Melhores Animes de 2009

Um resumo básico com teor histórico do que afinal valeu a pena ser visto em 2009. Na medida para você relembrar o que assistiu e também para você conhecer um pouco mais sobre diversos animes que sem dúvida valem a pena dar uma olhada.

E claro, este artigo será o formato clássico de contagem regressiva, do décimo ao primeiro colocado, pincelando um pouco sobre dez animes originalmente exibidos nas TVs, cinemas ou simplesmente lançados originalmente para home video durante o período que vai de Primeiro de Janeiro a Trinta e Um de Dezembro de 2009.

10 – Shin Mazinger Shougeki! Z-hen
Code e Bee Media, 26 episódios

Yasuhiro Imagawa [G Gundam, Shin Getter Robo] é sem dúvida o cara certo para trazer um absoluto clássico do mecha para a geração atual. Fiel ao espírito dos mangas de Go Nagai e ao mesmo tempo fazendo compondo uma bela salada mista a partir das histórias deste, Shin Mazinger é um anime agradável de se assistir [apesar do primeiro terço ser lento], com diversos temas sendo contados expositivamente em uma trama recheada de ação [em muito bom uso do minúsculo orçamento disponível] que vai aumentando progressivamente até atingir tons épicos, como nas obras dos “velhos e bons tempos”.

Apesar do óbvio apelo nostálgico, é uma obra que sabe o tempo em que está sendo publicada, sendo acessível a um público mais amplo – mesmo que principalmente por aqui seja totalmente ignorado. Um pouco lenta no geral, mas bem e minuciosamente planejada literalmente da pegadinha que o primeiro episódio ao último plot twist no último minuto do último episódio. Pena ter sido um sucesso moderado que não irá ganhar continuação.

9 – CLANNAD ~AFTER STORY~
Kyoto Animation, 22+2 episódios

A continuação do sucesso CLANNAD consegue ser ainda melhor ao explorar a entrada no mundo adulto do casal Tomoya e Nagisa Okazaki. Uma história tocante e surpreendente, com leves toques de sobrenatural, aguarda Tomoya, que com Nagisa luta para ter o que um acidente de carro levou de sua infância e adolescência: uma família feliz.

Os episódios principais [especialmente 9-18] são uma aula de como se fazer um anime de drama, porém algumas histórias complementares contadas nos episódios 1-8 e os dois especiais no final não mantém a qualidade [nem mesmo na bela animação do sempre competente Kyoto Animation].

E o final em si [episódios 19-22, particularmente o último] divide opiniões; é adequado a história, mas esta rota acaba não tendo o mesmo nível de qualidade comparado ao lindo final do episódio 18 – o que impede uma posição melhor deste que é considerado por muitos um clássico.

8 – Eve no Jikan
Studio Rikka, 6 episódios

Futuro, talvez no Japão.

Andróides com forma parecida com a humana andam pelas ruas, somente com uma auréola luminosa acima da cabeça como sinal de diferenciação. Neste lugar o nosso protagonista descobre que sua robô, Sammy, frequenta o café que dá nome ao anime. E na busca por ela, passa a frequentar o café, no qual vive e presencia histórias que tratam da integração entre homens e robôs nesse mundo que, quem diria!, segue as Três Leis da Robótica criadas por Isaac Asimov.

Um belo drama – leve, mas tocante – e slice-of-life, composto de seis histórias bem feitas e bem animadas [tanto que viraram filme en 2010 somente com alguns retoques e cenas adicionais] que mostram que o gênero não precisa ficar apoiado em garotas fofinhas sendo fofinhas para sempre.

7 – Kimi ni Todoke
Production I.G., 25 episódios

O romance entre a menina tímida e desprezada e o popular e bom-moço garoto feito da maneira certa. A proposta é ame-ou-odeie, mas mesmo os detratores tem que admitir que a execução de Kimi ni Todoke é sublime.

Da arte do manga adaptada de uma forma que poucos, incluso o estúdio Production I.G., é capaz de realizar ao ritmo de execução da obra, lento e constante, tudo ajuda a contar a história de Sawako Kuronuma, colegial que vai descobrindo a amizade, o amor e a coragem para deixar de ser a praticamente excluída da sociedade que é no início da obra [que não se deprime graças ao inabalável otimismo, radiante do bom-mocismo inerente a ela].

