Primeiro Episódio: AKB0048

Quem diria que o tão aguardado anime sobre o todo-poderoso grupo idol AKB48 seria o encontro desta com uma estrutura claramente inspirada em Macross Frontier.

AKB0048 é, simplificando, a parceria entre Yasushi Akimoto e seu AKB48 e Shouji Kawamori, conhecido principalmente como co-fundador da franquia Macross. Assim, em vez de – como talvez esperado por muitos – termos aqui o THE iDOLM@STER de 2012 acabamos é tendo uma bizarra mistura entre os dois elementos citados acima – é como é característico da obra de Kawamori a obra é um tipo de diversão que desafia qualquer suspensão de descrença que você possa ter.

Calendário Estelar, Ano 0048, Planeta Lancastar.

É aqui que começa a história de nossas três candidatas a uma vaga no longo processo de seleção a idol promovido pelo agora intergalático grupo AKB0048, a normal Nagisa [que lembra muito Ranka Lee em aparência e mesmo personalidade – apesar de mais tímida], a reclamona [com muito do arquétipo de rica e mimada [ojou-sama] lolita Yuuka e a super tímida [e com aquela voz fininha Orine].

E após um flashback inicial localizado quatro anos atrás e que funda o sonho das quatro [sim, há outra misteriosa garota que certamente irá aparecer muito em breve aqui] garotas em ser tornar idol, começamos a ter um Primeiro Episódio eficiente como esperado de Yoshimasa Hiraike [Amagami SS, Working!!] que consegue introduzir principalmente as três personagens, seus traços básicos e seu drama de forma simples e eficiente.

Sim, porque apesar de termos todo um plano de fundo sendo traçado nos detalhes aqui [desde o pôster escrito NO IDOL presente logo no começo até os traços de steampunk inseridos em Lancastar – que pode ou não ter algum papel maior reservado para o futuro – para indicar que é um mundo ainda “primitivo” no futuro distante em que se passa a série] o foco foi simplesmente em pincelar o que foi considerado importante aqui, até para já no próximo episódio podermos ser introduzidos ao maravilhoso mundo de Akibastar [aonde provavelmente grande parte da história irá acontecer].

E apesar de sim, soar algo clichê e ser somente bom – até mais do que divertido, porque falta carisma aqui – AKB0048 soube introduzir com um ritmo bem agradável as informações necessárias para podermos embarcar no mundo da série e sobretudo para podermos amar o AKB0048, amar as idol.

Porque o ponto principal do anime é sim glorificar a indústria de idol; até por isso evita-se uma opção mais convencional e simplesmente mostrar algo localizado em nosso mundo real para viajarmos em um épico de “ficção científica” planejado pela mente insana de Kawamori justamente para evitar qualquer conflito com fundo mais realista.

Idol neste mundo acaba sendo sinônimo de entretenimento, e como diabos puderam proibir algo tão bom, que realmente mexe no coração das pessoas? Infelizmente é justo aqui que aparece o – ao menos neste Primeiro Episódio – grande defeito da obra. Tudo é correto [claro, dentro de sua proposta] mas falta emoção, envolvimento – mesmo que de forma plastificada e algo artificial como em produções como Angel Beats! ou Ano Hana.

Desde o conflito com o pai de Nagisa a emoção sentida pelas personagens, nada realmente “vaza” da tela rumo ao coração do espectador. E juntamente com a [talvez intencional?] ausência de cenas cômicas temos um resultado que acaba realmente sendo destinado a impopularidade; tanto não é bom o suficiente para muitos quanto nem divertido é para outros.

E a proposta, claro, também é para poucos – tanto que desde antes da estreia foi o anime menos procurado no My Anime List entre as estreias convencionais [e não infantis]. Ao menos por aqui, por que no Japão o fandom do AKB48 é como o de BLACK ROCK SHOOTER, fazendo o sucesso financeiro surgir aonde menos se espera.

Mas claro, nos próximos episódios o anime deverá seguir um rumo que envolve tanto um mundo mais colorido e futurista, cheio de lindas idol e ação em robôs gigantes como finalmente deveremos chegar a parte do desenvolvimento desta história [em um ou dois cour?] que até poderá surpreender a todos. Não foi deixado um único indício disto ao longo de 23min45 de episódio, mas… quem sabe? Ruim ao menos AKB0048 não é.

E como não falar da parte técnica aqui? Apesar de não ter o orçamento absurdo de um Macross Frontier, tudo aqui – das lutas entre mechas algo alucinantes ao mundo coeso que os animadores nos entregam – é competente e acima da média – claro, a escolha de idols em CG acaba sendo forçada e radical demais, mas não a ponto de comprometer todos os belos cenários e as personagens bem animadas.

Claro, o character design pode não ser elegante o suficiente para muitos, mas vê-lo animado mostra que não compromete. E bem, um pôster destacado no quarto da protagonista acaba mostrando como este design não serve para imagens estáticas.

Quanto a parte musical, também não compromete – claro, aqui temos a restrição de bem, elogiar todo esse mundo idol e seu JPop pra lá de mastigado e genérico, mas a produção não compromete, mesmo para um espectador menos familiarizado. E claro, os fãs do gênero irão amar – e urrar. Afinal, o anime foi feito para eles, não?

Quem diria que o tão aguardado anime sobre o todo-poderoso […]

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