Hanasaku Iroha – Primeiras impressões

Ohana Matsumae é uma garota de 16 anos que vive com sua mãe em um pequeno apartamento. Levando os dias sem grandes emoções, Ohana idealiza acontecimentos mais “dramáticos”, apesar de entender que as chances maiores são dela acabar em um emprego estável, se casar e depois comprar um túmulo para quando morrer. Enfim, uma vida normal e sem graça.

No entanto, as coisas mudam completamente quando sua mãe resolve fugir com o namorado depois que este se endividou. Mas que tipo de mãe fugiria sem a filha? Aparentemente a mãe da Ohana que sem nenhuma cerimônia deixa-a para morar com sua avó em uma pousada perto do mar. Mesmo que as duas nunca tenham tido nenhum tipo de relação já que a mãe se afastou da família anos atrás, a ideia de morar em um lugar tão diferente, campestre, bonito e aconchegante começa a soar interessante na cabeça da menina.

Mas nem sempre as idealizações se tornam realidade, na verdade, quase nunca.

É com esse mote que Hanasaku Iroha caminha. As fantasias criadas por Ohana são rapidamente descontruídas pela realidade: a avó é uma ditadora sem nenhuma grande preocupação aparente com a neta, dando bem mais atenção à hospedaria e seus hóspedes. Seguindo um modelo japonês ultra-tradicional, Ohana terá que trabalhar (e muito) para seguir com teto e comida. Sua personalidade expansiva e sonhadora é posta à prova pela realidade mais dura de um lugar onde trabalhar é central e o respeito à hierarquia é uma grande obrigação a ser seguida.

Hanasaku Iroha é o projeto do estúdio P.A. Works que marca o seu décimo aniversário,  tratando-se de um anime original, ainda que tenha recebido uma versão em manga lançada antes do anime ir ao ar. Ainda com Angel Beats! em mente, muito se esperava dessa nova iniciativa do estúdio (que tem mais de True Tears do que de Angel Beats!, mas enfim).

A questão que fica com este primeiro episódio é até onde o diretor Masahiro Ando conseguirá levar esse plot sem cair em uma avalanche de clichês. Posso estar sendo precipitado aqui, mas será que a avó carrasca não se dobrará de orgulho com os esforços e adaptação da neta no novo ambiente, mesmo que de forma discreta? A garota que inicialmente a odeia, não se tornará sua melhor amiga? A garota da cidade não se destacará para um fim triunfal onde aprende que a vida é mais do que sonhar? São perguntas que eu tenho medo de responder pelas chances de serem respostas óbvias demais.

Mas vamos nos ater ao que foi apresentado até o momento. Com a sua sempre bonita animação, é impressionante a forma como a junção entre o bonito e aconchegante ambiente e a dureza da vida se estabelece com facilidade na percepção do expectador. A animação prima pelos detalhes, enriquecendo a experiência, além de ter uma OST que combina perfeitamente com a atmosfera apresentada. Outra coisa que é boa de ser comentada é o character design, que se fosse genérico faria com que a série perdesse muito do seu impacto mais pé no chão.

Apesar das minhas ressalvas quanto a essa primeiro episódio, principalmente por ele soar um tanto quanto forçado em muitos momentos, a confiança no estúdio P.A. Works me faz acreditar piamente em uma, se não grande, pelo menos boa série. Não se deve fugir muito dos padrões de drama simples, sempre com uma mistura equilibrada entre as asperesas de uma nova experiência e as esperanças que essa mesma experiência possibilita.

Ohana Matsumae é uma garota de 16 anos que vive […]

12 thoughts on “Hanasaku Iroha – Primeiras impressões”

  1. Saudações

    Iroha é um anime que me pegou de surpresa, totalmente. E de uma forma muito positiva.

    Muitas idéias que tenho sobre o anime alinham-se perfeitamente ao modo como você o vê, Denys. E isso porque foi apenas o primeiro episódio.

    Ótimo texto.

    Até mais!

