O Que Define Um Clássico

Como afinal um anime vira clássico?

Quando vamos comentar sobre algo antigo em qualquer forma de arte, existem as obras que de alguma forma viraram clássicos e os que não. Cidadão Kane, Davi, Mona Lisa, Pirâmides do Egito, Watchmen, enfim, há obras que realmente fixam-se no imaginário popular como sinônimos de certas expressões artísticas enquanto outras, menos famosas, são lembradas por menos pessoas e/ou dentro de algum contexto específico.

Assim, ao pensarmos no assunto que este blog trata, cultura pop japonesa anime, imediatamente vem a mente Code Geass, Cowboy Bebop, Neon Genesis Evangelion e Naruto. Enquanto isso, Ergo Proxy, Lovely Complex ou Slayers são lembrados de tempos em tempos e merecidamente Kimi ga Nozomu Eien ou Mahoromatic, nem isso. Mas fica a pergunta: é possível quantificar a diferença entre um anime considerado clássico ou não, racionalizar os fatores que fazem a diferença entre Evangelion e RahXephon? Em parte sim, e são dos três fatores básicos que separam o joio do trigo que estaremos falando neste artigo.

I – Qualidade

E o primeiro deles é a obra ter um nível de qualidade superior. Não basta ser legal ou ter alguns momentos, tem que ser especial, passar uma experiência que não encontre todo dia. E um dos exemplos mais bem-acabados disto em anime é sem dúvida Legend of the Galactic Heroes. O épico que adapta dez livros em cento e dez episódios recheados de informação representa claramente o que foi a era dos Original Video Animation na animação japonesa; quatro temporadas e dez anos foram necessários para que fosse completado, mas o resultado, excelente e frio como o protagonista da série mostra que mesmo sendo um produto de nicho [tanto que nunca será lançado no exterior, nem nos Estados Unidos], dentro de outro nicho que são os animes, pode se destacar somente por sua qualidade intrínseca, reconhecida pelo público – afinal, alguém teve que pagar caro pelos discos – e pela crítica.

Obras assim – e dois outros bons exemplos disto são Cowboy Bebop e Tonari no Totoro – acabam tendo um padrão de qualidade tal que as eventuais críticas que sofrem são mais relacionadas a proposta que tem que a execução. E é isso, a excelência que chega ao ponto de ser o melhor que poderia ser feito dentro da proposta e do feeling presentes, o fator que define como certos animes podem ser chamados de clássicos somente ou principalmente por sua qualidade própria, mesmo que faltem os fatores citados abaixo.

II – Popularidade

Quem disse que qualidade anda lado-a-lado com popularidade? Além do fato óbvio de que qualidade, principalmente quando se fala de arte, é uma palavra de significado totalmente abstrato, tendo diversas conotações de acordo com as convicções de cada um, vale lembrar que muitos procuram em entretenimento em geral e especificamente na animação japonesa doses de principalmente ação/aventura, comédia, drama e romance, com personagens carismáticos, enredo que prenda e construção de mundo interessante.

Assim, quando animes feitos para todos os públicos conseguem acertar a mão como Code Geass, One Piece ou Tengen Toppa Gurren Lagann fazem, o sucesso entre as massas é garantido a ponto de ser lembrado por anos a fio, o que é mais perceptível quando animes com os ingredientes certos mas feitos de forma algo errada como Guilty Crown ou Shakugan no Shana ainda ficarão por um bom tempo na mente de muitos, sendo opção válida para aquele otaku entediado no final de uma tarde de Sábado chuvosa.

Claro que essa mistura que tem seus exemplos mais comuns em battle shounen [Fairy Tail, alguém?], mas vale lembrar que uma palavra mágica para otakus é sangue. De lutas mais violentas a tripas aparentes Berserk, Elfen Lied, Gantz e até Another provam que pelo menos aqui violência vale mais que sexo. Pelo menos para o adolescente [em sua maioria] que é o público-alvo de animes no Brasil.

