Kimi ni Todoke – J-Movie

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Muitos pediram. Muitos cobraram. Muitos clamaram! Ok, mentira, mas me questionaram sobre a falta de avaliações de filmes asiáticos aqui no blog, algo que era bem comum no seu início. Devo admitir que com o tempo deixei esse assunto de lado, ficando esse buraco que precisa ser preenchido. Desta forma, a partir de hoje estarei retornando com essa categoria. Para isso trago um filme do final de 2010 e que foi muito aguardado por diversos fãs: Kimi ni Todoke.

Apesar de eu achar difícil, mas para quem não conhece sobre o que se trata, vamos lá: Kimi ni Todoke é um dos maiores sucessos recentes do mercado de mangas shoujo. Da autora Karuho Shiina e serializado na revista Bessatsu Margaret, o manga conta atualmente com 13 volumes, tendo sido lançado recentemente no mercado brasileiro pela editora Panini. Em 2009 recebeu uma ótima adaptação animada pelo estúdio Production I.G para em 2011 terminar em uma segunda temporada. Já em 2010 o título foi levado para as telas dos cinemas japoneses com Miura Haruma e Tabe Mikako nos papéis do casal protagonista.

Kimi ni Todoke conta a história de amor entre a pouco hábil socialmente Sawako Kuronuma, conhecida desde pequena como “Sadako”, a mesmo do filme de terror “O Chamado”, o que acaba causando muitos mal entendidos e boatos infundados sobre a sua pessoa, e o popular Shota Kazehaya, sempre com um sorriso cativante no rosto.

Apesar do enredo base do filme ser esse, para quem acompanhou o anime anteriormente ou lê o manga, fica complicado não comparar as diferentes abordagens. Enquanto no live-action a história se dirige rapidamente para o encontro, desenvolvimento e resolução do par romântico, no anime e no manga esse processo é muito mais gradual. Como dito anteriormente, Sawako inicia a história com parcas habilidades sociais e com o passar das experiências acaba conseguindo distinguir e ganhar amizades, rivalidades, desiluções, paixões e amores.

Assim, por mais que o filme não seja pequeno – são aproximadamente duas horas de duração – é difícil não ter uma sensação inicial de correria na tentativa de mostrar tudo isso. No entanto, quando o filme começa a ganhar vida própria e o expectador entende qual é o seu real objetivo, tudo fica mais simples e gostoso de assistir, sendo possivelmente mais recomendável fazer o processo inverso: primeiro ver o live-action, em seguida o anime e por fim o manga, em um grau crescente de detalhismos.

Se existe algo que normalmente deve ser elogiado em adaptações cinematográficas japonesas de mangas/animes é a sua busca por tornar os atores realmente parecidos com seus personagens originais. Isso fica muito claro no elenco feminino, destacando Tabe Mikako que consegue passar toda a personalidade única de Sawako em uma ótima atuação e Watanabe Natsuna como Yano Ayane, que apesar de não receber muito destaque, até menos que a outra ponta a dupla de amigas de Sawako, a agitada Chizuru Yoshida feita pela belíssima Renbutsu Misako, consideravelmente semelhante.

Já pelo elenco masculino, apesar de Haru Aoyama lembrar o personagem Ryu Sanada, ele não consegue mostrar o mesmo estilo do personagen, ficando deslocado. Já o professor com espírito jovem, Pin, feito pelo ator Arata, é um caso diferente. Sua aparência é bem diferente do que estávamos acostumados a ver, mas o ator conseguiu dar vida ao personagem com sua expansividade narcísica. Por fim, temos Miura Haruma como Kazehaya e, apesar de não comprometer, fica-se sempre com um pensamento na cabeça de que o personagem deveria ser mais carismático. Na tentativa de emular um personagem um tanto quanto idealizado (pelo menos no começo da história do anime), Miura perdeu em naturalidade e sua atuação se torna mecânica. Acaba convencendo pela atmosfera, mas sozinho não agrada como deveria.

Kimi ni Todoke em live-action consegue contar uma história interessante com personagens diferentes, mas que ao mesmo tempo se prende a clichês de romances no ponto certo para agradar ao seu público-alvo. Apesar da perda da parte da amizade e rivalidade ser grande, entendendo que estamos tratando de um filme de romance, podendo-se dizer sem medo que é bastante competente. Ou pelo menos poderíamos dizer isso sem passar pelos 15 minutos finais.

