Gloob Rejeita “Animações Japonesas Violentas”

“As animações japonesas recentes, violentas, a gente não quer ver no Gloob”, conta Paulo Marinho, diretor-geral do novo canal infantil do Globosat à coluna do Daniel Castro. E você achando que está faltando sangue em Fairy Tail…

Já gastamos um artigo neste blog contando sobre a decisão da Globo em extinguir a TV Globinho para dar lugar a um programa comandado por Fátima Bernardes na medida para os adultos que agora dominam também a audiência deste horário; e ao que parece, mesmo a entrada de uma das maiores provedoras de conteúdo da TV paga brasileira com um canal voltado às crianças [e que portanto terá sua parcela de animação] irá ignorar totalmente o que é produzido do outro lado do mundo.

Claro que o Gloob, definido no mercado como o novo Discovery Kids, não é obrigado a acolher uma entre tantas vertentes de produção de conteúdo infantil existentes. E vale ressaltar que existem produções de qualidade [e fracas] o suficiente em qualquer grande mercado do mundo [mesmo o brasileiro, que sofre por falta de quantidade].

Mas excluir de cara os animes da equação devido a supostamente não transmitirem

princípios, como a transmissão de “valores positivos e familiares”, de “amizade e companheirismo”, de “não violência”.

soa estúpido. É assunto para outro artigo, mas muitos até devem estar decepcionados com a tendência da animação japonesa atual estar cada vez mais amena – ao menos no que passa no horário nobre da TV local [fora dele, sempre tem um BLOOD-C para trazer o que há de pior na espécie humana].

Assim, Toriko acaba [entre outros fatores] por não ser nem a sombra do que é o manga e HUNTERxHUNTER até mostra alguma violência, mas sem qualquer presença de sangue. E mahou shoujo como Precure são cada vez mais policiados para evitar que meninas de quatorze anos [ou menos] apareçam às oito e meia da manhã vestindo qualquer roupa que seja inapropriada, que atice [ainda mais] a mente dos otaku que assistem.

E falando em Precure, quem disse que os modernos desenhos animados japoneses? Claro que é SPOILER [nada pesado, garanto], mas fica aqui um vídeo da batalha final de HeartCatch PreCure! para mostrar que sim, há muitos “valores positivos e familiares” de “amizade e companheirismo” nos animes sem precisar tratar criança, ainda mais “espertas e curiosas” de cinco a oito anos, como idiota. Até porque dizeres como esse parecem visar mais a tranquilidade de alguns pais [que afinal pagam as contas] do que tudo.

E se DVDs de anime não fazem mais sentido no Brasil, a situação deles na televisão também anda de mal a pior; a sensação é de que mesmo nos difíceis anos pré-Cavaleiros do Zodíaco as coisas serem mais fáceis, muito por uma estrutura mais amadora das TVs locais [e pela força do Japão de outrora, que conseguia inclusive empurrar sua cultura mundo afora].

Anime virou mesmo mais um nicho de internet, o que atualmente parece ser sustentável ao menos a médio prazo; mas fica a pergunta, até quando?

“As animações japonesas recentes, violentas, a gente não quer ver […]

18 thoughts on “Gloob Rejeita “Animações Japonesas Violentas””

  1. É Globo, dando mais uma mancada em não pegar o bobo Precure pra transmitir coisas que sei nem como as crianças curtem, mas ok, eu mesmo só to esperando minha prima menor aprender a ler e ver se ela curte Precure, pq se depender da GLOBO né.

  2. Quando se falou de “valores positivos e familiares”, lembrei logo de Precure! E olha só, não tem sangue NENHUM no anime!
    Ainda não sei o que as licenciantes esperam para oferecer a série por aqui (começando por Fresh ou Heartcatch, que são mais novas e não tem continuação como Yes Precure 5)… pelo menos arriscar a provar que tem sim, animes para crianças sem pancadaria exagerada – Pokémon pra mim é um bom exemplo disso.

    O problema maior é que enquanto as TVs pensarem que anime = violência e que – agora – desenho bom pras crianças são só aqueles que dão insistentes lições de moral ou extremamente educativos (ensinando idiomas ou qualquer outra coisa) com um tatibitati irritante…
    (ao menos a nova série de My Little Pony é um pouco diferente disso >.>)

  3. NÃO TEM COISA QUE EU ODEIE MAIS DO QUE O DISCOVERY KIDS.

    é um canal inutil, que só serve pros pais jogarem os pirralhos de 1-7 anos na frente de uma tv enquanto esses fazem outras coisas…. não é a toa que a audiencia cresceu tanto. Digo isso por experiencia de ver a criação de crianças mais novas proximas a mim…

    não pelos programas serem ruins [ate pq sao “educativos”] mas são muito imbecis e nao deveriam ser mostrado a crianças de mais de 6 anos de idade… passou dessa idade tem mais e ver coisa de criança: COMÉDIA ou LUTA. cabou.

    se preocupar se seus filhos vao bater em alguem… ah VSF ai eh controle de quem CRIA… vi anime e desenho de heroi americano a vida toda e nunca fui uma criança “violenta” [me tornei um estressadinho, mas só depois de velho].

