No dia 15 de novembro de 2011 os fãs de mangas foram pegos por uma imensa empolgação após um gigantesco anúncio por parte da editora Panini para o ano de 2012 em que falava sobre a volta de One Piece, Dragon Ball, Monster e outros mangas.
Apesar do foco principal na época ser o manga dos piratas, para mim o título que mais me chamou a atenção foi 20th Century Boys, obra que eu já havia lido pela internet, mas que sonhava vir para o Brasil por ser simplesmente um dos melhores títulos que já li.
Muito tempo depois, quase um ano de distância, finalmente chegou às bancas brasileiras a obra do mestre Naoki Urasawa lançada originalmente na revista seinen Big Comic Spirits em um total de 24 volumes (contando sua “continuação” em dois volumes chamada 21st Century Boys), além de ter sido adaptado em três filmes live-action, onde você ler mais sobre o primeiro AQUI.
Na década de 70 um grupo de crianças aproveitava a juventude para brincar, conversar, brigar, criar, enfim, serem crianças. O período era de um grande apogeu ao futuro, com a explosão econômica japonesa e seus grandes avanços tecnológicos sonhar com as mais diversas bizarrices tecnológicas e globais era um exercício frequente na vida dessas crianças.
Já adultas, seus caminhos foram se modificando e cada um seguiu sua vida, como o protagonista da história, Kenji Endo, que do seu sonho de se tornar um músico famoso e lotar o Budokan – um dos palcos mais famosos do Japão – acabou cuidando da loja de conveniências da família enquanto cria a filha da sua irmã desaparecida.
No entanto, após a morte de um desses amigos e o recebimento de um bilhete misterioso enviado antes de sua morte, Kenji se vê dentro de um esquema gigantesco que irá usar muitas das coisas que ele e seus amigos pensaram enquanto criança, mas que agora espalham terror e morte por várias partes do mundo.
20th Century Boys começa impressionando pela capacidade ímpar de Urasawa em criar uma atmosfera de mistério e suspense que cresce vertiginosamente, mesmo que não aconteçam muitas coisas grandes. Se você leu Monster entenderá o que eu quero dizer. Cruzando histórias do presente, passado e futuro, somos colocados dentro de um caos que nos chama para buscar entende-lo.
Mais do que isso, o autor mantém no campo da história uma gama alta de elementos que se entrelaçam, mesmo que aparentemente não tenham nenhuma ligação aparente. Do jovem Kenji tocando rock com uma vassoura roubada da escola, até o bizarro grupo que cultua a figura de um… “ser” intitulado de “Amigo”, tudo é selecionado para cada capítulo de uma forma que não fique apenas jogado, mas que permita ao leitor crescer junto, ainda que muitas vezes ele vá ficar confuso, da mesma forma como o próprio Kenji adulto fica ao se ver dentro de um turbilhão de fatos estranhos.
Mesmo me atendo ao primeiro volume, que é o objetivo deste texto, já é possível identificar aqui os vestígios de como essa história se tornará um épico da ficção científica que tanto me cativou anos atrás. Quem já leu Urasawa vai perceber todos os toques geniais que o autor consegue colocar em seu traço, com uma ênfase grande na representação de verdadeiras emoções humanas, dando verossimilhança para uma história que possui robôs gigantes, poderes psíquicos, lavagens cerebrais, paranoias e conspirações em escala global, além de rock e nostalgia.
Salvo a capa criada para a versão brasileira ser muito feia (e em mãos ela me parece ainda pior, não consigo entender essa escolha da arte) – e AQUI você encontra um post no blog parceiro Anikenkai com um comparativo entre a versão original, a nacional e a americana -, o resto do trabalho da editora está impecável: tradução e adaptação que formam um texto fluido, papel bom, sem transparências e uma edição gráfica sem nenhum problema. De longe o melhor trabalho da editora dos mangas que eu li recentemente.
20th Century Boys, custando R$10.90, deveria ser uma compra obrigatória para os fãs não só de mangas, mas de quadrinhos em geral, mas como não é possível agradar a todos, pelo menos dê uma chance ao primeiro volume, tenho certeza que ele vai conquista-lo!
Gostei bastante de 20th century, só tinha lido Monster do Urasawa, mas já posso dizer que virei fã!
Acho que o que mais me atraiu foi o “feeling” da história! Gosto de leituras saudosistas, como essa parece ser. E a ideia de planos infantis tomarem proporções gigantescas reais é sensacional! Essa é uma história que vou acompanhar.
Eu descobri este mangá ano passado. Já tinha visto o anime Monster e busquei conhecer mais obras do autor. A história deste mangá inicialmente é muito boa. Eu já tinha lido uns 3 volumes online quando veio a noticia de que ele viria para o brasil. Tive que parar de ler para esperar lançarem aqui! Tomara que esta angustiante espera valha a pena!
Ainda me recuso a pagar por essa capa horrorosa, vou ver se importo mesmo.
Eu já tava fazendo a vaquinha pra importar pela Amazon. Ainda bem que saiu por aqui, assim, invisto em Pluto, já que acho difícil essa série vir, ou pelo menos, vir enquanto a Panini não terminar as outras do Urasawa.
Não achei a capa tão ruim quanto todos acharam, na verdade prefiro a brasileira à japonesa, e a americana é de longe a melhor, mas isso é questão de gosto. E também não acho que o primeiro volume vai conquistar a todos, talvez pelo ritmo mais parado, se você não for fisgado pelo mistério e se sentir tentando a descobrir o que está acontecendo o mangá pode passar totalmente despercebido por muitos. Acho que o próprio Monster tem uma capacidade de agradar um público maior. Mas realmente, é um primeiro volume muito bom, a forma como Urasawa trabalha cada quadro, os ângulos, é única, e o clima de mistério é angustiante. Um autor muito acima da média, leitura obrigatória!
A capa parece um cd de hip-hop com esse muro pichado todo zoado ao fundo de um pessimo gosto por sinal. Ficou ridicula!
Eu comprei o manga e continuarei comprando, mas achei a capa um lixo;
Simplesmente fantásticos. Já estava adorando Monster e me surpreendi positivamente com 20th. Vou continuar acompanhando!