TOP 3 MELHORES ANIMES DE 2020

VOCÊ ACHOU QUE IAM SER MESMO SÓ 3 ANIMES? ACHOU ERRADO QUERIDO LEITOR OTAKU!

Retornando as atividades com o #PitacosdoVilson, achei que o melhor jeito de começar seria fazendo uma pequena retrospectiva do que assisti durante 2020. Eu sei que já estamos ai com a temporada de Inverno 2021 a todo vapor com muitos títulos legais saindo, mas ainda é o começo de tudo, não sabemos o que de fato será bom ou ruim, então se você é daqueles que espera as séries concluírem para poder escolher o que assistir ou apenas deixou passar algum título despercebido, venho aqui ajudar com essa lista dos 3 animes que mais gostei de cada temporada no decorrer de 2020!

Só lembrando que o intuito aqui não é “cagar regra” sobre quais foram os melhores animes de fato e claro que assisti até muito mais que só 3 por temporada – algumas foram realmente só 3 mesmo – São simplesmente os títulos que mais me chamaram atenção e acho que as pessoas deveriam dar uma conferida.

INVERNO

Keep Your Hands of Eizouken

O melhor anime de 2020 e só a minha opinião importa. Mas brincadeiras à parte (ou não), de fato Eizouken foi uma grata surpresa. Muito mais que só um anime de boa qualidade, ele é uma carta de amor a indústria da animação. Seu lançamento gerou algumas polemicas quanto ao design das personagens principais –  basicamente diziam que elas eram “feias” – e isso serviu para levantar a discussão de várias pautas como “o que é design bonito” e claro, que a mulher em mídia não precisa ser sempre representada de formas clichês e fetichistas, principalmente em animes.
O anime dirigido pelo grandioso Masaaki Yuasa conta a história do trio de amigas Midori Asukasa, desenhista e fã de animes, Sayaka Kanamori, fã de dinheiro e Tsubame Mizusaki, filha de pais da alta sociedade, modelo, mas que secretamente deseja se tornar uma animadora profissional. Juntas elas formam o clube de áudiovisual (Eizouken) e tem como objetivo criar o seu próprio anime perseverando através das dificuldades e limitações!
A direção de Yuasa nos leva diretamente para os olhos das protagonistas e vemos o mundo como elas, um lugar mágico onde a imaginação assume o comando do volante e só curtimos a paisagem. Aprendemos um pouco sobre como nossos amados animes são feitos ao mesmo tempo que torcemos, nos identificamos e nos apaixonamos por esse trio de personagens tão carismáticas.
Gostar de animes é gostar de Eizouken e gostar de Eizouken é provar que se ama animes. Fez por merecer ser o melhor anime de 2020.

Asteroid in Love

Ele aparenta ser mais um desses animes “meninas fofas fazendo coisas fofas” como tantos outros antes foram (exemplo clássico é K-ON, sobre o grupo de amigas que fazem parte de um clube de música e, ironicamente, a parte de música é o que menos fazem). Asteroid in Love também é um anime de meninas fofas fazendo coisas fofas, PORÉM, elas FAZEM algo referente a temática da série.

Aqui conhecemos Mira Konohata, que na infância durante um acampamento conhece um menino chamado Ao e enquanto contemplavam o céu estrelado, descobrem que ambos têm em comum a paixão pelos astros e fazem uma promessa de que um dia descobrirão um asteroide juntos. Anos depois, no ensino médio, Mira se reencontra com aquele menino, só que agora ela descobre que na verdade é uma menina chamada Ao Manaka e no clube de astronomia pretendem seguir em direção ao sonho em comum!

O que mais me encantou nesse anime, por um gosto pessoal, foi a dedicação em focar a atenção das personagens na parte de astronomia. Eu sou um grande entusiasta no assunto e gosto muito de pesquisar sobre, então ver o anime ser tão caprichoso em sua temática me conquistou completamente e, de bônus, ainda temos um elenco de personagens muito carismáticas, como esperado de um anime Moe, e acompanhar o desenvolvimento do relacionamento (amoroso? Talvez) de Mira e Ao apenas deu aquele quentinho especial no coração.