III – Influência

Mesmo estando muito longe do Japão, onde Lupin the III ou Mobile Suit Gundam são sucessos incontestáveis, clássicos que fizeram gerações de crianças e adolescentes se divertirem em doses de meia hora, muitos brasileiros já sentiram, mesmo que por um momento, vontade de conferir por que diabos isso faz tanto sucesso. Afinal, as citações e referências são tantas que a curiosidade bate para saber qual é a mágica destas obras que inspiraram tantas outras. E é por inspirarem estas outras tantas que novos leitores e/ou espectadores acabam assistindo, conhecendo, se apaixonando pelo universo do qual seu autor favorito tirou uma ideia para sua história.

E nem precisa ser essa influência transmitida de forma gradual e algo etérea citada acima – afinal, quantos não se interessam em Astro Boy por causa da ampla homenagem feita em Pluto? Ainda temos o caso de quando um estilo, como o estilo de Kunihiko Ikuhara – presente principalmente em sua obra-chave Shoujo Kakumei Utena – acabou influenciando uma série de outros diretores. E isso que não falamos da onipresença de Hayao Miyazaki…

Vamos Pensar Um Pouco…

Claro que este artigo é mais uma construção, uma compartimentização de fatores que na verdade são bem mais amplos e complexos que o exposto acima, mas é uma base para pensar que sim, há racionalidade em algo que parece ser tão arbitrário e dependente de flutuações imponderáveis; aplicando a base no caso de 2011, Madoka Magica é algo passível de críticas, mas que dentro do gênero jamais foi visto – ao menos não com a ousadia e solidez com que foi executado – antes e Steins;Gate pegou um assunto querido de muitos, as viagens no tempo, e misturou com um elenco carismático em uma obra com comédia, drama e romance; tudo isso embalado em um clima de tensão que mesmo tendo aqui uma obra algo lenta, a popularidade foi gigantesca, tamanha a ponto de termos aqui mais um, sim, clássico.

Enfim, isto acaba sendo um rascunho de algo que pode ser maior – estamos com comentários abertos justamente para isso, para discutirmos algo mais preciso ou até mesmo se há algum sentido em tentarmos definiir o que afinal é um anime clássico, daqueles que serão lembrados por anos, talvez décadas a fio.

Como afinal um anime vira clássico? Quando vamos comentar sobre […]

21 thoughts on “O Que Define Um Clássico”

  1. Vejo com o grande ponto para um clássico, é ser algo que consiga atemporal, algo que mesmo anos e anos depois consiga ser assistido. Isso é grande parte da qualidade, quando nunca foi ver um anime X por nostalgia, e ver uma animação nojenta? Porém coisas como Akira, 24 anos depois, ainda é tecnicamente perfeito. Assim se cria um clássico.

  2. Ótimo artigo. Bom assunto, aliás, bem discutível.

    Apenas opinião sobre o assunto:

    Para começar, de qualquer jeito, definir um clássico será algo relativo. Um anime clássico geral ou um anime de determinado gênero? Um anime de terror clássico? Um anime de luta clássico? Um anime de comédia clássico? Um anime de romance clássico?

    Geralmente, quando falamos de clássico, o que vem à cabeça é aquela obra antiga, pioneira. E essa já seria uma definição rasa porém consistente. Se foi a pioneira, quer dizer que foi inovadora. E a inovação é um dos conceitos mais explorados para definir o que é um clássico ou obra-prima, pelo menos no mundo do cinema, pro exemplo.

    Um clássico, ou, se preferirem, uma obra-prima, deve ter no mínimo um elemento que o torne diferente de tudo. De tudo o que ainda não havia na sua época, obviamente. Um exemplo fácil é Dragon Ball. “Ah, mas o gênero já era explorado.”. Não sei não, e também não interessa! Um mundo como aquele idealizado em DBZ ninguém nunca havia criado. Tamanha diversidade de TUDO.

