Animes dentro da Periferia

Os animes sempre tiveram uma grande força nas periferias ao redor do Brasil. No passado, isso se dava muito por conta da dependência de muitas destas famílias pelas grades de programação da TV aberta, que eram recheadas dessas exibições.

Essa cultura de consumo cresceu e se enraizou. Atualmente, com a facilidade de acesso a esse tipo de conteúdo, as pessoas buscam cada vez mais se aproximar do mundo otaku, e a parte mais surpreendente é que o novo público é cada vez mais diverso. Hoje, nós vamos entender como os animes e mangás falavam e falam cada vez mais com um público que busca representatividade, e almeja alcançar o dia em que seus sonhos se tornarão realidade!

Cena de anime representando uma perfiferia brasileira.

Negritude e o Japão

Os períodos da segunda guerra e pós-guerra fizeram com que as comunidades asiáticas e afroamericanas entrassem em contato, o que levou a inúmeras relações, além de conflitos raciais e culturais. Um exemplo é dado por Channelle Rsussell, em seu artigo cujo nome traduzindo é algo como Negritude e Japão:

“…durante o período de ocupação, era comum que os soldados negros fossem chamados de kurumbo, uma calúnia racial japonesa altamente depreciativa para os negros…”

Embora também existisse uma relação de poder dos soldados sobre as populações invadidas durante a guerra, os soldados afroamericanos viam uma diferença bastante grande de hostilidade se comparada aos seus países natais. Muitos deles relatavam que as questões raciais nos países asiáticos eram, sem dúvida, menos cruéis.

Imagens retirada do artigo “Blackness and Japan” de Channelle Russell

Mas, com transição desses homens para a Coreia, o imaginário japonês foi inundado por uma visão de esteriótipos. Influenciados por animações e peças gráficas comuns na época, derivadas da persona de Jim Crow, a representação racista dos negros era muito comum.

Personagens com a pele negra como carvão, lábios grossos e vermelhos, e um único dente na boca, foram reproduzidas de maneira bizarra no consciente coletivo japonês por um longo período de tempo. O Senhor Popo de Dragon Ball é um reflexo disso. E esse tipo de esteriótipo, embora seja mais raro, ainda é presente nos dias de hoje. A diferença é como a comunidade que se criou envolta dessa cultura, que se tornou globalizada, tolera esse tipo de ocorrência.

Imagem da Irmã Krone, do anime Promised Neverlend. Representado com cabelos crespos, pele negra, nariz grande e lábios exageradamente grandes.
(Afinal quem não lembra do fuzuê todo da irmã Krone, em Promised Neverland)

Contudo, a relação destrutiva dessas duas culturas caminhava para um lado mais positivo. Em um contexto político no qual os jovens japoneses não se enxergavam como bem-vindos, ou mesmo tendo seus ideais ouvidos e aceitos pela sociedade, viram na cultura afroamericana uma certa identificação (ou uma visão bem superficial da história toda).

Desde a rejeição à indiferença que ambos sofriam em seus devidos contextos, a partir daí houve uma certa “apropriação cultural” por parte dos japoneses aos ícones negros, levando a uma onda de influências. Desde a surgimento do Hip-hop japonês, a toda uma construção de mercado e fetichização sobre comportamento e moda afroamericana adotado por toda uma nova geração japonesa, de uma maneira ou de outra, isso serviu para diminuir essa indiferença cultural entre as duas tribos.

Imagem mostra dois japoneses sentados vestindo roupas de estilo hip-hop, e um deles possui um penteado black power.
(Imagem retirada do site: https://www.acrosstheculture.com/what-they-say/say-hip-hop-culture-japan/)

Os ingleses tinham o punk, os japoneses o hip-hop. Esse era o ápice do comportamento que poderia expressar liberdade e indignação, embora, é claro, outros movimentos culturais também fossem adotados pelo imaginário japonês, como o próprio punk ou a onda gótica. Mas isso é outra história…

A aproximação pelo cinema

O oposto também aconteceu, a influência das culturas orientais e asiáticas ficaram ainda mais fortes graças à cultura pop. Sendo mais específico, graças aos filmes de Kung-Fu, que ao lado dos Blaxsploitations, dominavam os cinemas dos bairros negros nos Estados Unidos. O jornal The Guardian possui algumas matérias sobre esse período específico, mas sendo bem direto e claro sobre como esses filmes conquistaram o seu espaço com a comunidade negra, está tudo vinculado aos dilemas morais destes filmes e seus heróis.

