Mangas Undergrounds #7 – Kyuuso wa Cheese no Yume o Miru

Recentemente gravei um podcast no qual comentei vagamente sobre “Quantidade x Qualidade” e como essas duas características refletem em uma bagagem de leitura de mangas. Durante a gravação, discuti sobre a necessidade de tentarmos abranger em nossas leituras o maior numero possível de braços da mídia que estamos querendo analisar, ou seja, tentar nunca se fixar em um único tipo de desenvolvimento que os mangas (e qualquer outro tipo de mídia, na verdade) possa ter, seja ele battle shounen, shoujo meloso, aventura, suspense, ou qualquer outro tipo de categorização, seja ela oficial ou não.

Dentro deste contexto, confessei uma fraqueza pessoal que sempre me incomodou não só como leitor, mas principalmente como pseudo-escritor: nunca li nenhum yaoi. Na verdade, durante o podcast comentei que tinham vários “gêneros” que nunca li ou me aprofundei com vontade de saber mais, como o moe, o shoujo e o próprio yaoi. Enfim, o importante é que logo após a gravação resolvi me impor essa missão de conhecer mais de mais tipos de mangas. E pra começar, nada melhor do que aquilo que é o braço dos quadrinhos japoneses que mais tenho preconceito.

E tenho tanto ódio infundado por esse tipo de arte sequencial que tive que escrever três parágrafos só pra justificar o porque comecei a ler esse mangá. Se bem que, pra ser sincero, acho que estou sendo um pouco injusto comigo mesmo, o meu ódio não é completamente infundado também, já li várias matérias e posts em blogs sobre o que seria o yaoi. Mesmo antes de ler, já tinha uma noção de quais seriam os clichês desse tipo de abordagem e o que deveria procurar analisar enquanto lia a obra. Mas o que é justo é justo, nunca li um yaoi e esse era de fato uma defeito meu, principalmente como alguém que tenta analisar mangas. Mas então, por onde devo começar?

Na minha desinformada e até, de certa forma, ingênua cabeça, imaginava que muita gente abandonava por completo o yaoi porque o primeiro contato com o gênero seria com obras de má qualidade ou com obras extremamente clichês. Com isso mente, resolvi que o primeiro mangá yaoi que leria seria da nata dos mangas homo afetivos, ou seja, estava a procurar por um “Yaoi Underground”.

Não usei estas exatas palavras quando fui pedir recomendação no Twitter, o que pedi foi por um “yaoi maduro, que fuja do clichê, que tenha algum tipo de desenvolvimento psicológico mais profundo”. Com base nesse inusitado pedido vindo da minha pessoa, várias fujoshis surgiram com recomendações, muitas falaram de uma autora chamada Zetona Mizushiro e mais especificamente do mangá Kyuuso wa Cheese no Yume o Miru. Resolvi dar a chance.

“Kyuuso wa Cheese no Yume o Miru”, ou “O Rato Encurralado Sonha com Queijo” numa tradução bem livre, conta a história do indecisivo e mulherengo Kyouichi, um homem casado, mas que por resultado de várias decisões erradas vive traindo sua esposa com outras mulheres. Tudo normal, até o dia em que o seu amigo de infância, Imagase, reaparece dizendo que é um detetive contratado pela sua esposa, mas que está disposto a guardar os segredos do personagen contanto que ele realize um pequeno favor: o beije em troca do silêncio. O que é aparentemente simples, acaba se desencadeando em uma relação que irá atrapalhar todos os envolvidos.

Os primeiros três capítulos do mangá são praticamente a imagem esculpida do que se pode imaginar que seria o resultado dessa sinopse que só pode ter saído de uma comédia romântica ou de um filme pornô. O personagem principal fica nessa indecisão em relação ao que sente sobre o seu novo amigo, este que por sua vez fica com joguinhos psicológicos pra cima do Kyouichi, em que a cada “fase concluída” deste jogo resulta, de alguma forma bizarra, em um descobrimento sexual mais avançando dos dois.

