Fate/zero 18: Memórias Distantes

Fate/zero 17: O Oitavo Contrato

Fate/zero volta um bom punhado de anos para contar o passado de nosso protagonista em um típico episódio aonde acontece a virada fundamental na personalidade do protagonista, que a duras penas…

Cresce.

Alguma ilha tropical localizada em algum canto remoto do mundo, este é o lugar aonde Kerry [como Kiritsugu é chamado pelos locais] vive pacificamente, acompanhando seu pai – que está ali justamente para fazer alguma pesquisa sobre magia – e tendo a assistente local deste, Shirley, como sua melhor amiga e primeiro amor.

Porém este é somente o início da fábula de vinte e dois minutos que conta a perda da inocência do próprio garoto em um episódio que, como padrão nesta série, é todo clima. Pena que apesar de todos os esforços da direção do sim, sempre competente Ei Aoki, faltou aqui o mais importante que é convencer o espectador de que a mudança ocorrida no coração do jovem Kiritsugu ocorreu de forma natural, não sendo somente mera conveniência do enredo.

Como em um curta-metragem que precisava contar toda uma história com começo, meio e fim, este episódio teve claramente três atos. E após toda aquela introdução ao mundo do jovem Emiya [com dicas sobre o que diabos seu pai e Shirley faziam], rapidamente este pequeno mundo começa a simplesmente desabar da forma cruel como Fate/zero se propõe a ser.

Primeiro, a vontade de que tudo aquilo desse certo leva Shirley a cometer uma terrível decisão ao mexer de forma errada com magia. Assim, esta vira uma espécie de vampiro [claro, com regras próprias do Nasu-verso que o episódio não entra em qualquer detalhe além do meramente expositivo] que, claro, precisa de sangue para continuar existindo.

E assim somos levados a primeira cena de impacto [talvez chocante para alguns] aonde nosso garoto tem uma experiência muito traumática quanto a perda de alguém querido. Palmas aqui [que se estendem ao episódio em geral] pela experiência realmente “na ponta da cadeira” proporcionada por este episódio – é difícil fazer com em dez minutos [e para isso, diálogos algo manipulados e que entregam o drama a seguir] você se importe com algum personagem e ao menos em parte Fate/zero consegue atingir este sentimento.

Mas isso é só o começo e o segundo arco do episódio consiste em literalmente tudo queimar ao redor de Emiya; sim, aquele apocalipse zumbi vampiro que você estava esperando do ufotable em Gyo acabou sim acontecendo em parte por aqui; e é no momento de maior desespero que surge Natalia Kaminski para salvar o que já era praticamente o único ser humano ainda vivo naquela ilha.

E a russa explica a existência destes “vampiros” [nomeados Apóstolos Mortos], citando que existem duas organizações dispostas a matá-los sem dó nem piedade: os executores da Igreja [lembre-se, Kirei foi um deles] e a Associação dos Magos a que logo Kiritsugu vai se juntar. Mas antes este precisa livrar-se do peso que controla a sua vida e que em prol de um ideal corrompido está disposto sim a qualquer coisa, incluindo usar o próprio filho se necessário a fim de atingir a plenitude [da família] como mago.

Sim, o pai de nosso anti-heroi é um mago – e a série já cansou de mostrar [com Matou e Tohasaka] que estes pouco se importam com os sentimentos daquilo que costumamos chamar de “humanidade”; o que querem mesmo é alcançar a perfeição, custe o que custar.

E se é isso, causa de todo aquele desespero que o garoto testemunhou, o grande objetivo de seu pai, por que não matar a pessoa que pode fazer o mesmo quando achar conveniente? E esse é o terceiro arco do episódio, o arco aonde vemos repetidos tiros de pistola serem disparados por Kiritsugu em seu batismo de fogo como assassino [e assim conseguindo tristemente o que Kirei se arrepende, muitos anos depois, de não ter feito].

E assim acaba esta história com Kiritsugu escapando da ilha na lancha de seu pai, acompahado de sua futura tutora – aquela com quem refinará suas habilidades, porque seu coração foi todo moldado neste episódio.

Pode não ter ficado absurdamente claro [e nem era mesmo para ser] mas tivemos aqui mais um belo episódio de Fate/zero que se, sim, foi em parte vítima das circunstâncias – principalmente do corte cruel de 23min40s [quem sabe não temos cenas adicionais no BD BOX?] – conseguiu contar o que queria. Só não foi mágico como outro episódio de flashback baseado em um roteiro de Gen Urobuchi; sim, aquele episódio dez de Mahou Shoujo Madoka Magica.

Mas sem dúvida nenhuma o melhor episódio do cada vez melhor Fate/zero ainda está por vir; e o fato das peças estarem sendo encaixadas só aumenta a vontade de continuar assistindo.

E semana que vem, continua do 47:42:07

Claro, aquele parágrafo extra e especial de sempre para falar da música e principalmente da animação; como sempre, os dois aspectos estiveram bem casados, bem feitos e executados de forma que a série mantivesse o padrão de qualidade ao qual está acostumada – ainda mais em um episódio-chave como este foi. Cenas variadas e ação [em um pseudo apocalipse zumbi] feita de forma bacana e sem comprometer o episódio – que não soou travado como o anterior.

Mas em um episódio que afinal passa-se em um ambiente totalmente distinto de Fuyuki City, o grande destaque aqui foi sem dúvida nenhuma a fotografia; quem diria que veríamos um clima tropical retratado nesta série – claro, da mesma forma excessivamente plástica e algo cinematográfica que já é marca registrada do ufotable, mas que não soa artificial como em um anime do SHAFT por exemplo. Lindo, refinado, eficiente.

Fate/zero 19: Aonde Se Acha A Justiça

Fate/zero 17: O Oitavo Contrato Fate/zero volta um bom punhado […]

6 thoughts on “Fate/zero 18: Memórias Distantes”

  1. Muito bom cara, to curtindo ler suas análises depois de cada episódio, espero que continue até o fim do Fate Zero. Esse episódio foi bem tranquilo na minha opinião (apesar de ter acabado incrivelmente rápido como todos os anteriores), achei a morte do pai do Kiritsugu um pouco sem sal, podia ter envolvido mais sentimentos ali e criar algo tão chocante quanto ver a Shirley pedir pra ser morta. Mas não reclamo, a qualidade continuou ótima como sempre e esse episódio trouxe uma parte curiosa da história a tona.

    Até a próxima semana.

  2. Nossa cara, estou tendo que traduzir algumas partes do texto mentalmente. Não me leve a mal, sei que este pode ser um blog pessoal, só para você mesmo, mas seus “erros” são… estranhos. Ao menos no Brasil, eu não conheço ninguém que use certas expressões que você usou. Você é português?

  3. Trap num sei mas acho muito bom de ler o modo em que o editor Qwerty (ta certo?) escreve, um bom português e ainda rico é sempre bem vindo na internet, algo que chega a ser raro, depois que você ve as pessoas escrevendo “pesso a vcs q intreguem logo isso ae” é horrível hahahaha (facebook agora ta ficando rico nisso)

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *