Sword Art Online – Primeiras impressões

Trigésimo terceiro dia no mundo de Sword Art Online

Faço esse registro na esperança de deixar uma última palavra para meus amigos e minha família, não tenho mais esperanças de voltar.  

Para aqueles que ainda não conhecem a história, deixe-me explicar. Há pouco mais de um mês aconteceu o maior evento da história dos games no mundo inteiro.

Foram mais de três dias na fila para conseguir uma cópia do novo jogo da empresa NerveGear, com a promessa da mais incrível experiência em realidade virtual, o Sword Art Online.

Mais do que simplesmente participar de um RPG online com milhares de outras pessoas, caçando monstros, subindo seus níveis, acumulando tesouros, muito mais do que isso, tínhamos em mãos uma verdadeira revolução. Um novo mundo.

Não irei mentir, até porque não vejo sentido em mentir sabendo que minha morte é uma questão apenas de tempo. O começo foi incrível! Era como estar em um sonho, foi difícil aceitar aquilo durante as primeiras horas, algo simplesmente inimaginável.

Incorporando um bravo guerreiro, olhava para o lado e via um mundo feito de pedras, com dezenas de outras pessoas tão fascinadas quanto eu. Corri para fora da cidade inicial para me deliciar com o pisar na grama de uma campina verdejante, sentindo o vento fresco bater em meu rosto, olhando para o horizonte e vendo dragões ao longe.

Não fosse o menu do jogo ao alcance de minhas mãos, teria facilmente sido enganado para achar que havia de verdade ido para outro mundo.

Foram as horas mais incríveis da minha vida, toda espera tinha valido a pena. Teria esperado um mês na fila por aquele jogo! O desejo era de nunca mais voltar para o mundo real.

Infelizmente depois de muito tempo ganhando experiências com pequenas criaturas de um bosque próximo, a fome real me atingia lancinante depois de tentar ignora-la durante várias horas. Sem aguentar mais, acessei o menu para sair do jogo. E foi ali que o inferno começou.

Não havia como sair.

Primeiro achei que se tratava apenas de um erro normal para um jogo no seu primeiro dia, mas ouvindo forte o bater de grandes e melancólicos sinos essa esperança começou a se quebrar.

Junto de todos os outros jogadores fui teletransportado de volta para a praça central onde tudo começou. Quando finalmente os sinos silenciaram-se, gotas gigantes de algo semelhante a sangue começaram a cair do firmamento, aglutinando-se em uma forma bizarra até se transformar em um gigantesco ser encapuzado: o Gamemaster.

Ao escrever essas palavras com a esperança delas serem preservadas para chegar ao mundo exterior após a minha morte, percebo que não tenho muitas recordações daqueles instantes.

Lembro apenas do anúncio e do desespero.

Kayaba Akihiko, Gamemaster, criador de todo aquele universo fantástico, com uma voz pesada e arrastada, sem emoção, anunciou a nossa condenação: Não há como sair desse jogo senão vencendo-o completamente, ultrapassando os 100 níveis e derrotando seus 100 chefes. A morte online é igual à morte off-line.

Lembro apenas de muitos gritos ao meu redor, mas eu mesmo fiquei em um grande estupor, me impossibilitando de lembrar o que aconteceu naqueles momentos seguintes.

Mais por covardia do que por mérito, hoje continuo aqui, mas mais de mil pessoas morreram tentando ultrapassar inutilmente o primeiro andar de Aincrad.

Rumores surgiram de que um grupo descobriu uma forma de finalmente passar por esse nível. Porém, mais de mil pessoas morreram por causa desse sonho, dessa fuga da realidade que nos levou à condenação. Tenho poucas esperanças.

Amanhã irei junto de outro grupo tentar fazer a mesma coisa que fizeram e avançar, mas após ver dezenas de companheiros morrerem tentando, a única coisa que passa pela minha cabeça é a certeza de que minha barra de vida irá zerar e eu terei meu fim nesse estúpido jogo.

Mas estarei lá. Com uma espada cerrada no punho direito. Lutando pela esperança de rever minha família. De rever meus amores.

