Ano Hi Mita Hana no Namae wo Bokutachi wa Mada Shiranai – AnoHana – Primeiras impressões

AnoHana, abreviação do título original “Ano Hi Mita Hana no Namae wo Bokutachi wa Mada Shiranai”, é, junto de [C], a mais nova série do bloco Noitamina. Produzida pela mesma dobradinha do já extinto bloco “Anime no Chikara”, Aniplex e A-1 Pictures, trata-se de um drama original com 11 episódios programados. Esse anime figurou entre as minhas principais apostas para esta temporada, rivalizando espaço na hora da minha escolha com Hanasaku Iroha por me parecerem terem o mesmo sentimento geral. Acabei escolhendo AnoHana e depois de seus três primeiros episódios posso afirmar sem muito medo que fiz a aposta certa!

A história se inicia com o hikikomori Jinta Yadomi que em mais um belo dia trancado em casa começa a ver Menma, uma amiga de infância que morre eu um acidente ainda não explicado. Consciente do seu estado psicossocial diferente, Jinta acredita que a garota não passa de uma alucinação e o acaba não dando tanta importância aparente, o que fala muito da perda de vontade pela vida do garoto. No entanto, diversos indícios vão sendo apresentados, como o fato dela estar em uma versão crescida, mostrando que Menma talvez não seja uma alucinação.

Apesar do ponto de vista central ficar a cargo de Jinta, a série gira em torno do antigo grupo de amigos Menma, Jintan, Poppo, Anaru, Yukiatsu e Tsuruko, antes inseparáveis, acabam seguindo caminhos bem distintos após a morte de Menma. Só que apesar disso, a verdade, e aqui temos finalmente a trama verdadeiro do anime, é que todos eles foram marcados pela fatalidade e até hoje carregam esse trauma em suas vidas.

“Ano Hi Mita Hana no Namae wo Bokutachi wa Mada Shiranai”, traduzido livremente como “Nós ainda não sabemos o nome da flor que vimos naquele dia”, se interpretado com mais cuidado acaba entregando. Nenhum deles conseguiu verdadeiramente seguir em frente depois do que aconteceu. A flor, simbolicamente a morte de Menma, não conseguiu ser assimilada. A história, então não é sobre um fantasma que precisa ter seu último desejo realizado, mas sim sobre o processo de superação de um forte trauma que marcou a vida desses cinco amigos.

E isso o diretor Tatsuyuki Nagai vem realizando com um tato apurado, apoiado pelos roteiros da fantástica Mari Okada, mesma roteirista de Hourou Musuko. A série chamou atenção rapidamente por seu primeiro episódio marcado por uma forte carga dramática, levando algumas pessoas às lágrimas (devo dizer que se eu estivesse em um dia um pouco mais sensível teria ido também). Nos episódios subsequentes o que poderia ir para um viés brega e exagerado se seguisse o modelo do primeiro acaba diminuindo o tom para uma série mais heart warming, apresentando com cuidado os personagens e criando uma forma natural deles voltarem a se relacionar.

A animação do estúdio A-1 Pictures segue o seu padrão de qualidade, mesmo que não seja a melhor da temporada (mesmo Ao no Exorcist do mesmo estúdio atualmente é melhor, mas é a mesma razão do porquê da animação de [C] ser bem inferior à de SKET Dance) ainda agrada facilmente, sem contar o ótimo character design de Masayoshi Tanaka que dá singularidade a cada um dos personagens.

AnoHana vem sendo nesse início de temporada uma das séries que mais tem me empolgado e que vem satisfazendo episódio por episódio. Ainda é cedo, mas seguindo o mesmo ritmo, e eu acredito que seguirá, tem a possibilidade de ser uma das melhores da primavera, pedida certa para os fãs de um drama bem desenvolvido.