Se você gosta de conhecer e desvendar os mistérios do espaço e ainda quer ficar se derretendo por encarnações da fofura, Asteroid in Love é incrível!

 

Somali and the Forest Spirit

Da temporada de inverno com certeza é o título mais fraco dos que destaco, isso por que a temporada em si foi muito fraquinha. Ele tem seus méritos, mas sua mente e seu coração tem que estar no lugar certo para perceber.

Aqui viajamos para um mundo fantástico onde magia, encantos e perigos estão por toda a parte. Criaturas místicas dominam o planeta e entre elas conhecemos o Golem, um ser protetor das florestas e dos animais que vivem nela. Um dia, durante sua costumeira vigia, ele contra a pequena Somali, uma criança humana que estava perdida. A raça humana aqui é considerada perigosa e é caçada, muitos se tornam escravos e sabendo disso, o Golem adota a menina e parte em uma jornada para encontrar os pais verdadeiros dela.

O anime te promete levar para passear nesse mundo maravilhoso, colorido e deslumbrante, com diversas raças e criaturas magnificas e de fato ele entrega isso. Só isso. A jornada de Somali com o pai é bem episódica, numa formula repetitiva que perde o encanto bem rápido. A relação dos dois é ainda minimamente interessante de acompanhar e até bonita, mas tudo vale a pena nos últimos episódios, onde temos uma guinada para o clímax e se valeu a pena esperar por isso ou não, vai de cada um. Eu pessoalmente gostei.

Primavera

Kaguya-sama Love is War 2° Temporada

Kaguya-sama é uma das melhores coisas que já vi desde a primeira temporada, e a segunda não deixa a desejar.

Continuamos a ver a guerra amorosa entre a dona do nome da série e Shirogane, agora com novos obstáculos a serem superados, como o conselho estudantil a risco de ser desfeito. Além disso, temos um pouco mais de aprofundamento em alguns personagens, com destaque para o Ishigami, que conhecemos um pouco mais do seu backstory e sendo bem sincero, é fácil um dos melhores momentos da temporada.

Todo episódio desse anime eu me acabo de rir, alguns de ficar sem ar e passar mal. Há momentos emocionantes e que podem até fazer chorar – pelo menos eu chorei – E para dar uma vibe de renovação e inovação, somos introduzidos a novas personagens aumentando o elenco. Se você assistiu a primeira temporada é obrigatório assistir essa. Se você ainda não viu nada de Kaguya-sama, qual o seu problema???

Kakushigoto

Mais um título de comédia e esse aqui é um que fiquei bem animado em acompanhar na época, daqueles que sabia que seria obrigatoriamente bom antes mesmo de assistir por conhecer o autor do mangá, Koji Kumeta. Ele é o dono de um dos meus animes favoritos, Sayonara Zetsubou Sensei, e saber que poderia ver algo novo vindo dele fez o hype ir lá para o teto!

Kakushigoto conta a história de Kakushi Goto (sim, tem um jogo de palavras ai, algo como “segredo” e “trabalho com desenhos”) e sua filha Hime Goto. Ele é um mangaká de renome e bem popular, porém, ele faz um esforço hercúleo para que a filha não descubra, fingindo ser apenas um simplório assalariado comum. O motivo para tudo isso? Ele tem vergonha por ser um mangaká especializado em histórias de humor pervertido e nada apropriadas. Acima de tudo isso, ele é um pai amoroso e que se esforça muito para dar uma vida boa e confortável a sua filha, pois além de tudo, é pai solteiro.

Eu gosto muito da estética e humor que Koji trabalha em suas obras e é fácil ver semelhanças com Zetsubou Sensei, mas isso não faz com que Kakushigoto não tenha a própria personalidade. Os episódios são divididos em praticamente esquetes com situações das mais bizarras para que a pequena Hime não descubra a profissão real do pai, isso por si só já é divertido o suficiente, mas a série vai além e te prende ao mostrar uma narrativa inversa, com flashes dela já com 18 anos – no decorrer da série ela tem 10 anos – e vemos que tem algo muito mais profundo e sensível por trás dos eventos cômicos e que ligam tudo. É como um quebra cabeça se formando aos poucos e quanto mais você se afasta, mais você entende a extensão do drama.