  2. Gostei muito do primeiro episódio. Nao tinha grandes expectativas, mas o primeiro episódio me convenceu a acompanhar a série mais um pouco. Sabe não tenho problemas quanto a cliches…a série pode descambar para este lado que voce citou em alguns pontos, mas quer saber e dai? cliche para mim nunca foi problema. Se trabalharem de forma convincente e emotiva, por exemplo, estes pontos para mim não há problema algum.

  3. Olá!
    Achei Iroha bem interessante, a animação é bem detalhada (só eu nunca tinha visto um headphone em um anime?) e os personagens, como você citou, são bem únicos no design.Mas não vejo como a série não caia em alguns clichês, pode ser que a avó não se cative com a neta, mas tenho certeza que a Ohana e a Minchi se tornaram melhores amigas, mais uma personagem tsundere.Bom, o primeiro episódio me impressionou mais do que esperava, vamos ver como a série continua.

  4. Finalmente chegou a vez de Iroha,
    não usarei formalidades já que não quero parecer cult nem nada do tipo. Eu acho que a série tem futuro, o estúdio PA Works parece estar continuando daonde a Kyoto empacou digamo assim, digo, no drama (não estou dizendo que esta decaiu).
    Bem, com relação a parte técnica, não tenho nada a dizer. Com relação a história, gostei muito até agora (um certo amiguinho meu achou muita falta de “machesa” por parte da protagonista por ter aceitado morar num lugar como aquele – minha resposta obviamente foi “Quem sabe porque ela é uma mulher?” – sim ele é machista quando o assunto é anime e principalmente quando a protagonista é uma mulher ), com relação aos possíveis clichês eu acho que as respostas são sim óbvias, mas acho que é algo que eu não vejo a muito tempo em animes por isso me dá aquele sentimento de nostalgia ao assistir esta série, o que de forma alguma é um ponto negativo para mim (opinião de fã).
    Só achei que as coisas realmente foram meio rápidas demais e aparentemente a protagonista entrou no fundo do poço muito cedo (quando é assim, o fundo do poço acaba virando rotina e eu creio que perde o impacto, se é que alguém entende o que eu estou dizendo).
    Agradeço por essa outra análise.

  5. Com certeza todos os seus receios vão se confirmar, dificilmente o anime vai trilhar um caminho de surpresas e grandes reviravoltas. Mas eu não vejo isso como problema, clichês existem para serem explorados e se souberem trabalhar BEEEM em cima disso, pode vir a ser um excelente anime. Mas é uma série pautada no cotidiano e nos dramas familiares e no circulo de amizade, não vai fugir disso e ai se inclui todos os clichês que já estamos acostumados a ver. O primeiro episódio foi uma grata surpresa, tomara que continue bom.

  6. Mas o character design é clichê – só é mais detalhado [por ter mais recursos disponíveis] que a média.

    Ah, e tenho essas dúvidas – em escala ainda maior. E a série é de 2 cours [26 episódios, acho], portanto haja episódios com os secundários [tipo o assistente do chef]…

  7. Eu nem tinha reparado tanto em como esse anime pode cair em clichês, na verdade eu até torço pra que eles aconteçam porque não aguento mais ver essa menina sofrer! E como ela tem energia, PQP! Tomara q seja recompensada por isso durante o anime, ou eu posso entrar em depressão HAOAHUHOAUHAUHAUH

    1. @KidBengala
      Sinceramente, esse é o pior comentário que eu já tive o desprazer de ler aqui no blog. Muito infeliz sua colocação preconceituosa e machista.

      Gyabbo!

  8. Que ridículo esse @KidBengala. o_o Tenho uma palavrinha da Madonna pra você, embora não tenha nada a ver com lésbicas, e sim com gays, mas toca o homossexualismo (que é a mesma coisa):
    Garotas podem usar jeans
    E cortar os cabelos curtos
    Usar camisas e botas
    Porque é legal ser um garoto
    Mas para um garoto se parecer com
    Uma garota é degradante
    Mas você acha que ser uma garota é degradante
    Mas secretamente você adoraria saber como é
    Não adoraria?

    E eu pensava que era gente velha que tinha o metabolismo lento… tsc, que estúpido. Se um dia você abrir os olhos e encarar as pessoas à sua volta, vai perceber que metade delas pensa diferente de um imbecil como você.

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