A minha vontade foi de literalmente abandonar a obra, é clichê, depois de clichê. Teve a “batalha silenciosa com o ex-namorado”, “amor escondido em forma de chantagem” e até o clássico “ciúmes infundado por ver com outra pessoa que no final descobre ser só um parente”. É possível apontar cena por cena os elementos mais simplistas de estruturação de um romance. Nessa primeira parte, pouco importa o casal ser homossexual ou não, é um romance clichê e ruim porque é um romance clichê e ruim, não porque é um yaoi. É até bem raso nesse sentido, fica parecendo (aqui ainda mais do que no restante do manga) que a história foi exclusivamente feita para esse nicho interessado na representação gráfica do relacionamento sexual amoroso.

Me falaram que a história melhora bastante dali em diante então resolvi dar uma segunda chance. E tenho que admitir, melhora, mas está extremamente longe de melhorar a ponto de justificar todos os elogios que recebe. Este é um mangá que começa e termina fraco.

É de certa forma até engraçado porque consigo imaginar muito bem as características que tornariam este yaoi diferente dos demais e acredito que o ponto fora da curva está no desenvolvimento do personagem Imagase. Mesmo com momentos forçadamente obsessivos e dramáticos em excesso, que tornam o personagem não tão real, o desenvolvimento construído em cima destes excessos e em cima do passado do personagem com o Kyouichi é bem interessante. Criamos uma curiosidade por quem é Imagase e os momentos em que nos é mostrada a mente por trás das suas ações acabam sendo os melhores de todo o manga.

O personagem principal, por outro lado, é o exato oposto deste exemplo. Apesar do Kyouichi ser bem real em suas ações não relacionadas ao sexo, ele é extremamente desinteressante, começa o manga como babaca e termina como um babaca. Não é nem como se o desenvolvimento dele fosse fraco, o problema é que não tem desenvolvimento nenhum, nada que nos faça simpatizar com as indecisões egoístas do personagem.

E eu disse “ ações não relacionadas ao sexo”, porque é neste exato ponto que a história mais falha e que acaba contaminando todo o resto do enredo. E isso que eu fui com vontade de tentar ignorar este que acreditava que seria um pormenor da obra, mas simplesmente pareceu que o mangá insistiu em construir todos os plots voltados para as cenas sexuais.

Não acredito que seja psicologicamente possível um cara que passou anos casado e que um dia descobre por meio de seu ex-colega de classe que ele talvez seja homossexual que em apenas uma semana depois ele já está deliberadamente se oferecendo a pagar um boquete para o amigo. Poxa, quebra todo o desenvolvimento, será que era realmente necessária toda essa carga sexual no mangá?

Sei que pra quem já leu o manga está parecendo que estou exagerando sobre poucas páginas. De fato, o conteúdo sexual no mangá representa uma pequena porcentagem de toda a história, mas o problema é que são pequenos impasses, posicionados em momentos chaves do enredo. Praticamente a parte final inteira é baseada em cima do conflito do Kyouichi ter que fazer o papel do passivo na relação. Isso é forçado, não porque estamos falando de um casal gay, mas por estarmos falando de uma situação de desenvolvimento de conflitos pessoais que não conversam com a exposição sexual.

Tentando pegar um contexto mais geral (e polemizar um pouco) imagino que isso seja um problema com o gênero yaoi. Boa parte das características que faltam sincronias na construção do plot seriam resolvidas se este fosse um casal heterossexual, ou, de forma mais interessante no ponto de vista de objetivo de enredo, se ambos já fossem pelo menos auto assumidos como gays.

No enredo, a necessidade de se criar esse casal, no qual um dos personagens não está acostumado, ou que mesmo rejeite a sua sexualidade, entra em conflito com a necessidade de ter esse mesmo teor gráfico de sexualidade. Por exemplo, em um momento o Kyouichi está desesperadamente tentando negar sua relação com o Imagase e volta para a sua esposa, algumas cenas depois o mangá já volta a mostrar cenas gráficas da relação do casal homossexual. Talvez tenha sido um tentativa de mostrar a confusão por trás da cabeça do protagonista, mas por repetir várias vezes ficou inconsistente e pareceu forçado.