Sing “Yesterday” for Me

Eu não consigo de forma alguma dizer que isso aqui foi um anime, sempre vou me referir como novela que por acaso está em forma de animação.

Após o termino da faculdade Rikuo Uozumi, um jovem sem ambições na vida, pega um serviço qualquer em uma lojinha de conveniência. Os dias passam sem significado algum para Rikuo até que ele reencontra uma antiga crush e colega de classe, Shinako Morinome. Além disso, ele também conhece Haru Nonaka, que é apaixonada por ele, uma jovem que sempre anda com um corvo de estimação.

Esteja com o emocional preparado para assistir essa obra. O fator em comum que move a história é o “passado”, o “Yesterday” a ser cantado por esses personagens, que de uma forma ou de outra tem assuntos não resolvidos e quanto mais o tempo passa, mais pesados eles ficam, e são sentimentos, intenções amorosas e conflitos colidindo o tempo todo. Não, não vá esperando algum dramalhão de novela mexicana aqui, o clima da série é tranquilo e melancólico, pois de fato não é pra ser um drama. São pessoas lidando com pessoas e consigo mesmas. Seja um jovem decidindo o seu futuro, seja estar preso a uma paixão antiga que não existe mais ou seja se pegar dependente e carente por alguém em especifico que você quer que te note. Já sentiu algo assim antes? Com certeza, não é mesmo?

Apesar de tudo, deixo também um pequeno aviso de “cuidado”. Talvez alguns gatilhos possam ser ativados dependendo da sua sensibilidade com assuntos tão reais e pé no chão. Estamos tão acostumados a todo anime ser de alguma forma muito fantástico por mais realista que ele tente ser, que quando nos deparamos com uma obra como essa que de fato é bem realista, pode nos afetar de alguma forma. Não há em si nada pesado aqui entre as temáticas (como drogas, abuso sexual, etc), mas existem muitas formas de uma mídia nos afetar, positivamente ou negativamente. Eu fui afetado positivamente e fui agraciado com um bom show, bem escrito, bem dirigido e com um traço e animação lindos. Se esse for o seu tipo de anime, vai fundo, não vai te decepcionar.

Verão

Aggretsuko 3° Temporada

A temporada de Verão é marcada por ser o início da pandemia e por consequência afetar inúmeros mercados, inclusive o de animes, e com isso tivemos pouquíssimos títulos lançados nessa época, já que vários estúdios fecharam e/ou fizeram recesso, passando pelo período de adaptação com home office, trabalhos remotos etc. Com isso, acabou que os grandes destaques ficaram com essa característica em comum de estarem todos como lançamentos Netflix Originals! Começando com uma nova temporada da nossa pandinha vermelha p*** da vida mais adorável do mundo! Pegando ainda o fio sobre “dificuldades da vida adulta”, Aggretsuko vem mais uma vez com esse sentimento de identificação com as peculiaridades dessa fase da vida.

Após os eventos da segunda temporada, Retsuko está exausta. De relacionamentos, do trabalho, de compromissos e obrigações sociais e acaba fugindo para o mundo digital para compensar as frustrações da vida e se endividando no processo, gastando muito dinheiro em um jogo estilo DateSim (Simulador de encontros) e como nada é tão ruim que não possa piorar, ela ainda contrai uma nova dívida ao se envolver em um acidente de carro, se vendo obrigada a trabalhar para um sujeito muito suspeito em um cenário underground. Mas há males que vem para o bem. O desastre pode virar uma oportunidade e os problemas, soluções. Será que dessa vez Retsuko vai encontrar o seu lugar ideal na vida?

Eu esperava tudo nessa temporada menos o caminho que a série decide seguir. Aggretsuko ganha umas pitadas de Perfect Blue e vai na onda da indústria musical das idols (cada vez mais forte e global, principalmente com a música coreana) e utilizam o talento de cantoria heavy metal grutural da Retsuko para algo muito mais do que só uma piada engraçada. Além disso temos um destaque maior para o Haida – meu personagem favorito inclusive – ainda muito apaixonado pela pandinha, mas vendo a oportunidade de ser correspondido por alguém bem mais compatível, agora ele tem que fazer as pazes com seu coração enquanto pensa no que é mais importante: a idealização de um romance ou a certeza de um relacionamento saudável.