    Acho isso a maior hipocrisia…

  4. Novidade…. a Globo sempre deu dessas, alguém lembra o que ela fez com o Samurai X??? Simplesmente o depenou para ser “assistível”, sinto pena das séries que estão por vir (ou nem vir).

    So sad

  5. É que assim, todos os animes são violentos e se baseiam em sangue. Os otakus que não enxergam isso e…

    ah, vai se fuder, Globo, mais uma vez. Que as crianças continuem assistindo ao DKids em vez dessa merda – sim, nem estreou e já é uma merda mesmo.

  6. Qwerty, realmente os animes não terão espaço na tv brasileira no curto-médio prazo, e os mangas definharão por consequência, pois nosso mercado se mostra muito dependente de big hits. Se não revolucionarem lá na terrinha, o Japão morre como cultura pop no Brasil, tirando os games, claro.

    Apenas uma observação sobre a frase final sobre empurrar a cultura deles com o poderio econômico de antes, pois aconteceu mais o contrário. Enquanto eles tinham grana, o mercado interno dava conta de segurar a barra (revista de mangá com a maior tiragem do mundo, Japão como divisor de águas para a Nintendo etc). A exportação do pop japonês começou a ser forçada justamente quando deu merda na economia e o mercado interno definhou. Precisaram desbravar novos mercados e hoje contam com ajuda governamental para isso. O boom a partir dos anos 90 no mundo inteiro não é coincidência.

    Enfim, apenas um detalhe menor dentro do que realmente importa no texto. O pop japonês não vai morrer, mais vai ficar à deriva no mar, dentro de um barril, abraçado com seu fandom ufanista.

  7. Olha não adianta culpar somente a tv, se for pra jogar a culpa o governo tem 90%.
    Classificação indicativa = censura simples assim.
    Mesmo se a Tv compra-se anime spara exibir ela seria OBRIGADA a censurar PELO GOVERNO ou exibir somente depois das 10 da noite ( esquece isos nunca vai acontecer no brasil).

    Entao a tv fica entra a cruz e a espada.

    Se exibe o anime censuraod todo mundo reclama e fala mal que els cortam o anime todo.
    Se não exibe falam que não investem em anime…

    entao eles acabam no meio termo :

    princípios, como a transmissão de “valores positivos e familiares”, de “amizade e companheirismo”, de “não violência”.

    Ou seja os animes que não seriam censurados pelo governo.

  8. Bem, se são pessoas se batendo dentro de uma jaula por dinheiro pode, mas quando são personagens fictícios lutado por coisas mais nobre não. O que me irrita é que a Globo transmite uma novela com o UFC como tema que passa em um horário bem acessível as crianças e depois vem com essa de valores familiares…

  9. A Globo é uma merda. Os animes, na média, são os melhores desenhos, os que ensinam mais coisas e, apesar da violência, dão valor a preceitos como honra e justiça.

    PS: adoro esses desenhos fetichistas, onde o sexo masculino representa o mal e o sexo feminista o bem e este sempre vence. Que tesão o “girl power”!

  10. Desejo um fim precoce a Globo com todas as minhas forças.
    A Redetv foi a única que ainda exibiu animes nos últimos anos por piores que fossem…

  11. Não acredtio que todos os animes são violentos, é claro que uma boa parte dos que assistimos os são por possuirem uma tematica mais adulta. Más series como Sakura Card Captor, Pokemon, Yugioh, alguns gundans e Aishiteruze Baby claramente são animes interessantes sem lutas demasiadas que podem ajudar as crianças em seu desenvolvimento por mostrar situações de frustação e perdas pelas quais as crianças iriam passar em suas vidas.
    Acredito canais como Discovery Kids prestam um des-serviço, pois oque uma criança pode aprender vendo um desenho onde todos são bons, não existe qualquer conflito (psicologico ou emonional) e tudo sempre acabara com todos extremamente felizes, ela realmente entrara em choque ao ver que o mundo não é assim, saindo um pouco do universo anime desenhos como Doug e Tintim da tv cultura eram otimos por mostrar tramas elaboradas situações de conflito e ao mesmo tempo sem apelar em demasia para a violencia. Sim tv influencia a vida das crianças e é seu trabalho prestar um serviço social que ajude no desenvolvimento da inteligencia social da criança, mais lembrando que os pais devem ser influentes na vida da criança e ajudar no seu desenvolvimento social, os pais não devem incarar a tv como sendo um substituto deles para o ensinamento de valores morais e sociais, a tv deve apenas dar um suporte a isto (em Tintim viamos amizade e justiça mais isto não era esculhaçado na cara da criança), muitos pais acreditam é so colocar no discovery kids e pronto meu filho esta recebendo uma programação de qualidade com tudo que precisa para entender como se portar em sociedade, na verdade existe uma pesquisa mostrando que programas infatis ao molde discovery kids atrapalham no desenvolvimento da criança, é provado que uma criança assistindo baby einsten possui um vocabulario mais pobre que outra que não o assiste.

  12. O Gloob só não aceita animes japoneses por que segundo Roberto Marinho, o fundador da Rede Globo Brasil, eles são violentos. O que eu acho é que deveria ter um canal específico só para animes japoneses. Eu gosto de assistir Digimon, Dragon Ball, Yu Yu hakusho, dentre outros, exceto Naruto.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *