Fate/zero 20: Retorno do Assassino

Fate/zero 19: Aonde Se Acha A Justiça

Mais do que nunca, a calmaria antes da tempestade.

Rider vs. Saber.

Sendo este o conflito épico que deve acontecer nos próximos episódios, é bom já entrarmos no clima para isso – e este episódio é basicamente a despedida de dois núcleos de personagens da série: o composto pela dupla dinâmica Rider e Waver, de longe os melhores personagens da série na prática [há conceitos até melhores, mas que não foram passados para a tela de maneira tão boa quanto] e também as “duas mulheres” de Kiritsugu Emiya: a homunculus Irisviel von Einzbern e a pessoa que descobrimos ser literalmente sem nome que conhecemos como Maiya.

Mas antes disso, hora de falar dos demais acontecimentos deste vigésimo episódio – faltam seis – da série. Enquanto Saber, a bordo de seu Porsche, parecia preparadíssima ao ir atrás do Rider, Kiritsugu espertamente foi a casa de Tokiomi Tohsaka planejando matá-lo [afinal todos, até Rider, reconhecem que o servo efetivamente mais perigoso presente nesta guerra é o Archer – apesar de tecnicamente Saber ser a mais poderosa] somente para descobrir que o serviço havia sido feito antes.

Enquanto isso temos que na mansão Matou Kariya, quase em estado terminal, acaba tendo um pesadelo envolvendo seu servo Berseker, que o proclama [aliás, é a primeira fala deste na série] seu sacríficio pessoal. Mas nada que possa piorar ao acordar e encontrar Zouken, que resolve inserir em seu corpo como medida drástica [afinal, é a reta final da Quarta Guerra pelo Cálice Sagrado] um verme cheio de energia pronto para revitalizá-lo.

E só de crueldade o velho revela que este foi o primeiro a tirar a pureza de Sakura, que este passou um ano dentro do corpo da garota alimentando-se da energia desta, enfim, que a menina pela qual o jovem luta já está completamente “quebrada”. Fate/zero é isso, maldade e desespero aonde todos os personagens estão condenados a sofrer para o entretenimento do espectador.

E é esse o destino que aguarda as duas duplas citadas no começo deste artigo, praticamente marcadas para morrer neste episódio – se de forma honrosa ou patética [até aqui a preferência foi pelo segundo – e mais cruel – método] veremos nos episódios seguintes.

Temos primeiramente a melhor cena do episódio que é o marcante diálogo no parque aonde Rider foi invocado no longínquo Primeiro Episódio da série entre este e seu mestre Waver. Aqui é o clímax de todo o relacionamento entre os dois, aonde o bromance [bro + romance] atinge seu pico. Em uma série tão preocupada em todas as camadas com aparências temos um raro momento aonde além de bem-feito tudo aqui soa natural e sincero.

Aprendemos a gostar dos dois personagens desde o segundo episódio e dá certa fisgada no coração de muitos saber que sim, tudo está muito perto do fim. Claro que podemos falar que roteiro e direção aqui combinaram-se para pensar um bom sentimento, mas a surpresa é este ser de emoção ao mesmo tempo em que não força [nem deve provocar] a lágrima. Mas a saga dos dois ainda não acabou e devemos ainda ter as palavras finais que deverão definir os personagens.

Já Irisviel e Maiya são em diversos planos simplesmente ferramentas – tanto dentro da história quanto no roteiro, afinal são basicamente apoio para Kiritsugu [e em partes para Saber] – que tiveram aqui certa possibilidade de ter o seu espaço.

Maiya no fundo é a continuação do ciclo que vimos nos episódios anteriores aonde Natalia encontrou Kiritsugu em uma situação desesperadora para simplesmente criá-lo a sua forma e semelhança.

Facilmente presume-se que esta é um estado ainda mais degradado deste conceito, que esta seria simplesmente é a próxima geração, a continuação do ciclo – e ao morrer “nos braços” de seu amado isto é quebrado. Assim como em parte, a no fundo atormentada persona sem alma que este usa em prol de seu objetivo. Kiritsugu aqui ainda mais um passo – mas isto continua…

Já Irisviel tem duas conversas finais: a primeira com seu amado, do qual praticamente despede-se, deixando para este a bainha mágica da Excalibur com a qual curava-se. Mesmo para os padrões japoneses acaba sendo um amor bem frio mas que ainda assim passa algum sentimento para o espectador em outra feliz construção de clima por parte da direção [que aqui sabe entregar o roteiro].

E depois, na longa conversa entre esta e a amante de seu marido revela afinal qual o seu motivo para querer conquistar o Cálice Sagrado e para isto apoiar seu marido até os confins da Terra: libertar sua filha, Ilyasviel, da sina da família homunculus que é meramente servir de receptáculo para o Cálice.

Em suma, ela quer – mesmo que tenha que sacrificar-se para isso – para que sua filha tenha a vida normal que não teve. O mesmo sonho é compartilhado mais intimamente com Kariya em relação a Sakura e em um plano mais geral com o próprio Kiritsugu e sua ambição de salvar a própria humanidade dos conflitos. Não vale entrar em SPOILER aqui, mas só quem viu Fate/stay night consegue perceber justo aqui temos amarrados alguns temas daquela igualmente trágica série.

Os dois núcleos apresentados aqui amarram-se justamente quando Rider/Waver viram o jogo [algo inesperado mas não impensável] e aparecem justamente na cabana aonde Irisviel e Maiya estão; o Servo sequestra a homunculus, deixando um cliffhanger na medida para a luta verdadeiramente épica [ou não, como é costume de Gen Urobuchi; sempre construindo o clímax para simplesmente recusar-se a entregá-lo ao espectador] que está por vir no próximo episódio.

E é isso; agora faltam somente duas horas ou seis episódios para a tragédia se consumar por completo. Episódio emocionante e que mesmo não prendendo o espectador na cadeira volta a ser o Fate/zero de sempre que sim, possui um padrão de excelência a modo de muito provavelmente ser eleito o anime de 2012 no vindouro Ichiban Brasil 2013 justamente por conter uma história que mesmo mirando no nicho consegue acertar a muito mais do que ele. Em menor escala que Code Geass, mas ainda assim um futuro clássico está nascendo.

36:44:47

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5 thoughts on “Fate/zero 20: Retorno do Assassino”

  1. É bom ter um episódio que volta à guerra e mesmo sendo um daqueles episódios bem falados e de certa forma bem calmos, ainda acabou surpreendentemente rápido (como a maioria dos anteriores), só pra deixar aquele gosto de “quero mais” que daqui pra frente é certo que toda semana teremos.

    Amanhã vou assistir de novo, só que dessa vez com a legenda em português hehe.

    Que venha o fim, não fiz o visual novel ou li o mangá então é tudo novo pra mim (com excessão do Fate Stay Night que já assisti), to louco pra ver o próximo passo do Kirei!

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