Great Pretender

Por algum motivo, ver história de anime com agiota é sempre interessante né? XD

Great Pretender é um daqueles animes em que você sente o quanto foi feito um esforço para ele ser o mais internacional possível. Não em sua narrativa em si, mas para que ele “agrade” ao público não japonês com gostos “não japoneses”. Acho que esse foi o primeiro anime em que vejo personagem fazerem piada com O Naufrago, aquele filme do Tom Hanks preso em uma ilha, em uma conversa convencional e não parecer super forçado.

O anime conta a história de Makoto Edamura, um jovem larapio maltrapilho que faz o seu sustento dando golpes e tramando esquemas para passar a perna nas pessoas. Durante mais um dia de “trabalho” ele tenta enganar e roubar um típico turista loiro e bem apessoado: esse é Laurent Thierry, outro golpista que engana Makoto o fazendo ir parar em Los Angeles! A partir daí começa uma relação conturbada entre eles e o resto da equipe de Laurent, aplicando golpes ao redor do mundo.

Não é muito fácil explicar sobre o que se trata Great Pretender, até por que Great Pretender não pretende mesmo chegar em lugar nenhum. A história não segue uma linearidade com um grande objetivo no fim das contas. Os episódios são divididos em arcos referentes ao planejamento e execução dos golpes, onde as motivações podem variar bastante. O foco fica sempre em um personagem do bando e tudo gira em torno de aprofundar um pouco mais dele. Eu pessoalmente gosto mais quando as histórias tem um propósito maior, um fim para seus meios, mas isso não tira os méritos de qualidade do anime. Uns arcos são melhores que outros, mas no geral são todos bem divertidos de acompanhar, os personagens tem algum carisma e a direção de arte, character design, músicas, tudo é muito bem feito e dá gosto de assistir. Foi um dos poucos animes dessa lista que eu dei uma chance de assistir dublado e está de parabéns! Se você gosta de histórias estilo Onze Homens e Um Segredo ou com essa vibe de Robin Hood moderno, Great Pretender tem tudo para te prender.

Japan Sinks – 2020 (Japão Submerso – 2020)

Dessa vez eu posso facilitar o meu trabalho um pouco, pois já fiz conteúdo aqui para o Genkidama sobre Japão Submerso – 2020. Qualquer coisa que eu escrever aqui será redundante, então se quiserem saber minha opinião e sobre o que se trata o anime só clicar AQUI!

De todo modo, fiquem aqui com o trailer!

Outono

Jujutsu Kaisen

Representando o “shonen de lutinha padrãozinho 101” da lista, Juju é aquela obra que fez bem o dever de casa e preenche toda cartilha da formula do sucesso que o gênero precisa. Justamente por isso o mangá que é publicado na Shonen Jump (e sai no Brasil pela Panini) nunca me chamou muita atenção após ter lido os primeiros capítulos. Tudo ali eu já tinha visto em outras obras só que com uma nova roupagem. Quando o anime foi anunciado, porém, a coisa mudou de figura e fui entregue a toda uma nova experiência!

Yuji Itadori é um adolescente como outro qualquer, mas graças a sua aptidão atlética ele é super requisitado pelos clubes esportivos, que ele nega veemente participar pois odeia atividade física. Por isso ele entra no clube de ocultismo, onde ele pode fazer amigos e relaxar, levando uma vida estudantil pacata e tranquila. Tudo muda quando seu avô e único parente vem a falecer, mas não antes de lhe aconselhar a sempre ser o tipo de pessoa que ajuda aos outros. Os amigos do clube conseguem achar um item que dizem ser amaldiçoado e o que parecia ser só uma brincadeira, acaba se tornando real quando demônios os atacam. Para salva-los, Itadori vai ao limite literalmente comendo um resíduo de um demônio chamado Sukuna e isso chama a atenção da Academia de Feiticeiros, que precisam lidar com a ameaça eminente da criatura que domina o corpo do jovem.

