Black Butler – Kuroshitsuji – Editora Panini – Vol. 1

No final de 2011 a editora Panini surpreendeu o público ao fazer um gigantesco anúncio que incluía a volta de Dragon Ball, as continuações de One Piece e Monster, além de 20th Century Boys. As atenções ficaram quase que totalmente voltadas para esses títulos, mas outros dois também constavam na lista. O shoujo Mad Chase Love, que ainda não foi publicado, e o shounen Kuroshitsuji – ou Black Butler como seu título foi internacionalizado.

“Acertando” com a grade de publicações fornecida ao Gyabbo! em contato direto com a editora, depois de mais de um semestre de espera, esse manga que não era tão comentado – mas que possuía um gigantesco fandom aguardando pela sua chegada – entrou no checklist do mês de Julho da Panini para ser finalmente ser publicado em Agosto para delírio de muitas meninas.

Sim, porque apesar de Black Butler ser um shounen (ele é publicado mensalmente desde 2006 na revista Monthly GFantasy, lar de séries como Durarara!! e a franquia Fire Emblem), grande parte do seu real público, principalmente aqui no Ocidente, é formado por garotas apaixonados pelo mordomo bishounen que dá nome ao título.

Nesse primeiro volume temos uma apresentação não tão dinâmica do que é a história do manga. Ciel Phantomhive, mesmo com apenas 13 anos é o chefe da sua nobre família inglesa após a morte dos seus pais, além de ser dono de uma grande e renomada fábrica de brinquedos. Vivendo em uma luxuosa mansão, ele é cuidado por seu mordomo, Sebastian Michealis, que deste as primeiras páginas além de se mostrar extremamente leal ao pequeno Phantomhive, também demonstra possuir habilidades que vão muito além das atribuições normais de um mordono.

Como eu comentei, a primeira coisa que podemos perceber ao iniciar a leitura de Black Butler é como as coisas demoram a engrenar, metade do volume é composta por dois capítulos com o caráter de introduzir os personagens, mas também criar a atmosfera diferente do que a história realmente trata. Dessa forma temos o misterioso Sebastian cuidando do também misterioso Ciel, dando margem para que a imaginação das fujoshis vá a mil. Nesse primeiro momento também há um foco maior para uma comédia boba, principalmente ao envolver os outros empregados da casa.

A história começa a ficar mais séria com o andar do volume, mas a minha experiência foi de cansaço após a leitura de dois episódios tão sem graça. Quando o enredo finalmente começou a andar eu já havia entendido que Sebastian é aquele personagem cool e que apesar da aparência frágil esconde um grande poder e altas habilidades. O que deveria ser um cliffhanger instigante acaba virando um “Ok, isso eu já imaginava, podemos continuar?”.

Sim, consigo entender completamente porque existe todo um grande fandom entorno dessa série, a figura de Sebastian juntamente do jovem Ciel dão uma química poderosa para atrair um público bem fiel aos seus gostos, mas se olharmos de maneira mais fria, tanto a história quanto a relação de ambos é um tanto quanto clichê demais.

É claro que eu não estou dizendo que Black Butler é um manga ruim, muitas obras demoram bem mais que um volume para realmente empolgarem e nem por isso são ruins, mas pensando no bolso (principalmente porque 20th Century Boys vem por aí), esse título não conseguiu me dar motivos suficientes para continuar comprando. Pode ser que você goste, apesar dos problemas apontados, ele é bem construído para envolver um certo tipo de fã. Quem sabe você não é fisgado?

Por fim, temos aqui mais um feliz trabalho da editora Panini, começando pela sua belíssima capa, muito próxima do original e que chama facilmente a atenção nas bancas por sua beleza – tanto pela arte original quanto pelo trabalho gráfico. Além disso, o bonito traço da autora Yana Toboso está bem colocado em páginas com quase zero de transparência e uma boa impressão. Os diálogos fluem bem com novamente um ótimo trabalho do grupo formado por Dirce Miyamura na tradução, Elza Keiko na adaptação e edição, revisão por Fati Gomes e letras por Erika de Abreu. Destaque principalmente pois como temos aqui uma obra envolta em um contexto de nobreza, os textos não poderiam ficar simplórios, mas ao mesmo tempo não poderiam ser rebuscados em excesso. Conseguiram achar a medida certa.

Black Butler certamente é um manga do qual eu esperava bem mais e que por esse volume acabei me decepcionando bastante. Lento e plástico demais seriam as minhas definições. No entanto, ele vem preencher em parte a falta que títulos como esse fazem para muitos fãs de mangas, certamente uma escolha acertada pela Panini (e Kimono Vermelho já trouxe a nota que na Comix o título está “vendendo feito água”).

Apesar do muito bom trabalho da Panini, não consegui gostar de Black Butler. E você? O que achou de Black Butler da editora Panini?

No final de 2011 a editora Panini surpreendeu o público […]

14 thoughts on “Black Butler – Kuroshitsuji – Editora Panini – Vol. 1”

  1. Não entendo como essa mesma crítica não foi usada na análise de Card Captor Sakura, eu li o primeiro volume de Black Butler e ele me deixou curioso para ler mais, a ambientação e o traço são incríveis, os personagens parecem esconder muito mais do que foi mostrado, isso tudo me motivou a continuar lendo o “mangá do Sebastian”. Já Sakura me mostrou ser uma grande enrolação, não só durante os primeiros dois capítulos, mas os primeiros dois volumes, com uma história fraquíssima, personagens extremamente mal explorados, criam-se várias relação amorosas que envolvem tabus, e conflitos sociais, mas nada disso é explorado, tudo é sempre deixado em segundo plano, mas fica bem claro que todas aquelas insinuações são propositais, e é isso que me incomoda tanto, tudo é muito fraco pra mim em Sakura, até a inconstância do traço, em alguns quadros a arte é incrível com dezenas de detalhes, em outros os personagens parecem ser um rascunho, com olhos tortos, posições irreais… no fim senti que era um mangá pra garotas, meninas bem pequenas, sem uma história interessante, com flores que brotam de não sei onde, tudo para tornar o mais delicado e fofo possível, não é só porque é um shoujo que a história tem que ser superficial, vide Kimi ni Todoke para provar o contrário. Enfim num sei agora se esse comentário deveria estar aqui ou no post de Sakura mesmo, me desculpe se me desviei do assunto, ou se me exaltei, só queria expressar minha opinião sobre, hehe.

