Resident Evil – Biohazard – Marhawa Desire – Editora Panini – Vol.1

No último mês de Junho chegou às bancas brasileiras mais um título da editora Panini, mas dessa vez conseguindo chamar a atenção de outro público que não somente os leitores de mangas. Resident Evil – Biohazard – Marhawa Desire é um lançamento com periodicidade anual, publicado originalmente na revista Weekly Shounen Champion, sendo lançado simultaneamente em 12 países, que serve como prólogo de Resident Evil 6, o jogo mais recente da franquia a ser lançado no final desse ano.

Como uma pessoa que apenas viu os quatro primeiros filmes da franquia Resident Evil, não espere desse texto uma análise comparativa com a cronologia dos games e seus personagens. Eu literalmente não entendo nada sobre RE e falar em cima de leituras superficiais na internet seria simplesmente querer enganar vocês. Entendam apenas como uma review de um manga sobre zumbis.

Doug Wright é um famoso professor especialista em bacteriologia que é chamado às pressas para averiguar um possível caso de infecção no campus do colégio mais prestigiado de toda ásia, o Marhawa, onde seus alunos passam praticamente suas vidas inteiras isolados do “mundo lá fora”, vivendo em uma área desconhecida apenas para serem os melhores da sua geração.

O colégio é comandado à rédeas curtas pela diretora, Madre Gracia, que tendo recebido o comando do lugar após a morte do seu pai, fará de tudo para que o nome da escola não se suje com uma possível infecção como a que aconteceu em Raccoon City, mesmo que para isso seja necessário silenciar e sacrificar friamente seus alunos transformados em zumbis. Sem poder contar com a ajuda da B.S.A.A, um esquadrão treinado para lidar com situações que envolvam os vírus criados e espalhados pela corporação Umbrella, cabe a Doug e seu assistente e sobrinho Ricky Tozawa tentar frear o pior.

Servindo como um produto de ligação para algo maior, era de se esperar que Marhawa Desire não fosse ser o melhor manga já publicado no Brasil. Dessa forma, podemos, sim, perceber diversos clichês do gênero de zumbis presente na história, mas nesse primeiro volume a CAPCOM (a quem o roteiro está creditado) conseguiu estabelecer bem seu enredo, criando principalmente naqueles que não são grandes conhecedores da franquia uma vontade de continuar a ler a história para ver que rumos as coisas tomarão.

Apesar de eu gostar do gênero de zumbis, não posso dizer que sou algum grande entendedor, mas é difícil pensarmos hoje no gênero sem aproveitar seus próprios clichês. Quero dizer, o nível de reinvenções do gênero não é exatamente muito rápido, então qualquer nova boa adição é bem vinda e será usada por outras obras.

E esse é o caso do manga Marhawa Desire. Temos o lugar isolado onde tudo começa lentamente até explodir em um caos de zumbis quase que incontrolável. Temos a mordida em dos protagonistas. Temos os closes em bocas grotescas em decomposição. Tem-se tudo que uma obra de zumbi que não tem o objetivo de ir além da simples e pura diversão tem direito.

Por fim, o traço de Naoki Serizawa é bastante competente e gráfico, conseguindo passar bem o caos nas partes mais dinâmicas e sanguinolentas. No entanto, nas cenas mais simples a impressão que temos é de um traço limpo e plástico demais, possivelmente para se aproximar do futuro jogo. Não é um problema, mas me incomodou algumas vezes.

Ao mesmo tempo que é interessante termos um lançamento simultâneo no Brasil com diversos outros países, é uma pena que o próximo volume só saia ano que vem, até pelo bom gancho deixado pelo último quadro desse volume, prometendo o verdadeiro primeiro embate contra um grande grupo de zumbis. Fico na dúvida se com isso a Panini irá trazer outro título sobre mortos-vivos já que Highschool Of The Dead está parado e não volta tão cedo. Eu torço que sim!

E por falar na Panini, temos aqui um belo trabalho. Desde a bonita e chamativa capa e contra-capa, bem fiéis às originais, passando pelas oito páginas coloridas (infelizmente em papel jornal, mas em uma qualidade que permitiu uma boa impressão), as folhas na média com leves transparências e um texto que flui muito bem depois da tradução por Dirce Miyamura, e da edição e adaptação por Elza Keiko.

Ao custo de R$10.90 e com uma periodicidade anual, Resident Evil – Biohazard – Marhawa Desire certamente é uma boa compra para quem curte o gênero zumbi ou para os fãs da franquia que já podem ir se preparando para o futuro game.

No último mês de Junho chegou às bancas brasileiras mais […]

4 thoughts on “Resident Evil – Biohazard – Marhawa Desire – Editora Panini – Vol.1”

  1. Ótimo post. Tenho que elogiar o fato de você usar fotos da edição nacional para ilustrar a resenha. Não vejo utilidade em analisar um mangá lançado no Brasil com imagens retiradas de scans. Para quem não comprou o produto é timo para ver como ele ficou em mãos, principalmente os da panini que são “lacrados” e não podem ser folheados na banca.
    E ainda bem que você não se baseou nos filmes para ir mais a fundo na história, eles contam uma história totalmente diferente dos jogos (para se ter uma ideia, a personagem principal dos longas, Alice, sequer existe nos video games). Não sei se curte jogos eletrônicos, mas dica a recomendação da série Resident Evil.
    Adorei o mangá no geral, principalmente o clima de conspiração gerado em torno da escola. O gancho no final foi ótimo e me deixou com muita vontade de ler logo o volume 2, pena que só daqui um ano.

  2. Olá!!
    Esse mangá realmente parece valer a pena comprar. Mais ler e ter que esperar um ano pela continuação é meio torturante…
    Você disse que High School of the Dead havia parado de publicar. Vi na checklist da comix no final do mês passado e iam lançar o sétimo. Não seria uma continuação?
    Eu tenho medo de zumbis e acho que por isso não compraria o mangá… Mais a arte é muito realista e isso é uma coisa que vale a pena!!
    Até mais

    1. Então, o sétimo volume de Highschool Of The Dead foi o último lançado no Japão e o título está parado lá já tem um bom tempo, então vai demorar bastante para ver um oitavo por aqui. No mínimo dos mínimos 2013.

      Gyabbo!

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