Toriko, One Piece e Dragon Ball: Encontros [e] Especiais

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Uma propaganda bem-arquitetada que chega ao seu ápice no terceiro especial cross-over entre Toriko e One Piece. Agora, com participação especial de Dragon Ball.

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Introdução

Toriko, manga de Mitsutoshi Shimabukuro publicado desde Maio de 2008 na Weekly Shounen JUMP, pode não ser o maior sucesso da revista nos últimos anos [Bakuman., Kuroko no Basket e recentemente Ansatsu Kyoushitsu brigam pelo posto] mas – ao contrário dos exemplos citados, notórias exceções a lógica da revista – é o manga perfeito, com a pegada certa, para ser objeto de hype e propaganda intensa por parte desta.

Sim, Toriko é um battle shounen puro-sangue [até demais; por uma série de fatores é um manga que simplesmente não consegue atrair qualquer público feminino, e este é um motivo que impede voos mais altos] – e por isso ganhou adaptação para anime [que é o pontapé para uma série de produtos relacionados; de jogos a bonecos] no mesmo bloco de One Piece nas manhãs de Domingo da Fuji TV, com animação da Toei Animation; assim, por que não transferir um pouco da popularidade exuberante de One Piece para a mais nova galinha dos ovos de ouro da casa?

E o primeiro episódio de Toriko na TV [este já havia estrelado uma adaptação dos primeiros capítulos do manga em um divertido OVA feito pelo ufotable para a JUMP Festa 2009] foi na verdade um especial de uma hora [nos slots de Toriko e One Piece] exibido em 3 de Abril de 2011 adaptando um especial [feito também para promover a estreia do anime] feito pelos amigos Shimabukuro e Eiichiro Oda. E ao menos em sua contraparte televisiva o sucesso foi suficiente para garantia outras aventuras conjuntas exibidas em 8 de Abril de 2012 e 7 de Abril de 2013. Confuso? Vamos explicar por partes…

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Toriko x One Piece, o Manga

Publicado na edição 17/2011 da JUMP, é um manga com as 19 páginas costumeiras ilustradas por Oda e Shimabukuro que contam uma simples história aonde Toriko, Komatsu e Luffy se encontram em verdadeiro paraíso chamado Gourmet Island – no qual podem fazer o que mais gostam: caçar, comer e curtir com os amigos.

E é em ritmo de fanservice que a história segue, simples e fluida. É um capítulo especial, os autores sabem disso e conseguem entregar um trabalho que poderia se mais polido mas no qual claramente parecem estar se divertindo – e sabem transmitir o mesmo agradável feeling vivido neste verdadeiro banquete ao leitor. Ponto positivo para a obra que também difere de sua versão animada pelo fato da trupe de One Piece estar com o visual pós-timeskip.

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Toriko x One Piece Colab Special

O primeiro especial de uma hora com comerciais e quarenta e sete minutos sem foi exibido na manhã do Domingo 3 de Abril de 2011 e segue uma história completamente original na qual Toriko e Komatsu na verdade encontram metade dos Mugiwara em Hungerilla Island [no caso Luffy, Nami, Sanji e Chopper] após estes terem desembarcado nesta em busca de comida.

Após um começo conflituoso [e cheio de piadinhas], logo os personagens se tornam amigos, caçam, comem e curtem além de se envolverem em uma aventura mais longa e épica [e típica]; mas também menos natural e mais clichê. Feita para promover Toriko, a primeira metade se preocupa bastante em explicar a dinâmica da série de Shimabukuro de uma forma quase didática, mas a segunda compensa com uma escala e agilidade maiores ainda que com um formato ainda mais genérico e menos característico das obras em questão. Não chega a compensar a artimanha estúpida utiliza para mover o enredo, mas é um esforço mediano e inferior ao manga tanto como entretenimento como em adaptação do feeling [tanto que o primeiro episódio de Toriko introduz a história de modo muito superior].

Não compromete e até vale assisti-lo em um dia cinzento e chuvoso – e só.

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Toriko x One Piece Colab Special 2

Já o segundo especial, exibido em 8 de Abril de 2012 no mesmo horário e canal, reúne novamente a trupe – agora com design pós-timeskip de One Piece – em uma aventura mais organizada e ainda assim dividida em dois episódios claramente diferentes [afinal, a primeira metade é realizada pelo time de Toriko e a segunda, pelo de One Piece]. Desta vez, Toriko e Komatsu estão em alto-mar quando encontram a trupe Mugiwara; e após o caloroso encontro descobrem que Chopper está com a chamada Febre do Alto Mar – doença que pode ser curada com a Fruta dos Frutos do Mar, que se encontra na Touchuuka Island; e é nesta ilha habitada há muitos séculos atrás por alguma antiga civilização que desapareceu que a aventura acontece.

Um pouco menos simples e precisando dar menos explicações que no especial anterior [em um lado negativo, fica difícil assimilar este episódio sem algum conhecimento breve das séries – aliás, é recomendável mesmo ver o primeiro antes], a aventura daqui prossegue em ritmo ainda artificial, não muito polido e algo óbvio, mas ainda assim melhor que sua primeira versão. É mais variado, objetivo e passa mais rápido, com uma transição suave entre os episódios – divertido, mas novamente mais não compromete do que realmente vale sua duração – ao contrário do divertido manga citado acima. Deve ser por isso que estes costumam ser valorizados e as adaptações do Toei Animation, ignoradas – principalmente quando possuem roteiro próprio como nestes dois casos.

Conclusão

E assim chegamos em 7 de Abril de 2013, quando foi transmitido o especial Toriko x One Piece x Dragon Chou Colab Special; sim, uma hora de uma integração mais aleatória que a presente até aqui justamente pelo excesso de personagens e pelo fato de Dragon Ball não ter um feeling de aventura e exploração presente nos demais mangas/animes – foi isso que tornou os primeiros especiais aventuras em lugares desconhecidos com foco em apresentar Toriko e seu mundo aonde a comida é o elemento essencial.

Já aqui, o fato de estarmos promovendo Dragon Ball: Kami to Kami [confira todos os trailers neste mesmo blog] faz com o enredo gire em torneio de um torneio [o Tenkaichi Shokuoukai], mesmo que seja de quem come mais – ou ao menos em sua primeira metade; além disso, o excesso de personagens que merecem algum destaque deve provocar um ritmo mais alucinado e um aproveitamento melhor das dinâmicas, mesmo que em piadinhas batidas. Sabemos que será um monstro diferente dos anteriores, mas há potencial sim para ser melhor – ainda que, novamente, estamos entregues a roteiristas da Toei Animation.

Mas quem sabe o encontro do século não se revela algo digno de nota?

Uma propaganda bem-arquitetada que chega ao seu ápice no terceiro […]

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