Gekijouban Naruto: Blood Prison

Sim, mais um filme de Naruto – no caso, a oitava adaptação para a tela grande que a franquia recebe. E apesar de não ser nada especial, não é que ficou divertido?

A sinopse da Prisão de Sangue [título bem enganador por sinal] segue a tradição deste tipo e revela muito pouco sobre o que afinal se trata o filme. Na teoria, após uma cena inicial “chocante” aonde nada mais nada menos que nosso protagonista Naruto Uzumaki tenta matar o Raikage, este é condenado por Konoha a uma temporada numa prisão conhecida como Houzuki-jou [que sim, dá o título ao filme] mantida coletivamente pelas vilas shinobi e administrada pela Vila da Grama. E lá Naruto verá que está envolvido, como sempre, em uma trama muito maior do que isso.

Sim, isto não faz o menor sentido para qualquer espectador de Naruto, principalmente em uma obra teoricamente ambientada pouco antes do arco final da fase Shippuuden; afinal, Naruto é considerado importante demais para ser deixado sem proteção, quanto mais para ser largado sem mais nem menos em uma prisão inacessível a qualquer um de Konoha. Infelizmente a suspensão de descrença é jogada fora à toa logo de cara em prol de um enredo que tenta acima de tudo prender o espectador em uma obra que sabe-se dispensável.

Para isso, aposta-se aqui em duas vertentes: primeiramente, como tradição em Naruto [particularmente em certos filmes] a animação é executada de forma excelente, focada em batalhas com belo senso de fluidez e [ao contrário de certos exageros da versão televisiva] com traço estável e limpo. A arte é simples e a fotografia é apenas correta [claro, para o padrão da tela grande], mas aqui não importa frente as lutas fantásticas e em escala variada que temos, sendo que acaba seguindo a tendência algo recente presente em Naruto de algumas batalhas de tom épico e altíssima escala; afinal, se um rasengan resolvia a parada no primeiro filme, aqui é necessária inclusive a presença de… bem, melhor não contar o final do filme.

Além disso tenta-se passar, principalmente até o marco de uma hora do filme [aonde a ação toma a linha de frente e o diálogo começa a simplesmente fechar as pontas armadas até então], diversas linhas de enredo que soam excessivas na tentativa de “enterrar” o espectador no mar de informações dadas muitas vezes sem o menor cuidado por parte da direção.

O algo experiente diretor Masahiko Murata, em seu terceiro filme seguido para a franquia Naruto [e agora diretor do spin-off Naruto SD] acaba entregando um produto burocrático no qual falta qualquer carisma e identidade própria, dando uma profunda impressão de algo feito no piloto automático – o que também acaba restringindo o público-alvo para pessoas com conhecimento prévio da série [o que é esperado, mas podia ser melhor evitado, não?]

O roteiro, apesar de obviamente ser um “filme de Naruto” [estão presentes aqui diversos elementos típicos desde a garota que envolve-se com o protagonista até o fato de sempre surgir convenientemente uma Vila Oculta específica [e, claro, fora do cânon] para a obra ter seu ambiente] tem uma premissa que teoricamente poderia render um bom pipoca nas mãos de um diretor que soubesse com certos excessos do roteiro, de personagens a tramas que no final não importam.

No final acabamos tendo uma mistura que simplesmente acaba sendo abaixo da crítica e que até diverte, mas em um sentido totalmente mediano da palavra. Faltou carisma no drama, o eixo narrativo acaba sendo disperso por fatores desnecessários e a produção soa toda “falsa”. A tendência é o espectador não se importar com o que está sendo dito e focar nas belas cenas de ação presentes aqui em uma temática [mesmo que a ambientação seja diferente] conhecida. Afinal, estamos falando de Naruto, o anime mais popular da década neste lado do mundo.

Como diria alguém mais focado em cinema, típico filme de locadora, na medida para passar o tempo naquele Sábado chuvoso enquanto presta atenção na vida – pena que para logo depois ser completamente esquecido.

Vale lembrar que tivemos presente na edição especial para DVD [uma pena que uma obra de qualidade técnica tão boa não tenha tido um lançamento em Blu-Ray] um curto OVA de dez minutos chamado Honoo no Chuunin Shiken: Naruto vs. Konohamaru que, através de um Chuunin Shiken organizado as pressas durante as preparações para os acontecimentos da última saga do manga [e anime] mostra uma luta tão bem-animada quanto as do filme entre… bem, Naruto e Konohamaru. Fanservice recheado de ação da melhor qualidade que até por isso sim, vale ser visto caso não espere mais do que simplesmente alguns poucos minutos de porradaria envolvendo ele, Naruto.

Sim, mais um filme de Naruto – no caso, a […]

3 thoughts on “Gekijouban Naruto: Blood Prison”

  1. Gosto de Naruto mas nunca pensei em assistir os filmes da série até anunciarem que Kishimoto ficará responsável pelo próximo e vendo que o antecessor ganhou certo destaque fico contente pois agora há uma certa esperança em um bom trabalho no próximo filme.

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