Guilty Crown – Primeiras impressões

O que você espera do bloco noitaminA? Poderíamos discutir longamente sobre isso, entre a proposta inicial do bloco e o que ele vem se tornando, mas de forma bem resumida é: bons animes. Guilty Crown chegou na última quinta-feira para confirmar essa expectativa.

Entrando no lugar de NO.6 como a nova ficção científica do bloco (apesar de que dessa vez não tivemos um anime de drama, visto que UN-GO – a ser comentado posteriormente nesse blog – é um anime de mistérios/investigação) – mesmo que não esteja ocupando o mesmo horário da série tão festejada pelas fujoshis – Guilty Crown não tremeu frente ao grande hype criado em torno de si e conseguiu apresentar um primeiro episódio bem acima da média.

Shu Ouma é um estudante de 17 anos que não consegue se envolver profundamente com as pessoas ao seu redor, não criando vínculos, apenas seguindo o fluxo para ter uma vida normal e suficiente. Sua personalidade introvertida reflete o estado em que se encontra o próprio Japão. Dez anos atrás o país sofreu com uma pandemia do chamado “Apocalypse Virus”, deixando o país no completo caos e à beira da anarquia.

Para resolver a situação caótica o país é obrigado a se sujeitar (pelo menos na visão de Shu) à ajuda internacional prolongada, perdendo sua soberania. No presente da animação o Japão continua sendo controlado, mas por uma multinacional chamada GHQ que utiliza-se da desculpa externa de controle do vírus para manter o país sobre seus domínios.

A história se inicia realmente mostrando Inori Yuzuriha – popularmente conhecida por ser vocalista da banda Egoist, da qual Shu é um grande fã – em fuga após conseguir obter um objeto de grande importância para o grupo de resistência Undertaker. Apesar de conseguir escapar, Inori é gravamente ferida e se mantém escondida em um galpão abandonado.

É neste lugar que Inori e Shu se encontram pela primeira vez, sendo a ele entregue o tal objeto para que entregue a Gai, o líder do grupo de resistência. Após Inori ser capturada, Shu reflete sobre a sua própria inutilidade como pessoa, a sua desistência contra seu próprio medo. A verdade é que ele não se renega por encontrar nesse comportamente um benefício, mas sim por estar engolido nos seus próprios temores.

Esse é um momento de crucial importância para a apresentação do personagem, pois é possível perceber uma profundidade maior em Shu. Nele reside as capacidades para ser algo maior; ele precisará lutar não somente contra mechas ou soldades da GHQ, mas lutar contra si mesmo.

No final do episódio, Shu abre a possibilidade de um grande poder, mas não tenho pretensão de detalhar muito essa parte pois o brilhantismo desse episódio consiste muito pouco em ser mais um shounen do garoto escolhido. E é preciso esclarecer algo importante antes de continuarmos; em Guilty Crown, por mais que tenha uma trama (e um motivo) bem complexo, pode-se perceber, pelo menos nesse primeiro episódio, um tratamente de caráter bem mais jovem do que realmente maduro. Isso fica bem claro em cenas de ameaça ao invés de tortura ou morte.

Mas ainda assim, o foco nas dúvidas do próprio personagem sobre quem e o que ele é e porquê seu país se encontrar da forma que está, conseguem trabalhar passagens clichês de uma forma bem mais interessante do que poderíamos ver, por exemplo, em Sacred Seven.

A cena mais representativa dessa abordagem diferenciada está justamente naquele que deveria ser o momento mais clichê do episódio. Ao primeiro contato com seu novo poder Shu é rapidamente atacado com mísseis disparados por um mecha inimigo. Em uma obra qualquer seria fácil esperar do protagonista uma pose cool, ignorando tais projéteis. Mas o que vemos é Shu fechar os olhos, gemer e esperar pelo pior. Quando isso não acontece fica claro no seu rosto a incógnita do que aconteceu.

(Cortesia do Leo Kusanagi do blog Mithril)

Se Guilty Crown empolga por um enredo interessante com grandes possibilidades e personagens mais críveis, por outro lado grande parte do seu impacto está no espetacular trabalho técnico de grupos consagrados ou altamente reconhecidos.

