódio 12, pq o 13… =/
Tomara que continuem com outra temporada…
~flw
Eu faço um paralelo com o outro da temporada: Tonari No Kaibutsu-kun.
Enquanto o garoto de Sukitte faz essa pseudo bondade, largando algo que ele nem mesmo queria, a garota de Tonari faz o total inverso. Ela precisa estudar, não tem recursos e precisa de uma bolsa, quer fazer direito e ser alguém. Então entra num cursinho. No mesmo cursinho está o rival apaixonadinho – ele entrou no tal curso sem necessidade, apenas para ficar ao lado dela, e o q é um shoujo sem o rival pra criar tensão, não é mesmo minha gente? O namorado exige q ela saia do curso imediatamente. Ela diz um NÃO categórico, ele insiste, ela repete o não quantas vzs ele quiser ouvir. Ela pensa no futuro dela e no futuro q ela possa vir a ter com ele – fica mais claro ainda no manga q ela pensa seriamente em coisas como o que ele estaria fazendo para não atrapalhar ela na faculdade hahaha – portando estariam juntos… Entre a Shizuku e o Yamato imagina quem é considerado egoísta pela maioria dos leitores?
Yamato não vai ser modelo? Ele algum dia precisou ser modelo? Quis de verdade ser? Se o ciume dele com a Mei foi tão imediato e violento não é pq o que ele fazia não era assim tão inocente? Ele fala que ela não tem o direito de critircar ele pq ela fez o mesmo. Primeiro que não fez o mesmo nem de longe, e segundo que se a raiva toda, ao ponto dele brigar naqueles termos com o amigo, foi por comparar as duas ações então ele sempre soube que o q fez estava MUITO errado.
Prefiro encarar isso como absurdo do roteiro ou como daquelas insanidades típicas do shoujo. Me abstenho do comentário da diferença gritante de gênero, desculpe-me! hehehe… Senão não leria muita coisa. O que tem de protagonista que começa com personalidade e termina com demência grave pq encontrou o “”””amor”””” (vai trezentas aspas nisso), não é pouco. Me divirto horrores com tudo – inclusive com os clichés absurdos, adoro – e continuo leitora. Mas sabe oq é melhor? Não raramente, senão o exemplo não estaria nessa mesma temporada, a protagonista tem a força necessária para se impor diante dos outros.
ps.1: Personagem bacana de Sukitte é a Aiko.
ps.2: Se qualquer uma q se apaixonar pelo queridinho do colégio vai receber o “chá no bule” das coleguinhas POR QUE ELAS INSISTEM? Num tem um outro cara não tão desejado mas tão legal quanto? Num colégio inteiro? E tem como quem lê não se divertir muito com isso?
Demorou um pouco para Sukitte li na yo me prender, mais ou menos pelo quinto episódio é que eu consegui assistir o anime sem morrer de tédio. Como você definiu é um anime mediano, lembra muito em alguns aspectos kimi ni todoke, bokura ga ita e lovely complex. Sem ser ideal como kimini, nem engraçado lovely complex. Essa mistura de cenas fofas com vícios de shoujo escolares que tentam ser realistas tornam suki muito inverossímil, mas não consegue ser ideal e fofinho como kimi.
Os protagonistas são poucos críveis, até os dramas dos secundários logo são superados a partir de uma conversa, mas sem ser catártico como em Furuba.
Agora o Yamato é um caso a se pensar, ele apaixona-se pela Mei, mas ao menos pra mim não foi mostrado o porquê dele ter se apaixonado por ela, eu considero a Mei uma personagem muito apática, e com a apatia dela ficaria realmente para o Yamato perceber o que ela estava sentindo a reação dela na presença das amigas era mais clara sobre aquilo que ela estava sentindo.
Sobre o amigo que se apaixonou pela Mei, ficou mal construído, o cara conversa uma ou duas vezes com a menina e fica apaixonado, oi?
E honestamente perto dos romances que fazem sucesso que os caras são violentos com as mocinhas em mangás e doramas, o Yamato que antes de bancar o possessivo, apesar da lerdeza em perceber os sentimentos da Mei, ainda era um mocinho razoável, embora idealizado porque no começo do anime era muito amor dele para aturar as inseguranças e hesitações sem sentido da Mei, sim, eu sei que ela foi vítima de bullying, mas mesmo gostando dele ela dizia coisas não muito agradáveis que feriam o Yamato. Enfim, o comportamento do Yamato é deplorável, mas esse tipo de comportamento possessivo, ciumento e insensível não é privilégio só de shoujo escolar, mas parece uma praga que infesta as principais histórias românticas voltada pro público feminino: livro jovens-adulto, seriados, mangás, doramas e novelas.