    O que é Cidadão Kane? Um filme que praticamente trouxe as mais variadas técnicas de cinema, onde ninguém nunca tinha feito algo igual. Se a ideia já existia, não importa, foi este filme que trouxe para o cenário mundial o que viria a ser a mudança de foco nas cenas, a representação do passado dos personagens nas cenas, etc., etc., etc. Além de que o roteiro do filme, seu andamento, o jeito de contar a história, dividido em certos ‘arcos’, era algo ultramente inovador para a época. O fato de o filme ser promissor e pioneiro naquilo, tendo marcado milhares de pessoas o torna clássico.

    DBZ, tendo as ridicularizações que tiver, é um anime que até hoje crianças começam a ver no próprio CN, o DB Kai. E começam a descobrir que é algo genial, impactante, nos chama para ver os próximos episódio. Mesmo que haja aquele preview: Kuririn explode.

    Uma série em que todos falem naturalmente com as pessoas, como se fosse óbvio que ela saiba do assunto, é sinal de que ela é clássica. Não saber que o L morre no Death Note (spoilers xD) é algo tão vago… Se você assiste animes, tem que saber disto, pois Death Note já virou um clássico. Ou não…

    Podemos nos basear no que o próprio Hayao Miyazaki diz: uma obra-prima só existe quando, depois de 30 anos, ainda consegue atingir aqueles que a assistem.

    Também, não quero entrar no mérito dos conceitos de ‘obra-prima’ e ‘clássico’. Simplesmente acho que, nesta discussão, estes dois termos andam juntos.

    A questão é que, diferente de um Cowboy Bebop, DBZ ainda atinge as pessoas, as pessoas ainda se lembram e tudo o mais. Não há um otaku que não conheça ou que já não tenha visto um episódio ao menos. Muito se deve à tamanha epicidade da obra, que fez ela vir para um país como o Brasil. Assim como Death Note, né?

    Se uma obra, depois de muito tempo, puder ser usada como referência de gênero, de influência de um nicho, pode ser considerada um clássico. Com tudo isso, sim, ela deve agradar uma grande massa de pessoas. O que já é relativo só se pensarmos em épocas…

    Tipo, há uma lista feita pelos 10 (acho) maiores críticos cinematográficos do mundo, desde a década de 50, 60 sei lá. E durante todos estes anos Cidadão Kane ficou em primeiro lugar. Mas, neste ano, 2012, ele perdeu a posição para outro filme, não lembro qual. Mas é um filme que também é bem antigo, ou seja, a única coisa que mudou foi a opinião, os filmes são os ‘mesmos’. A época muda, os clássicos podem mudar.

    Toy Story, por exemplo, é o primeiro longa com CG daquelas, algo inovador e acometedor. Sendo que até hoje é lançado nos cinemas e as pessoas gostam, se sentem nostálgicas. Mesmo o primeiro filme não tem muita diferenciação técnica se comparada a hoje, porque é extremamente bem feito e muito melhor que esses filmes da DreamWorks de hoje em dia.

    Se existir algum obra que possa ser considerada universal e atemporal, que sempre agrade as pessoas, seja inovadora, tenha qualidades técnicas, de roteiro, etc., aí sim, é um clássico, uma obra-prima. Como é improvável que haja algo assim, a única coisa clássica que existe são as músicas do barroco, romantismo e tal.

    Ainda assim é relativo, se você quiser saber sobre os clássicos da música punk existe o Sex Pistols.