Na animação temos o Production I.G realizando outro trabalho em um nível altíssimo, contando a direção de Araki Tetsurou, conhecido pela boa direção no anime de Death Note. Diferente de animes como Mirai Nikki, Araki consegue dar uma boa cadência para os acontecimentos que vão surgindo rapidamente. É preciso pontuar aqui a magnífica sequência inicial, congregando uma ótima animação, uma direção que sabe o que pretende fazer com cada quadro e o muito bem trabalhado lado musical que fica por conta do grupo Supercell e por Hiroyuki Sawano, que já havia mostrando sua competência em animes como Ao no Exorcist e Sengoku Basara. São quase quatro minutos que muito se assemelham a um videoclipe e que deixam o espectador no ritmo certo para acompanhar o resto do episódio.

Classifico Guilty Crown como um Higashi no Eden shounen e mais pop. Continuando no mesmo nível do primeiro episódio, teremos um novo clássico, entrando ao lado dos melhores animes desse ano facilmente. É claro que isso é uma missão extremamente difícil quando meu saldo final dessas primeiras impressões é extremamente positivo, mas sinceramente, não acredito que serei desapontado!

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Anikenkai

Subete Animes (Altamente recomendado pela relação do anime com o sentimento de nacionalidade do Japão real. Ia encaixar no texto, mas preferi indicar diretamente para vocês.)

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29 thoughts on “Guilty Crown – Primeiras impressões”

  1. A musica realmente ficou maneira. ( mais ainda fico com as musicas do anime Sket Dance )
    cliché tem mt ,falo logo um: o anime dantalian no shoka.
    Entra na lista com certeza

  2. Peloamordedeus, vai ter clichê assim no inferno. Cantora-pelada-retardada e protagonista loser irritaram até o último dos meus nervos, argh. Porém não há como negar que a animação está bonita, e o enredo tem chances de ficar muito interessante, caso seja bem desenvolvido. Acho que vou dar uma chance…ao menos por enquanto.

    1. @Angélica
      Não achei Inori retardada, na verdade achei ela uma personagem bem forte. Vi algumas pessoas criticando a cena da “tortura”, mas acho que ali é justamente para mostrar que ela não se dobraria por dor física, algo bem impressionante para uma garota da aparência frágil dela. E o protagonista não é loser, nem de longe. Ele sente essa estranheza com a sociedade onde ele vive, ele não se encaixa e acha tudo muito peculiar, existe um inquietação que só aflora quando ele conhece a Undertaker. Clichê nunca será problema, a questão está em como ele é usado.

      @Kaye
      Sobre seus comentários do Shu, favor ler o que escrevi para a Angélica.

      @Panina
      Acredito que ela esteja se fazendo de boba mesmo, ela parece ser bem forte e ter uma personalidade forte.

      Gyabbo!

  3. Sinceramente, achei esse primeiro episodio mediano pra mais, nada de impressionante, me pareceu um Code Geass com alguma donzela saída de Macross.As reações dos personagens são extremamente forçadas, tentando impressionar o espectador, fora o clichê de protagonista covarde e excluído que sem nenhum motivo decide mudar, e o clássico
    personagem cool lutando contra o mal.Mas acredito que o Guilty Crown melhore nos seguintes episodios, principalmente porque a história, caso bem desenvolvida, tem muito a oferecer, fora a animação exemplar.

    To começando a achar que to ficando muito velho pra alguns tipos de animes u.u

  4. Eu esperava bem mais da Inori.
    Não que as Idols não sejam algo fabricado, mas ela sendo tão famosa, com letras com tanto conteúdo, era de se esperar uma personalidade mais forte quando ela estava com o Shu, ou então, ela estava se fazendo de boba para ele.

