Kick-Heart

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A pílula de doze minutos na medida para mais pessoas conhecerem qual é o melhor diretor de animes da nova geração.

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Contamos há quase um ano a surpreendente história do primeiro Kickstarter envolvendo um anime; e após 3.232 pessoas ajudarem com US$ 201.164 [aproximadamente meio milhão de reais], tivemos a produção do anime de doze
minutos que conta, como dito anteriormente, a história de…

[…] amor entre Romeu, um lutador bem-sucedido, e Julieta, uma freira que tem uma vida paralela como lutadora profissional. O segredo de Romeu é que curte apanhar no ringue, enquanto Julieta se sente revigorada quando encara algum oponente como lutadora. Quando os dois se encontram no ringue, fogos de artifício voam. Sua história é ambientada no colorido ambiente do mundo das lutas profissionais. Irá Julieta revelar sua identidade a quem ama? Irá Romeu conseguir compartilhar seu segredo com o mundo?

Bonitas palavras, mas o resultado final acaba sendo bem mais simples do que a descrição oficial faz parecer. Romeu encontra Julieta dentro do ringue e o amor entre esses opostos que tem em comum o fato de se esconderem nasce, intenso como uma luta moderna. E só apenas isso.

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O que é mais importante, o roteiro ou a direção? Entre as diversas teorias existentes para esse caso, diz a teoria do autor que um filme de diretor reflete a visão criativa pessoal deste – e Kick-Heart é um Yuasa puro-sangue, da falta de qualquer concessão em busca do selo de aprovação para todas as idades até o visual totalmente estilizado.

Estilizado, exagerado e até algo agressivo, o estilo visual utilizado aqui pode afastar alguns fãs da estética anime – esta cada vez mais focada em uma zona de conforto aonde tudo é arredondado e estável – mas é um deleite para qualquer fã de animação em geral e ainda mais se curte um exagero produzido com esmero pelo Production I.G.. Principalmente na movimentação instável e cheia de liberdade para o artista, que combinada com uma paleta de cores cheia de cores intensas que bombardeiam os olhos a qualquer momento – e ainda mais nos momentos decididamente psicodélicos que esta embalagem contém.

Também intensa é a direção, que consegue transformar um roteiro clichê – como diabos não ser em uma obra de duração tão escassa e que ainda é feita para mostrar o talento de um diretor em vez de um roteirista ou mesmo de mostrar uma nova ideia ao mundo – em algo principalmente agradável, simpático e empolgante. O tempo é muito exíguo mas o suficiente para se importar com o duo principal, para a ideia básica instalar na mente do espectador – e ainda dá tempo deste rir do humor de banheiro presente aqui.

Sim, na abordagem ocidental – mesmo tendo um Tokyo Dome presente – feita por um japonês ainda dá tempo de cutucar certa simbologia cristã/católica em uma obra que seus protagonistas tem basicamente uma relação [no plano das ideias] sadomasoquista. Algum espectador mais religioso pode se ofender, mas a intenção aqui é simplesmente utilizar um elemento alienígena de uma forma claramente esteriotipada para fazer tabela com o clima exagerado do todo.

Kick-Heart não pretende descobrir a quadratura do círculo e sim divertir; e consegue cumprir muito bem essa função em talvez um dos melhores curtas de animação já produzidos na animação japonesa. Uma pena que mesmo a história mostrada tendo sido contada no curtíssimo tempo de duração, o gostinho de queremos mais vira uma dúvida que se mostra muito válida ao ver a ampla repercussão de Little Witch Academia: será que com dez minutos a mais que sejam não teríamos acesso a uma obra igualmente divertida mas polida a ponto de um público maior ter interesse em ver qual o charme de Kick-Heart – e, por tabela, o de Masaaki Yuasa?

O Bom: Cheio de energia; bom como uma obra tão curta pode ser.
O Ruim: Muito curto.
O Complicado: Tem um estilo de arte e animação que divide opiniões.

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Mais Masaaki Yuasa? Yojou-han Shinwa Taikei, uma das joias do noitaminA, é considerado um dos Melhores Animes de 2011 por muitos, inclusive este blog.

Mais Kick-Heart? O review do Elfen Lied Brasil acerca do assunto está afiado como sempre e vale como uma bela de uma segunda opinião acerca do assunto.

A pílula de doze minutos na medida para mais pessoas […]

4 thoughts on “Kick-Heart”

  1. Qwerty, Tatami Galaxy é de 2010 e o link que você é dos melhores de 2011. Se eu estiver enganado quanto a isso, pelo menos tenho certeza de que Yojou-han não se encontra na matéria do link no final desta postagem.

  2. Aliás, não acho Kick-Heart em lugar nenhum. Infelizmente só vim a me aprofundar no mundo dos animes quando o kickstarter para tal projeto já tinha atingido a meta, então não sei mais onde achar. Nem na internet eu acho.

  3. Saudações

    Uma animação diferenciada, com uma história mais simplista (porém objetiva) sempre é bem-vinda.

    E Kick-Heart tem isso, de sobra.

    Até mais!

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