Novo Filme de Dragon Ball, Toei Animation e Remakes

Sim, novo filme de Dragon Ball em 2013, roteirizado inclusive pelo próprio Akira Toriyama. Mas será que essa é mesmo uma boa notícia?

Do Chuva de Nanquim: O filme já tem data de estreia: 30 de Março de 2013 e terá supervisão e roteiros do autor da série, Akira Toriyama, diferente dos filmes antigos da franquia. Também foi confirmado que Goten e Trunks estarão presentes na produção, e o melhor: em sua forma infantil.

E claro, como tudo produzido de Dragon Ball até aqui, a animação estará a cargo do maior estúdio japonês, o Toei Animation. Que poucos dias antes deste post ter sido publicado, anunciou o remake de Sailor Moon para 2013. E que alguns meses antes anunciou o retorno dos Cavaleiros do Zodíaco à televisão japonesa.

Diga-se de passagem que remakes de anime não são uma ideia que surgiu agora: Astro Boy mesmo teve dois [1980 e 2003], o fracasso de Dragon Ball GT fez com que a Toei e Fuji TV tentassem um retorno de Dr. Slump em 1997 e até mesmo Cutie Honey ganhou um 2004 animado pelo famoso estúdio GAINAX. Mas o fato do Toei Animation ter, mesmo com One Piece e Precure garantindo seus lucros atualmente – e ao que parece, a curva continua boa para o estúdio do símbolo do Gato de Botas. Então, por que isso? Por que ressuscitar talvez quatro [não vamos esquecer de Digimon Xros Wars] das franquias mais lucrativas da história do anime?

Metade da resposta está neste belo artigo sobre A Decadência dos Animes Mainstream [aqui mesmo no blog]; do politicamente correto a falta de recursos para segurar staff capaz de entregar algo verdadeiramente bom, temos fatores aqui capaz de explicar o porquê do ciclo vicioso de fracassos de público seguidos de redução de custos. Mas a verdade é que certos executivos japoneses parecem simplesmente ter parado no tempo, se refugiando no velho e seguro.

Enquanto a Gree [considerada a Zynga japonesa] finalmente chega ao mundo dos animes com o razoável Tanken Driland, a última novidade da maior empresa do ramo é Toriko – que é mais mérito da editora Shueisha, patrocinadora e que deu toda uma base para o manga fazer sucesso, que de eventuais redes de TV e patrocinadores.

Claro, talvez seja injusto colocar a culpa no estúdio de animação, principalmente no sistema atual aonde em muitas vezes são meramente contratados de emissoras e grupos de investimento [como ANIPLEX ou BANDAI Visual], mas o fato é que estamos em uma área autofágica e covarde – lembrando que os otakus estão cada vez mais velhos [e oras, a média de idade de quem vai na Comiket já é de 27 anos], não estamos assistindo a bomba-relógio lentamente avançar?

Claro que é bom ver Dragon Ball de volta aos cinemas, mas este blog prefere apostar em renovação, em que o ciclo da vida – e dos animes – sempre siga em frente. E é por isso que posts como esse foram e devem continuar a ser feitos – afinal, quando é que sai um anime de Yotsuba&?

Sim, novo filme de Dragon Ball em 2013, roteirizado inclusive […]

10 thoughts on “Novo Filme de Dragon Ball, Toei Animation e Remakes”

  1. Fiquei tri contente com a volta de Sailor Moon, que eu espero ser mais enxuta que a anterior e com prazo de validade, mas concordo com o post. Mas esse é um fenômeno de indústria mundial. Animação, cinema, música, estão todas apostando nas formulas que são comprovadamente rentáveis, sem grandes riscos. Com isso nós temos incontáveis remakes (sério que um filme de 2008 ganhou remake em 2011?), formulas repetidas (no cinema a onda é a adaptação de séries juvenis – ou com roupagem juvenil – que possam virar franquias) e um público já formado que garante um lucro superior ao gerado anteriormente (caso contrário, continuariam investindo nesse público). Na animação, o anime virou definitivamente (por que sempre foi, né, uma propaganda) subproduto de mangá e light novel e o número de produções originais e com um foco no público convencional, acho que é a perfeita síntese disso tudo. Mas do ponto de vista empresarial, é o certo. A indústria vive se reinventando. Quando isso chegar num limite onde não dê mais lucros absurdos (e ainda vai demorar), se encontrará um novo modo de obter grandes números. É a tendência.

  2. Sobre aquele artigo anterior (A Decadência dos Animes Mainstream), deixei um comentário que vale a pena ser lido, já que sugeri que fizesse um artigo sobre animações para o público infanto-juvenil, talvez até mesmo um debate online ou gravado em vídeo entre os fãs de animes sobre a questão, além de deixar uma pequena lista de animes que poderiam ser exibidos pelas TVs brasileiras, sem problema quanto à faixa etária e uma sugestão interessante para os fãs que já têm filhos menores de 12 anos de idade.

  3. Concordo com o seu post, e os remakes dos animes que já possuem um apelo comercial provam que os empresários não querem se arriscar em lançar novos animes, por isso não acredito no que muitos falam sobre falta de criatividade, mas sim em comodismo em investir no que já deu certo no passado.

  4. Não vejo pq uma série antiga sendo trazida de volta poderia ser algo tão ruim. Eu to muito animado por exemplo. O blog diz q aposta na renovação e esse tal ciclo da vida, mas sed vc pensar bem, é justamente isso: um ciclo. As coisas vão e vem, não é uma necessidade extrema de renovação, coisas boas merecem se manter, ser mostradas pra novos públicos, trazidas de volta de vez em quando pra alegrar os saudosistas, etc.

    Se o mundo fosse feito pra bancar novidades o tempo todo, em algum momento iríamos nos perder e repetir a fórmula, pq paramos de olhar para o passado. Achei uma visão unicamente pessimista nesse texto e que não contribui muito pra pensar a respeito do assunto de outras formas.

    Aliás, é um mal dos textos dos tais “entendidos” de anime/mangá e seus blogs, tudo é pessimista e o mundo tá sempre em decadência.

  5. Sem falar no novo Jojo.
    Não acho necessário ficar fazendo tanto remake, reboot, etc…
    Isso vai acabar igual ir ao cinema, quando não é remake é continuação, e um número absurdo delas.

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