Pela sinopse não parece tanto assim algo tão “padrãozinho”, mas acreditem, é. Logo de cara temos uma dinâmica de grupo inicial que é cuspido e escarrado Time 7 de Naruto. Com direito até a professor pseudo-sarcástico e poderoso de cabelo branco espetado. O que ressalta aos olhos mesmo é a qualidade ABSURDA da animação, se destacando entre os poucos pontos fortes da história. Esse se tornou aquele anime que eu simplesmente sento, dou play e aprecio frame a frame com detalhes incríveis, lutas de tirar o folego e muito bem coreografadas, e de vez em quando apreciando as particularidades que fazem de Juju uma boa obra e dá a ele um pouco de personalidade. Ele não é excelente, mas também não é ruim. Se você gosta da formula do shonen de lutinha, é aqui que você vai encontrar a provável melhor opção do gênero em 2020.

Taisou Samurai

Não só da temporada, mas como do ano, Taisou Samurai (O Samurai da Ginastica) foi de longe a maior e melhor surpresa dentre os animes que assisti! Representando os animes de esporte dessa lista, ele faz aquele efeito mágico que só as séries desse tipo conseguem: Agora eu entendo e me interesso minimamente por ginastica olímpica competitiva.

A história se passa no ano de 2002 e fala sobre o time de ginastica olímpica do Japão, que já teve dias melhores. Acompanhamos o drama de Jotaro Aragaki, que após dedicar toda a sua vida ao esporte, se vê obrigado a encarar uma possível aposentadoria recomendada pelo seu treinador. Após um encontro inesperado com um ninja, o samurai se vê motivado a voltar ao campo de batalha em que pertence e tentar por uma última vez competir!

Não sei se consigo pôr coerentemente em palavras para descrever a emoção que foi para mim ver apenas a abertura desse anime, que é tocada ao final do episódio 1 e acompanhamos toda a agonia e indecisão de Jotaro com a eminente aposentadoria. A música é do Orange Range, uma das minhas bandas japonesas favoritas e é bem famosa por cantar diversas OP e ED de vários animes nos anos 2000, mas estava a um tempo sumida. Eu literalmente pulei na cadeira quando ela começou a tocar gritando “Não acredito! Orange Range! E Shanghai Honey ainda por cima!” que de fato é uma das melhores músicas da banda. Não que precisasse DISSO para o anime me conquistar, foi como o Leonardo di Caprio disse em Django Livre “Antes você tinha minha curiosidade, mas agora você tem a minha atenção”.

Como todo anime de esporte, conhecemos um pouco sobre o que se trata a ginastica olímpica, suas modalidades, estratégias competitivas, e através disso conhecemos os personagens que são todos muito interessantes, começando pelo próprio protagonista, um pai solteiro que coloca na balança a decisão da aposentadoria em preocupação de como iria sustentar a sua filha Rei, já que o esporte é a única coisa que ele sabe fazer. Ela por sua vez, é só uma criança nos seus 9 anos que admira e apoia incondicionalmente o Jotaro. Ela ajuda nos afazeres de casa meio que fazendo o papel de “mãe” da família, compensando a falta da própria que era uma atriz super famosa, mas faleceu após um acidente de carro. Conhecemos também Leonardo, um auto proclamado ninja e claramente estrangeiro que se infiltra na famila Aragaki e o recebem como membro. Ele admira o Jotaro e se torna um grande amigo de Rei. Por último temos, como de praxe, o grande rival Tetsuo Minamino, no clichê de jovem prodígio e tem um rancor contra Jotaro por ele ter abdicado da aposentadoria e considerar que ele está manchando o nome do esporte, querendo fazer de tudo pra provar que o tempo dele já passou. O balanço da história entre mostrar a determinação de Jotaro em perseverar a continuar no esporte e apresentar as narrativas dos outros personagens é perfeitamente dosada e até o fim você vai estar apegado a todos eles. Vai rir, vai chorar e se empolgar. O anime é feito pelo estúdio Mappa e a animação está incrível! Traços limpos, cores vivas e nos momentos de alta movimentação da pratica de ginastica há um equilíbrio entre o uso de 2D e 3D. Se não houvesse Eizouken em 2020, esse aqui seria a minha aposta para melhor anime do ano.

