Deca-Dence Project: Review

O Deca-Dence Project, diferente do que seu nome sugere, não é um estilo de dança ou parte de um coletivo de Fansubs. Trata-se de um anime de fantasia “Isekai” que, mesmo durante a saturação do gênero, consegue se destacar positivamente.

Mas antes de tudo: Deca-Dence é um anime original do estúdio NUT, transmitido em 2020. A direção é de Yuzuru Tachikawa, o mesmo de Death Parade e Mob Psycho 100.

Capa do anime Deca-Dence Project. Uma garota, à frente, segura um braço mecânico, enquanto um homem mais velho, atrás olha para o horizonte.
Deca-Dence Project foi ao ar no dia 8 de julho de 2020, no Japão!

O plot da história

No anime, somos apresentados a uma civilização sobrevivente de um mundo distópico, tomado por criaturas monstruosas, os Gadoll. A única forma de sobreviver é se abrigando numa cidade-muralha móvel, a Deca-dence, e usar o sistema de defesa das criaturas – de criar zonas de gravidade zero – para lutar flutuando.

A jovem protagonista, Natsume, deseja se juntar a força de combate da cidade (os Gears) para honrar a memória de seu falecido pai e amadurecer emocionalmente. Contudo, a falta de um de seus braços implica na ida para outro setor de trabalho na cidade (os Tankers), no qual ela conhece seu chefe e coprotagonista, Kaburagi, um homem com um passado misterioso. Juntos, eles vão aprender e crescer um com o outro.

Impressões sobre Deca-Dence

A primeira coisa a se destacar sobre essa animação é a colorização do anime. Ultimamente, parece ter surgido uma onda na animação japonesa e coreana, como em Tower of God, de se usar uma paleta de cores pouco saturadas e com um padrão mais chapado, sem o uso de muita sombras ou com poucas mudanças de temperatura durante a narrativa visual.

Imagem do anime Towe of God. Contém o desenho de um garoto segurando uma espada..
Anime da figura: Tower of God.
Imagem com Natsume, protagonista de Deca -Dence. Contém uma garota loira, de frete para a tela olhando reto.
Anime da figura: Deca-Dence.

Os animes são conhecidos por serem um tipo de produção mais econômico, para facilitar o desenvolvimento comercial e industrial. Por isso, eles não são tão complexos se comparados com uma animação feita para o cinema. Talvez, essa decisão de paleta de cores, e outras escolhas durante o desenvolvimento, se manifeste nas produções atuais por conta das inúmeras dificuldades pelos quais esse meio tem passado.

É claro que os animes tem seus métodos particulares durante a direção de arte, por exemplo, deixando as animações de alta qualidade para episódios específicos, dado o orçamento apertado. O mesmo acontece em Deca-Dence, mas, dito tudo isso, a colorização chapada e sem muitas variações do anime é excelente!

O contraste é extremamente interessante, parece que os episódios mais bem produzidos conseguem chamar ainda mais a atenção por conta desse detalhe (isso fica claro se fizermos uma comparação com uma produção mediana, Bleach por exem…). São reservados momentos-chave, nos quais as cores transmitem uma emoção na arte surpreendente.

Imagem com Natusme, protagonista de Deca Dence. Representa ela com olhar de irritada enquanto está sentada em um balanço e segurando uma vassoura.
Anime da figura: Deca-Dence.

Uma história fluida e cativante

A história e animação em si são muito cativantes. As cenas de ação tem uma movimentação bem fluida, principalmente levando em consideração que as personagens lutam em gravidade zero. Já o enredo tem uma surpresa logo nos primeiros episódios, o que pode deixar você ainda mais cativado pela história e suas personagens.

Para aqueles que têm medo de encarar um One Piece ou um Doraemon da vida, não precisam se preocupar. É um anime com começo, meio e fim, em doze episódios rápidos.

Imagem com os dois protagonistas de Deca-Dence. Ambos estão sentados em um balanço olhando em direção ao horizonte.
Anime da imagem: Deca-Dence (Fonte da imagem: anitrendz).

O desenvolvimento narrativo não é tão grandioso, mas consegue te capturar e divertir por um bom tempo. É como um bom filme de fim da tarde que você vai adorar gastar um tempo acompanhando.

 

Revisão: Felipe Haguehara

Kaed, é formado em design(seja lá o que isso queira dizer) e ilustrador de fundo de quintal, gosta de dissecar e falar groselha sobre quadrinhos e animação com piadinhas no meio para descontrair e não parecer um esnobe de monóculo, além de ser uma tiete em tempo integral dos seus artistas favoritos de mangá. Para conferir um rabisco ou outro desse desocupado, confira o @dudesken no Instagram.