Pôster do filme A Fúria do Dragão de Bruce Lee

Em A Fúria do Dragão (1972), de Bruce Lee, por exemplo, o protagonista, assim como seus amigos, família e dojo, eram vítimas claras de preconceito, que dentro da narrativa do filme se dava pela incursão de famílias chinesas no Japão. A identificação com os contextos e problemas dos personagens no filme eram facilmente percebidas pelas plateias negras nos Estados Unidos.

Diferente dos Blaxsploitations que se bastavam de esteriótipos criados e reproduzidos pela cultura da época, as produções chinesas não se sustentavam disso. Os personagens nos filmes de Kung-Fu (ou Wuxia) lutavam com ideais de honra, superação, coragem e pelos motivos mais nobres que se pode imaginar! (Esse detalhe também será bastante presente quando falarmos especificamente sobre os animes).

Pôster do filme Dolemite, com Rudy Ray Moore

Posteriormente, os Blaxsploitations se moldaram em volta das produções chinesas. Uma forte crescente de participações e cooperação dessas indústrias, também resultou na construção do pilar que manteve a atenção das plateias afroamericanas nos Estados Unidos.

Imagem do filme Jogo da morte. Mostra Kareem Abdul-Jabbar socando Bruce Lee.
(Na imagem: Kareem Abdul-Jabbar e Bruce Lee em “Jogo da Morte” – 1978)

Participações de ícones negros em filmes de Bruce Lee, são um exemplo do que ajudou a aumentar a conexão do público com esses filmes. Afinal, quem não lembra da participação de Kareem Abdul-Jabbar em Jogo da morte de 1978? Esse, por sua vez, foi um filme que influenciou significativamente o conceito do “estilo Kurumada” nos animes e mangás, no qual o herói enfrenta inimigos como obstáculos um após o outro.

Imagem do anime Cavaleiros do Zodíaco. Mostra dez personagens vestindo armaduras.

A Música

Já falamos sobre a onda da cultura Hip-Hop japonesa em meados dos anos 80/90, mas se tem uma coisa que pode ser notada é como os tais filmes de Kung-Fu também influenciaram o berço da cultura Hip-Hop lá nos Estados Unidos. O Wu-Tang Clan, um grupo musical de Hip-Hop, nasceu por volta de 1989. Inspirados pelo filme Shaolin and Wu-tang, se apegaram aos ensinamentos, ao estilo de vida e narrativa demonstrado pelo protagonista, aplicando tais conceitos em seus repertórios e posicionamento nos palcos.

Símbolo do grupo de Hip Hop, Wu-Tang Clan

Pisando um pouco mais no assunto anime , Shinichiro Watanabe diretor de clássicos como Samurai Champloo, Cowboy Bebop e o mais atual Carole & Tuesday, tem como sua famosa assinatura a ideia de associar suas produções a estilos musicais. Em Cowboy Bebop, o primeiro a estourar como um sucesso do diretor, usa Jazz e Blues em sua composição, trilha sonora e narrativa. Isso com a ajuda da compositora e musicista, Yoko Kanno, que em suas viagens ao redor do globo em busca de conhecer novos estilos musicais, estudou e se apaixonou pelo Jazz, o que resultou na harmonia perfeita para a concepção de Cowboy Bebop.

Posteriormente, Watanabe também teria a ideia de trabalhar com outro estilo musical igualmente concebido por afroamericanos, o Hip-Hop em Samurai Champloo.

É importante destacar que também falamos sobre Nujabes, ou Seba Jun, em nosso Review Retrô de Samurai Champloo, aqui no Portal Genkidama. Mas dando uma pincelada rápida sobre o assunto: Seba Jun, mais conhecido pelo nome artístico de Nujabes, foi um produtor musical e DJ japonês que entre muitas coisas, foi bastante influente e participativo na comunidade de Hip-hop mundial, tendo feito inúmeras colaborações com vários Rappers ao redor do mundo, e se tornando aquele o qual ajudou a criar o estilo Low-fi Hip-Hop.

Esses são exemplos que alcançam só a superfície de como duas culturas flertaram muito entre si num longo período de anos. As influências e trocas de experiências formaram uma base bem sólida para entendermos essa aproximação que nos levou a uma interação rica entre as comunidades e as produções japonesas.