Por isso deixo essa mensagem. Não sei se ela chegará à minha esposa, ao meu filho, aos meus amigos. Mas eu precisava deixar algo, registrar, talvez em um ato mais para mim mesmo.

Se alguém ler essa mensagem,

Obrigado.

XXXX XXXXXX AKA FireSpirit

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Sword Art Online foi, pouco depois de Natsuyuki Rendezvous, a melhor estréia da temporada de verão 2012 ao apresentar um enredo clichê, mas interessante, de pessoas presas em um jogo de realidade virtual, onde a morte online é igual à morte offline.

Produzido pelo estúdio A-1 Pictures (Ano Hana, Ao no Exorcist, Occult Academy), temos uma boa arte, uma trilha sonora que casa bem com o estilo medieval do mundo de SAO, além de uma bela fotografia. A história gira em torno de Kirito, um beta-tester que também fica preso ao mundo de Aincrad.

Baseado em uma série de light novels que ainda estão sendo escritas por Reki Kawahara (o mesmo de Accel World), contando atualmente com 10 volumes, Sword Art Online promete uma boa série de aventura, ação e drama, com a única ressalva de que talvez os 25 episódios programados não sejam suficientes para abarcar toda história.

Mas se dependermos do que vimos nos dois primeiro episódios (especialmente o primeiro), temos diversão garantida até o final do ano em algo que promete evoluir muito ainda.

Trigésimo terceiro dia no mundo de Sword Art Online Faço […]

23 thoughts on “Sword Art Online – Primeiras impressões”

  1. Assisti os dois primeiros episódios e curti. Boas cenas, desde os momentos de combate aos cenários, lembrando-me às vezes de The Tower of Druaga.

    Só espero que o enredo melhore, porque além de previsível, está razoavelmente monótono.
    Parabéns pelo blog, conheci à poucos dias atrás e estou gostando.

  2. Melhor lançamento do ano até agora, na minha opinião. Proposta meio clichê, mas é justamente por isso que chega a ser simpática, pois o animê se passa num universo que muitos espectadores conhecem bem: Os MMORPGs. Eu, sendo um dos vários jogadores, gostei muito de alguns detalhes inseridos no universo do animê, como as pequenas missões, HP, drops, MVPs e etc. Tudo isso somado a boa animação e belas músicas, tornam SAO um animê muito confortável e empolgante de se ver.

  3. Gyabbo,é você? Não me baseio na maioria dos parágrafos…Mas sim no fato de você nem ao menos deu um devido aprofundamento que sempre da as PI (Primeiras impressões) só disse: é bem feitinho, o criador é tal e parece divertido. Isso? Nenhuma crítica? Quer me fazer chorar? Primeiro foi o post sem muita utilidade (não estou dizendo que é inútil)Depois não quero ver pessoas falando que PI são sempre assim,pois as suas sempre tem um aprofundamento maior nos primeiros episódios e são mais divertidas e ´´gostosinhas´´ de ler. Tenho a leve impressão que você tão pouco se esforçou para o post, diferente da maneira que faz com todos,sempre com a boa pitada única que o Gyabbo! dá. E sim,dava pra ter saído melhor.

    Oque é isso? Um novo escritor?

    Obs: leitor,se veio responder só para criticar e dizer ´´o post da legal, ignora ela!´´vai fazer coisa melhor da tua vida.Se for comentar que comente algo sobre o assunto,não quis ofender ninguém.

    1. Entendo seu ponto, mas parece que o Gyabbo quis tentar um modelo um pouco diferente do habitual. Acho que ficou um pouco mais “raso” (até por ser escrito levando em conta dois episódios), mas foi uma experiência válida; até porque ele tentou passar a ideia do anime criando um “jogador aleatório” dentro da situação do enredo.

      Enfim, experiência interessante de post mas acho que prefiro as Primeiras Impressões tradicionais. Ou talvez um post que misture essa ideia com um pouco mais de aprofundamento na crítica, talvez.