Um shoujo lento e absolutamente clássico na era do High Definition – no qual deve ser assistido, apesar da decisão da produtora em somente vender DVDs. E ainda conta com um elenco de bons personagens secundários que ajuda a sustentar o alto padrão da obra.

6 – Summer Wars
MadHouse, 114 minutos

Mamoru Hosoda [Toki wo Kakeru Shoujo] faz aqui um filme mais simples [e pior] que seu antecessor, mas que tem muitos méritos.

Kenji, um simples programador, é convidado por sua amiga Natsuki a fingir-se de namorado dela no aniversário de 90 anos de sua avó. Ao mesmo tempo, a rede social OZ é infectada por um misterioso vírus – e Kenji é acaba tornando-se suspeito de criá-lo.

Esta história que mistura ação/aventura com romance/drama é absolutamente bem-dirigida, com um timing sempre preciso [tanto que não há altos e baixos claros] e transformado um enredo até simples demais [claro, há diversas camadas de roteiro mas nada muito complexo, afinal o tema é a família] em algo digno de nota.

De todas as dualidades presentes no filme [apesar da mais famosa, a entre o bem e o mal, não estar presente], a mais interessante está na animação, tradicional no pacato mundo real e um CGI que convence [mais até que o de Evangelion, apesar da vantagem de este estar em mundo no qual o realismo não é avaliado] no frenético mundo virtual.

E o character design de Yoshiyuki Sadamoto, como visto recentemente aqui e em Rebuild of Evangelion, realmente é uma das melhores para a produção de uma obra cinematográfica [superior a de Hayao Miyazaki que parece ter parado no tempo – talvez com orgulho].

5 – Bakemonogatari
SHAFT, 15 episódios

Um casamento perfeito entre o bom texto de nisiOisin, a direção afiada de Akiyuki Shinbo e o peculiar estilo de animação do estúdio SHAFT [obra que deve ser dedicada a equipe, mas para a qual Shinbo tem papel fundamental ao ditar como a animação deve ser feita].

Bakemonogatari não chega a subvertar o gênero harém, mas é um anime peculiar pelo texto bem-escrito e focado nos bem construídos personagens, que sem dúvida são o ponto forte da série. A animação enfatiza o fato de somente os personagens, que são o necessário, estarem presentes.

Desenhados em uma arte fenomenal para uma série de TV [claro, a custa da animação e de de mais elementos de cena], eles parecem reais dado as características inseridas pelo autor em alguns esteriótipos básicos.

Mais uma obra que não se permite uma abordagem morna acerca dela, Bakemonogatari é pura química entre os personagens que aparecem em belos desenhos – não há uma preocupação em animar o mundo, tanto que táticas são utilizadas para mexer os olhos do espectador – conversando entre si.

4 – Rebuild of Evangelion 2.22: You [Can] Not Advance
khara, 112 minutos

Só poderemos avaliar se Rebuild foi melhor ou pior [ou somente diferente] que a série de TV ao seu final, mas sem dúvida é muito interessante.

Desta vez Hideaki Anno tem um objetivo claro: introduzir a franquia para um público maior que o da série [os personagens são mais agradáveis e relacionáveis com o espectador, e as cenas de ação além de serem belas são mais numerosas que nunca na história da franquia], além de empolgar [e instigar] os fãs nesta história que já não é mais a mesma da série de TV [ao menos que uma certa teoria vire verdade…]. Novos temas – e uma visão mais otimista do mundo – devem ser abordados por esse Anno já não mais deprimido ou restrito por tempo e dinheiro disponível, mas é para o futuro.

Enquanto a história não chega em seu clímax, conhecemos essas versões menos introspectivas dos famosos personagens, sabemos um pouco mais sobre o mundo da série [com cenas em lugares ineditos na série como a Lua e a Inglaterra] e principalmente temos belas sequências de ação que imploram por uma pipoca bem amanteigada e uma Coca-Cola bem gelada do lado. Faz tempo que Evangelion é pop, mas 2.22 é a faceta mais clara disso. E quem se importa quando o pop é bem-feito assim, críticos chatos a parte?

3 – Kemono no Souja Erin
Production I.G. e Transarts, 50 episódios

Um exemplo de como um anime infantil deve ser feito [e aqui devemos agradecer a emissora estatal NHK, que ainda tenta nessa área], Kemono no Souja Erin conta – da infância ao começo da vida adulta – a história de Erin, uma menina alegre, comportada e muito determinada que desde pequena tem profunda paixão por animais e ao longo desta longa história de amadurecimento [coming of age] vai se tornando uma dominadora de feras [nome impróprio, já que ela defende a liberdade dos animais]. Ao mesmo tempo, o reino onde vive está se encaminhando a ruptura do frágil do antiquado sistema de divisão de poder imposto há eras – e isso pode ter consequências das mais terríveis.