E infelizmente a mocinha se desculpar quando quem agiu errado foi o mocinho é super comum.
muito bom kkkkkkkkkkkk
Muitas mulheres sonham com este tipo de “amor” como sendo o ideal. Muitas crônicas de Nelson Rodrigues , escritor brasileiro que escrevia crônicas sobre a vida das famílias de classe mediante carioca, tem mulheres que buscam este ideal. Uma máxima dele é esta: “Nem todas as mulheres gostam de apanhar, apenas as normais”. Sua obra traz impressões de que a única real de prova de sua existência é o ciúme.
Porém, acredito que não se aplique totalmente a este shoujo, só assisti o primeiro episódio, no crunchroll também. A obra não me prendeu tanto, talvez numa temporada fraca, que nem essa, eu dê outra chance.
Adorei o questionamento sobre o Yamato que é vendido como o príncipe encantado no cavalo branco ser realmente o namorado ideal? Para mim não, mas pelo menos o Yamato parece que tem esperanças da protagonista ter um bom relacionamento com ele, ao contrário do Haru de Tonari no Kaibutsu-kun, (um “namorado” que tem atitudes no mangá consideradas engraçadinhas mas que na vida real seriam um sinal claro de relacionamento abusivo) anime/mangá da mesma antologia de Sukitte ii na yo.
Falando em reflexões quero lançar uma: por que o beijo forçado que Yamato deu em Mei no primeiro episódio foi visto como sinal de romantismo e o beijo forçado de Haru em Tonari no Kaibutsu-kun foi denunciado como uma violação? ( algo que eu concordo) http://migre.me/cMCrA Para mim os dois desrespeitam a vontade de suas parceiras e ajudam a propagar a errônea ideia de que mulher é uma coisa a ser pegada a força, que um “não” quer dizer “sim”, etc… Enfim, sinais de machismo nas histórias de amor japonesas.
Concordo com o texto. O comportamento insensível do Yamato para com a Mei me incomodou bastante. Ele não consgue compreender os sentimentos dela, além de ser um tanto egocêntrico. O fato do anime mostrar a Mei dependende dele tanto social quanto emocionalmente é mais incômodo ainda (esta é a minha visão até o episódio 06, estou criando coragem para ver o resto). É o jeito “meigo e fofo” dele que ajuda a esconder os defeitos. Gostei muito do post, parabéns!! ^^
E sério, esse cabelo do Yamato… é no mínimo, surreal. õ.Ó
???
Hmm
É algo a se pensar, hã? Eu não assisti todo o anime, acho q só alguns dos primeiros episodios, isso pq eu ja lia o manga… E meio que não conseguia deixar de compara-los. De cara a arte do anime, as cenas, é tudo muito bonito. Mas da para ver que a personalidade do Yamato foi suavizada no anime, assim como a de varios personagens. Falas foram trocadas, enfim, adaptadas. Justo, afinal é outra midia.Porem eu recomendo que leiam o manga.
Quanto a Mei não acredito que seja uma garota apatica, de maneira alguma. Ao não confiar nas pessoas ela se fechou e acreditou que não precisava delas, mas ela fez aquilo que achava certo, mesmo que o seu jeito incomodasse os outros ela foi ela mesma. De forma que Yamato, alguem que havia perdido o seu melhor amigo justamente pelo medo do que essas ações resultariam, pelo medo de ser ele mesmo, de se mostrar ao lado dele… Enfim, é claro que ele iria se interessar por Mei.
Bem é o que eu acho. Yamato esta longe de ser perfeito, é inseguro a maior parte do tempo, mesmo sentindo que Mei se importa com ele. Sera que ele é o melhor para Mei? Não sei. Quanto ao trabalho de modelo e ao ataque de ciumes. Lembro vagamente de Kai se aproximando de Mei aos poucos e dos dois serem parecidos em alguns aspectos.
hmm
Mas ja que falamos do anime só posso opinar ate aqui hehe
Adoro essa serie, com seus clichês e tudo o mais. Considero uma otima narrativa, bem realizada. Recheada de clichês e tudo o mais, mas que me conquistou pela doçura.
Ainda não o vi anime, mas posso dizer que eu detesto o Yamato, simplesmente DETESTO!
