Fragile Dreams: Quando Você Está Sozinho No Mundo

Abertura da nova seção de reviews de J-RPGS no Nahel Argama com um jogo não tão notado em um console não tão amado por muitos gamers fãs do gênero.

Fragile Dreams: Farewell Ruins of the Moon é um jogo desenvolvido em parceria entre a Namco e Tri-Crescendo para o Nintendo Wii. Lançado em 2009 no Japão e aparecendo em terras ocidentais no ano seguinte, o jogo conta a história de Seto, o único personagem jogável que havia acabado de perder seu avô, seu único parente, e que agora precisava encontrar sobreviventes. Não muito tempo depois, Seto se depara com uma garota de cabelos brancos que o teme, assim, fugindo. Tomando conhecimento que talvez não fosse o último humano vivo no planeta, Seto sai em uma missão atrás da misteriosa garota, dando início a aventura.

Fragile Dreams recebeu um gameplay adequado ao controle do Wii. Não sendo um RPG genérico, o Wii Remote é usado apenas como lanterna; cansativo? Sim, mas não deixa de ser uma ótima combinação com o cenário do jogo, que em muitas cenas é escuro a ponto de te fazer forçar a vista. Claro, a lanterna não é o único “objeto” do protagonista; este também recebe um arsenal diferente de armas que vai desde um taco de golf até uma katana.

Talvez você esteja pensando: “Se Seto é o único humano e este utiliza armas para se defender, quem seriam seus inimigos?” O jogo utiliza de cachorros selvagens e corvos até máquinas de batalhas e espíritos das pessoas para acabar com você. Pode dar uma ideia de um jogo de sobrevivência ou terror, mas Fragile Dreams é voltado ao emocional.

Em sua jornada, Seto encontra um personagem novo por dungeon que o faz companhia: P.F., um computador falante que o guia no início do jogo; Crow, o primeiro amigo de Seto e que tem amnésia (e que faz sucesso no shipping do jogo. Pois é, tem fanservice até pra fujoshis); e Sai, uma fantasma que passa a maior parte do jogo com Seto. Uma figura interessante no jogo é o Vendedor, uma criatura que anda com um carrinho de mercado e com uma cabeça de galinha; ele é a única “loja” do jogo. Essencialmente temos Ren, a garota por quem Seto procura durante o jogo inteiro, que não apenas desperta interesse no protagonista, como também liga os mistérios da história.

Desde o começo Fragile Dreams carrega um fator especial: memórias. Objetos que você encontra no decorrer do jogo são lembranças, pensamentos de seus donos enquanto estavam vivos. Algumas histórias chegam a ser emocionalmente chocantes, embora sejam curtas.

Como já citado acima, o jogo é focado no sentimento do que no gameplay. Não espere dificuldades, nem lutas épicas com “chefões”. A magia está concentrada nos cenários, nos personagens e principalmente nas histórias, sejam elas fragmentos daqueles que já morreram ou a história principal do jogo, que carrega respostas pras perguntas que surgem na cabeça do jogador, como por exemplo: “O que aconteceu com as pessoas?”, “Como o mundo ficou deste jeito?”.

Apesar de sua plataforma ser o Wii, este aproveita maravilhosamente todos os detalhes, sem muitas falhas a serem criticadas graficamente. Muito pelo contrário, é de se elogiar o trabalho das duas equipes produtoras do jogo. Tanto a trilha sonora quanto a dublagem americana estão de parabéns. Diferente de muitos RPGs, Fragile Dreams, no geral, recebeu um bom tratamento na área da dublagem. Mas para os que não gostam e fazem questão da dublagem japonesa, a XSEED manteve a opção de audio original na versão ocidental do jogo.

Sem muitos contras, Fragile Dreams: Farewell Ruins of the Moon é uma ótima experiência para aqueles que querem jogar algo de novo no Wii. Recomendo fortemente para aqueles que não fazem questão de gameplay, ou uma épica e agitada história.