Por isso que, se o casal já tivesse ultrapassado a questão de preparação sexual, poderíamos ter uma história mais consistente. No caso, teríamos um bom, se não ótimo, romance. Poderíamos manter boa parte dos conflitos e desenvolvimentos, mas sem entrar em tamanha assincronia com a tal “tensão sexual” entre os personagens. O problema, é que, querendo ou não, mesmo uma obra que tenta ser algo mais, que é de fato o caso de Kyuuso wa Cheese no Yume o Miru, acaba se perdendo às amarras do gênero e a essas fantasias totalmente irreais construídas em cima de um relacionamento homo afetivo, exigidas pelo público-alvo.

Vou deixar claro, o problema do manga (e imagino que seja o problema do gênero como um todo) não é o fato de se construir um conflito sexual em cima de um casal homossexual, mas o fato de se construir esse mesmo conflito sexual, em cima de um outro conflito de questionamento de sexualidade entre o casal.

O conflito homossexual entre o casal é exigido pelo público-alvo pela necessidade da existência de um romance extremamente idealizado, onde os casais vivem as dificuldades e conflitos de um amor que supera até as mais altas barreiras sociais. É um tipo de plot interessante e que seria bem melhor desenvolvido sem a necessidade de apelo a cenas gráficas, estas que acabam criando o tal conflito sexual e que entram em choque com todas as questões desenvolvidas fora delas.

Quando voltei ao twitter para manifestar a minha indignação com a obra, recebi vários comentários de indignação, mas a resposta do amigo Zigfrid resumiu muito bem a minha opinião geral sobre o assunto: “Cara leia algo q fale de sexualidade e não algo que explore a sexualidade pra atrair leitores” (sic). Obras como Hourou Musuko falam sobre sexualidade, praticamente sem nenhum apelo gráfico para o ato em si.

Tudo bem que não vou ser hipócrita a ponto de dizer que Kyuuso wa Cheese no Yume o Miru explora a sexualidade somente para atrair leitores, mas ele certamente sofre com esse conceito, a ponto de boa parte de seus atributos positivos serem apagados por essa necessidade de fanservice.

Pra terminar (esse post que ficou longo demais), gostaria de dizer que não desisti por completo do gênero. Ainda conheço muito pouco pra poder julgar o yaoi como um todo e realmente acredito que deve existir coisas melhores escondidas por aí. Fica mesmo só essa decepção com uma obra muito bem elogiada, um mangá pseudo, ou seja, tenta ser, mas nunca será e é por isso que eu…

Não recomendo Kyuuso wa Cheese no Yume o Miru.

Recentemente gravei um podcast no qual comentei vagamente sobre “Quantidade […]

31 thoughts on “Mangas Undergrounds #7 – Kyuuso wa Cheese no Yume o Miru”

  1. dahora , na verdade eu estava com muuuuita preguiça de ler e fui pro final do post procurando algo como “considerações finais” ou “conclusão” ou “prós” e “contras” e achei :)

  2. “Obras como Hourou Musuko falam sobre sexualidade, praticamente sem nenhum apelo gráfico para o ato em si.”

    É válido deduzir que você recomenda isso, certo? Então, acho que anotarei esse nome pra quando estiver interessado.