O Lugar De Um João Ninguém

Vamos direto ao ponto, como os animes se relacionam com um público periférico? A explicação da TV aberta é só um pequeno passo para toda uma contextualização.

Primeiramente, as crianças nos anos 80/90 tinham a sua disposição animes Shōnem, no qual o protagonista geralmente enfrenta inúmeros perigos e, quando tudo parece perdido, ele se levanta e continua tentando. Esses ideiais, para nós brasileiros, soa de uma maneira um pouco particular, afinal todos nós crescemos ouvindo o ditado que”brasileiro não desiste nunca”. Seríamos nós os protagonistas de Shōnem da vida real?

Imagem do anime Megalo Box. mostra uma pessoa andando de moto em frente a um outdoor.
(Anime: Megalo Box, no texto: “É uma vida maravilhosa nesse distrito, mas não para um João ninguém como você”)

É um tanto curioso se levarmos essa brincadeira de comparação mais a sério, pelo menos no quesito social da coisa. Se compararmos o estilo de vida japonês com o nosso, em especial o de comunidades periféricas, veremos uma grande diferença não só de igualdade social como o de ambições e estilo de vida.

Imagem de um centro comercial do japão, demonstrando um cruzamento cheio de pessoas.
(Imagem retirada do site: https://coisasdojapao.com/2018/09/7-coisas-do-cotidiano-que-farao-voce-amar-viver-em-toquio-cdj/)

A sociedade japonesa lida com as questões de honra familiar, trabalho e status. O fato de ser muito comum vermos animes e outras produções se passando em períodos escolares, se dá por esse ser o momento de maior liberdade da sociedade japonesa. Mas, geralmente, acabamos convergindo para os animes Shōnem, nos quais os protagonistas apanham e continuam a se levantar e enfrentar seus obstáculos.

Talvez, para o imaginário japonês, essa seja uma alegoria para enfrentar as pressões do dia a dia, uma forma de demonstrar, quem sabe, que o amanhã será melhor se o trabalho de hoje for enfrentado. Mudando a percepção para o nosso país, a história reflete de outra forma.

Imagem de uma periferia brasileira, mostra uma rua estreita com casas e lojas coloridas e pessoas sem camiseta na rua.
(Imagem retirada do site: http://sinapromt.org.br/periferia-brasileira-entra-no-radar-da-propaganda-mas-ha-varios-desafios/)

Os heróis de Shōnem, bem como boa parte das produções japonesas que retratam seus protagonistas como pessoas que buscam o topo, são como espelhos para nós. De Shurato, que lutava para resgatar seu melhor amigo do mal, a Seiya, que junto de seus amigos tentavam proteger sua Deusa, esses personagens ressoam com aqueles que cresceram precisando defender aquilo e aqueles em que acreditam.

Imagem mostra o protagnoista do anime Shurato. Ele veste uma armadura branca com um capacete amarelo. Imagem do anime Cavaleiros do Zodíaco. Mostra 9 personagens da animação em poses diferentes.

Mais tarde, tivemos Naruto, Bleach e One Piece entre outros, cujos heróis lutavam para conquistar o seu espaço no mundo. Tudo uma representação fiel da realidade de muitos nesse país, que lutam para conquistar um lugar ou para reafirmar sua posição já conquistada. Os animes refletem de uma maneira única com nossas comunidades.

Imagem mostra o protagonista de Naruto, Naruto Uzumaki. Ele é branco, tem cabelo loiro e está usando uma bandana na testa.

Naruto, por exemplo, é um garoto que busca o respeito de seus iguais, nem que para isso ele precise se tornar alguém de hierarquia superior em sua cidade. Mais tarde, quando ele conquista seu objetivo, não por ter alcançado status, mas por ter lutado pelo coração de seus semelhantes, atinge seu ápice, sendo agora aceito por toda sua comunidade.

Luffy, protagonista de One Piece. Ele é branco, possui cabelos pretos, está sorrindo e segurando seu chapéu de palha na cabeça com as mãos.

Luffy quer ser o rei dos piratas e, no contexto de One Piece, os corsários do mar são a representação extrema da liberdade e do abandono das amarras sociais. Ao longo do anime também reflete-se uma visão otimista, ou melhor, um sonho no qual não existem preconceitos ou um limite para que os objetivos sejam alcançados.

