[One Shot – One Post] #00 – Island

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Gosto muito de mangas one shot (ou one-shot, como preferirem). Eles são uma boa maneira de conhecer autores e histórias diferentes sem se apegar à uma série, ou então quando você quer algo novo para ler e não tem muito tempo, ou mesmo tem preguiça. Por conta de todos estes motivos, resolvi criar esta seção para falar deste tipo de mangas, fazer e receber recomendações de novas histórias. Para inaugurar a seção, trago um manga do mesmo autor de Nisekoi que me fora recomendado via Twitter.

Island é um manga one shot de 2007, e a autoria é de Komi Naoshi (Nisekoi). Nas suas breves 44 páginas temos uma civilização que vive cercada por uma muralha há 400 anos, isso soa muito familiar, mas só de início, a premissa é bem diferente.

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Cercadas neste mundo, duas crianças querem muito conhecer o que existe além das muralhas. Uma delas, Marue, inexplicavelmente possui a habilidade de ler livros de uma língua morta, da época em que as pessoas viviam fora dos enormes muros. Acredito que seria a mesma coisa que uma criança hoje pegar um livro em latim e conseguir ler sem ninguém tê-la ensinado.

A outra criança, Aira, é dada às travessuras, o povoado vive implicando com ela por alguma vidraça quebrada ou traquinagem qualquer. Juntas, as duas traçam planos do que querem fazer quando saírem mundo afora. Enquanto Aira sonha com milhares de coisas, Marue quer apenas conhecer o oceano.

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A história toda se passa no mesmo dia e é o aniversário de 14 anos de Aira. Nesta idade, as crianças são levadas a conhecerem o que há além das misteriosas muralhas através de túneis e elevadores ocultos. O baque foi muito grande porque depois de tanta idealização, o que se vê além das paredes é somente água.

O pequeno vilarejo é todo cercado por água devido à um cataclisma ocorrido séculos antes e que acabou encurralando-os ali. Aira fica desnorteada, já que vê todos os seus sonhos, com o perdão da palavra, indo literalmente por água abaixo. Neste momento não há saída. Todos os adultos do vilarejo sabem o que existe além das paredes e tem a consciência de que sua vida é resignar-se dentro daquele espaço. Mesmo assim, todos eles quando crianças tinham os mesmos sonhos de desbravar o mundo.

Ironicamente, o oceano era o que Marue desejava ver quando saísse na jornada de descoberta. Aira, com a decepção e lágrimas estampando o seu rosto, tenta desiludir a amiga, conta o que viu e de que nada adianta sonhar porque a realidade é cruel. Encerro por aqui a sinopse da história e recomendo a leitura para saber o desfecho.

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Muitas metáforas podem surgir sobre o fato de deixar as crianças sonharem com o mundo externo e, quando estão entrando na adolescência, lhes revelar a verdade: é como, dadas as devidas proporções, acabar com a ilusão de que o Papai Noel existe e mostrar que a vida não é tão simples quanto elas imaginam. É exercitar a imaginação das crianças nas brincadeiras, nos desenhos e quando elas crescerem, frequentarem a escola e consequentemente a faculdade, acabar por impor regras e limites à sua criatividade e, por que não dizer, aos seus sonhos.

A transição da infância para a adolescência, que é a porta de entrada para a vida adulta, pode ser chocante e esse é o ponto que a história quer mostrar com a revelação do segredos das muralhas para aqueles que completam 14 anos de idade. Quatorze é simplesmente um número. Se aplicarmos esta história às nossas vidas reais, pode ser antes disso, ou pode ser depois dos 30 anos… Cada pessoa tem um momento e uma situação diferente para amadurecer e tornar-se independente. Resta saber quando e como este choque de realidade se dará.

Filosofias e teorias a parte, é uma história bem bacana, e por ser curtinha, pegue aquela meia hora de procrastinação e aplique nesta leitura.

Gostaria muito das recomendações de vocês, só deixar um comentário, este manga foi recomendado pelo @Hegff, via Twitter.

Gosto muito de mangas one shot (ou one-shot, como preferirem). […]

5 thoughts on “[One Shot – One Post] #00 – Island”

  1. O complicado de se falar de um one-shot é que não tem como saber onde começam onde spoilers. Vou ler e depois volto!

  2. Acho mais complicado ainda conseguir a tradução destes, kkkkkkk.

    Como eu não conheço muitos one-shots para reocmendar, vou só fica nas suas recomendações, gostei mesmo dessa série de artigo :D.

    Bem, sinceramente, na minha visão de merda, esse mangá é muito melhor que Nisekoi em. Quer dizer, eu sou amante de clichês, e Nisekoi me deixou preso na leitura pelos primeiros capítulos, depois… Sei lá, é chato. Simplesmente chato. E consegue se manter bem na Jump. Alguém poderia me explicar o que ele tem? Não estou criticando o mangá, só não sei mesmo se ele tem qualidade de Jump. Seria roteiro? Desenvolvimento? O que? T-T

    1. Analise a cultura japonesa. Pense em todos os japinhas pré-adolescentes que sonham em ficar de mãos dadas com a bonitinha do colégio. Pronto, eis sua resposta. Nisekoi, assim como MUITA COISA ALI NA JUMP, trabalha esses elementos justamente porque sabe da identificação causada nos leitores. Também não gosto, se tomasse um rumo mais discreto e menos apelativo (leia I”s), talvez eu continuasse, infelizmente não foi assim…

      1. Entendo. É realmente por cultura.

        Sabe, eu não acho que Nisekoi é uma merda, que não deveria existir. Nada disso. Eu até irei assistir o anime. Minha indgnação é literalmente ele estar ali na Jump. Não por ser romance, mas pela qualidade. Eu queria que ele dropasse para outra revista, apenas isso 😀 Se tirar os filers do mangá, tem até um romancizinho bem feito ali, mas nada genial ao meu ver, para estar lá. Mas é realmente algo cultural, mais ainda relaiconado aos otakus japoneses. 😀

  3. Terminei de ler e depois foi que li essa sinopse.

    Ótima One Shot. Nota 10 mesmo. Bela, simples e muito reflexiva.

    Depois de procurar um tempo no MyanimeList descobri que o autor desse OS (Komi Naoshi) também era o autor de Nisekoi (que só li o OS) e outros dois que já havia lido: Apple e Personant que já tinham o título de melhores One-shots que eu já tinha lido.

    Definitivamente é um grande autor e que merece que seu trabalho seja melhor apreciado e reconhecido.

    Obrigado ao Argama por poder proporcionar essa possibilidade de conhecer este trabalho e reconhecer o autor de obras que há um tempo eu já admirava.

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