  3. yO!!!
    Yaoi assim como ecchi são generos bem fetichistas. A pessoa que disser que assiste ecchi pela “boa estória” e que nem liga para os peitos, mas se diz fã do genero, mente. Yaoi idem.
    Você lê/assiste sabendo o que te espera, então euzinha não posso assistir um ecchi e reclamar do excesso de closes nas calcinhas, ou em um yaoi onde há sempre um joguinho de gato e rato, depois agarra-agarra.
    A impressão que vc teve é a exatamente a que o autor quer passar. Sugiro que busque um shounen-ai, onde o envolvimento emocional dos garotos é mais importante que a tensão sexual, O Coração de Thomas é leitura de ouro.
    Mas o assunto é yaoi, não shounen-ai XD, então pra não dizer que é impossível criar uma estória com muita tensão sexual, e um drama a ser contado, não pornografia barata, recomendo Kaze to Ki no Uta. A sexualidade explícita assusta, mas há quem só foque nisso,e há quem perceba que tem um enredo a ser elaborado. Tem OVAS, mas fique com o mangá.
    Não dá pra gostar de tudo,né? Eu sempre procuro um bom yaoi, mas acho que está na hora de assumir que não gosto do genero (prefiro shounen-ai), como fiz com ecchi. E não tem a ver com homossexualidade, e sim com enredo. Não acho que um anime com tendencias yaoi/shounen-ai seja automaticamente ruim (K) como muita gente acha (se não for preconceito é porque mudou de nome), o que penso é que cada anime/mangá tem o seu público, e sabe como agradá-lo.
    Ficou confuso, mas acho que disse tudo (ou não)

  4. Pois é, vou ter que concordar com a juliana, o yaoi é um gênero complicado e recheado de fanservice… infelizmente ainda não encontrei nenhum palito premiado dentre os vários títulos, mas ainda vale a procura.
    Com certeza o shounen ai é muuuito mais interessantes e muito menos forçado, eu recomendaria a autora Nakamura Asumiko, em especial Doukyuusei e Sotsugyousei, a história é realmente bonita, e apesar de certos clichês, talvez possa te cativar :3
    Realmente não sei se acertei na escolha, mas talvez você esteja apenas procurando pelo gênero errado… vai sabe heheh
    Até o/

  5. Para um homem que nunca leu yaoi, começar com esse mangá deve ter sido bem tenso mesmo. Yaoi é um gênero complicado. Só lê quem realmente gosta, porque é clichê em cima de clichê, histórias repetidas, sexo extremamente gráfico – alguns até chegam a chamar de pornografia – e etc. Para um homem e para os de primeira viagem, eu recomendaria um shonen-ai, que é menos chocante e agride menos. Mas como você buscou um yaoi, eu jogo a bola no “I can’t even breathe without you” http://myanimelist.net/manga/5125/I_Cant_Even_Breathe_Without_You . Tem um pouco de clichê, um pouquinho de drama, nem tanto sexo, mas acho que é mais fácil de aceitar e ler do que os demais. A coisa toda é menos absurda.

    1. Só como auto-defesa, graficamente falando, não me incomodaram as tais cenas no mangá. De fato não me é agradável a visualização desse tipo de ato, mas nada no mangá é muito explícito e eu mesmo, desde o começo da leitura, fui com a ideia fixa de que estava disposto a ignorar tudo isso, SE estivesse muito bem justificado no enredo… o que foi exatamente o contrário.

      1. Espero que por causa dessa experiência não-tão-formidável, você não desista do gênero sem antes dar uma olhada em outras obras e no shonen-ai.

  6. Bem idiota, mas tenho que falar que me incomodou um pouquinho a citação de Hourou Musuko como um “bom exemplo” pois dá a entender que Hourou Musuko é yaoi ou trata de homossexualidade, quando na verdade ele trata de crianças transexuais/transgêneras.

    Dentro de um cenário em que o apagamento de pessoas trans (inclusive dentro do movimento LGBT) e a ideia de que são apenas “gays” é muito comum (é só ver quanta gente acha que travestis são homens gays, e não mulheres hétero), me incomoda um pouco citar Hourou Musuko numa matéria sobre yaoi sem qualificar que não se trata do mesmo tipo de obra nem envolve o mesmo tipo de discussão sobre a sexualidade (yaoi lida com orientação, o outro com identidade).