Imagem mostra Ichigo, protagonista de Bleach. Ele é branco, possui cabelo laranja e veste um traje preto, com a empunhadura de uma espada saindo de suas costas.

Em Bleach (embora não seja um anime que agrade muito este que escreve), Ichigo luta por seus amigos, cujos vínculos os tornam como uma família. Essa é sua única motivação, mas carrega um significado muito identificável de alcançar algo por aqueles que importam. Mesmo no caos que é a produção de Bleach, podemos ouvir um Jazz pesado quando alguém está prestes a revelar um novo poder. Ou uma balada mexicana quando os vilões mostram o quanto são… Fabulosos?

E os super-heróis americanos, hein?

Não é como se super-heróis americanos não estivessem carregando esses mesmos ideais. A verdade é que da concepção, por volta dos anos 30, até os anos 2000, os super-heróis passaram por uma mudança drástica de conceituação.

Capa da revista em quadrinhos, Action Comics, primeira aparição do Super-homem.

Inicialmente, os heróis pulps inspiraram a criação dos ideais dos super, porém toda a onda de super-heróis se deu com a chegada de estrangeiros imigrantes nos Estados Unidos.

Superman, por exemplo, tinha como base a representação máxima do que um imigrante no país era capaz de fazer e das injustiças que era capaz de combater, principalmente em um país que usava a mão de obra de seus “semelhantes”. Mas, com o passar dos anos, Superman abandonou seu ar de “imigrante libertário” para se tornar o ícone do sonho e dos valores americanos, cuja definição deve ser enfática, americanos e não estrangeiros!

Imagem mostra o Super-Homem com uma águia-careca, animal símbolo dos Estados Unidos, em seu braço.

Homem-Aranha, nas palavras de Stan Lee, era o herói perfeito, pois qualquer um podia se imaginar de baixo da máscara do herói, qualquer um poderia ser o Homem-Aranha. A questão é que quando Peter Parker retirava seu capuz, ele era um garoto branco e americano, mesmo com todas as suas dificuldades, o público que mais tinham identificação com o herói só podia ser um.

Imagem mostra uma cena dos quadrinhos de Homem-Aranha. Peter Parker caminha na chuva, deixando para trás seu uniforme de Homem-Aranha no lixo.

Felizmente, nos últimos anos, a indústria de super-heróis tem cada dia mais tentado fazer um resgate dos valores que um dia foram responsáveis por erguer esses ícones. A busca por tornar suas histórias e personagens mais diversos, não é exclusivamente uma tentativa de lucrar, mas de renovar o público e é claro honrar aquilo que um dia sempre foi palco de um público mais diverso.

Imagem do filme Homem-Aranha no Aranhaverso, mostra três personagens com seus trajes, Peter Parker, Miles Morales e Gwen Stacy

 

(Opinião do Redator: Super-heróis sempre foram sobre aqueles que assim como os protagonistas de anime e mangá, lutavam por espaço em um mundo que tentava os silenciar, e embora existam aqueles que não concordem e digam o contrário, esses personagens nunca foram uma propriedade exclusivamente americana branca, e sim de imigrantes e periféricos, isso não exclui ninguém de poder acompanhar e apreciar essas produções, mas deve-se conhecer seu valor)

Não é preciso dizer que toda explicação anterior sobre a cultura negra também é um parâmetro para o nosso país. Afinal, as comunidades negras, com base na renda e desigualdade social, além da história que cerca nosso país sobre a luta por direitos iguais, são a matriz da cultura periférica no Brasil. Nela as pessoas precisam se provar e arriscar todos os dias para conquistar uma vida digna, isso é uma das explicações diretas e claras do porque animes dão tão certo por aqui.

As produções, só que por aqui!

Animes, assim como a cultura pop no geral, também tem conquistado seu espaço em nosso país seja na música, nos palcos e até como produções de animação próprias.

Imagem mostra o rapper Emicida, a frente de diversos personagens de animes reinterpretados como pessoas negras.

Não é raro ver Emicida, Criolo, Young Buda e Scooby, entre muitos outros, dedicarem alguns de seus versos ou faixas inteiras a referências de animes e mangás. Como já dito anteriormente, criar um laço de conexão com a realidade brasileira e as produções japonesas não é muito difícil. Transparecer a vivência por meio da música, seja no rap ou no trap, sempre existem espaços para aquelas referências que a galera de comunidade cresceu se inspirando e admirando, e os animes são boa parte disso.

