Primeiro Episódio: Kakumeiki Valvrave

O Argama é um blog que tem no nome a paixão pelos mecha; assim, cobrimos todos os lançamentos do gênero em sua seção Primeiro Episódio; temos reviews a respeito de Ginga Kikoutai Majestic Prince, Uchuu Senkan Yamato 2199 e Suisei no Gargantia.

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Sem dúvida temos aqui o anime mais ambicioso de toda a ambiciosa temporada de Abril/2013; mas será que toda essa ambição dará algum resultado?

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Kakumeiki Valvrave, ou Valvrave the Liberator, é uma história original do estúdio Sunrise com roteiro de Ichiro Okouchi [Code Geass, Hangyaku no Lelouch] e direção de Kou Matsuo [Kurenai, Natsuyuki Rendezvous] que conta a história de Haruto Tokishima, que assim como 70% da humanidade vive no espaço em 71 TC [True Calendar]; cidadão do país neutro JIOR [há outros dois, a Federação Militar de Dorssia e os Estados Unidos do Círculo do Atlântico, mais militarizados], tem uma vida pacata e confortável como estudante do Ensino Médio de uma escola rica e genérica – isto é, até o começo do Primeiro Episódio…

Valvrave é sobretudo uma mistura de muitos conceitos de sucesso embalados em muito dinheiro vindo diretamente de um comitê de produção que envolve as maiores empresas do ramo: da Aniplex [BDs e DVDs] a Bandai [brinquedos], passando pela King Records [CDs com os temas e trilha sonora] e chegando até mesmo a emissora-patrocinadora MBS, temos uma bela tentativa de fazer dinheiro do grande com mais um anime de ação – no caso mecha – que ao mesmo tempo tenta entregar uma série de outros fatores na medida para o vasto público que procura atingir.

E isto começa no character design de Katsura Hoshino [D. Gray Man], que combinado com uma animação de personagens sem sakuga mas muito consistente tem como resultado um dos melhores visuais da temporada – e se o 3DCG não chega a ser tão bom quanto o de Majestic Prince, também está longe de comprometer ou mesmo de suas limitações ficarem meio óbvias como acontece em Suisei no Gargantia.

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Já a parte musical e de dublagem fez a maravilha dos – e das – fãs. Um elenco irretocável liderado pelo novato Ryouta Ohsaka [que dublou os protagonistas de Maou-sama e OreShura] mas cheio de medalhões como Yuki Kaji, Daisuke Namikawa, Daisuke Ono, Jun Fukuyama, Mamoru Miyano, Yuichi Nakamura, Aoi Yuuki, Yui Horie, Haruka Tomatsu, Nana Mizuki – e muitos outros. E esta última, atualmente mais cantora que dubladora, canta o empolgante tema de abertura com T.M.Revolution [o mesmo do Abingdon Boys School e que cantou temas de Gundam SEED a Soul Eater].

E a abertura consegue mostrar claramente como temos tudo ao mesmo tempo aqui: da facção militar ao grupo escolar, tudo coexiste em Valvrave para termos aquele misto a la Code Geass de uma linha de enredo mais séria misturada com diversos momentos mais divertidos em episódios calmos e porque não de fanservice. O problema é que ao menos neste Primeiro Episódio esta mistura não funciona – ao menos não como deveria.

Claro que no fundo a intenção em utilizar uma verdadeira receita de bolo é segurar o espectador de cara; mas quando temos cena após cena aonde somos bombardeados por clichês e má escrita até que bem-remendados por uma direção que sabe imprimir um ritmo rápido, a obra sai do trilho convencional e entra em outro, paralelo, dos animes feitos para serem curtidos ironicamente.

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As tentativas de chocar e surpreender o espectador – e a presente após os créditos tem uma mistura de surpresa e clichê que realmente consegue atingir esse objetivo – são presentes de uma maneira tão óbvia que tornam Valvrave um anime que divide opiniões: ou o espectador embarca e se diverte neste trem aparentemente desgovernado ou simplesmente toma repulsa por ver uma tentativa tão descarada de simplesmente agradar ao menor denominador comum.

Valvrave acaba sendo mais um anime idiota, que apresenta sem qualquer pudor o conceito de vampiros nazistas no espaço [ou quase isso] e que ao misturá-lo com um vasto núcleo da escola e um time de soldados – incluindo o antagonista – que parecem ter sido diretamente de [K] torna a experiência aleatória e diferente de um Gundam com nova roupagem como muitos acharam; talvez esteja mais para uma mistura de Gundam com Guilty Crown, mesmo que a escrita ainda esteja longe do nível hilário que a obra do Production I.G. atingiu.

Divertido ou ofensivo? Questão de tempo, mas este episódio mostrou sobretudo que a tentativa de introdução feita foi falha justamente no roteiro que não soube equilibrar a tentativa de agradar a todos com uma história minimamente equilibrada – resta saber se com a decisão do lançamento em split-cour [12/13 episódios de Abril a Junho; a outra metade de Outubro a Dezembro] a parte criativa também não tenha sido afetada pela comercial [como aconteceu em Mobile Suit Gundam 00, que decaiu sensivelmente em sua segunda metade].

P.S.: Fica a curiosidade que o anime terá nada mais nada menos que dois encerramentos; o primeiro por Angela e o segundo, por Elisa – ambas já veteranas e conhecidas por diversas anisongs.

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Quer uma segunda opinião acerca do assunto? Que tal os artigos do Video Quest e XIL a respeito?

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One thought on “Primeiro Episódio: Kakumeiki Valvrave”

  1. achei legal o plot da história. só achei que o design não combinou muito. e que primeiro episódio mais colorido! o segundo não foi tanto. mas eu curti o anime. achei mais pro lado de star diver do que gundam.

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