    1. Eu vou concordar com você em partes. De fato Hourou Musuko fala de identidade muito mais do que fala de “orientação” sexual. Mas ainda assim Hourou Musuko fala sim sobre homossexualidade – principalmente por trabalhar com crianças e a confusão que formação identitária de gênero acaba causando nas suas auto-percepções sexuais. De fato não é a linha motriz da obra, mas é um dos temas abordados e debatidos, os personagens passam pela fase de questionarem suas sexualidades e como bem disse o Judeu, essa discussão é muito bem feita (tanto que não precisa ser o ponto principal da obra como você diz e eu concordo) sem precisar apelar para situações gráficas fetichistas.

      Eu entendo a sua preocupação com a legitimidade da transsexualidade, que sim, vem sendo cada vez mais diluída em uma discussão meramente sexual, quando não é, estamos falando do ser-no-mundo e do sentido de corporeidade e auto-conceito das pessoas, mas acho que nesse caso específico a crítica não se faz justa ao texto.

      Gyabbo!

  7. Então…
    Quem fala aqui é, inegavelmente, uma fujioshi, mas sinceramente, nem me lembro direito da ultima vez que eu peguei um manga classificado como yaoi para ler. Não que não existam títulos descentes incorporando este gênero, o problema é que tem tanto lixo que chega um momento em sua vida em que você não tem mais tempo ou energia para ficar vasculhando.

    Ainda me lembro do dia fatídico em que eu perdi boa parte das esperanças. Estava tendo um fim de semana especialmente preguiçoso, fazendo nada em especial na internet quando, do nada, percebo que havia muito tempo que eu não lia um manga yaoi. Ainda me perguntando sobre o porquê disso, eu abro um site de mangas conhecido, cologo a tag “yaoi” e da lista que apareceu na minha frente, escolhi uns três nomes que me agradaram. Li o primeiro e por minha experiência, logo percebo que uma cena da estupro vinha vindo. Fecho a aba, não estava com humor para esse tipo de coisa. Leio o segundo e novamente, estupro consentido. Fecho, penso que hoje não é meu dia de sorte e passo para o outro. Estupro.

    E assim, com certo gosto amargo na boca, eu saí dessa vida.

    No final acho que nem foram exatamente os clichês que me fizeram largar o gênero, mas sim a maneira distorcida como muitos títulos retratam relações homossexuais. Se um dia você acordar com um temperamento anormal e uma súbita e inexplicável vontade de ler algo realmente ruim e que retrate tudo de nojento, medonho e moralmente deformado que possa existir em um yaoi e que mesmo assim, por alguma rasão bizarra (que eu espero que seja uma influência demoníaca) esse material consiga se tornar popular, leia Okane ga Nai. É o tipo de coisa é tão ruim que supera as barreiras da perda de tempo e se torna material de estudo para a sociedade, pois um grupo social que consome esse tipo de ideia merece estudo. Porem, não o recomendo para mentes fracas, muitas cenas de estrupo. Muitas mesmo.

    MAS se você ainda tiver esperanças de encontrar algo que preste, aqui vai uma dica: Procure por material +16. Nesse caso, as “fujioshis fundamentalistas” diriam que não se trata exatamente de um yaoi, mas de um shonen-ai, mas o fato é que justamente por eles não tem cenas de sexo explícito é mais fácil achar tramas que não sejam pura desculpa para conteúdo homoerótico. Infelizmente, eu não tenho nada de muito bom para te indicar. O único título pelo qual eu tenho um carinho especial pelo traço limpo e isenção de clichês seria I Give to You (Kimi no Ageru), mas como é um título já publicado nos EUA é muito difícil de achar na internet.

    Desejo boa sorte em sua busca e se por acaso você achar algo que preste, me avise.