    2. Olá novamente, BelphegorP,

      Obrigado novamente pelas críticas construtivas. Sim, sou eu mesmo, não foi algum outro redator.

      Entendo que não tenha gostado do formato do post, é diferente, mas posso dizer com toda sinceridade que sim, eu me esforcei bastante neste post. Como a grande maioria das pessoas já assistiu SAO e muitos já escreverem suas PIs antes de mim, pensei em fazer de um jeito diferente, aproveitando o setting da história para, como a Mary disse, passar a experiência que a série passa criando um jogador dentro do anime que estivesse passando pelas mesmas coisas.

      Se você perceber, dentro da narrativa eu incluí as informações e críticas que estariam em um post de PI normal, como a sinopse, o tom da narrativa, os eventos mais importantes, a crítica à arte usada etc. Está tudo lá, mas em uma forma diferente de escrita. No fim pontuei com o mínimo de informação técnica possível justamente para não criar dois posts dentro de um.

      Aparentemente a ideia não foi bem recebida, irei repensar esse modelo, foi uma tentativa de pensar fora da caixa. Mas realmente, não dá pra dizer que não houve esforço para escrever este post.

      Gyabbo!

      1. Adorei a ideia, acho que ficou bem divertido de ler e ainda passou as informações sobre a série, é como o Denys disse, temos várias primeiras impressões para ler em vários blogs, ter algo diferente de vez em quando é uma ótima coisa, é claro que nem todos vão gostar, faz parte de quando fazemos algo novo, mas acho que essa ideia deveria continuar aparecendo mais vezes. Também concordo que poderia haver mais informações técnicas, mas ficaria forçado de mais em um texto narrativo, então um pequen parágrafo como foi feito no final comentando mais a parte técnica do anime já acho que seria suficiente, ou realmente inserir a crítica técnica dentro da “história” criada, o que seria algo deveras complicado (pq eu disse deveras?), enfim gostei muito da ideia e queria que mais pessoas tivessem gostado, e mesmo esse comentário sendo escrito muito depois do fim da série, ainda tenho esperançar de ver outra primeira impressão narrativa fictícia. :D

  4. eu gostei cara , depois de ter visto a serie .hack , tron e até chaotic ( bela comparação minha, chaotic [wtf?]) , eu não esperava ver nada novo , mas me surpreendeu

  5. Eu ainda não assisti e tinha achado genérico até agora, mas o seu post me deu bastante vontade de assistir e conhecer. Como eu adoro MMORPG, acho que vou gostar bastante.
    Gostei bastante desse novo estilo de PI, mas o seu modo de analisar e criticar nos posts tradicionais é muito bom. Acho que se você alcançasse um balanço entre a forma antiga e essa, ficaria perfeito!

  6. Não gostei muito dessa nova forma de escrita,a outra era melhor.Se bem que a idéia de balanço entre as duas formas é interessante.

  7. Muito bacana o texto. Essa tentativa de criar um personagem que está vivenciando os acontecimentos do anime é bem diferente e ficou muito bacana. É bom sim pensar fora da caixa de vez em quando, deixa as coisas mais interessantes. E o depoimento do teu personagem ficou muito bom. Nice, Gyabbo!

    E sobre o anime… eu gostei, mas o primeiro episódio foi bem melhor. O clima de tensão foi numa crescente que o segundo episódio não conseguiu manter, mas ainda sim série promete bastante diversão. :D

  8. Médio, mas é melhor que nada.

    Quando li pela primeira vez sobre esta história, eu estava tão animado para finalmente ver algo tão original. No entanto, eu estava muito desapontado depois de assistir os dois primeiros episódios. O enredo é bastante fresco o suficiente para agarrar a minha atenção, mas foi mal executado na narração.

    O primeiro episódio falha miseravelmente como claramente apresenta o seu protagonista típico chato: um jogador solitário, mas talentosos que já jogaram a versão beta por isso tem a mão superior no jogo. Em seguida, um outro personagem ainda tão chato é introduzido e os dois jogadores abruptamente constrói uma relação que é curto demais.