Imagem mostra o comediante João Pimenta. Um homem negro de cabelo black power, eleusa óculos e tem barba por fazer.

Até mesmo nos palcos de stand-up, está cada dia mais comum ver essas intervenções. O comediante mais expoente dessa mistura de humor com uma onda de referências a cultura pop, em especial aos animes, é João Pimenta. Ele possui textos hilários inteiros fazendo uma correlação do seu cotidiano com a cultura pop que consome, além de vários quadros humorísticos em seu canal no YouTube, nos quais reserva um tempo para brincar com os animes e sua narrativa maluca.

Imagem representa diversos personagens do mangá Holy Avanger.

Também temos as produções de animes e mangás no Brasil, e são inúmeros. Desde de Magma, Holy Avenger (um mangá totalmente inspirado no universo brasileiro de RPG tormenta quem bebe muito da fonte da estética de animes) e a promessa mais atual de Decay of The Knights, um anime cuja produção brasileira promete ser lançado no ano de 2021.

O Movimento Black Anime

Uma onda que ronda a comunidade artística na internet é a #blackanime, que prega a reinterpretação de personagens de anime propondo uma mudança de etnia para esses personagens. Geralmente, esse movimento é encabeçado e proposto por artistas que pregam por diversidade e inclusão.

(Arte: Goku #Blackanime, autor Mikhasso – @_mikhasso no Instagram e @Mikhasso no Twitter)

Por que isso acontece e qual a importância desse movimento? É simples, como já destrinchamos por aqui.

As pessoas que mais procuram ícones, para se sentirem inclusos ou aceitos, veem nessas produções representações de seus ideais e desejos. As personagens são como uma extensão do que os motiva. Porém, tal qual os mesmos problemas que Stan Lee tinha com Peter Parker, embora os personagens de anime compartilhem de ideais semelhantes e sejam símbolos de luta, isso para no texto que os define e não na imagem.

(Arte: Law #blackanime, artista: Lukrinhas – @Ousuqibha no Twitter e @lukrinhas no Instagram)

Se sentir representado vai muito além do que ter alguém que concorde com você, é ter a projeção de que também pode fazer parte ou dizer as mesmas coisas que aquele ícone. Isso é impulsionado quando reconhecemos estes como personagens próximos a nós, semelhantes de ideia e imagem.

Osamu Tezuka e legado

Imagem mostra Osamu Tezuka com um boneco de Astroboy em suas mãos.
(Na imagem: Osamu Tezuka)

Osamu Tezuka deu os primeiros passos para tornar os mangás (e porque não os animes) pilares da cultura japonesa. Mas, teria ele imaginado que essas criações alcançaram tão longe quanto o imaginário popular mundial, principalmente daquelas pessoas que encontraram nessas obras um significado tão forte com suas maneiras de encarar o mundo? 

(Arte: Afroboy, autor: Daiandreson – @daiandreson no Instagram)

Referências:

  • O Hip-Hop no Japão

https://www.osakananiwakai.org/post/o-hip-hop-no-jap%C3%A3o

  • Negritude e Japão (Channelle Rsussell) 

https://scholarblogs.emory.edu/blackinternationalism/blackness-and-japan/

  • A influência de Bruce lee e dos filmes de Kung Fu na audiência negra nos Estados Unidos (The Guardian)

https://www.google.com/amp/s/amp.theguardian.com/film/filmblog/2012/jul/18/bruce-lee-films-black-audiences

  • Review Retrô: Samurai Champloo

https://www.genkidama.com.br/blog/2020/11/08/review-samurai-champloo/

  • Why Anime is for Black People (Beyond The Bot)

https://youtu.be/rj-9i04IvHQ

  • A história dos animes no Brasil

https://medium.com/@theoldcitadel/a-hist%C3%B3ria-do-anime-no-brasil-e6ef3fb3e4c9

 

Revisão Felipe Haguehara

Kaed, é formado em design(seja lá o que isso queira dizer) e ilustrador de fundo de quintal, gosta de dissecar e falar groselha sobre quadrinhos e animação com piadinhas no meio para descontrair e não parecer um esnobe de monóculo, além de ser uma tiete em tempo integral dos seus artistas favoritos de mangá. Para conferir um rabisco ou outro desse desocupado, confira o @dudesken no Instagram.