    Então o clássico é aquele que atinge todos, independentemente de ser o gênero que a pessoa gosta? Seja pelo motivo que for? Qualidade, influência? Talvez…

    1. Corrija-me se eu entendi errado, mas você disse que uma obra prima está ligada ao um clássico?
      Concordo com essa parte, um clássico tem de ser uma obra prima, mas uma obra prima não tem de ser um clássico.
      Neste trecho:
      ”Tipo, há uma lista feita pelos 10 (acho) maiores críticos cinematográficos do mundo, desde a década de 50, 60 sei lá. E durante todos estes anos Cidadão Kane ficou em primeiro lugar. Mas, neste ano, 2012, ele perdeu a posição para outro filme, não lembro qual. Mas é um filme que também é bem antigo, ou seja, a única coisa que mudou foi a opinião, os filmes são os ‘mesmos’. A época muda, os clássicos podem mudar.”
      Você comentou que basicamente a mentalidade das pessoas mudam, então a opinião que o filme trás muda. Não acho que isso mude a qualidade de uma obra (seja ela o que for).
      Em um episódio random de Hyouka (no arco do festival) a Mayaka tem uma discussão parecida com uma colega do clube, afinal o que define um clássico?
      Enquanto sua colega insiste no ponto da popularidade (que não está de todo errado), Mayaka aperta na tecla do feeling que tal trás, que, como vocês disseram, uma obra de arte é aquela que passa o mesmo sentimento por muito tempo, que alcança o objetivo e atinge você não importa sua geração.
      Nem acrescentei muito, mas é isso que eu acho. 🙂

      1. Sim, quando eu vi este episódio de Hyouka comentei sobre algo no meu blog. Acho que o autor tentou passar uma própria mensagem sobre o conceito dele de obra-prima. Achei muito lindo episódio, assim como o anime em si.

        Enfim, para ser um clássico, precisa ser uma obra-prima. Mas nem toda obra-prima é um clássico, visto que muitas obras ótimas e bem feitas não conseguem se sustentar por não agradar uma massa extensa de pessoas. Mas uma obra-prima pode ser assim conceituada apenas ser a melhor obra de um autor, diferente do pensamento que Mayaka teve, eu acho. Enfim… ^^

        1. Bom, eu não ia opinar aqui, mas a discussão tá legal.

          Para ser uma obra prima, não é necessário ser clássico. Para ser clássico, não é necessário ser uma obra prima. Clássico não precisa ser bom. Ponto. Apenas ser importante/ser um pilar dentro do seu gênero e influenciar .

          K-on! daqui a 10 será considerado clássico, e aí? Dá pra montar uma lista de clássicos questionáveis aqui, mas que não deixam de ter a sua importância para a industria. Uma obra prima, é a obra máxima/proeminente de um autor, gênero, mídia, etc e etc, portante, geralmente são séries 10/10.

          Estava discutindo isso tempos atrás com um seguidor. É um termo abrangente, levando em conta que se confunde muito o que se entende como clássico e clássicos oldschool, que são séries com no mínimo 10 anos de existência. Seguindo a regra popular, qualquer série com mais de 10 anos é clássica, por terem sido produzidas em determinado período.

          Enfim, discordo em partes do seu ponto de vista, e deixo ai o meu. Flw flw.

          1. Saudações

            A opinião da Roberta é a que está mais ligada ao meu ponto de vista sobre este assunto.

            Discutir sobre o que é bom ser necessariamente um clássico (e vice-versa) é assunto para muito tempo de conversa e troca de ideias…

            Sailor Moon, por exemplo, é considerado um clássico. Mas ele é bom em sua totalidade? Não tenho a mínima intenção de começar uma discussão desnecessária com tal frase, mas acredito que a mesma sirva de modelo para o tema…

            Até mais!

          2. Definir clássico como algo que influencia dentro de seu gênero pode ser muito tendencioso.

            Moe, alguém inicio esse… gênero(?) ou estilo. Logo influenciou outros autores e atualmente é algo recorrente.

            Agora o precursor do moe é um clássico?

