Mudazumo Naki Kaikaku ~The Legend of Koizumi~

Líderes mundiais em versões épicas resolvendo suas diferenças na porrada mahjong.

Em uma época onde o sinônimo de comédia com alguma política é Hetalia – no qual o verdadeiro foco é nos belos garotos com nome de países e nas insinuações yaoi entre eles – The Legend of Koizumi é piada com políticos macho, no sentido mais carrancudo do termo.

No OVA de 22 minutos [descontando abertura e encerramento] dividido em três partes, o ex-Primeiro-Ministro japonês Junichirou Koizumi é um casca-grossa de primeira, que para ajudar seu país disputa partidas de mahjong contra outros líderes mundiais como Kim Jong-il, o ditador norte-coreano, e o presidente chinês Hu Jintao aonde o que vale é ser macho – e japonês, claro. Engraçado notar que o título pode ser traduzido como “A lenda de Koizumi – Reforma sem empates ruins” – aqui, ao contrário de Saki [no qual a protagonista é especialista em zerar o jogo] o importante é vencer. E com estilo.

A premissa, baseada no manga [já um pouco antigo, e assim são as referências para o anime] de Hideki Ohwada, do qual o primeiro trecho é baseado [e os outros dois são escritos especialmente para a animação pelo próprio autor] – como mostrado acima – é rala, o que não importa muito já que não é o foco do anime. Que aliás não se leva nada a sério.

Além disso, os personagens são todos caricaturas baseadas em personalidades existentes, sendo que o nome escrito na tela quando da introdução – única apresentação que recebem – é o suficiente para o espectador médio identificá-lo. Afinal, quem não conhece George W. Bush? A única exceção a isso é o Taizo Sugimura, feito na medida para provar como uma pessoa normal – e meio covarde, claro – reagiria naquela situação de batalha entre lendas vivas [ou não].

História, personagens, são somente bases para as piadas, construídas no tripé composto da situação absurda que estão, das referências jogadas ao longo dos episódios [da oposição na prática entre as políticas dos atuais líderes chineses e as de Mao Tsé-Tung ao fato do filho de Kim Jong-il ir para o Japão escondido só para ir à Disneylândia local] e a testosterona em excesso [que alguns na internet denominam gar] – o mahjong, para decepção dos que entendem e alegria dos que não, é utilizado somente como pretexto [mesmo que Akagi prove que mahjong complexo e testosterona podem conviver tranquilamente em uma animação] sendo que todas as absurdas situações são resolvidas praticamente por mágica. Afinal, Koizumi é macho. E japonês – mas o nacionalismo japonês não é nenhuma novidade, afinal.

Infelizmente, fica a impressão que a obra poderia ser melhor trabalhada – até mesmo na parte técnica, apenas correta. Certo que é difícil desenhar personagens como os de Koizumi, mas para um OVA – que por sinal é vendido mais caro que uma animação para TV – está muito na média para receber um comentário positivo. É uma boa ideia [mas não um sopro de ar fresco como alguns possam falar – se pensa assim, pode estar vendo meninas bonitinhas fazendo coisas bonitinhas em excesso] que não foi aperfeiçoada o suficiente até tornar-se notável. Mas vale como diversão para alguns [é o tipo de obra ame ou odeie], sendo que é recomendado se tem propensão para comédia com caráter absurdo e com muita testosterona no ar. E caramba, George W. Bush rouba a cena em suas aparições – é o melhor personagem da série até aqui.

Líderes mundiais em versões épicas resolvendo suas diferenças na porrada […]

2 thoughts on “Mudazumo Naki Kaikaku ~The Legend of Koizumi~”

  1. o/ nao vi mais verei, como viciado sou em saki e apesar de nao curti tanto akagi, jogo mahjong online, me interessei em ver esse anime

  2. Eu assisti os OVAs e li o mangá (supremamente épico, por sinal) e só digo que foi uma das coisas mais geniais e criativas que já li. Ri que nem uma besta com a série. Épico é pouco pra descrever Legend of Koizumi.

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