  5. @ Denys
    Tá, tudo bem, ela resiste a tortura e tudo mais, mas sei lá…Tudo na Inori é TÃO obviamente fanservice para otaku que só o fato de ela existir me irrita, xD. Para começo de conversa: ela foi ferida em uma missão importante. Uma pessoa sensata se esconderia até estar recuperada para se mexer novamente. Mas não, ela tem que ficar bem no MEIO do prédio onde se refugiou cantando para o Sol com olhos melancólicos e cara de virgem-santa-amiga-da-natureza. Ah, pqp, me poupe! Some a isso a roupa que mais mostra do que esconde, e o fato de ela ir roubar o bragaço lá usando esta mesma roupa – que é cheia de mangas e badulaques, o que obviamente dificulta a locomoção, além de chamar muito a atenção para cima dela. Se você soubesse que a missão que você deve cumprir é algo vital, você iria executá-la com uma roupa daquelas, sem nem se preparar direito para a missão nem nada? Me poupe². Outra coisa que me irrita é como o Shu é inerte. “Mimimi, o Japão está uma b#$%@, mimimi, não sei o que fazer da vida”. Caramba, se sua vida está ruim, mexa esse seu traseiro gordo e vá tentar fazer alguma coisa para ela mudar! Tipo, QUALQUER coisa! O que não dá é ficar parado vendo a vida passar e esperando uma mudança acontecer! Mas é claro que, como essa história é um cliché ambulante, a mudança veio de encontro a ele da maneira mais manjada possível, e só aí ele se dignou a agir e fazer alguma coisa. Ah, sei lá, acho que estou ficando velha para assistir alguns tipos de anime…certas coisas que antes eu deixava passar estão ficando meio intragáveis ultimamente. Ou talvez eu só esteja ficando mais ranzinza, who knows, xD. Mas como eu já disse ali em cima, ainda vou dar uma chance. Se nos próximos dois ou três episódios a história conseguir prender minha atenção, eu continuo assistindo, :-).

  6. A garotinha cantora moe, o menino paspalhão mas de coração puro, poderes vindos “do nada” nas horas mais necessárias… essas fórmulas estão me cansando cada vez mais. Não é por nada não Denys, concordo em muitas das suas observações, mas não acho que esse anime tenha potencial para virar um clássico. Ao meu ver, é só um anime com um background aceitavel, um enrredo pobre, um monte de cliches cansativos, e algumas reviravoltas previsíveis.

  7. Para o publico Shounnen é um bom anime, ate otimo se diga de passagem, mas para o publico Shoujo talvez não agrade muito pela questão do ecchi, sem contar que o que torna uma serie interessante são os cliches só que inovadores, ja assisti quase 300 animes e digo que historias cliches colocadas com outros elementos como Mecha e Ecchi pode se tornar inovador assim como foi Code Geass, que é um anime que sou muito fã, e é um anime que se pode comparar a Guilty Crown.

    1. Realmente, cliches podem sim ser interessantes, desde que uma série não seja composta somente por cliches. Afinal é praticamente impossível criar uma história totalmente revolucionária e com conceitos inovadores. Eu também gostei muito de Code Geass e apesar do roteiro de Guilty Crown ter sido feito pela mesma pessoa, achei o enredo bem fraco em algumas partes, apesar de estar bem interessante ainda.

  8. @Angélica
    Viu pra inicio se voce quer alguma coisa parecida com a realidade vai ver novela , além de que por que voce acha que nós assistimos anime?
    Obviamente por que a realidade é uma merda , quanta gente que sonha com essas coisas de anime como eu por exemplo , eu amo anime.
    Ta certo vim critica aqui o anime , mas antes ve se não se rebaixa pra nivel de lixo ok?

    1. @comentador
      Assim como você, que é tão medíocre que prefere ficar no anonimato enquanto sai falando mal das coisas :/
      Se não gostou, ao menos não saia difamando um trabalho que busca se diferenciar dos demais. Você gosta de anime clichezinho? Ótimo, assista Naruto, Bleach mas não venha criticar o anime porque você não gosta do gênero, principalmente porque ele tem uma qualidade excepicional e uma equipe de produção extraordinária, principalmente hoje em dia em que só se vêem shounens com lutas absurdas e sem motivo e ecchis que sequer possuem uma história convincente.

  9. merda é o KRL. tu ñ tem gosto pra anime seu noob guilty crown é show assisti até o epi: 19 to esperando sair o 20. eu repiti umonte de vez o epi: 19 pq ele é muito show no final. a segunda temporada é daora ta melhor q a primeira. mais 1 coiza me dazanimou ñ tenho certeza mais pelo q to vendo acho q no final o SHU morre. pelo q vi até os capitulos de agora eu acho

  10. bom ja terminei de assitir esse anime… concordo que o primeiro epi n e lá essas coisas…
    o cara falo ali em cima sobre a ropa da inori sobrea a missao…WTF?n tem nada a ver uma ropa com a missao fora o fato de se passar em 2039… nossa cara o anime e muito bom tanto a historia quanto a animação e pode sim se torna uns dos melhores de 2012 =)

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