Fate/zero 16: O Fim da Honra

Fate/zero 15: Brilho Dourado

Talvez não seja o melhor episódio da série para muitos, mas sem dúvida nenhuma é o mais intenso.

Porque sim, diversas cenas aqui presentes tirarão o espectador de seu estado confortável na poltrona ao qual se acostumou ao longo de principalmente o frio primeiro cour que a série impôs a ele. E enquanto finalmente acaba o primeiro grande arco desta série, o contador de mortes começa a acelerar, o sentimento de desespero começa a emanar da telinha e as horas parecem passar cada vez mais rápido, tanto aqui fora como lá dentro.

Saber vs. Lancer. Foi isso, foi também isso, mas acima de tudo não foi somente isso o que aconteceu neste décimo sexto episódio de Fate/zero. Enquanto tínhamos a derradeira luta entre os dois servos que representam o que acabou neste episódio, a honra, seus mestres foram craques em simplesmente enxotar este princípio da maneira mais clara possível.

Primeiro Kayneth, que foi a Igreja confrontar Risei Kotomine acerca dos Selos de Comando prometidos a quem eliminasse Caster; Risei acaba concedendo a parte óbvia que Kayneth merecia para logo depois tomar um tiro nas costas, frio, implacável. O resultado mais óbvio disso é que aqueles Selos estão fora do jogo – sim, foi uma bela de uma pegadinha por parte de Gen Urobuchi; mas além disso temos que Kirei está mais livre do que nunca para ser ator principal neste jogo.

Um terceiro significado proveniente desta ação dirigida na medida foi o recado dado ao espectador: o perigo é real, não se prenda demais a personagens e convenções pre-estabelecidas, porque o resultado final pode ser simplesmente puro desespero.

E desespero é uma palavra que pode definir o final do arco do Lancer. Após Kayneth ter recuperado um Selo, este tem um diálogo extremamente cínico com seu Servo a ponto de convencê-lo [e assegurar que este realmente lhe obedece] de que a situação está exatamente como antes [afinal, tivemos anteriormente a traição de Sola-Ui]; e afinal, o ideal o grupo tentar retomar a força anterior ao primeiro embate com Kiritsugu.

Mas é justamente este que frustra de forma épica toda e qualquer pretensão do loiro. Logo depois da abertura, Maiya decepa lindamente a mão de Sola-Ui e a deixa em um estado na qual está viva por muito pouco. E depois, enquanto os servos lutam honradamente é Kiritsugu quem aparece na frente de Keyneth ofercendo o contrato que diz que este não pode matá-lo [nem sua esposa]. Porém, o preço a ser pago por isso é terrível.

E apesar de tudo Kayneth escolhe salvar a mulher da mira do implacável Kiritsugu, sacrificando seu próprio Servo para isso. Um ato profundamente desonrado pelo qual é amaldiçoado pelas intensas [até porque mostram uma outra face deste] palavras de um Lancer raivoso. E quando você cair no abismo do Inferno, lembre-se da raiva de Diarmuid!

Tudo isso para em seguida…

BAM!

É Maiya quem o mata covardemente pelas costas. Ao menos Saber tem a decência de terminar o serviço da maneira mais rápida possível, para em seguida engatar uma discussão com seu Mestre. E em uma das raras conversas entre eles temos mais um raio de luz sobre Kiritsugu, ainda com suas motivações bastante cobertas pelas sombras mas que consegue deixar claro que por seu motivo é sim capaz de fazer aquilo – e muito mais.

Saber é o fio de honra que esta série ainda levará em seus episódios finais, enquanto todo o mundo parece literalmente desabar em cima da cabeça dos personagens presentes aqui. Sim, temos o fim da honra, mas também o começo do fim em Fate/zero. Cinco servos ainda restantes disputando somente um único Graal; quem se sairá o vencedor?

Sobre a parte técnica, apesar de boa como sempre a luta poderia ter sido um pouco maior, não? O timing de Ei Aoki ainda cada vez mais preciso [não é a toa que provavelmente deve ter sido para muitos o melhor episódio até aqui] mas a clara preferência por longas sequências de ação em CG em troca de uma rápida peleja de espadas aqui mostra as prioridades orçamentárias nesta série. Mas claro, podem estar guardando tudo para o final. A conferir.

72:28:08 [3 dias, 28 minutos para-]

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12 thoughts on “Fate/zero 16: O Fim da Honra”

  1. Acabei de ver o episódio e realmente fiquei espantado com o desfecho ocorrido. Fiquei triste pelo personagem que era um dos poucos com carisma na série, mas fico feliz pela conclusão que acaba pegando um ponto interessante de Fate Stay Night que acrescentou muito a trama vivida; E também por conseqüência acabou vindo o desejo de remake repentino por conta da sequencia de Fate Zero…

    Sobre a luta acho que foi acertado a curta duração pela aparente falta de tempo e também a situação desconfortante que ela carregava dando um gostinho ruim na boca do telespectador [ou pelo menos na minha] e atrapalhando a apreciação dos belos combates de Fate/Zero. No mais temos uma bela Saber e Irisviel na tela me fazendo depositar minhas esperanças nelas como o ultimo fio de honra presente, e falando em honra ótimo titulo para o episódio.

    1. Também espero um remake da série; isso ou o Heaven’s Feel para termos a VN original de uma vez.

      E esqueceu-se do Rider, que apesar de tudo acho um personagem muito do honrado.

    2. Discordo do fator carisma citado.
      Muitos personagens carismáticos, não importa que “bons” ou “maus”. E não se trata de honra quando me refiro a carisma.

  2. Bem… que vai ser o vencedor, já sabemos. Interessante é como vai chegar lá.
    Com relação discussão da Saber com seu mestre, eu lembrei de uma frase que um personagem do Fullmetal 1 disse: “Numa guerra matar é como respirar”, não há honra em um campo de batalha, é um verdadeiro inferno.(Bem parecido no que foi citado no final do EP) Acho que por isso que Kiritsugu zomba dessa ideologia. (=_=)

  3. Pontos pra Gen Urobushi.
    Criar antagonistas como personagens principais com tanto apelo ao público (mesmo que seja desenvolvendo nojo ou ira) não é fácil. Belíssimo roteiro.
    Sem desmerecer Saber/Rider/Iris/etc, mas são eles que mantém firme a expectativa dos fãs pra assistirem algo que já se sabe como termina, não é Qwerty?

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