    1. Nossa eu te entendo! como comentei no blog da Mibshiny, achar um yaoi que se distancie dessas coisas é raro! eu vasculho e não acho! vc citou o “estupro consentido”, eu completo com a pedofilia, são “cliches” repulsivos que sempre encontro nos yaois. Total de acordo com vc!
      Estou pra desistir, quero me convencer que não é só isso, porém já acho inegável dizer que essas coisas são “raras”. Seria o mesmo que dizer que shounen em geral não foca em batalhas, sabe.
      Por isso prefiro shounen-ai, pois como já disse, yaoi é fetichista, então as relações homo são tratadas de forma hardore, é claro que tem um filão que gosta disso, mas minha luta é fazer as pessoas entenderem as diferenças entre yaoi e shounen-ai. Pode parecer besteira, mas faz uma diferença enorme.
      É só, esqueci de comentar uma coisinha no blog da Mibshiny, volto pra lá, rsrsrs

  8. Complicadíssimo discutir uma obra da qual você não é público-alvo, porque, nessas situações, todo o clichê posto para agradar acaba incomodando. É a mesma coisa de você ler battle shounen e se chatear com momentos forçados de superação.

  9. Pouquíssimos mangás yaoi sabem tratar o assunto sexualidade. Quando comecei a ler esse gênero buscava isso mas percebi que estava bem enganado.
    Mangás que tratam homossexualidade com seriedade são mais facilmente encontrados no gênero bara.
    Quem quiser ver uma obra bastante curta (30 páginas) que consegue tratar o tema com maestria eu recomendo o mangá “Hamu and the Boy Who Cried Wolf”, do Mentaiko.
    Isso certamente ocorre pois o mangá é feito por um cara gay e para gays, e não feito por uma mulher e para mulheres. Por isso fico meio assim quando dizem que yaoi trata sobre homossexualidade…

    E a dica de cima de procurar mangás yaoi +16 realmente é muito válida, essas séries costumam ser melhores que as 18+ nesse quesito. Comecei a fazer isso tem um tempo e não me arrependi. xD

  10. Muito bom post, legal ver o judeu encarando o mundo yaoi, kkk, até ouvi o podcast qualidade X quantidade, e me surpreendi quando vi o Judeu comentando um yaoi ao entrar no Gyabbo!, mas tem muitos yaois que abordam o sexo, sem a parte visual, não mostrando o ato em si, pelo menos um que eu já li que é o Puchi Puri, praticamente nenhuma cena de sexo, nenhuma cena muito pesada, e eu até gostei. Procure por esse “tipo” de yaoi então, talvez eles consigam fugir desse problema de ter que satisfazer o público com demonstrações gráficas de sexo e acabar conflitando com o enredo.

  11. Essa discussão me fez ter pique de procurar por alguma coisa descente dentro do gênero yaoi e olhe só, até que eu achei uma coisa interessante!

    O nome é Endless World, de Doruko Jaryuu (não confundir com Eden: It’s a Endless World). Não é a melhor coisa que eu já li na vida e ter umas cenas de sexo beeeeem gráficas, mas a história é interessante e em minha visão conseguiu usar o conteúdo sexual para acrescentar algo à trama e não apenas como cenas inseridas esporadicamente para o bem do fanservice. O tema das drogas também é bastante abordado e tem uma cena bem legal lá pelo capítulo 4 ou 5 que me surpreendeu.

    Acho que vale a pena dar uma lida, afinal, tem só um volume com sete capítulos.

  12. “Não acredito que seja psicologicamente possível um cara que passou anos casado e que um dia descobre por meio de seu ex-colega de classe que ele talvez seja homossexual”

    Tem um vídeo que eu achei bem legal e crível de um biólogo/paleontologista que fala sobre isso: http://www.youtube.com/watch?v=Gn0R-gb9SMc&feature=plcp

    “em apenas uma semana depois ele já está deliberadamente se oferecendo a pagar um boquete para o amigo.”

