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Dobradinha Noitamina: “Fractale” e “Wandering Son”

O bloco Noitamina vem rendendo bons animes desde seu início em 2005. Exemplos são Honey & Clover, Nodame Cantabile, Eden of the East e o recentemente eleito melhor anime de 2010 pelo Anikenkai Awards, Kuragehime. Nessa temporada de Inverno, é hora de “Fractale” e “Wandering Son”. Será que eles fazem jus a seus antecessores?

Comecemos por Wandering Son, que eu insisto por confundir com Wandering Boy… sabe-se lá porquê. Esse anime é baseado num mangá escrito por Takako Shimura e que hoje já conta com 11 volumes publicados. A história é sobre Shuichi Nitori e Yoshino Takatsuki, um garoto e uma garota pré-adolescentes que acabaram de entrar em uma nova escola. O que tem de diferente sobre eles é o fato de ambos não aceitarem seu sexo. Ele quer ser uma menina e ela quer ser um menino.

Eu não sei qualé a dessa vibe cross-dresser que parece ter tomado força no Japão e está dominando os animes e mangás. Até Genshiken, que preza por uma verossimilhança, resolveu tratar do assunto com o novo personagem, Hato. É um tema extremamente delicado e parece ser a bola da vez dos animes. Porém, Wandering Son leva isso a outro nível, ao fato do garoto e da garota realmente quererem ser do outro sexo e não ser só um hobby ou um meio de rebeldia (como é o caso do Kuranosuke em Kuragehime). E esse assunto sendo aplicado a um garoto e uma garota que ainda nem entraram na puberdade direito deixa a coisa ainda mais delicada.

Não tenho dúvida que o autor deve ter tido competência para tratar do assunto, afinal, 11 volumes não é pouca coisa, mas esse é, sem dúvida, um assunto que não me agrada. Não posso dizer que é ruim, que foi mal retratado, mal feito. Mas posso dizer que não me agrada e não me interessa.

Porém, se teve uma coisa que me interessou nesse anime, foi o aspecto técnico. O visual é fantástico. Todo o anime é como se páginas coloridas em aquarela de um mangá tivessem ganhado movimento. Um trabalho belíssimo do estúdio AIC, responsável pela adaptação. Chego a cogitar continuar assistido ao anime só pela beleza visual.

Se você se interessa pelo assunto, sente curiosidade, ou gosta de um slice of life com um tema, de certo modo, diferente, certeza que irá curtir Wandering Son. Porém, pessoalmente, ainda não sei se continuarei a assistir. O que é uma pena, dado ao excelente visual e o maravilhoso tratamento dos cenários.

Passando agora para Fractale, o estúdio A1 Pictures resolveu adotar uma vibe Ghibli para o anime e essa é a primeira coisa que salta aos olhos. O cenário pintado como em aquarela, personagens com bastante movimento e uma história original.

A história é sobre Clain, um jovem menino que um dia se encontra com Phryne, uma misteriosa garota que lhe entrega um broche e some sem avisar para onde ia. Clain vive em um mundo onde o “Sistema Fractale” existe. Não há muita explicação sobre ele nesse primeiro episódio, apenas que foi algo criado pelos homens para facilitar a vida na terra. Com ele, as interações humanas foram quase que suprimidas e todos agem basicamente através de seus “dopplers”, uma espécie de avatar. Quando Phryne aparece sendo perseguida por outros humanos, Clain acaba por trazê-la para sua casa e lá percebe que ela não é uma pessoa comum, que parece não pertencer àquela sociedade em que ele vive. Após entregar o broche e sumir, Clain descobre que havia dados (de computador) escondidos no presente e ao conectá-lo ao computador, uma garota se materializa bem na sua frente.

Essa é basicamente a história do primeiro episódio de Fractale e só por ela eu já fiquei muito mais interessado que em Wandering Son. Uma vibe meio ficção científica, com um “sistema central” cuidando da vida humana e etc. Me motivou a ver os próximos episódios e saber o que acontecerá.

Felizmente ou infelizmente não há muito mais o que falar sobre Fractale. Gostei do visual e gostei da história. Continuarei acompanhando com certeza e acho que, quem ainda não viu, deveria dar uma chance.

O bloco Noitamina vem rendendo bons animes desde seu início […]