            Não sei exatamente qual foi o precursor. Coloquemos que seja o animes X. Todo fã de moe sabe que título é esse ou todo autor que hoje em dia faz moe está sendo influenciado pelo anime x (mesmo que involuntariamente). Não necessariamente…

  3. Eu considero clássico aqui o que me marca de alguma forma, mostra algo diferente do que eu to acostumado, aquela coisa tão emocionante que eu surto após assistir e recomendo a várias pessoas.

    Mas isso é um conceito que vai de pessoa a pessoa, tem coisas que aqui eu considero clássicos mas outras nem tanto.

  4. Amei seu texto acho que você chegou no caminho certo, defini o que é classico é realmente difícil, mas acho que basicamente o que defini é a qualidade da obra, a sua inovação, sua popularidade, e sua influencia sobre outras obras.

  5. Saudações

    Embora o artigo seja útil, válido e preciso, tenho por mim que a definição plena para “clássico” seja muito mais complexa do que se pode imaginar.

    É óbvio que temáticas, personagens, cenas, momentos memoráveis, entre vários outras características, são pertinentes e podem auxiliar muito no processo de identificação de um clássico.

    Contudo, acredito que o conhecido [gosto pessoal] tenha um papel fundamental e de imensa importância neste processo todo. Claro que aí estarei restringindo o conceito, tão centrado neste post, para cada pessoa e não para a comunidade no geral. Por isso, à se ponderar sobre o caso.

    Texto muito bom, agradável e dinâmico. Estás de parabéns, nobre Qwerty.

    Até mais!

  6. Acho que o @caetano conseguiu definir com precisão o que define um clássico.
    Agora, se me perguntassem quais são os elementos essenciais para a construção de um clássico, eu diria (na minha humilde opinião) que são 3:
    – Um roteiro consistente, que faça com que as pessoas consigam imergir na história e fiquem cada vez mais empolgadas a cada episódio que passa;
    – Personagens dotados de uma personalidade marcante, seja ela positiva ou negativa; e
    – Uma arte visual e sonora que, de alguma forma, consiga chamar a atenção do público.
    O difícil é só conseguir unir estes 3 elementos numa única obra.

  7. Realmente, é meio vago definir o q vem a ser um classico, mas concordo com o q vc disseram no post.
    Classicos pra mim, seriam aqueles animes com mais de 10 de vida e que marcaram epoca e ainda possuem uma otima qualidade.Exemplos disso sao DBZ,ruroni kenshin ,evangelion e mesmo sendo produzido ate hoje hajime no ippo e um classico.
    Animes q poderao virar classicos na minha opiniao: Obviamente one piece, por mais polemico q seja naruto,HunterXHunter, code geass e CLAMP em geral pela qualidade suprema, baccano, durarara e se continuar com a otima qualidade Sword Art Online pode virar classico.
    Claro q ha mtos outros animes q n lembro mas merecem igualmente

  8. Acho que o post corrobora com a minha ideia de clássico. Clássicos são os que mudam as coisas, apresentam uma nova visão de algo ou simplesmente são bons de maneiras novas. Clássicos definem, por isso temos tantos personagens parecidos com o Shinji, tantos comics com temática mais adulta como Watchmen e Avatar já é um clássico por definir como o 3D pode ser bem feito. Os clássicos geralmente afetam muito o mercado e o público. O mais interessante é pensar que quem cria os clássicos não são os autores, apenas depois de algum tempo que percebemos algo como clássico. Acho pouco provável que o Alan Moore tenha pensado “Vou fazer um clássico!” quando estava criando Watchmen. Nem sei se é possível tentar criar um clássico e conseguir, é algo muito relativo e dependente de fatores externos. Talvez alguém tente e consiga, não sei… Quem sabe?

  9. Apesar de aparentar radical, discordo totalmente do ponto de vista apresentado. Acredito que a indagação a ser feita primeiramente é “o que é clássico?”. Além disso, ao tentarmos definir estamos limitando algo que pode ter um sentido maior. Delimitar (ou supor) pré-requisitos para que determinado anime seja clássico é entrar em contradição, pois um fator que define uma série como clássica pode ser o ponto fraco de outro clássico.