    Agora essa parte acho que só Freud explica! XD

  13. Falta ousadia dos autores deste gênero. Não se preocupar tanto em agradar os leitores e ousar mais numa narrativa própria e singular. Gosto do gênero, mais ele cai no pecado mortal do clichê ao querer agradar o seu público alvo.
    Judeu Ateu te indico três: Sekaiich Hatsukoi, Junjou Romantica e Número 6.
    Os dois primeiros são da mesma autora, nível mediano,pauta a sua temática em cima da dinâmica dos relacionamentos. Nesses dois se pautam em cima de três tipos diferentes de casais. Indico o anime, por que ele não tem a gordura do fanservice.
    Número 6 é anime bom,muito bom, que vai construindo a relação do casal sutilmente tendo uma trama de fundo de um futuro distópico.
    Deixo duas reviews do Chuva de Nanquin sobre N°6 e Sekaiich Hatsokoi.
    http://chuvadenanquim.wordpress.com/2011/09/17/review-no-6-a-historia-de-shion-e-nezumi/

    http://chuvadenanquim.wordpress.com/2011/11/06/review-yaoi-com-sekai-ichi-hatsukoi/

    1. Nº 6 é realmente interessante, mas pode ser mais considerado como um Sci-Fi Shounen-Ai do que Yaoi em sí… Mas realmente é um dos melhores que eu li do gênero, a relação dos personagens acontece de forma menos brusca e não é tanto o foco do enredo

    2. Sekaiichi Hatsukoi e Junjou Romantica sao mais fetichistas e clichês, principalmente os casais principais… Eu, honestamente, gosto, é como um shoujo clichê qualquer, com algumas cenas de sexo.. O que me atrai mais em Junjou e Sekaiichi é que são mangás bem leves, e, por serem do mesmo autor, existe uma certa interligação entre eles :)…. dos 2, eu recomendaria Sekaiichi

  14. Olá, eu vi seu post e, apesar de ser uma fujoshi meio novata (minha irmã é fã mor), eu gosto do gênero. Mas vou avisando que NUNCA li essa série. Concordo com o comentário que o yaoi é fetichista, não conheço muitos bons, mas tem uma autora que escreve histórias yaoi e shonen – ai e que eu gosto das histórias por serem bem maduras: Yoneda Kou. Ela tem uma temática bem mais madura comparada com a maioria, os relacionamentos são tratados de forma mais séria e realista (embora o romance ainda seja meio melado em algumas delas) são bem curtas e algumas conectadas uma com a outra. Recomendo dela, para ler em ordem (se quiser): Tadayoedo Shizumazu, Saredo Naki mo Sezu, depois, Don’t Stay Gold e por último, que ainda está lançando, Saezuru Tori wa Habatakanai. São interligadas e as que mais gosto, os personagens são bem carismáticos e bem trabalhados, o sexo é tratado de forma mais séria. O primeiro é shonen – ai, mas é melhor ler ele primeiro por que aí dá para entender melhor os personagens^-^. Outros que não são ligados: Doushitemo furetakunai (esse é um romance meio melado) e NightS (que é muito bom).
    São apenas recomendações de alguém que gosta muito do seu trabalho, suas opiniões tem sido as minhas indicações nos últimos tempos para procurar histórias. Se esforce e continue com o bom trabalho, você é incrível^-^.

  15. Não importa, quando se fala de Yaoi ou Yuri logo pensam no apelo sexual, mas quando pensam em Shoujo logo vem romances e coisas de garota, não importa quando se vê uma obra de romance de individuos do mesmo sexo logo se pensa em pornografia ou apelo sexual, insentivando ou levando a droppar a leitura.

  16. Sou um apreciador desse gênero, vi poucos animes e não tenho procurado por nenhum mangá, mas nas poucas pesquisas que fiz ficou claro os clichês, apelos, tendências, repetições e até falta de coerência nas obras chamadas de yaoi.

    É triste não ter nenhuma grande obra que aborde a temática e que seja única, o que faz com que fiquemos entretidos com historias medianas ou aprendamos a filtrar o que de bom tem em cada obra. Incomoda ter tantos shounen ótimos que te marcam e não encontrar nenhuma obra shounen-ai ou yaoi com o mesmo peso de qualidade.