Bem, vamos lá. Li seu artigo e todos os comentários de até agora… Muitas das reclamações que vejo, sobre personalidade da protagonista, o pouco realismo de como os personagens se apaixonam uns pelos outros, a forma forçada e rápida como se desenvolve o enredo… É clichê de shoujo minha gente. Sukitte não é, está longe de ser, meu shoujo favorito. Preferi Kamisama, por exemplo, comédias românticas são mais atrativas e menos… Dignas dos meus cochilos. (LoveCom>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>Kimi ni Todoke)
Mas discordo da sua perspectiva, de certa forma, Denys. Concordo que o cara da música é simplesmente execrável e me entristece ver que em 2012/13 o padrão desejado pelas mulheres é um desse, ou um cara de 50 tons de cinza. Mas assisti Sukitte e acho que uma coisa que você esqueceu de analisar, fora todos os exageros de clichê Namorado-Perfeição de shoujo.
Yamato é um ADOLESCENTE. Ele é escroto, ele vai pensar só no próprio ponto de vista até que seja forçado ao contrário. É que isso contrasta no clichê de namorada perfeita que Mei cumpre muito bem. Afinal, quantas adolescentes suportariam quietas o namorado a largando assim (mesmo que seja por trabalho)? Ou não discutiriam com a rival? Ou não pediria ajuda das amigas ou aceitaria os conselhos delas quando acontecesse (o que ela não fez)?
O único momento realista é quando eles finalmente saem e Mei o rejeita, fica se sentindo suuuuper culpada depois, mas ambos são egoístas, em seu cerne. Não mais ela ou ele, mas se tirarmos toda a forçação de barra de “temos que nos aceitar e nos amar de qualquer jeito e vamos ser felizes para sempre” restam os defeitos que não tornam o Yamato um explorador sociopata (vide a própria história de como ele se tornou popular. Desde o começo ele diz a que veio: Está lá pelos próprios interesses e só) ou a Mei uma bruxa interesseira (embora ela comece sim a andar com o Yamato pois isso lhe trás mais possibilidades de socialização).
Os problemas dessa confusão de análise são dois: Primeiro, os clichês de perfeição que fazem do shoujo um shoujo, e não um slice of life de uma relação a dois que tem altos e baixos entre a ânsia de agradar o outro e o impulso de satisfazer seus próprios interesses, que se tornam muito mais conflituosos e flutuantes na adolescência. Segundo, a já mencionada questão de gênero. Porque sim, a Mei ficar se desculpando todo o tempo até quando não tinha feito absolutamente nada nos revolta um pouco e nos torna propensos a mal entender Yamato, que no fim das contas não estava cobrando isso, apenas aceita algo que é normal na sua cultura.
Ficou um texto gigante, talvez sem coerência, mas para concluir em resumo: Não acho que Yamato seja O Cara, nem que ele aja de má fé, com possessividade e indiferença. Ele é sim ciumento, impulsivo e por vezes omisso, mas julgo que isso seja apenas falta de maturidade – que se torna uma bola de neve pelo simples fato de Mei se incomodar e ficar se sentindo rejeitada, para finalmente cobrar, ao invés de puxar o menino pra um canto e não o beijar, mas sim conversar e esclarecer seu ponto de vista para chegar no consenso.
Mesmo porque, puxar e beijar pode ser super romântico (para alguns, pq nessas situações acho que nem tem sentimento de amor e carinho num ato desses, dispenso), mas não resolve nada na REAL LIFE.
Ufa, acabei.
Gostei do texto, importante notar essas questões de gênero no shoujo e no mangá de forma geral. O Japão me assusta mesmo nesse sentido. E esse mangá/anime me incomoda, chega de heroínas fracas e que precisam de um cara pra se projetar socialmente! A personagem da Mei acaba sendo toda construída em função da personagem do Yamato. Vejo o Yamato como um cara que não sabe o que quer (não acho que mulher queira um cara assim). Talvez só uma personagem mal acabada, mas acaba contribuindo pra termos essa visão. Não sei pq dois shoujo que considero nem um pouco lá essas coisas foram adaptados pra anime (esse e Tonari). Já li muitos outros shoujo bem melhores, mas que não recebem a devida atenção.
Pois é. Eu realmente fiquei com raiva em algumas cenas, geralmente eu fico com raiva em várias porque né, algumas coisas que as pessoas deixam de fazer me irritam. As personagens dos animes, principalmente shoujo, tem uma tendência passiva de “oh ceus, aconteceu comigo, agora vou chorar pelos cantos ao invés de lutar, xingar ou esmurrar alguém”.
E o Yamato realmente não é um bom namorado. Eu preferia que ela tivesse ficado com o amigo dele u_u.