    Os personagens parecem que eles não têm personalidade e cada um não é diferente do resto, basicamente, cada personagem tem pouco ou nenhum diálogo. O ponto da história é rapidamente anunciada pelo mestre do jogo como se o público não era inteligente o suficiente para descobrir tudo por si próprios.

    O que queima a série ainda mais é a falta de seriedade dos personagens que parecem ter. Se a morte no jogo também irá resultar em morte, na realidade, como é que os jogadores parecem ter pouca ou nenhuma atenção por suas vidas? Quando o primeiro jogador foi morto em uma luta, todo mundo parece vibrar pelo ganho da batalha, como se o jogador morto pode ser ressuscitado. Como o público pode levar a história a sério, se os personagens não?

    Globalmente, a história parece interessante o suficiente para eu continuar a ver, só espero que isso melhore. E é o que eu aho, lá no fundo.

  9. sou um fã de jogos online e quem ja jogou qualquer jogo mmorpg sabe q é meio solitario mesmo, principalmente se vc começa sem nenhum amigo na vida real tiver jogando tambem. As amizades são feitas meio q instantaneamente mesmo pq todos ali tem algo em comum.

    A historia do anime ate começou bem no primeiro episodeo sem muitas informações desnecessarias ou faltando a respeito do objetivo do jogo poren apartir do segundo episodeo a historia ja pula muitas coisas e no terceiro episodeo fica pior . Acho q no quinto episodeo ele ja vai estar matando o ultimo chefe pela velocidade q esta indo.

    A parte novelistica ate q esta bacana poren não mostra muito a respeito do game em q tudo é baseado como outros animes q tem um jogo como base (yu gi oh, chaotic , etc…). A ideia do jogo ficou legal mais acho q com o numero de espisodeos previsto ira desepicionar.

  10. Gyabbo para o lado negro da coisa!!!!! Não estranhei tanto o modo de escrever, mas o fato de ter gostado do anime, sem nenhum “porém”, me lembrou muito a garotada que só se deixa levar por lutas e cenarios, não que seja crime, mas não faz seu estilo…pelo menos eu meio que achava talvez (confusa) …XD.
    Eu achei chato e maçante, não sei se terei vontade de acompanhar até o final, nada espetacular, talvez o fato de não ser fã de jogos influencie, vou tentar só mais uns epi, mas é possível que os outros animes da minha fila e mais antigos, vençam.
    Falta mais tempero nos personagens, o design mega básico já não ajuda (se me mostrarem a imagem do protagonista fora do anime, não saberia reconhece-lo de cara), as cenas de interação entre eles, fora das batalhas, são monótonas. Diálogos desinteressantes, e as tentativas de criar um clima mais pessoal ou dramático não convencem. Quando os dois carinhas se despediram no epi 1, não entendi o clima sofrido, tinham acabado de se conhecer e disseram adeus como bestfriends, claro que estando as suas vidas em jogo, todo mundo fica apreensivo, mas achei as lágrimas exageradas.
    Espero que a instantaneidade (nunca escrevi isso antes) não seja tão recorrente porque não dá pra convencer; sentimentos como amizade, medo, raiva, determinação, se vão tão rápido quanto chegam.
    Acho que a diversão não será tão garantida assim…

  11. Mas o inicial do SAO é tecnicamente pequeno, eu leio a Light Novel e estou no volume 4 (preparem-se o final do arco é fantástico), os 25 episódios são mais do que suficientes para abrangir todo o arco de Aincrad. Atualmente a série se encontra com 3 arcos completos e 1 em andamento…

  12. Eu assiti junt com os meus irmãos até o 12º capítulos. Tem muita enrolação, imagina um capítulo todo pro principal e a amada dele fazerem uma comida. Fora que eles não focam nos treinamentos, e sim na porra do relacionamento interpessoal, acho que o autor não conseguiu se situar, tipo, qual o foco do anime? Todos querem sair de Aincard, será que ninguém do mundo real iria conseguiu hackear o sistema, algo meio viajado e direcionado aos adolescentes que não tem muita expectativa de animes bons.

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