    Um anime que eu recomendaria e já foi citado antes é Sekaiich Hatsukoi. É clichê com mais clichê, mas tem um desenvolvimento do casal principal que me cativa. Agora os dois outros casais (pra mim) só fazem parte da história pra explorar as necessidades do fanservice.

    Espero que encontre alguma obra que recomende e vou aproveitar as dicas do post pra alimentar minha leitura. Obrigado Gyabbo pelo espaço que está dando as diversidades.

  17. Opa! Acho que te entendo, Yaoi é um gênero complicado para quem não faz parte do seu publico alvo e de certa forma, para quem faz também.

    No meu caso, eu comecei a ler Yaoi quando procurei por mangás que falavam de assuntos diferentes, quando pesquisei sobre AIDS vi um comentário de uma pessoa que dizia conhecer um único mangá, mas que era Yaoi.

    “Quer saber?” pensei, “Vou tentar”

    E foi isso, li Yatteranneeze!
    Um mangá que tem um traço mais antiginho e com certeza trás uma série de clichês (Como inclusive, uma parte em que um dos personagens “perde” temporariamente a memória)
    Mas ao mesmo tempo muito delicado, nas transformações sofridas pelos dois personagens no decorrer da história, suas diferentes visões do que é o sexo, o medo da AIDS (vale ressaltar que é somente uma parte do mangá, com o teste negativo ao final de alguns capítulos)

    Enfim, dê uma olhadinha, quem sabe te fisgue também
    (Comentário moderado para retirar o link para um manga)

    Elisa

  18. Gostaria de deixar recomendado o Endou-kun no Kansetsu Nikki que tem resenha no Blyme da Tanko: http://blyme-yaoi.com/main/2012/08/08/endou-kun-no-kansatsu-nikki/ que achei um mangá muito bom por deixar de focar no fator sexual para focar totalmente nos sentimentos dos personagens e mostrar as visões diferentes do casal narrando a história da perspectiva dos dois.
    A mesma história é narrada pela perspectiva do casal, um de cada vez, e o que pode soar como repetição não é pois acaba focando nos fatos que foram diferentes para cada um deles visando a construção da história como um todo.

    Ainda tem um mangá da Fumi Yoshinaga que não considero yaoi pois fica muito no campo de falar um homem que cozinha e sua vida cotidiana, mas que é homossexual e vive com outro homossexual sendo os dois totalmente assumidos. O título dele é: Kinō Nani Tabeta? ou O que você comeu ontem?

    Sobre o gênero é meio difícil mesmo você encontrar um mangá yaoi que foge da regra de ter um cara heterossexual ou dois que se apaixonam um pelo outro e através de uma análise maior e experiência com o gênero você acaba vendo que isso acontece por causa da emulação do romance heterossexual (um do par do casal é afeminado, menor ou tem comportamento mais feminino) que é trazido pelo fato de ser escrito por mulheres para mulheres e haver muitas vezes o conceito de que o sexo não é regido pela atração sexual em si mas pelo amor.

    Talvez você tente se aventurar pelo Bara mangá para encontrar mais casais que são compostos por homossexuais assumidos, mas nesse gênero aviso que é mais difícil ainda encontrar material que não foque no sexo ou que tenha uma história mais profunda.

  19. É realmente complicado achar um que valha a pena… a maioria são feitos por mulheres e para mulheres, são tramas extremamente fantasiosas e impossíveis.. ja recomendaram e eu recomendo novamente o Nº6 e Sekaiichi.. e se eu lembrar de mais algum eu posto por aqui :)

  20. oq te indico é shounen-ai ,n tem apelação pra sexo uns nem são tão focados no romance um q gostei foi Sora no Deau Basho de,sobre as pessoas te chingarem por n gostar…pois é né tem mt gente sem educação fazer o que. tem um anime bem conhecido Shounen-ai tb é No.6(até os caras preconceituosos viram esse anime e gostaram),eu no começo vou ser sincera odiava yaoi achava repulsivo mas ai vi mts e comecei a gostar

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