    1. bem, assinei Sakura agora e tbm achei o primeiro volume um pouco fraco, mas em compensação o segundo jah melhora bastante! os recursos visuais(flores brotando ”do nada” e brilhos, por exemplo) faz parte da estetica dos shoujos, e tbm está presente no seu citado Kimi ni Todoke. e sim, Sakura foi feito para garotas menores, numa média de 12 mais ou menos. Os personagens não precisam e eu particularmente acho q nem deveriam mostrar todas as suas facetas jah no começo da história, ñ é pq eles não são explorados no começo da história q eles sejam mal explorados. A historia é bem menos superficial q vc acredita, cresce no decorrer dos volumes, mas não foge do seu público-alvo. Não é pq ñ é carregado de dramas e chororos como esses shoujos p/ um público mais velhos q seja superficial. :D
      Black Butler não me animou nem no animê(no qual o fadom cresceu), imagina no mangá… não tinha nenhum interesse na obra, e sua resenha só me confirmou o q eu achava: personagens clichês e relacionamentos forçados pra se dar uma aparência de cool.

      1. Quanto a superficialidade fui pelo o que fiquei sabendo do anime, um amigo meu me contou o que acontece, e segundo ele realmente não tem um desenvolvimento dessas “facetas”, como você chamou, e até entendo o recurso dos shoujos das flores brotando, mas isso pra mim dificulta acreditar que aquilo poderia ser real, quebra a veracidade da coisa (mas isso é mais particular mesmo), e não vejo isso no mangá de Kimi ni Todoke, no máximo umas retículas enfatizando o brilho do sol e outras coisas em momentos de maior emoção, que realmente fazem sentido estar ali, ao menos até onde li era assim. Mas se no mangá (de Sakura) realmente houver um aprofundamento melhor dos personagens e dos vários aspectos do amor retratados na história, aí minha crítica pode ser bem diferente, mas pelo o que me contaram do anime e pelo o que li, tudo me parece realmente muito superficial.

        1. Na Minha Opinião,o anime de Sakura é bem melhor que o mangá.
          A forma como ele é episódico,e a forma que a Sakura captura as cartas no anime,é bem mais legal e emocionante.Gosto do mangá pela história mas o anime é realmente empolgante,assista :)
          e sobre as flores,voce realmente quer realidade em um mangá sobre magia ?

          1. kkkkkkk…. Concordo, mesmo eu enquanto crio espisódios sei que se fosse real não teria graça… kk mas é, superinteressante o mangá e o anime (da saura) :D
            Vale a pena ver >,<!

  2. Ah sim, não posso me esquecer de dizer que estou adorando ao aumento da quantidade de post que estão surgindo por aqui, desde que o blog se agregou ao Genkidama, estou adorando ter mais material do Gyabbo! para viajar nesse universo oriental, ótimo trabalho Denys!

  3. Sinceramente achei Black Butler bem fraquinho, apesar do hype, e de uma “suposta seriedade” por trás de uma aparente superficialidade ou graça.
    No fim, não foi nem uma coisa nem outra, fora uns absurdos na história, como os carros, telefones celulares e armas completamente fora de contexto.
    Vou investir num segundo volume, mas se não me surpreender fortemente, largo na certa.
    Mas claro, shounen nem é minha paraia mesmo. São poucos os títulos dessa faixa que me interessam.

  4. kuroshitsuji com certeza só começa a ficar interessante no volume 2, e para algumas pessoas, depois do volume 4, quando assisti o animel, só comecei a gostar depois dos episodios 4/5.. isso equivale ao volume 2, então não recomendo nem um pouco desistir do mangá, kuroshitsuji é o meu mangá favorito, e com todo direito!, a historia vai ficando cada vez mais genial e te envolvendo.

  5. Eu não concordei com a opinião de nenhum de vocês,

    Primeiramente, achei uma completa observação mal feita, pois como podem achar a historia e o relacionamento entre ambos ser “clichê demais”? A historia se passa na Inglaterra, o país mais etiquetado do mundo, e fora que é muito antigamente, os tempos costumavam ser assim mesmo! inclusive até hoje ainda é um pouco. Não tem nada de “demais” (no sentido que você citou)! Como você esperava que fosse o relacionamento entre um MORDOMO e SEU MESTRE? Estavam esperando oque? Pelo amor, né?
    Bom, enfin..achei de puro MAL GOSTO este artigo e descorto totalmente com as suas opiniões! Black Butler é simplesmente incrível, e te envolve cada ves mais profundamente neste universo maravilhoso de Black Blutler. E a “comedia boba”, sim é bobinha mesmo, mas é para quebrar a tenção, é claro!!!Na verdade eu não compreendo como axistem pessoas que achem que Kuroshitsuji é “fraquinho”, COMO ASSIM??? Ai, enfim…odiei este artigo, descordo totalmente!

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