Essas duas histórias, que possuem pequenos e grandes temas incorporados nelas, se encontram na épica e ao mesmo tempo simples conclusão – talvez insatisfatória para alguns, mas que reforça o caráter da série que sempre que pode foge do óbvio [ser simples é diferente de ser óbvio]. Animação não tão boa, mas criativa [o mundo que lembra um livro ilustrado é bem bonito]; o ritmo, não tão frenético, é que pode afastar alguns. E vale lembrar que a história só começa no belo arco dos episódios 6 e 7, então assista-os antes de pensar em desistir.

2 – Cross Game
Synergy SP, 50 episódios

FullMetal Alchemist: Brotherhood fez fama sendo uma adaptação fiel de um manga concluído durante a produção do anime – portanto, com finais quase simultâneos. Mas representante até melhor deste método desejado por tantos para todos os mangas que gosta é Cross Game, que adaptou a talvez última obra semanal de Mitsuru Adachi [na revista Weekly Shounen Sunday] em 50 episódios [na verdade 49, já que o 30 é o 1 com algumas adições para efeito de recapitulação].

Com orçamento limitado, o estúdio Synergy SP pode fazer pouco [tanto que tem somente uma abertura, e esta é muito abaixo da média atual] mas foi surpreendentemente eficiente ao contar a história de Kou Kitamura, um pitcher [arremessador] do time de beisebol de sua escola com o célebre objetivo de ir para as finais do torneio estudantil japonês no mítico estádio Koushien – sonho de infância de muitos.

Algumas soluções [como o fantástico episódio um] ficaram talvez até melhores que o manga, e no geral se não é tão bom como o original acaba sendo uma adaptação digna de respeito. Alguns dirão que é fácil adaptar algo de um mestre como Adachi, mas olhando o panorama de péssimas adaptações feitas ao longo dos anos, Cross Game sai como um vencedor, simples e honesto como os complexos e agradáveis personagens da série.

1 – Higashi no Eden
Production I.G., 11 episódios

Após os bem-sucedidos Ghost in the Shell: Stand Alone Complex e Seirei no Moribito, o diretor Kenji Kamiyama tem aqui seu primeiro anime: é criador, roteirista principal e diretor.

Em 2011, Washington D.C.: Saki Morimi está sendo interrogada pela polícia nos muros da Casa Branca quando vê um jovem pelado. Juntos, conseguem escapar da polícia, e após alguns acontecimentos vemos que o jovem sem memória que assume o nome de Akira Takizawa tem um celular especial que o liga a um jogo chamado Seleção, no qual 12 participantes recebem 10 bilhões de ienes [100 milhões de reais] cada, com uma missão: mudar, para melhor, o Japão.

Romance e aventura no qual a sociedade atual japonesa, especialmente a atual juventude – e o papel dela – é discutida sem qualquer prejuízo do excelente ritmo imposto pelo diretor. Thriller irrevestivelmente divertido, essa mistura de gêneros visada ao público jovem [mas nem tanto] do noitaminA é um anime dirigido como poucos [e o fato de ter sido feito para a telinha – e a telona, nos filmes-continuação, não tão bons], funcionando bem ao mesmo tempo como diversão simples e provocando discussões na cabeça de quem assiste.

O desenho contemporâneo de Chika Umino [mangaka de Honey and Clover e 3-gatsu no Lion], uma trilha respeitável de Kenji Kawai [dos filmes de Ghost in the Shell de Mamoru Oshii] e a animação no tom certo do Production I.G. acabam formando também uma parte técnica sólida que é o recheio e a cobertura deste belo bolo.

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13 thoughts on “Melhores Animes de 2009”

  1. Vi Clannad e do Kimi ni Todoke li o mangá até onde me interessava.

    Rebuild 2, Bake e Higashi já estavam na minha lista de espera.
    Bake e Rebuild(no primeiro ainda) eu já comecei a assistir.

  2. Cross game é realmente fantástico. Também li o mangá e acho que a adaptação em anime não deve nada a ele.
    Como você disse, há situações em que o anime supera o mangá e aquela sequencia final do episódio 1 é uma delas. A trilha sonora faz toda a diferença.

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