    Por fim lhe pergunto: É necessário racionalidade ao se definir algo? Mesmo se tratando de um elemento que envolve emoções e opiniões?

    1. Bem, uma definição provém de um conceito. E um conceito precisa predeterminadamente de um raciocínio. Logo, mesmo que se trate de opiniões, emoções e ‘o que cada indivíduo sentiu ao ver/ler uma obra’, existe um conceito geral sobre a ela ser boa ou não.

      Se tratando de um conceito generalizado como é o termo ‘clássico’, não há como dizer que há fatores diferentes que definem cada obra como tal. Existe uma “lista” de aspectos que devem ser analisados e, como um todo, vão definir uma obra como clássica ou não.

      1. Desculpe ao demorar ao responder. Vamos lá

        Para começar, seu ponto de vista apresenta uma racionalidade técnica que atropela a questão proposta em meu comentário a fim de validar seu argumento com regras lógicas internalizadas. Contudo, creio que você não percebeu, mas a questão que utilizo para colocar em dúvida toda formação do conceito, clássico, é se devemos ser racionalistas ao formar um definição para algo que envolve um lado irracional, o das emoções e opiniões. Simplificando, você simplesmente ignorou a questão proposta e disse: é assim e pronto. Foi dogmático.

        Conceito não é um bem imutável. E as generalizações não expressão a verdade. Generalizações apresentam falhas lógicas.

        Mudando o foco . Tomemos o anime Legend of the Galactic Heroes como exemplo. Segundo o autor do texto em debate, este pode ser considerado como “clássico somente por sua qualidade própria, mesmo que faltem os fatores citados abaixo .” Sendo que exatamente esses fatores faltam a esse anime, popularidade e influencia.

        Outro exemplo. Code Geass. Indubitavelmente é um anime popular, mas o mesmo não pode ser afirmado, da mesma forma, para qualidade e influencia que o anime possui. Se tratando de qualidade é questionável, ai tudo bem, mas o mesmo não se apresentou como influenciador de outras séries.

        Percebe agora que animes diferentes podem ser definidos como clássico por vezes utilizando fatores diferentes.

  10. Não Code Guess não é clássico, não chega nem perto.

    Clássico é de One Piece pra cima …tipo Macross, Touch, Slam Dunk, Ranma 1/2, Dragon Ball, Rurouni Kenshin, Rosa de Versalhes, Fullmetal, Hajime no Ippo, Cavaleiros, Gundam, Card Captor Sakura, Ashita no Joe, Evangelion …….. coisas que tem peso, se tornaram atemporais, seus personagens transcendem os nichos, se transformam em sinônimo de genero.

    Não é assistindo 5,6 temporadas de animes, que as pessoas vão achar que tem bagagem conceitual e histórica pra conseguir se definir o que consegue entrar num nível de clássico. Os citados acima são “apelões”.. sim são!, por isso alcançaram esse nível.

    Falando em níveis temos que definir umas coisas….. o que é anime/mangá excelente, o que é bom, o que nos marcou (uns Genshinken, outros Bakuman … Code Guess etc etc) é o que é clássico.

  11. Para mim, o mais lógico seria analisar os fatores mais importantes no contexto do anime.
    “Inazuma Eleven é um clássico dos animes de futebol, para crianças”
    Pois atende a todas as qualidades necessárias correspondentes a proposta de tal.
    “Dragon Ball é um Shonen clássico” pois atende a todas as qualidades necessárias correspondentes a sua proposta.

  12. Pode-se definir um clássico como aquele anime que é usado como referência. Exemplos são Naruto e Dragon Ball que sempre vem a mente como base de comparação quando se está falando de Shounen. Ou como Gundan, que sempre é lembrado quando se está falando de animes de mechas.

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