Se o expectador supera o sentimento de forçação de barra inicial e consegue se envolver com a história, fica fácil torcer para um final feliz. O problema, e talvez esse seja um problema em uma visão ocidental, é a falta de… “objetivo” no que deveria ser o clímax da história. Mesmo o fim da primeira temporada do anime, exatamente o mesmo ponto onde termina o filme, que deixou muitas pessoas desejando mais, consegue ser mais emocionante e satisfatório. O filme não tem medo de quebrar com a personalidade dos personagens principais ao acelarar processos que viriam apenas bem depois, mas se acovarda para fechar como um bom romance clichê.

Se você é um fã do título, essa adaptação é uma obrigação, pois consegue trazer à vida o mundo dos quadrinhos e da animação de maneira bem fiel até onde é possível para um longa-metragem. Caso você esteja apenas atrás de um bom romance, também fica a recomendação, mas com a ressalva de que o final pode ser um pouco amargo.

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8 thoughts on “Kimi ni Todoke – J-Movie”

  1. O filme até que é legal, gostei das personagens (pricipalmente da Tabe Mikako “Sawako” e da Renbutsu Misako “Chizuru”), mas ele não empolga muito, talvez pelo fato de correr bastante no inicio e do final ser “mais ou menos”. Mas é interessante ver como os personagens seriam na vida real e como certas cenas do anime seriam feitas por pessoas de verdade. Quem gostou do anime (como eu) não vai se arrenpeder de assistir!

  2. Eu não veria. Mas a Sawako é uma graça. ;)

    E sinceramente, tanto no papel/acetato quanto na tela, acho meio difícil algum ser humano do sexo masculino olhar para essa menina e ver uma “Sadako”. O instinto mais natural é querer levá-la para casa.

  3. O que pecou muito no filme (e acontece muito nos filmes japoneses) foi a trilha sonora. Era muito tímida. Talvez pelo fato de eu ter ficado acostumado com a música Kimi ni Todoke da cantora May’s (encerramento da segunda temporada). A versão orquestrada que tocava nas cenas românticas do anime, provocavam uma grande emoção ao assistir.

  4. Gostei do J- Movie. Tive a sensação de que o filme quis mostrar a história numa linguagem mais próxima à realidade (sem as características da linguagem do mangá ou do anime). Quanto aos cortes feitos, não senti tanta diferença no todo. Achei- os necessários, já que se colocasse detalhes que estão no mangá seria focar naquilo que era indispensável quanto ao entendimento do filme. Até mesmo pela duração. Gostei dos dois atores principais e não achei o Miura mecânico. =P

    Senti falta mesmo foi de uma trilha sonora mais emocionante (concordo com o Fernando).

    Excelente texto,

    Abraços.

  5. Sinceramente, achei o anime muito chato. Talvez porque tenha cansado de shoujos que arrastam demais a história. A Sawako é retardada, só pode. E o Kazehaya, peloamor, é muito mané. Eu curtia esse tipo de narrativa quando tinha 15 anos. Hoje em dia, prefiro josei. Mas pra quem ainda está na pegada adolescente, é uma boa LENTA pedida. Antes de assistir ao anime, até pensei em comprar o mangá, mas depois, bem… não mais.

  6. Vai parecer que sou super fangirl (vai ver eu sou mesmo, heheh), mas eu achei a adaptação perfeita… sim, ficou corrida – e eu até teria preferido se fosse um dorama -, e sim, a trilha sonora poderia ter sido melhor, mas eu realmente gostei. As pessoas falam que é um pouco diferente do anime; mas afinal de contas, não é isso é uma adaptação? É impossível ficar exatamente igual! u_u anyway, concordo quanto ao final, mas compreendo ter ficado daquele jeito, afinal, quando o live foi lançado, sequer ainda tinha sido lançado a segunda temporada do anime (e o mangá também estava em andamento), o roteirista TINHA que criar algo romântico e diferente.
    Ahhh sim, ótima a sua review! O/

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