Moriarty The Patriot

Ver burguês safado se ferrando é gostoso demais.

Acredito que todos estejam familiarizados com os contos de Sherlock Holmes e que estejam cientes que ele é um personagem fictício – É sério, teve uma pesquisa que mostrou uma porcentagem enorme de pessoas achando que Sherlock foi uma pessoa real – Se você é fã do excêntrico detetive uma vez vivido por Robert Downey Jr, esse anime pode te decepcionar um pouco. E isso é bom.

Em uma gótica e vitoriana época da Europa vamos acompanhar a história do detetive mais famoso do mundo pela perspectiva do seu maior rival e arqui-inimigo James Moriarty. Da infância até a vida adulta, Moriarty só tem um objetivo: revolucionar o mundo. Se o mundo é repleto de crimes, nada mais justo do que limpa-lo usando os mesmos métodos. Os fins justificam os meios e o senso de justiça deturpado de Moriarty pode trazer a salvação ou a ruina do mundo? Crimes feitos por um bem maior continuam sendo crimes ou é justiça?

O mangá de mesmo nome ainda está em publicação e também disponível no Brasil. A premissa de acompanhar uma história clássica pelos olhos do vilão é tentadora, mas eu jamais imaginaria que seria tão satisfatória. Moriarty e seu grupo não são bandidos gratuitos ou só agem por prazer de serem maus. Eles fazem o que as leis geralmente não permitem, levam justiça e redenção para aqueles que precisam e punem quem merece, mesmo que seja um crime por cima de outro. Geralmente os alvos são burgueses que abusam de seu poder contra os menos favorecidos que afetam Moriarty no seu íntimo, pois vemos que sua origem é pobre e humilde, ele apenas foi dotado com uma inteligência acima do normal. Ele entende isso como um dom e com um proposito. Estamos em um contexto de vida em que testemunhamos os maiores absurdos políticos e ideológicos quase que 24 horas por dia e sob esse parâmetro, é inevitável torcer e concordar com os meios de Moriarty. Esse anime foi a minha pequena válvula de escape para o stress que é simplesmente acompanhar as notícias do nosso país e acredito que todos nós precisamos um pouco disso. Claro, se você curte histórias de detetive e mistérios, é um prato cheio com casos inteligentes e bem elaborados – destaque para os episódios do navio e o burguês que tinha como hobby caçar pessoas – que não vão deixar a desejar. Mais uma trabalho de animação muito bonita e toda a ambientação em uma Inglaterra no século 19 só enriquece a obra. Por mim e não menos importante: belíssimos husbandos para quem gosta.

 

Como comentei na introdução, esses não foram os únicos animes que assisti em 2020 e tem outros que gostaria de deixar como menção honrosa que também foram muito bons, só não achei que foram de fato OS MELHORES, mas se essa lista fosse um top 5 de cada temporada, com certeza entrariam: Osomatsu-san Terceira Temporada, Majo no Tabitabi, Iwa Kakeru: Sport Climbing Girls, Adachi to Shimamura e Dorohedoro.

Eu sei que vai ter muita gente pensando “Como você deixou de falar de anime X ou Y”, mas novamente, é gosto pessoal amigos. Quais foram os animes que vocês mais gostaram de assistir em 2020? Que mais marcaram? Seja onde for que você tenha achado esse texto, deixa nos comentários do post suas opiniões ou até pode me procurar nas redes sociais, vou adorar trocar uma ideia! Que 2021 nos traga – vacina e – mais uma leva de ótimos animes para assistir!

Revisão: Deise Bueno

Redator para o Genkidama em duas colunas mensais: - TokuTudo: conteúdo diferenciado sobre Tokusatsu no Brasil e no mundo. - Pitacos do Vilson : conteúdo diverso sobre animes, mangás, filmes e diversos aspectos da cultura japonesa. Também sou podcaster e faço parte do Henshin Rio, somos 5 cariocas especializados em falar sobre Tokusatsu.