Nota: 8,5

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12 thoughts on “Fragile Dreams: Quando Você Está Sozinho No Mundo”

  1. Então. Não li a review, mas lembro de ter jogado esse game faz dois anos atrás. Amo RPg e acredito que esse jogo tenha sido ao lado de Persona e Gears of War dos games mais marcantes pra mim dessa última geração.

    lembro de ter jogado ele de uma sentada só: dois dias sem parar, tomar banho e nem comer. Vidrado no meu Wii pelo design lindo do game. Fui totalmente absorvido pela narrativa e pelo jogo em si. Sendo que minha carga na época de RPGs era alta o bastante para eu estar saturado do estilo de jogo chamado “JRPG”.

    tem sido tão em voga criticar a falta de bons lançamentos pra o gênero em si quanto para o Wii. Esse jogo contrdice todas essas tendências. O engraçado é que o game consegue ser belo com o hardware podre do Wii e ficar marcado em sua mente.

    Passei aqui apenas para surtar em cima dessa pérola. Porque , né?! O jogo merece. pena que n vendeu quase nada e seria considerado coisa de japonês demais pra uma seqüência vir para terras ocidentais. triste realidade, mas é isso aí.

    1. Eu joguei no início do ano. Gostei muito.
      Não pude aproveitar muito o Wii, então não joguei o que geralmente jogam (Zelda, Mario…), mas agradeço a quem me falou do jogo porque me interessou.
      Pena que o público do Wii é mais centrado nos jogos e não costuma aproveitar esses rpgs-não Nintendo, enquanto os outros que gostam do gênero carregam preconceito com o Wii.

      Fico feliz que este tenha saído no ocidente, diferentemente de muitos outros outros que tenho interesse, mas “não tenho o idioma”.

  2. Ótima análise, ringo. Parabéns. Quero mais reviews logo! Agradeço ao Cuerti por liberar um espaço para ela, de verdade. E realmente, sobre seu último comentário: é uma pena que 90% dos jogos não saiam em, no mínimo, inglês. Bom, pena pra quem não sabe japonês. Parabéns novamente, e vai estudar! RINGO LINDA

    1. Obrigada, Juissu. <3
      Eu sempre penso que um mundo novo se abre praqueles que aprendem japonês e podem, finalmente, jogar os jogos que não sairam no ocidente. RISOS.

      TÔ INDO.

  3. Eu jogeui Fragile Dreams ano passado e me apaixonei pelo jogo. Desde o design dos personagens, a história, as memórias, eu reamente gostei de tudo. Fazia muito tempo desde que um jogo não me agradava tanto.
    Havia momentos no jogo que me davam vontade de chorar como no reencontro de Seto e Crow ou na despedida de P.F. Até hoje eu fico ouvindo a trilha sonora do jogo, que por si só já é de tirar lágrimas dos olhos.
    Gostei muito da sua review e me fez querer jogar de novo, pena que a fonte do meu Wii explodiu.

  4. Cometarios de um dono de Wii
    O que diferenciou o Wii de seus concorrentes, tirando o fato de ele não ser Full HD, (sim, o Wii tem suporte HD), foi a jogabilidade que tranformou o modo de jogar atual, o maior problema do wii foi que seus jogos eram mais para jogadores casuais e o fato de não suportarem o FullHD, ficaram fora dos lançamentos multiplataforma de peso. Mas o wii tem JRPGs e RPGs muito bons como Xenoblade, Pandora´s Tower, The Last Story, Zelda TP e SS e muitos outros que são muito bons, o que eu quero dizer é que no Wii se deixou os Graficos FullHD de lado e se focou na jogabilidade, história e com graficos incriveis para um console que não roda FullHD, e Fragile Dreams foi um destes games sensacionais. (o foda é a Nintendo não traz JRPGs para o ocidente com facilidade vide “operantion Rainfall”).

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